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SIGA AS ORIENTAÇÕES A SEGUIR: 1. Identifique 3 (três) criações do direito romano que são aplicáveis pelo sistema jurídico brasileiro hoje; 2. Analise de forma crítica cada um desses direitos que você escolheu, considerando o que foi estudado e/ou que você pesquisou em livros ou na internet; 3. O grupo é que vai decidir sobre quais direitos vai escrever. Seguem algumas orientações importantes. Leia com atenção. Matriz para desenvolvimento da atividade Introdução • Parte inicial onde se deve expor a finalidade e os objetivos da atividade e outros elementos que situam o leitor no texto. • Na introdução deve ser exposta a problemática sobre o tema. •Por mais “absurdo” que possa parecer, aconselha-se que, para maior adequação a introdução, esta seja feita somente após o trabalho completo assim como a conclusão. Desenvolvimento •O desenvolvimento é a parte principal do trabalho. Deve-se expor o assunto tratado de forma pormenorizada e ordenada. • No desenvolvimento, você demonstra que dá conta do tema: aprofunda conceitos, defende ideias e também apresenta ideias de outros autores. • Você poderá dividi-lo em tópicos. Conclusão • Aqui então será apresentado o seu parecer referente a todo conteúdo que foi apresentado no trabalho. É onde você irá expressar sua opinião. • Parte final que deve ser breve podendo apresentar recomendações e sugestões para trabalhos futuros Referências • Este é o local onde são mencionados todos os livros, artigos, e materiais utilizados para desenvolvimento do trabalho. • A bibliografia, além de ser referenciada cientificamente, deve corresponder fidedignamente aos autores citados no corpo do trabalho. OBSERVAÇÕES: • Leia atentamente o enunciado das atividades, procurando, na resposta, não fugir ao que é pedido para a construção do texto. • O texto deve ser respondido em língua padrão, com clareza, objetividade e coerência. • A pesquisa em diversas fontes (material bibliográfico, Internet etc.) é importante e necessária, mas cuidado com o uso dessas informações. • Evite contratempos, respeitando os prazos. • O trabalho deverá ser realizado no Ambiente Virtual iLang, que você acessa por meio do “Portal do Aluno”. • Lembre-se que seu tutor eletrônico está a sua disposição para orientações e quando necessário entre em contato via chat e fórum. Introdução O presente trabalho tem por objetivo o estudo de três criações do direito romano que são aplicáveis pelo sistema jurídico brasileiro hoje. O corpo jurídico Romano constituiu-se em um dos mais importantes sistemas jurídicos criados desde sempre, entusiasmando diversas culturas em tempos diferentes. Desenvolvimento O direito romano, por ser um dos primeiros complexos jurídicos e um dos mais importantes, deixou muitos legados e serviu de base para o sistema jurídico. A seguir, será apresentado e desenvolvido de três criações do direito romano, que atualmente foi incorporada ao sistema jurídico brasileiro. 1. O INSTITUTO DA BOA-FÉ OBJETIVA A boa-fé objetiva constitui princípio norteador da conduta das partes em uma relação obrigacional, um padrão objetivo de comportamento e um critério normativo de valoração que deve seguir os princípios mais nobres do Direito Civil nas múltiplas relações que surgem em uma comunidade de indivíduos. Segundo Tartuce são eles: Princípio da Lealdade, da Confiança, da Equidade, da razoabilidade, da Cooperação e da Colaboração. Desta forma a boa-fé objetiva deve ser vista como maneiras justas de agir, de forma a normatizar as condutas dos indivíduos, não como simples normas provindas do costume cotidiano de cada cidadão em suas relações individuais, mas sim como verdadeiro principio normativo que rege as mais diversas condutasdas partes dentro de uma situação jurídica. Em nosso ordenamento a boa-fé objetiva é analisada ex vi, como trata o artigo 113 do Código Civil Brasileiro: "Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração." Deve o hermenêutico do caso concreto se ater as questões de ética, moralidade e razoabilidade no momento da aplicação do direito, de forma a garantir o princípio da boa-fé e através dele o bem comum. No código Civil pátrio cabe ressaltar o artigo 422 que trata do assunto: "Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé." Dentre os deveres anexos mais comuns que devem ser protegidos estão: a Confiança, a Cooperação, a lealdade, a Informação, a Confidencialidade e seu correlato o principio da Publicidade. 1.1. O INSTITUTO DA BOA-FÉ SUBJETIVA NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO A Boa-Fé Subjetiva diz respeito às características interiores do individuo, sujeito da relação obrigacional, tomado em seu âmbito mais particular. Cabe a nos ressaltar a forma de concretização da norma integradora emanada do magistrado no momento da analise do cumprimento do instituto da boa-fé pelas partes da relação obrigacional, e para isso imprescindível os esclarecimentos do celebre doutrinador Menezes cordeiro: “Perante uma boa-fé puramente fática, o juiz, na suaaplicação, terá de se pronunciar sobre o estado de ciência ou de ignorância do sujeito. Trata-se de uma necessidade delicada, como todas aquelas que impliquem juízos de culpabilidade e, que, como sempre, requer a utilização de indícios externos. Porém, no binômio boa-má fé, o juiz tem, muitas vezes, de abdicar do elemento mais seguro para a determinação da própria conduta. (...) Na boa-fé psicológica, não há que se ajuizar da conduta: trata-se, apenas de decidir do conhecimento do sujeito. (...) O juiz só pode propanar, como qualquer pessoa, juízos em termos de normalidade. Fora a hipótese de haver um conhecimento direto da má-fé do sujeito – máxime por confissão – os indícios existentes apenas permitem constatar que, nas condições por ele representadas, uma pessoa, com o perfil do agente, se encontra, numa óptica de generalidade, em situação de ciência ou ignorância.” 1.2. DIFERENCIAÇÃO ENTRE O INSTITUTO DA BOA-FÉ OBJETIVA E DA BOA-FÉ SUBJETIVA NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO Como dito anteriormente a boa-fé no ordenamento jurídico brasileiro é aquela que se traduz pelo modo de agir das partes em uma relação jurídica, devendo esta conduta ser limitada por um conjunto de critérios, tais como: a moralidade, a eticidade, e a confiança. Tratando-se, portanto, de regras positivadas de conduta que surgem fora do sujeito da relação obrigacional refletindo dessa maneira nas diversas fases do negócio jurídico. Esclarece Fernando de Noronha: “[...]mais do que duas concepções da boa-fé, existem duas boas-fés, ambas jurídicas, uma subjetiva e outra objetiva. A primeira, diz respeito a dados internos, fundamentalmente psicológicos, atinentes diretamente ao sujeito, a segunda a elementos externos, a normas de conduta, que determinam como ele deve agir. Num caso, está de boa-fé quem ignora a real situação jurídica; no outro, está de boa-fé quem tem motivos para confiar na contraparte. Uma é boa-fé estado, a outra boa-fé princípio [...]” 1. 3. ASPECTOS GERAIS DA BOA-FE NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO Neste aspecto o Código Civil de 2002 trouxe, principalmente, em seus artigos 1.201, 1.214, 1.219 e 113 as diretrizes gerais que devem ser adotadas tanto em questão de boa-fé objetiva quanto de boa-fé subjetiva, estes, portanto, constituem o caminho adequado para que as partes não caiam no abismo profundo da má-fé e se acaso caiam estes parâmetros se tornam adequados para que se tome a medida mais acertada. Desta forma, como enfoca Larenz: “[...] cada um deverá fidelidade a palavra dada e não defraudar da confiança alheia segundo o principio pacta sunt servanda. No entanto caso isso ocorra o instituto da boa-fé não deverá ser valorado pelo magistrado como simples norma baseada em costumes gerais do Direito, mas sim como verdadeiras normas positivadas de conteúdoaberto, onde caberá a interpretação e equalização do magistradono caso concreto.” Direito das obrigações Direito Obrigacional é o ramo do Direito Civil que estuda as espécies obrigacionais, suas características, efeitos e extinção. A expressão Obrigação, caracteriza-se como o vínculo jurídico transitório entre credor e devedor cujo objeto consiste numa prestação de dar, fazer ou não fazer, em sentido amplo, obrigação refere-se a uma relação entre pelo menos duas partes e para que se concretize, é necessária a imposição de uma dessas e a sujeição de outra em relação a uma restrição de liberdade da segunda. O objeto dessa restrição da liberdade é a obrigação. O Código Civil não traz um conceito para obrigação, deixando-o para uma construção doutrinária. Difere-se do dever, pois este não carece da sujeição de uma das partes. O dever refere-se a uma alta probabilidade da concretização de um determinado comportamento, através da análise da interação entre a parte e a situação e a previsão de seu desenrolar. O dever aprecia o resultado do livre-arbítrio individual e não tenta influir decisivamente neste, no que se diferencia da obrigação. Este, na prática do direito se exprime através do crédito, débito, dívida, fundamento ou fonte de um direito, instrumento que corporifica o direito, encargo, compromisso, imposição, títulos que representam créditos ou valores, toda relação que ligaum devedor a um credor. No Brasil Dentro do código civil brasileiro há um capítulo específico que se refere aos direitos das obrigações que é a parte do direito civil que estuda as normas que regulam as relações de crédito, ou seja, o direito de se exigir de alguém o cumprimento de uma prestação. É também chamado direito de crédito. As respectivas obrigações assumidas pelo devedor possuem como garantia do cumprimento obrigacional o patrimônio do devedor, (ressalvados o bem de família - Lei nº 8.009/90 e os bens impenhoráveis descritos no CPC). Elementos das obrigações As obrigações são constituídas de elementos subjetivos, objetivos e de um vínculo jurídico. 1. elemento subjetivo: formado pelos envolvidos: credor(sujeito ativo) e devedor(sujeito passivo). 2. elemento objetivo: formado pelo objeto da obrigação: a prestação a ser cumprida. 3. vínculo jurídico: determinação que sujeita o devedor a cumprir determinada prestação em favor do credor. Direito a Propriedade A propriedade privada é o direito que assegura ao seu titular diversos poderes, sendo que seu conteúdo constitui objeto de estudo pelo direito civil. Ela compreende, na sua formulação clássica, os poderes de usar, gozar e dispor de uma coisa, a princípio de modo absoluto, exclusivo e perpétuo. Não podem, no entanto, esses poderes serem exercidos ilimitadamente, dado que desta forma colidiriam com direitosalheios, de igual natureza, e porque existem interesses públicos assim como interesses coletivos que podem limitá-la e cuja tutela incumbe ao Poder Público. Assim, por exemplo, o poder público pode desapropriar uma propriedade privada, se puder ser usada ao benefício múltiplo e comum. Acredita-se que a propriedade privada, enquanto elemento constituinte da trama de relações sócio-econômicas no processo de produção capitalista, deva ela mesma exercer sua função social. Ainda que este não seja um conceito unânime e globalmente difundindo, sua implementação legal tem sido discutida e respaldada nas últimas décadas. No Brasil, esta noção somente tornou-se plena com a Constituição de 1988, que pela primeira vez na história definiu a função social da propriedade. O direito à propriedade está previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. O seu artigo 17 dispõe que "todo indivíduo tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros e que ninguém será arbitrariamente privado da sua propriedade". Verifica-se que referido artigo nada especifica em relação ao modo como alguém perderá sua propriedade, nem em que termos, ou se haverá indenização em dinheiro ou em títulos, etc. O motivo é obvio: respeitar a soberania de cada nação. Fato é que no mundo capitalista a propriedade é a pilastra do sistema e sua interpretação não é uniforme, variando segundo a área política em que vive o hermeneuta. Funções da propriedade privada na sociedade A propriedade privada, portanto, é uma parte importante de capitalização dentro da economia, pois dá estabilidade aos proprietários, bem como um interesse na execução do Direito das coisas. Alguns libertarianistas veem os direitos de propriedade privada como fundamento a partir do qual todos os outros direitos naturais se ampliam. Regulação da propriedade no Brasil No Brasil está prevista na Constituição Federal, no artigo 5º (incisos XXII e XXIII, respectivamente, a garantia do direito de propriedade e a instituição da função social da propriedade), 170 dentre outros, como direito fundamental. Também está prevista no Código Civil de 2002 em seu artigo 1.228. Propriedade privada urbana A propriedade privada normalmente constitui o principal elemento definidor dos espaços intraurbanos na constituição da cidade capitalista. Tradicionalmente, este modelo de cidade se constrói a partir da repartição de seu solo e de sua conseqüente comercialização, parcelamento, ocupação e uso. Conclusão Conclui-se que o direito romano como um dos primeiros complexos jurídicos que serviram de base para a atual complexidade do sistema jurídico brasileiro, deixou legados de extrema importância tanto para as “coisas” quanto para as pessoas que veem usufruindo continuamente desses direitos que tiveram início na antiguidade romana. 1 INTRODUÇÃO Fazer uma abordagem ao direito romano é considerar a importante contribuição que Roma legou ao pensamento jurídico ocidental, que foi conceber ciência jurídica, e fornecer as bases do direito privado que vai se difundir pela Europa a partir do século XII tendo como centro irradiador as universidades europeias, como exemplo, a Universidade de Bolonha. Estudar o direito romano é, portanto, estudar os alicerces do direito do mundo ocidental. É objetivo desse trabalho, expor a importância do Direito Romano para a construção do Direito Civil Brasileiro, e discorrer sobre as fases que conduziram essa alma mater do Direito Universal ao ápice da sua elaboração – Período Régio, da República, do Principado, da Monarquia Absoluta, Sistema do Jus Civile e Jus Gentium, bem como analisar a Codificação de Justiniano aonde encontramos o Código, o Digesto, as Institutas e as Novelas. E por fim, concluirei essa dissertação fazendo menção da importância da compilação realizada por Justiniano; e paraarrematar não poderia deixar de fazer uma breve comparação entre o Direito Romano com o Direito Civil Brasileiro. É óbvio que não farei uma exposição acurada do tema, nem ao menos me proponho a ser inovador, pois, muitos mestres e doutores já o fizeram com maestria ao abordarem o tema com profundidade; mas, pelo menos me aventuro a dizer que farei um apanhado que nos leve a ter uma noção precisa do conhecimento básico do progresso do Direito Romano. Direito esse que tem sido considerado por muitos historiadores e sem dúvida por todos os romanistas, o fundamento do Direito Civil e quiçá do Direito em geral. Espero sinceramente ao final desse trabalho ter provocado no leitor a sede de um beduíno no deserto, que busca desesperadamente por um manancial de águas profundas e cristalinas. É claro que estarei apontando apenas a direção dos mananciais literários onde o leitor sedento poderá saciar sua sede de conhecimento acerca do Direito Romano. Desejo a todos uma boa leitura! 4 É de entendimento majoritário que ao se estudar o direito romano necessariamente teremos que tecer algumas considerações acerca da história romana, pois, a história do Direito está intimamente ligada a história da cidade de Roma. Nesse início de conversa cabe aqui uma citação instigadora, diria que é até provocadora, no melhor sentido da palavra, e que nos vem bem a calhar; Nenhum principiante no estudo da ciência jurídica pode prescindir, aindaque perfunctoriamente, do significado das instituições romanas. Seuestudo facilita, prepara e eleva o espírito iniciante para as primeiras linhas de nosso Direito Civil. Daí a importância de situarmos no tempo e no espaço o direito Romano, a Lei das XII Tábuas até a época da decadência bizantina, perpassando por séculos de mutações jurídicas que até hoje são fundamentos de nosso Direito. (VENOSA, 2004, p. 27). Sendo assim, vamos fazer um tour histórico, e passo a passo conheceremos através do tempo como foram lançados os alicerces dessa grande catedral do Direito Romano e como já mencionei de todo o Direito Ocidental. Neste primeiro momento, claro, falarei das origens de Roma. 1.1 ROMA - ORIGENS Quanto à origem, existem duas versões: a explicação mitológica, e a explicação feita pelos latinos e etruscos. 1.1.1 A lenda da origem de Roma Na primeira versão os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma. Porém, uma disputa entre os dois para decidir quem seria o rei teve um final trágico: Rômulo matou Remo, tornando-se o rei de Roma, em 753 a.C. 1.1.1.2 As versões latina e etrusca Esta narrativa está baseada nas versões latina e etrusca. Diz que os latinos, povo que formava uma das tribos italiotas, chegaram ao centro da Península Itálica e 5 instalaram-se na região do Lácio. Ali, fundaram várias aldeias, entre elas Roma. Por volta do século VII a.C., os etruscos conquistaram o Lácio e transformaram a aldeia latina de Roma em uma cidade. A partir dessa época, teve início um processo que levou à formação da Monarquia. Bem essas são as duas versões mais citadas nos livros de história e são cantadas em verso e prosa pelos professores desde o ensino fundamental ao ensino médio e por que não dizer nas universidades! Mas o fato é que mesmo havendo discrepâncias entre essas narrativas o certo é que todos aceitam a data de 753 a.C. como a data oficial para a fundação desse mega império chamado de Império Romano. Avancemos, portanto, um passo a mais em busca das origens desse monumental direito romanista. E galgando um degrau acima, convido os leitores a olharem comigo de um plano mais elevado para a história política de Roma, que é donde começaremos a vislumbrar com mais nitidez o nascimento desse tão aguardado rebento jurídico. 1.2 OS PERÍODOS DA HISTÓRIA POLÍTICA A história política de Roma classifica-se em três períodos, a saber: 1. Monarquia (753-509 a.C.); 2. República (509-27 a.C.), cobre praticamente 5 séculos. Roma cresce... esse é período áureo de Roma. 3. Império (27 a.C. – 476 d.C.). 1.2.1 MONARQUIA – Organização e Transformações. A partir do século VII a.C., teve início o processo de organização social e política dos romanos, que constituiu a Monarquia. 1.2.1.1 Organização Social – a sociedade, nesta época,era formada por: a) PATRÍCIOS Consideravam-se descendentes dos primeiros pater famílias, fundadores da cidade; Eram grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos; 6 Eram cidadãos com direitos políticos, podendo ocupar cargos no exército, na justiça e na administração, e de conduzir os cultos. b) PLEBEUS Homens e mulheres livres – comerciantes; artesãos; e agricultores. Era a maioria da população, mas, não eram cidadãos. c) CLIENTES Parte da plebe que se associava aos patrícios, prestando-lhes serviços pessoais e apoiando-os na dominação exercida sobre a plebe em troca de ajuda econômica e de proteção. d) ESCRAVOS Eram aqueles que não conseguiam pagar suas dívidas. Incluíamse também os prisioneiros de guerra. Eram considerados propriedades de seu senhor. 1.2.1.2 Organização Política Neste período o governo era constituído pelo: a) REI Era chefe militar e religioso, Desempenhava a função de juiz, O reinado era vitalício. b) SENADO (senex – velho ancião). Formado por cidadãos idosos, que chefiavam as famílias mais importantes de Roma Era composto por 300 membros vitalícios Fiscalizavam as ações do rei, Elaboravam as leis romanas. Dirigiam a política c) ASSEMBLEIA CURIAL Composta por soldados, agrupados em cúrias. Cada cúria reunia dez clãs – conjunto de famílias, com descendentes de antepassados comuns. 7 A Assembleia elegia funcionários importantes do governo, aprovava ou rejeitava as leis e só sereunia quando o rei convocava. As fontes do direito na fase da realeza são apenas duas: o costume (fonte principal) e a lei (secundária). A Monarquia começou a ser questionada pelos patrícios, pois o reinado vitalício não atendia mais aos interesses deles. Os mesmos queriam dominar o poder diretamente. Os patrícios expulsaram o rei e criaram uma nova organização política: a República (coisa de todos), início do século VI a.C.. Os patrícios controlavam os principais cargos criados na República. 1.2.2 REPÚBLICA O que era para ser o governo de todos torna-se o domínio de poucos, gerando insatisfação por parte dos menos favorecidos, dessa feita, os plebeus. E como a segurança de Roma dependia de um exército forte, os plebeus foram convocados a participar como soldados, e uma vez tendo esse poder nas mãos, eles se voltaram contra os patrícios ao longo do século V a.C.; E obtiveram vantagens nesta empreitada organizada rumo aos direitos sociais e políticos, tais como a formação do: a) COMÍCIO DE PLEBE b) TRIBUNO DA PLEBE c) LEI DAS DOZE TÁBUAS (450 a.C.) – juízes especiais (decênviros) organizaram e escreveram os textos das leis, que serviam a patrícios e plebeus. Evitando os muitos desrespeitos às leis. d) LEI CANULÉIA (445 a.C.) – autorizava o casamento entre patrícios e plebeus. e) ELEIÇÃO DE MAGISTRADOS PLEBEUS – aos poucos, os plebeus conseguiram ocupar cargos da magistratura. O poder na República romana ficou assim estabelecido: a) SENADO Composto por 300 membros vitalícios, Propunham leis, 8 Dirigiam a política. Controlava os Magistrados e os Tribunos da Plebe b) MAGISTRADOS que eram cargos temporários formados pelos: 1. CONSULES Durante a república, em número de dois, os cônsules eram os mais importantes magistrados: comandavam o exército, convocavam o senado, presidiam os cultos públicos. Em épocas de "calamidade pública" (derrotas militares, revoltas dos plebeus ou catástrofes), indicavam o ditador que seria referendado pelo senado e teria poderes absolutos por seis meses. 2. PRETORES O Pretor era um magistrado romano investido de poderes extraordinários. Era hierarquicamente subordinado ao cônsul, Equivalia modernamente ao juiz ordinário ou de primeira instância. 3. EDIS Cuidavam dos serviços públicos, da preservação da cidade, do abastecimento, das ações penais correlatas, bem como da jurisdição civil contenciosa nas questões ali ocorridas. Era magistratura plebeia, interditada aos patrícios. 4. QUESTORES - do latim quaestor, procurador. Administravam o dinheiro público Era o primeiro passo na hierarquia política da Roma Antiga (cursus honorum). O cargo, que implicava funções administrativas, era geralmente ocupado por membros da classe senatorial com menos de 32 anos. O mandato como questor dava acesso direto ao colégio do senado romano. Por serem os cobradores de impostos do império, eram malvistos pela população, pois eram "interventores". 9 5. CENSORES (dolatim censore) Era um cargo político de Roma Antiga, o mais alto que se podia alcançar no âmbito do cursus honorum. Os censores, eleitos em número de dois pela assembleia das centúrias eram invariavelmente antigos cônsules. A função dos censores incluía o recenseamento dos cidadãos, com base em sua riqueza, a elaboraçãodo álbum senatorial, orientação da construção pública e fiscalização da conduta moral dos cidadãos. 6. TRIBUNOS DA PLEBE Plebeus Eleitos anualmente Vetavam as decisões contrárias aos interesses da plebe 7. ASSEMBLEIA DOS CIDADÃOS Formada por Patrícios e Plebeus Controlada pelos Patrícios Votavam as leis e as guerras Elegiam os Magistrados 8. COMÍCIO DA PLEBE, Formado pelos plebeus Votavam os decretos que deviam ser cumpridos apenas pelos plebeus (plebiscitos) Elegia o Tribuno da Plebe As fontes do direito na fase da República são cinco: os costumes, as leis escritas, o senatusconsultos, a jurisprudência e os editos dos magistrados. 10 1.2.3 IMPÉRIO A República entra em crise. A crise da República Romana se refere a um longo período, entre 134 a.C. e 27 a.C., de instabilidade política e social que culminou com a transformação da República Romana no Império Romano. O Senado perdeu poderes e os militares passaram a liderar a política. Os senadores destacaram três chefes militares para formarem uma espécie de governo, chamado de triunvirato. Júlio César (100-44 a.C.), Crasso (115-53 a.C.), e Pompeu (106-53 a.C.)constituíram o primeiro triunvirato. Houve disputas entre eles, e com a morte de Crasso, Júlio César venceu Pompeu em uma guerra civil e tornou-se ditador vitalício. Com isso temos o início do Império Romano, que se subdividiu em: PRINCIPADO, que compreende o período de César Augusto até Diocleciano; e o DOMINATO, que vai de Diocleciano até a morte de Justiniano. As fontes do direito na fase do alto império são seis: costume, lei, senatusconsultos, editos dos magistrados, constituições imperiais e a jurisprudência. Foi no período do PRINCIPADO que Roma atingiu o seu apogeu. Augusto deu início ao Principado no ano 27 a.C.; o monarca reina de maneira absoluta, e todas as outras instituições perdem sua força e influência. As fontes do direito foram: o Costume, os Editos dos Magistrados, o Poder Legislativo do Senado. Os conceitos básicos para a compreensão do Direito Romano foram incluídos em seis: 1. O Jus - regido pelas normas religiosas que possuíam força de lei. O Jus possuía tanto o Direito Objetivo como o Subjetivo. . O ius civile foi inicialmente denominado de ius quiritium , ou seja, direito dos antigos ou direito quiritário, em alusão aos Quirites (cidadãos primitivos romanos). Com o período de transição da Monarquia para a República, os plebeus vão gradualmente aumentando a sua importância e conquistam um estatuto de paridade jurídica face aos patrícios, surgindo então o ius civile. O ius civile é já um Direito que contempla tanto patrícios como plebeus. O Ius gentium ou jusgentium ("direito das gentes" ou "direito dos povos", em latim) compunha-se das normas de direito romano que eram aplicáveis aos estrangeiros. Os antigos romanos permitiam que os estrangeiros invocassem determinadas regras do direito romano de modo a facilitar as relações comerciais com outros 11 povos. Desenvolveu-se sob a influência do pretor peregrino, em contraposição ao ius civile, isto é, o conjunto de instituições jurídicas aplicáveis aos cidadãos romanos. Modernamente, a expressão costuma ser utilizada como sinônimo de "direito internacional". 2. O Fas provém do Direito falado dos Deuses. Seriam normas legais faladas pelos Deuses e transmitidas aos sacerdotes. É o Direito falado, revelado pela divindade que influenciava o Direito público e privado. 3. A Justitia era a vontade firme e perdurável de dar a cada um o seu Direito. 4. A Aequitas era uma justiça baseada na igualdade material. Depois de uma evolução passou a ser vista como uma tríade: igualdade, proporcionalidade e caridade. Significa justiça ideal ao caso concreto. 5. A Jurisprudentia era a prudência (conhecimento e previsão das coisas que devem ser desejadas e das que devem ser evitadas) ou ciência do Direito. Era a decisão constante e uniforme dos tribunais. 6. Os Júris Praeceptas, que seriam os princípios gerais do Direito. 12 1.3. Codificação de Justiniano O Corpus Juris Civilis (Corpo de Direito Civil) é uma obra jurídica fundamental, publicada entre os anos 529 e 534, por ordens do imperadorbizantino Justiniano, que, dentro de seu projeto de unificar e expandir o império bizantino viu que era indispensável criar uma legislação congruente e que tivesse capacidade de atender às demandas e litígios vivenciados à época. Essa obra junta um só lugar as fontes de direito conhecidas neste período histórico. Essa codificação é composta por quatro obras importantíssima para o mundo jurídico: o Código, o Digesto, as Institutas e as Novelas. a) Código – composto por 12 livros, cada livro com seus Títulos e esses continham as constituições. b) Digesto – era uma compilação de de fragmentos de jurisconsultos clássicos. c) Institutas - Manual para ser estudado pelos que se dedicavam ao Direito; d) Novelas - Constituições elaboradas depois de 534. É na codificação Jusitiniana que encontramos a base da jurisprudência de todo o ocidente e é também uma fonte rica e inigualável sobre a vida no Império Romano. Como vimos é uma coleção que reúne muitas fontes nas quais as leis e outras regras eram expressas ou publicadas: leis propriamente ditas, consultas senatoriais, decretos imperiais, lei das sentenças e opiniões e interpretações dos juristas. Sem essa codificação não teria sido possível a preservação do direito romano e teríamos ficado órfãos de tão grande monumento à jurisprudência. O Corpus representou uma revolução jurídica, organizando o direito romano numa forma conveniente e sob um esquema orgânico, que se tornou a base do moderno Direito Civil. 13 CONCLUSÃO Não poderia terminaro nosso passeio nas terras sagradas do Direito, sem antes fazer uma breve consideração sobre a ligação que há do Direito antigo com Direito atual, mais precisamente o Direito brasileiro. Sim, pois, por mais distante que pareça estar a história de Roma da nossa; por mais que o seu modo de vida seja alheio ao nosso; por mais que sua cultura se contraponha à nossa, e ainda que seus desafios de época nem cheguem perto dos nossos, ainda assim podemos afirmar que o Direito Romano é peça fundamental do nosso ordenamento jurídico devido a sua utilidade prática. Os nossos Códigos Civis são permeados pelas mais variadas regras, princípios e institutos jurídicos romanos. Artigo por artigo, a influência romana demonstra-se latente na legislação civil em vigor. Basta darmos uma olhada atenta bem no início da nossa magna carta e ali já haveremos de encontrar os princípios romanos permeando o livro sagrado dos operadores do direito, por isso me é oportuno a citação do preâmbulo da nossa Constituição para averiguarmos tal fato. "Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte, para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bemestar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias,promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil". Até parece que nos encontramos diante de um resumo de toda a história de luta do povo romano em busca de seus direitos, pela liberdade, igualdade, e fraternidade, claro que essa frase foi cunhada mais tarde pelos franceses, mas legitimamente podemos atribuir aos romanos e às leis por eles criadas ou compiladas em seu Corpus Iuris Civilis, cujo propósito não foi outro senão o fazer com que todos daquela sociedade; patrícios, plebeus, e escravos, pudessem viver juntos desfrutando dos mesmos direitos e deveres (destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdadee a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias – assim reza a nossa CF/88). Foi no afã de se chegar a um mundo mais justo e humano que as leis romanas foram pensadas, praticadas, rascunhadas, escritas, e compiladas, com o nobre intuito de que todos as 14 observassem, e, guardassem os preceitos, as normas, e as leis daquele império tão vasto e pomposo! Leis essas que haveriam de cruzar os oceanos, ultrapassar os tempos, vencer as épocas e suplantar todas as fronteiras culturais de muitos outros povos, línguas e raças; e assim, fizesse com que um Direito tão antigo fosse reafirmado em tempostão modernos. Por isso com o intuito de fechar, esse singelo trabalho, com chave de ouro, faço ressoar as palavras de Venosa que tão eloquentemente asseverou acerca da imortalidade do Direito Romano quando escreveu: "O Direito Romano nunca morreu; mesmo após as invasões bárbaras, continuou a ser aplicado por aqueles que subjugaram Roma. Suas instituições revelaram-se como uma arte completa e uma ciência perfeita. Suas máximas fornecem, até hoje, ao direito moderno, um manancial inesgotável de resultados inocentes." (Venosa, 2004, p.27) 15 REFERÊNCIAS CONTRIM, Gilberto; RODRIGUES, Jaime. Saber e Fazer História: história geral e do Brasil. 4 ed. São Paulo: Saraiva S.A., 2007. COSTA, Elder Lisbôa Ferreira da. História do Direito: de Roma à história do povo hebreu e mulçumano. – Belém: Unama, 2007. JÚNIOR, José Cretella. Curso de Direito Romano: O Direito Romano e o Direito Civil Brasileiro no Novo Codigo Civil. 31 ed. São Paulo: Editora Forense Jurídica, 2010. JURISWAY, sistema educacional online. Direito Romano. Disponível em: acesso em: 07 de setembro 2013. MAGALHÃES, Rodrigo Almeida; PEREIRA, Henrique Viana. O Direito Romano e Suas Fases. Disponível em: Acesso em: 08 de setembro 2013. SENA, Falbert. Fontes do direito romano. Disponível em: acesso em: 09 de setembro 2013. WIKIPEDIA.org. Direito_romano. Disponível em: acesso em: 08 de setembro 2013. VENOSA, Silvio de Salvo. Editora Atlas S.A., 2004. Direito Civil, Parte Geral. vol.1. 4 ed. São Paulo:
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