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Apostila História da Psicologia

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Historia da Psicologia 
	SDE 0012 
							Prof. Márcia Merquior
A Emergência do Sujeito Moderno
Antiguidade (sec VIII ac (poesia de Homero) a sec V dc (queda do império romano, ano de 476, o último imperador romano é deposto pelos bárbaros vândalos)
Sujeito submetido aos enigmas do mundo – filosofia = contemplação do mundo físico (phisis) e subjetivo (psique)
O mundo em movimento, reflexões sobre a materialidade do mundo, o espaço, o tempo e a essência das coisas. Fragilidade do homem no mundo. O poder da razão para compreender as questões importantes, mesmo que não consiga fornecer as respostas definitivas, pode iluminar algumas delas. É um campo argumentativo e da retórica. Habilidade crítica.
Filosofia 
Pré-Socráticos
Tales de Mileto (585 ac) –razão em busca da explicação dos fenômenos observáveis da natureza – De quê o Universo é feito? De que matéria se compõe o Universo.
Heráclito de Éfeso, livro Sobre a Natureza (504-500 ac) – unidade permanente diante da pluralidade e o movimento das coisas – Lei Universal, o Lógos, e regedora de todas as coisas – harmonia é feita de tensões – Tudo é processo, uidade de opostos – “O ser não é mais que o não-ser”, “Tudo flui, nada persiste, nem permenece o mesmo” – o Universo é devir.
Parmênides – Tudo que existe é uma realidade indiferenciada e imutável – a mudança e a multiplicidade são ilusões.
Pitágoras – Convicção de eu os números são a chave para a compreensão da realidade. 
Leucipo, Epicuro e Demócrito – o Universo se compõe de um numero infinito de partículas mínimas e indestrutíveis de matéria, que se combinam produzindo os fenômenos (Atomismo)
Idade do Ouro da Filosofia Grega – debate sobre a Ética e a natureza humana. Democracia e o domínio das multidões e do exercito – Império Grego e depois Romano.
Filosofia 
Sócrates – Indagação Dialética sobre conceitos morais e éticos. O que é o homem? Platão – desconfiança dos sentidos como via para o verdadeiro conhecimento. Alegoria da Caverna – o mundo dos sentidos é enganador. O mundo das idéias é mais real do que o mundo dos meros sentidos.
Platão – condena a democracia que condenou Sócrates a tomar veneno em 399 ac..
Aristóteles, discípulo de Platão, apresenta suas idéias filosóficas de forma sistemática – a ordem como critério para a compreensão – a lógica e as categorias de pensamento – “Todo o homem, por natureza, deseja saber”. Leva adiante a argumentação dialética de Platão e Sócrates.
Alexandre, o Grande, unificou as cidades-estados numa só nação, e conquistou Egito, China e India, Império Grego impõe a influencia do pensamento filosófico grego – Porto de Alexandria – centro cultural e filosófico de encontro entre as culturais do ocidente e do oriente.
Império Romano – põe fim ao Império grego e à Idade do Ouro da cultura grega (146 ac)
Epicuro, Lucrécio (Sobre a natureza das coisas, sec I dc)
Pirro – afirma que o conhecimento positivo é impossível – ceticismo – tudo deve ser posta em dúvida – diversidade das culturas e dos povos – 
Mundo Fechado – Mundo Ocidental – Sem trocas comerciais 
Sistema Econômico Feudal – Senhores Feudais x Servos – unidade econômica é o feudo - Riqueza Econômica está Terra – Economia de Uso e não de Mercado.
Sujeito – Mero representante, objeto dos desígnios de Deus, seguindo os destinos programados por Deus. Igreja dita a explicação da subjetividade, a saúde e a doença. Passividade do sujeito
	Igreja – detém o poder político e econômico e representacional (ideológico) – Loucura = Pecado
	As próprias contradições desse modelo levam à sua ruína – Em busca de novas terras – guerras e conquistas – caminham para o Oriente – encontro de novas culturas – novas mercadorias – novas religiões 
	Mercantilismo – abertura do mundo, novos mercados – universo infinito – novo mundo a ser conquistado – navegações – novos conhecimentos.
		
Idade Média
Emergencia do Sujeito Moderno
Claudio Ptolomeu (90dc-168dc +-) – astrônomo e matemático de Alexandria – Terra imóvel e no centro do universo – sistema geocêntrico que vai dominar a astronomia medieval do século II até o início do sec XVI. O Planeta Terra está no centro do universo, pois é o lugar onde Deus colocou sua criatura mais perfeita, o homem, sua imagem e semelhança.
Nicolau Copérnico (1473-1543) – escreve “A Revolução dos Corpos Celestes”, publicado no dia de sua morte em 1543. Defesa do sistema heliocêntrico – o Sol está no centro do universo e a Terra apenas um dos planetas que giram em torno dele. O universo agora é infinito e a terra é redonda, como já afirmara Pitágoras, Aristóteles e Erastóstenes. Mas na Idade Média parece ter predominado a noção de que a terra seria plana. Ptolomeu também acreditava na esfericidade da Terra, mas isso não foi acatado pelos séculos seguintes, pois não podia ser provado. Foi provado em 1522 pela circunavegação de Fernão de Magalhães.
	
A Emergência do Sujeito Moderno
Renascimento (sec XV ao Sec XVI) – O renascer do homem como sujeito do conhecimento
Explosão das Diversidades de Cultural, de Povos e Religiões – o mundo é infinito e infinito de possibilidades e interpretação do mundo – época de incertezas, caos de referências, questionamento das certezas da religião católica. Descentramento: Liberdade x Angústia
O Homem agora é ativo, é pensante, e esta é sua nova natureza.
Derrocada gradativa do Feudalismo, acumulação de capital com o comércio e a valorização das cidades, dos burgos. Surgimento das Pequenas Manufatura – Mão de Obra são os antigos servos que fugiam dos feudos em busca de liberdade e autonomia 
RENE DESCARTES (1596-1650) - Cógito cartesiano, “Eu penso, logo existo” coloca as certezas antigas em dúvida, descontruindo as antigas referencias e recuperando uma certeza inquestionável (Dúvida Metódica). Quando se pensa, não se pode duvidar de que se existe. O Homem é um Animal Racional e esta razão permite a conquista e o domínio da natureza, de outros mundos e de si mesmo. Valores da verdade = ordem previsão e controle
Subjetividade Moderna = Razão
Problema Mente/Corpo para Descartes: São substancias diferentes em mútua influencia – interação.
Corpo – res extensa – ocupa um espaço físico, é passivo e feito de matéria, funções fisiológicas
Mente – res inextensa – não é material, não é concreta, imaterial, tem como função essencial o pensamento – lugar da racionalidade e do saber e domínio sobre o mundo
Unidade de Interação: Conarium – corpo pineal.
Idéias Inatas – Deus, perfeição, o eu, infinito – não precisam de estímulos externos, são partes da natureza da mente humana. O mundo é percebido como divino, como infinito e perfeito e será conhecido e dominado pelo EU racional.
Ideias Derivadas – todas aquelas que derivam das experiências sensoriais na relação com o mundo.
Subjetividade Moderna – 
Razão e Domínio: Ordem, Previsão e Controle
O conhecimento é metódico – a busca da verdade definitiva, da certeza absoluta – método indutivo-dedutivo = método científico
Cientifico – tomar ciência – obter o conhecimento inquestionável
Método = observação dos particulares e busca daquilo que se repete, daquilo que é regular (das regularidades, do padrão) – ao classificar essas regularidades como variáveis – INDUÇÃO à uma Hipótese Geral (ou Generalização) – que deve ser comprovada – DEDUÇÃO da essência do objeto/campo de estudo = comprovação concreta = verdade definitiva.
O Mundo deve ser traduzido na linguagem matemática para assim se tornar uma verdade racional e científica (aproxima-se de Epicuro, Pitágoras, Aristóteles) - 
Sujeito Racional x Natureza, Loucura, Animal
Operadores da Racionalidade Moderna - Racionalismo
MECANICISMO – o universo e o homem como máquinas, natureza como objeto passivo diante do Racionalismo. Processos naturais são mecânicos e sempre explicados pela lógica matemática – Tudo funciona como uma engrenagem feita de pequenas partes mais simples – atomismo. O relógio mecânico simboliza a natureza das coisas e domina os saber sobre ela. Tem-se que descobrir quais são essas partes e como elasse conectam.
Primazia da observação, da experimentação, da precisão da medição. - Prever para Controlar / Controlar para Prever (Leis da Física – desenvolvimento tecnológico)
Galileu Galilei (1564-1642) – professor de astrologia em diversas universidades italianas – defesa do sistema heliocêntrico de Copernico, defesa da síntese matemática-experimental: análise quantitativa – relações matemáticas entre grandezas: ‘o livro da natureza é escrito em linguagem matemática – inventor do telescópio – universo=matéria=átomos em relação e movimento
Razão Moderna
Isaac Newton (1642-1727) – professor da Universidade de Cambridge, Lei da Gravitação Universal – fundador da Física Mecânica Clássica. Os planetas sã governados por um mesmo conjunto de leis naturais – 
	~formulação de uma teoria geral do movimento – forças de atração e repulsão – Todo o movimento é efeito de outro que o causa, ou seja, que o precede. O Universo é organizado e sistemático – cabe aos homens descobrirem suas leis e assim dominar sua lógica.
	DETERMINISMO – relação causa-efeito – movimento causa movimento – todo o ato é determinado por eventos passados – os fenômenos são efeitos de causas que lhe são anteriores. 
	Universo perfeito, planejado à perfeição por Deus – Natureza mecânica e determinada – Método: Observação, Experimentação e Medição – todo o fenômeno pode ser calculado, desenvolvimento de instrumentos de quantificação e medição. 
Razão Moderna - Racionalismo
REDUCIONISMO – para compreender o todo, deve-se reduzi-lo às suas partes mais simples e básicas. O todo é = a soma de suas paetês mais elementares. A verdade está na regra de associação de suas partes. O comportamento humano também obedecia a leis mecânicas e podem ser estudados pelos métodos experimentais e quantitativos.
MATERIALISMO – tudo deve ser descrito em termos materiais (forças físicas e partículas químicas) mesmo o ser humano que, para ser explicado e conhecido, deve ser reduzido à sua materialidade físicoquimica.
POSITIVISMO – baseado em Auguste Comte (1798-1857) – todo o saber deve estar baseado em fatos absolutamente comprovados pelo método científico, como único critério de objetividade, certeza e verdade. O progresso advém da certeza científica que advém da ordem e fornece a ordem perfeita das coisas. (Ordem e Progresso)
O Empirismo Britânico
John Locke (1632-1704) – obra inaugural do empirismo britânico, “Ensaios sobre o Entendimento Humano” (1690), onde se oporá ao racionalismo de Descartes, negando a existência das idéias inatas – o homem é efeito de suas experiências vividas. Todo o conhecimento tem base concreta, empírica, pois advém das experiências sensoriais. Propõe o atomismo na mente, onde as partículas são as idéias simples – indivisíveis – sensoriais (visão, audição, tato, paladar, cheiro) – que vão se associando em idéias cada vez mais complexas. A mente do homem é uma tábula rasa, tudo é aprendizagem e hábito. A experiência científica deve estar baseada na observação do mundo (e não na fé). Era político, foi ministro, o Estado deve respeitar as leis civis, o poder legislativo emana do povo, e era o mais importante.
Empirismo Britanico (sec XVII-XVIII)
Os objetos têm qualidades primárias – forma, tamanho e dimensão – que se apreende por sensações – experiências sensoriais – que se imprimem na mente passiva – impressões sensoriais. E também qualidades secundárias – cor, cheiro, som, gosto, que dependem para existirem de um observador que as sinta, as perceba, as pense, as nomeia - mente ativa. 
Para Locke: “Percepção e reflexão são os alicerces – as bases – do conhecimento, de onde brotam naturalmente todas as idéias que temos ou podemos ter”.
Empirismo Britânico
Atomista e Elementarista-Associacionista – o todo complexo é feito de partes simples que se associam, e é o estudo dos elementos em suas regularidades e das suas regras de associação. Para se compreender o todo de um momento temos que reduzi-lo às suas partes mais simples.- Reducionismo.
Definição: Empirismo – todo o conhecimento deriva, direta ou indiretamente, das experiências dos sentidos – conhecimento, a mente, emerge das experiências e das sensações.
Contribuições do Empirismo para Psicologia: enfoque nas sensações, análise dos elementos da mente-consciência, leis de associação dos elementos da mente e seus processos conscientes
Empirismo Britânico (sec. XVII-XVIII)
George Berkeley (1685-1753) – “Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano” – “ser é ser percebido” – filosofia imaterialista – as verdades tanto as religiosas como as matemáticas são uma questão de fé, de crença – A Mente é que cria a realidade, nega a existência de uma realidade externa e as sensações são a forma de Deus se comunicar com os homens, através da natureza.
Somente existe aquilo que pode ser percebido. A natureza, as coisas, precisam de uma mente que as perceba. As idéias são sensações ou pensamentos que temos sobre elas. A matéria, o movimento e o tempo só existem nas mentes... São sensações que a mente tem. A única substância real é a mente que percebe.
Empirismo Britânico (sec XVII-XVIII)
Para Berkeley, portanto, não existem qualidades primárias nos objetos, só existem as qualidades secundárias de que nos fala Locke, todas as qualidades são dadas pela mente que as percebe (mente é sempre ativa).
A realidade, o mundo é a soma de nossas sensações – experiências sensoriais que se tornam idéias – que se associam. 
Não existe a realidade em si, contamos apenas com a nossa percepção dos objetos – mundo objetivo (dos objetos) é criado pelo sujeito – é sempre subjetivo.
Empirismo Britânico
DAVID HUME (1711-1776) – uso do método científico para estudar melhor a natureza humana – explicar a natureza humana. A Própria Razão, fundamento da matemática e da física, faz parte da natureza humana.
Tudo o que temos na mente é resultado das sensações – Mente é fluxo de idéias, sensações e lembranças. Mas pensar é diferente de sentir. 
Sentir = sensações vivas e recentes / Pensar = idéias, percepções mais fracas, são como imagens que com o tempo vão perdendo a definição. Mas as idéias dependem das sensações. Idéias simples se associam em idéias complexas através da Semelhança (quanto mais parecidas mais rapidamente se associam), da Causalidade (relação causa e efeito) e da Contiguidade (proximidade no tempo e espaço)
Empirismo Britanico
David Hartley (1705-1757) - “Observações sobre o Homem - sua estrutura, papel e expectativas”, de 1749 – é um tratado sobre a mente associacionista – psicologia associacionista, princípio fundamental da contiguidade – desenvolvimento se dá por sincronicidade e sucessividade, o que ocorre no mesmo tempo e espaço. Isso é a base da aprendizagem, da memoria, raciocínio, emoção, hábito, vontade. Propõe que a repetição torna mais rápida a associações e a aprendizagem. Procurava as conexões entre a mente e o corpo.
As associações da mente se conectam com as vibrações sempre presentes no cérebro. Visão Empirista-Mecanicista
Empirismo Britânico
James Mill (1773-1836) – historiador, cientista e filósofo – representante da escola do Utilitarismo, buscando uma base científica para a filosofia – visão mecanicista – Mente completamente passiva, e a associação de idéias se dá de forma mecânica, por contiguidade, linearidade, semelhança. Mente como uma máquina, com a mesma previsibilidade que um relógio, acionada por estímulos externos.
John Stuart Mill (1806-1873) – filho do James Mill que o educou de forma bastante rigorosa, foi sua cobaia da mente passiva, trabalhou na Cia das índias Orientais e foi eleito para o Parlamento ingles em 1865. Principais contribuições no campo da Lógica, da Política e da Psicologia. Propõe que o princípio da utilidade esteja na busca pela felicidade, como ausência de dor e presença de prazer. A mente para ele é ATIVA, organizativa - Síntese criativa, o todo não se reduz pela mera soma das partes, mas organiza e cria algo novo e maior. Propunha uma psicologia científica, empírica – a Etologia, que estudaria osfatores que influenciam a personalidade humana . Vai ser uma das principais influencias na Psicologia Científica de W. Wundt.
Antecedentes Científicos da Psicologia
Desde Hipócrates (460-379 ac) já se reconhecia o cérebro como o órgão da inteligência.
No Renascimento, houve um grande avanço nos conhecimentos da anatomia cerebral, Leonardo da Vinci (1452-1519) dissecou mais de 300 cadáveres, e fez inúmeros desenhos com precisão de detalhes sobre o corpo humano.
Sec, XVII – o microscópio foi inventado por Antonvan Leeuwenhoeuk (1632-1723) o que foi um grande marco para o conhecimento da neuroanatomia e a neurofisiologia.
Sec XVIII – grande avanço nas aplicações do método experimental ao cérebro e a mente. Visão Materialista/fisicalista – as forças ativas no organismo são físico-químicas.
Mapeamento Externo do Cérebro
Franz Josef Gall (1758-1828), famoso anatomista, propõe a Frenologia (ou Cranioscopia) no início do século XVIII, desenvolve teorias sobre o mapeamento cerebral, explorando as funções corticais e propriedades cerebrais – tamanho, formatos – e sua relação com inteligência e outras habilidades mentais.
Pierre Flourens (1794-1867) – neurofisiologista francês, estuda as proposições da Frenologia, trabalhando com pombos, pesquisa o mapeamento cerebral e os comportamentos. Conclui que o controle do comportamento espalha-se por todo o cérebro, por todas as suas regiões.
Mapeamento Cerebral Externo
Paul Broca (1824-1880) – neurologista e cirurgião francês pesquisa anatomia cerebral – um paciente com problemas de fala, com pleno entendimento e compreensão, mas sem expressão oral. Ao proceder a autópsia desse paciente, Broca descobre uma lesão na região frontal que impedia a irrigação sanguínea na área que, com isso, se destrói, levando à perda da fala . Essa área é conhecida como Área de Broca, centro da fala, da produção da linguagem – Afasia Expressiva.
Mais tarde se descobre a Área de Wernicke, no córtex temporoparietal esquerdo, responsável pelo entendimento e compreensão da linguagem – Afasia Receptiva.
Mapeamento Cerebral
Gustav Fritsch e Eduardo Hitzig, 1870, trabalhando com estimulação elétrica de coelhos e cães, observam as reações motoras, reafirmando a teoria de localização cerebral.
David Ferrier, em 1876, pesquisas com vários animais principalmente macacos, produz um precioso detalhamento no mapeamento das funções motoras e sensoriais.
Charles Bell, 1811 – propõe que a medula espinhal era composta por dois tipos de nervos: na parte dorsal, tem-se os nervos sensoriais e, na parte ventral, tem-se os nervos motores.
Johanes Muller (1801—1858) – fisiologista alemão, defensor do método experimental na fisiologia, afirma uma teoria da energia dos neurônicos, onde cada neuronio possuía uma energia específica (sensorial), estimulando pesquisas fisiológicas sobre o sistema nervoso.
A Fisiologia e o Nascimento da Psicologia
Hermann von Helmholtz (1821-1894) – aluno de J.Muller, físico e fisiologista, inventor do oftalmoscópio e do oftalmômetro usado para medição da curvatura ocular e do cronômetro que media o tempo em frações menores do que se conhecia em sua época, autor do “Manual de Óptica Fisiológica”. 
Pesquisas sobre problemas acústicos, e sensações visuais, como a velocidade do impulso nervoso – estabelece a primeira medida empírica da velocidade de condução do impulso nervoso, registrando o intervalo entre a estimulação nervosa e a resposta a esta estimulação.
Considerado um grande cientista alemão e grande iniciador e influenciador das pesquisas experimentais sobre a mente e a estimulação sensorial.
A Fisiologia e o Nascimento da Psicologia
Ernest Weber (1795-1878) – Universidade de Leipzig, Alemanha, grande centro de pesquisas sobre a fisiologia sensorial. Trabalha com sensações cutâneas – táteis e outras e se torna importante no desenvolvimento do método de medição das estimulações sensoriais e sua relação com a percepção destas e a reação a estas.
Lei de Weber – usando pesos para medir a percepção sensorial na pelo, estabeleceu um padrão de pesos diferentes para estabelecer sensações de pesos diferentes, determinando uma diferença mínima perceptível entre dois estímulos. (Experiência também com compassos)
Limiar de Dois Pontos: Rigor na discriminação de diferenças mínimas perceptíveis – distância necessária para que dois pontos sejam percebidos como distintos, determinando experimentalmente o ponto no qual um efeito psicológico começa a ser produzido.
Fisiologia e o Nascimento da Psicologia
Gustav Theodor Fechner (1801-1887) – Fisiologista, psicofísico, pesquisador das sensações visuais, quase fica cego, tentando estabelecer o limite fisiológico da estimulação da luz nos olhos. Importância das leis que regem as relações corpo-mente, tornando possível medir com precisão essas relações.
Modifica a Lei de Weber, propondo uma relação logarítimica (Lei de Fechner ou Weber-Fechner) – A qualidade mental depende da quantidade de estímulo sensorial. Quantificação de Estimulação articulando matematicamente sensação e percepção da sensação, consciência da sensação. O estímulo cresce em progressão geométrica enquanto a percepção da sensação em progressão aritmética.
Fisiologia e o Nascimento da Psicologia
Limiar Absoluto de Sensibilidade
Ponto abaixo do qual os estímulos sensoriais existem mas não são captados pela consciência.
Limiar Diferencial de Sensibilidade
	Ponto de sensibilidade em que a menor diferença na quantidade de estimulo sensorial produz mudança na percepção da consciência.
Temos então criado o campo científico da Psicofísica, relacionamento entre o material(estímulo) e o mental(percepção) – Paralelismo Psicofísico - com um método experimental de observação, medição e controle. A Psicologia Científica pode então nascer: ela tem um campo-objeto de estudo – A Consciência. Ela tem um Método (relação material-mental). Ela tem uma teoria que a sustenta – empirismo-mecanicismo. Só falta um fundador.
Nascimento da Psicologia Científica
Wilhelm Wundt (18832-1920). Fisiologista, é o fundador da Psicologia como disciplina-ciência independente, funda o primeiro laboratório de experimentos com a consciência, Laboratorio Experimental de Leipizig, em 1879. Edita também a primeira revista de divulgação desses experimentos, em 1881; e escreve o primeiro livro a respeito, “Princípios de Psicologia Fisiológica”. Torna as percepções conscientes o objeto de estudo da nova ciência: percepção, sensação, atenção, emoção, associação. 
“A nova disciplina repousa sobre os fundamentos da anatomia e da fisiologia..” W. Wundt.
Psicologia Científica de W.Wundt
O Sistema de Psicologia de Wundt
Objeto de Estudo: A Consciência, como a soma total dos fatos dos quais somos conscientes, através do conteúdo (elementos da consciência) e da apreensão (síntese criativa, organização desses elementos em uma totalidade-unidade)
A Consciência para Wundt tinha duas dimensões:
Experiência Imediata (Objeto da Psicologia Científica) - experiência tal qual vivida pelo sujeito, sensação e percepção – processos mentais inferiores ou simples ou elementares; posição reducionista, mecanicista, elementarista e atomista da mente. A mente tende a organizar os conteúdos através da síntese criativa e quer pesquisar quais os elementos parciais e mínimos que compõem essa síntese. A mente organiza sua experiência como um todo, mas para explica-la cientificamente precisamos decompor o todo em suas partes. Essa dimensão imediata é que é o Objeto da Psicologia Científica.
Psicologia Científica
“O conteúdo real da experiência psíquica consiste sempre em várias combinações de elementos sensoriais e afetivos, de modo que o caráter específico de um dado processo psíquico depende, em sua maior parte, não da natureza dos elementos, mas da união deles em uma combinação de compostos psíquicos” – Voluntarismo
Método de Estudo da Experiência Imediata – auto-observação ou autoanálise da experiência consciente – Introspecção. Método semelhante ao psicofísico de Fechner – Diante de um estímulo,pedia-se ao sujeito que relatasse suas sensações, analisando-as, separando-as, com foco, com atenção concentrada – Apercepção.
Controle das condições experimentais: a) observador deve estar apto, através do treinamento; b) estado de prontidão ou atenção concentrada; c) observação deve ser repetida; d) condições experimentais devem variar em termos de manipulação, para observar mudanças e padrões.
Wundt buscava os julgamentos conscientes do sujeito sobre tamanho, intensidade, duração – introspecção objetiva e quantitativa.
	
	
Psicologia Científica
A consciência também se apresenta como Experiência Mediata – uma segunda dimensão da Consciência que é mediada por informações culturais, linguagem e o pensamento (são os processos psíquicos superiores) – sendo assim, não pode ser estudo pelo método experimental e sim pela observação social, pois não pode ser reduzida a elementos. Psicologia dos Povos, Psicologia Cultural.
Objetivos e Metas da Psicologia Científica – descobrir os fatos da consciência, os conteúdos da experiência consciente imediata; estabelecer as leis de combinação e associação entre eles.
Wundt considerava a Psicologia Científica uma ciência pura, acadêmica, experimental e não se importava com sua utilidade.
Psicologia Científica
Depois de consolidada a Psicologia Experimental de Wundt, ele muda seu campo de interesse para a filosofia, ética, cultura, sociologia, linguagem; No final de sua vida – primeiras décadas do sec XX – dedica-se a Psicologia Social, ou Psicologia dos Povos, ou Psicologia Cultural, Foi indicado três vezes ao Premio Nobel de Medicina e Fisiologia.
Apesar da enorme importância científica do nascimento da Psicologia Científica, Wundt teve vários discípulos, mas também vários opositores. Acaba perdendo financiamento para suas pesquisas e enfrentou concorrência de outras universidades que também abriram Laboratórios de Psicologia. Outros sistemas psicológicos começam a surgir na Europa e nos USA: Psicologia da Gestalt, Funcionalismo, Behaviorismo e Psicanálise (todos nas primeiras décadas do sec XX)
Outros Psicólogos Alemães
Hermann Ebbinghaus (1850-1909)
Vai trabalhar com Aprendizagem e Memória (consciência mediada de Wundt)
Pesquisa a formação inicial das associações: controlar as condições sob as quais a cadeia de ideia se formava, de forma objetiva.
Amplia a psicologia experimental, embora não estivesse dentro de universidade. Adotou uma técnica associacionista, acreditando que ser possível medir, por meio de frequência (repetição) para a assimilação de um conteúdo.
Estuda, também da mesma forma, medição da memória pelo numero de tentativas de aprendizagem. 
Franz Brentano (1838-1917)
Livro: “Psicologia do ponto de vista empírico” e “Princípios de Psicologia Fisiológica”. Professor na Universidade de Viena.
Professor muito popular e vai influenciar muitos cientistas, médicos e filósofos (ex. Hussel, Freud)
Se opõe a Wundt propondo uma Psicologia Empírica, onde a Consciência é um ato intencional, que foca em algum objeto. A consciência é algo que acontece entre o Sujeito e o Objeto. A Consciencia não poderia ser compreendida nos seus conteúdos. Propõe a Psicologia do Ato, compreender a consciência como ato, o ato de ver, de escutar, de cheirar, de sentir...
Método da Observação: a) pelo uso da memória, a lembrança dos processos mentais envolvidos em determinado ato mental; b) pelo uso da imaginação de um ato mental, observando os processos mentais que ocorrem. 
Carl Stumpf (1848-1936)
Foi aluno de Brentano, foi para a Universidade de Berlin, e 1894. Cria o Laboratório de Psicologia nessa Universidade, foi considerado o maior rival de Wundt – travavam várias batalhas - e foi professor de dois dos fundadores de da Psicologia da Gestalt. 
Seu profundo interesse pela música e seu livro Psicologia do Som” fizeram dele um importante estudioso e um dos pioneiros no estudo psicológico da música.
Seguindo Brentano, discordava da divisão da Consciência em elementos, pois era artificial e abstrata – não empírica - e propunha que os fenômenos eram os dados Mis importantes para a psicologia, que deveriam ser estudados pelo método da instrospecção fenomenológica, descrição imparcial da experiência imediata conforme ela ocorre. Objeto: experiência imparcial, tal como ocorre.
Oswald Külpe (1862-1915)
Foi aluno de Wundt em Leipzig, escreveu “As margens da Psicologia”, em 1893. Em 1894, foi para Universidade de Wurzburg. Vai discordar de Wundt e adotar o método da Introspecção Experimental Sistemática, baseado na fenomenologia para análise dos processos mentais superiores (experiência consciente mediata).
Trabalhava com tarefas complexas (conexões entre conceitos, montagem de problemas, caixas, etc) procedia a coleta dos relatos individuais (relatos subjetivos) sobre os processos mentais ocorridos, como o pensamento e o julgamento. Objeto: a experiência consciente conforme vivida pelo observador (auto-observador) devia ser analisada na medida em que ocorria e não como lembrança.
Objetivos: Investigar sobre o que acontecia na mente do indivíduo durante a mente do indivíduo. Tinha como metas expandir o objeto da psicologia englobando os processos mentais superiores e aprimorar o método da introspecção.
Estruturalismo – E. B. Titchener(1867-1927)
E.B.Titcheber nasceu na Inglaterra e estudou na Universidade de Oxford, estudou em Leipzig com Wundt, tornando-se realmente próximo e íntimo do mestre. Vai para os USA e se estabelece na Cornell University em 1893. Torna-se um grande nome da Psicologia Americana, conduzindo pesquisas e escrevendo artigos acadêmicos. Traduziu os livros de Wundt para o inglês.
Embora sempre se reivindicasse herdeiro de W.Wundt, tinha diferenças importantes com ele. Cria o sistema do Estruturalismo que alega ser “a única psicologia científica digna do nome”. Adota uma tese ainda mais elementarista-associacionista negando a apreensão ou síntese criativa. Pretendia determinar a estrutura das experiências conscientes elementares.
 Para Titchener, a Consciência é a soma dos processos mentais que ocorrem em um dado momento de tempo. E a mente é a soma das experiências acumuladas ao longo da vida. 
Estruturalismo de Titchener
Enfatiza os processos mentais: “Nunca poderemos observar a mesma consciência duas vezes; a corrente da mente flui continuamente.”
Objeto da Psicologia de Titchener: Experiência Consciente conforme experimentada pelo observador (influência da fenomenologia de Külpe) – ao receber o estímulo, o sujeito-observador deverá não sintetizar sua percepção, mas descrever suas sensações, seus processos mentais elementares, tais como tonalidades, brilho, forma. Os físicos estudam os processos físicos envolvidos, os psicólogos analisam a luz e o som com base na experiência e na observação humanas (Livro dos Schultz, pg. 110-111). Ex. a temperatura é 35º. Mas são os sujeitos que sentem calor e desconforto, que experimentam a sensação de calor – essa experiência consciente que é o objeto da pesquisa psicológica.
Estruturalismo de Titchener
Método da Psicologia Estruturalista de Titchener – auto-observação de observadores bem treinados para descrever os elementos no seu estado consciente. Adota o método de O. Kulpe – Introspecção Experimental Sistemática, relatos detalhados, subjetivos e qualitativos das atividades mentais durante o ato introspectivo. Eis aqui uma diferença importante com Wundt que buscava mensurações objetivas e quantitativas.
“um experimento é uma observação que pode ser repetida, isolada e variada. Quanto maior a quantidade de repetições das observações, maior probabilidade de clareza na percepção e na precisão na descrição.”
Ex. Diante de um acorde com três notas musicais ao piano, o observador tinha que relatar quantos sons separados eles conseguiam distinguir, as características mentais dos sons, e quaisquer outros elementos conscientes que pudessem detectar.
Estruturalismo de Titchener
Objetivos Básicos da Psicologia:
Reduzir os processos conscientes aos seus componentes maissimples;
Determinar aos leis de associação da consciência;
Conectar os elementos às suas condições fisiológicas.
Definiu 3 estados da Consciência 
	Estado da sensação – percepção dos elementos conscientes sensoriais – sons, visões, cheiros, tato
	Estado da Imagem – elementos básicos das idéias, lembranças de uma experiência passada.
	Estados Afetivos – elementos da emoção: amor, ódio e tristeza. Mas sempre numa dimensão única de prazer/desprazer.
Entre 1901 e 1905, Titchener publica seus Manuais, em quatro volumes, com inúmeras instruções para suas experiências.
Estruturalismo de Titchener
Características Básicas da Experiência Consciente:
Qualidade – é o que distingue um elemento dos outros: vermelho, quente, redondo, etc...
Intensidade – força, fraqueza, sonoridade ou brilho
Duração – o curso de uma sensação ao longo do tempo.
Nitidez – função da atenção da experiência consciente – foco maior = maior nitidez.
A Psicologia Experimental para Titchener é uma ciência pura (semelhante à Wundt), não se propõe a curar mentes doentias, nem ajudar à sociedade em seus males, não é útil. O único propósito é descobrir os fatos estruturais da mente.
Estruturalismo
Na década de 20, Titchener muda sua perspectiva estrutural e adota o termo psicologia existencial para sua abordagem. Adota um método mais fenomenológico, examinando a experiência como um todo sem dividi-la em elementos, propondo que pensar em termos de sensações e afetos é algo ultrapassado e que se deve pensar em termos de dimensões.
Contribuições do Estruturalismo: consolida a identidade da psicologia como campo experimental, fortalece o objeto e o método da instrospecção. Importancia de Titchener ter levado a Psicologia para os USA. É referencia de oposição para a evolução da Psicologia. O Movimento Estruturalista morre junto com Titchener. Ele mesmo já propondo novos caminhos.
Estruturalismo - Críticas
Método Introspectivo – a introspecção altera a experiência consciente observada, pois introduz a variável de observação no conteúdo da experiência consciente (I.Kant).
Se a mente fosse capaz de se auto-observar teria que se dividir em duas partes (A.Comte) – “A mente é capaz de observar todos os fenômenos, exceto os próprios (...) Os resultados desse método são igualmente proporcionais ao seu absurdo”.
Outra crítica importante afirmava que não era possível resgatar a totalidade da experiência partindo da posteriormente de qualquer combinação de elementos, pois a experiência não ocorria na forma de sensações elementares, mas sim em uma totalidade unificada, como vai propor a Psicologia da Gestalt. E sendo assim, para que serve essas observações? Os resultados eram artificiais.
Funcionalismo – Evolucionismo de Darwin
Charles Darwin, com sua noção de evolução, mudou o foco da estrutura da consciência para as funções da consciência. O foco do movimento funcionalista era uma questão prática: a consciência não deveria ser estudada em sua composição, em seus conteúdos. A consciência deve ser estudada em seu conjunto de funções e processos que levam à consequências práticas no mundo que a cerca. Visão Pragmática e Utilitarista da Psicologia – O movimento funcionalista na Psicologia se opõe à Psicologia Científica ou Experimental de Wundt e ao Estruturalismo de Titchener. A pergunta funcionalista é: o que a mente faz? Como ela faz? Qual a função prática da mente em sua adaptação ao meio ambiente?
Esse visão utilitarista leve à construção do campo aplicado da psicologia – Psicologia Aplicada aos problemas da vida prática, de como as pessoas se adaptam e interagem com seus ambientes.
Antecedentes da Teoria da Evolução
	Eramus Darwin (1731-1802), avô de Charles Darwin, ainda no século XVIII, fisiologista, já afirmava que animais de sangue quente tinham evoluído a partir de um único filamento “vivo e animado por Deus”. As mudanças da vida na Terra ocorrem de acordo com leis naturais que fazem com que as espécies se adaptem continuamente às mudanças no ambiente. 
	Thomas Malthus, em 1789, observou que enquanto a população crescia em projeção geométrica, a comida crescia em projeção aritmética; desta forma, só os mais fortes, mais espertos e capazes de adaptação sobreviveriam.
Jean-Baptiste Lamarck, em 1809, propõe uma teoria comportamentalista da evolução, onde as mudanças das características físicas se davam diante do esforço de adaptação ao ambiente, e essas mudanças físicas era passadas às gerações seguintes; haveira uma sobrevivência do mais forte.
Simultaneamente, o geólogo britânico, Charles Lyell, propunha uma teoria da evolução geológica em que a Terra teria passado por vários estágios de desenvolvimento. 
Teorias questionavam a explicação bíblica da criação da Terra e dos homens. A enorme diversidade as espécies animais não caberiam na Arca de Noé (Américo Vespúcio, navegador, em 1501).
A Teoria da Evolução de Charles Darwin (1809-1882)
A noção de que vida é constante movimento e mudanças se espalha por todos os campos de conhecimento. O mundo se transformava culturalmente através de novas técnicas e da Revolução Industrial que transforma a economia, a política, o campo e as cidades, e a vida cotidiana do homem do sec XVIII-XIX.
Charles Darwin, depois de tentar medicina e teologia, investiu em seus talentos de colecionador (moedas, conchas, besouros) e partir como “naturalista” da expedição do navio de pesquisas científicas Beagle. Essa viagem científica durou cinco anos e mudou a vida de Darwin. Explorou desde a América do Sul a Nova Zelandia. Darwin observou a diversidade das espécies animas e vegetais, desenhando, compilando dados, classificando semelhanças e diferenças. 
De saúde bastante frágil, depois do casamento, se isola em cidadezinha pequena perto de Londres, onde conseguiu calma e concentração para conceber sua teoria da evolução. 
Sua teoria era o “demônio”, na medida em que trazia dados que se opunham a teoria bíblica da criação do mundo. Sabia que sua teoria seria condenada como heresia e foi então adiando a publicação. 
Evolucionismo
Em 1858, Darwin recebe carta de um jovem pesquisador, Alfred Russel Wallace, compartilhando sua teoria de evolução, igual à de Darwin, embora com muito menos dados, pedia a opinião e ajuda para a publicação. 
Darwin então decide apressar a publicação de sua teoria. Em 1859, publica “A Origem das Espécies”, tendo a primeira edição rapidamente esgotada. E imediatamente inicia-se um intenso debate polêmico, principalmente com a Igreja. Darwin volta a ter fortes crises e se isola. O debate é travado por amigos e discípulos.
Teoria propõe a sobrevivência dos mais aptos, bastante influenciado por Thomas Malthus e Lamarck. Os seres de uma espécie que foram capazes de sobreviver transmitem a seus descendentes essas vantagens, que vão as desenvolvendo cada vez mais, melhorando estas qualidades através das gerações e produzindo assim diferenças. Isso é a adaptação da espécie em seu processo evolutivo.
A descendência humana
Em 1871, publica o livro “O descendente do homem”, onde reúne provas sobre a evolução humana a partir de formas de vida mais simples, como os chimpanzés. No ano seguinte, 1872, publica “A expressão das emoções no homem e nos animais” afirmando que “as expressões que surgem nos rostos humanos eram uma prova viva e diária da ancestralidade animal”.
Com suas anotações de viagem, observa que animais da mesma espécie evoluem de formas diferentes em resposta às suas condições ambientais. Ex. dos pássaros dos tentilhões – 13 espécies estudados pelo casal Peter e Rosemary Grant, a partir de 1973 e durante 30 anos, que foram estuda-los sob a influencia de Darwin. Transformação gradativa das espécies diante de novas condições de alimentação. Em apenas uma geração, a seleção natural produzira uma espécie mais forte e melhor adaptada.
Evolucionismo – Funcionalismo- Psicologia
A partir da teoria da evolução e a enorme influencia desta nos mais variados campos de conhecimento, determina uma forte mudança na psicologia:
O enfoque na psicologia animal, apsicologia comparada – continuidade entre os animais inferiores e o comportamento humano; 
ênfase nas funções da consciência e não em seus conteúdos elementares – a consciência é um instrumento forte no processo de adaptação e evolução; 
diversos métodos de estudo: experimental, observação, comparação, com forte interdisciplinaridade – psicologia animal, psicologia comparada, dados da geologia, da arqueologia, da demografia, observações de animais selvagem e domésticos;
 enfoque nas diferenças individuais dentro da mesma espécie e entre as espécies, em busca do salto evolutivo.
Francis Galton (1822-1911) – O Gênio Hereditário
Primo de Darwin, vai se dedicar ao estudo da herança mental e das diferenças individuais da capacidade humana. Vários campos de pesquisa: as impressões digitais, a moda, a distribuição geográfica da beleza, etc.. Extremamente inteligente e eclético fez grandes contribuições e invenções. Estudou medicina, matemática, mas era antes de tudo um pesquisador, um explorador. E se entusiasma completamente pela teoria da evolução de seu primo.
Livro sobre a herança mental, sobre o “Genio Hereditário”, em 1869, é importante para a Psicologia – pesquisa sobre a genialidade, a inteligência, que considerava fruto de um processo evolutivo dentro de uma família, e não apenas fruto de influencias ambientais (ex. Eramus, Charles e F.Galton) – passa estudara a hereditariedade da genialidade e das habilidades em algumas famílias de cientistas e médicos.
Incentivo de nascimento de indivíduos mais inteligentes e mais aptos na sociedade e desencorajara os menos aptos. Propõe a EUGENIA, ciência para estudar as boas estirpes, os talentos e impulsionando o aperfeiçoamento das boas qualidades da raça humana. Propunha uma seleção artificial, de casamentos e procriação e apenas entre os mais aptos, melhorando as características das gerações seguintes.
	Desenvolveu testes de inteligência para estimular a reprodução seletiva.
O Funcionalismo e a América
O filósofo Herbert Spencer (1820-1903), de intensa atividade intelectual, mas de também intensa instabilidade emocional, chega aos USA em 1882, sendo recebido com enorme entusiasmo, levando uma proposta filosófica que cairá como uma luva no espírito pragmático e individualista americano. O Darwinismo Social propunha que o mundo é evolução contínua e natural mesmo o caráter e as instituições sociais – a perfeição humana era inevitável conforme a sobrevivência dos mais aptos e capazes. Os governos não deveriam intervir com subsídios ou assistência de nenhum tipo, possibilitando que os indivíduos lutassem por sua sobrevivência e o sistema econômico do laissez-faire (deixar as coisas acontecerem) eram vitais.
A população e as organizações deveriam ter liberdade para se desenvolver por conta própria. Aqueles que não se mostrassem aptos deveriam ser extintos. Esse pensamento vai ser adotado por muitos empresários e milionários – competição no livre mercado – ganha o mais forte que é capaz de destruir o outro. Espírito capitalista e individualista.
A Psicologia Funcional = Psicologia Americana
Os estágios iniciais da Psicologia Americana refletiam esse espírito prático e útil, em busca do sucesso e dos resultados mais eficazes. Esse espírito pragmático encontra no evolucionismo seu sentido e sua identidade. A competição e a competência (aptidão) ganham o jogo do enriquecimento econômico e do status social. 
Filosofia Sintética de H.Spencer – o conhecimento e a experiência podem ser aplicados em termos evolutivos – tudo no universo funciona por dois processos “naturais”: a) diferenciação – a inovação em busca de maior capacidade de sobrevivência e b) a integração, onde essa nova capacidade é adotada por todos, homogeneização. A natureza dos homens é adaptável, os processos nervosos e mentais são recursos de adaptação rumo a uma complexidade crescente da experiência e dos comportamentos.
William James cria a Psicologia Funcional baseada nessa filosofia.
O Movimento Funcionalista
 de William James (1842-1910)
Brilhante, eclético, o fundador da Psicologia Americana, considerado a segunda figura mais importante da Psicologia, “o psicólogo mais brilhante que o mundo já conheceu” (J.Watson)
Se interessava pela ciência, por filosofia, por telepatia, por espiritismo e outros. Não funda uma escola de psicologia propriamente dita, não há uma psicologia jamenisiana. James trabalhou com a psicologia durante algum tempo e depois muda seu ramo de interesse. Mas tem um lugar fundamental na história da psicologia americana e mundial e acaba lançando as bases para o estudo dos comportamentos humanos e animais que levará o Behaviorismo.
Estudou química, medicina, artes, zoologia e fez uma expedição à Amazônica para colher espécies de animais em 1865. Logo depois desistiu. Sempre viajou muito desde jovem, com os pais e conheceu quase todo o mundo. Era doente, sofria de depressão e dores. E para se curar fez uma longa viagem para a Europa. Em Berlin, frequenta aulas de Psicofisiologia, estudando com Helmholtz e Wundt. Acaba se formando em Medicina em 1869, mas continuava deprimido, neurótico, atormentado por medos e dores. Nesse período de maior isolamento, estudou muito, filosofia e psicologia, e faz experiências com algumas drogas e seus estados de alteração da Consciência.
“Os princípios da Psicologia”, 1890
Publica o livro, em dois volumes, que teve uma ótima aceitação, embora com críticas de Wundt que disse que era muito bem escrito mas não era psicologia. 
Doutrina central do Funcionalismo Americano – A psicologia não tem como meta a análise da consciência segundo seus elementos, mas o estudo da adaptação dos seres ao seu meio ambiente. A função da consciência é guiar aos fins necessários para a sobrevivência (influencia do evolucionismo). A consciência é essencial para as necessidades dos seres complexos em um ambiente complexo.
Remete à tradição vitalista, as coisas vivas são animadas por um princípio vital, de manutenção da vida, conceitos de organismo, função, evolução, adaptação, desenvolvimento.
 A consciência é pessoal, singular, está em constante evolução, é intencional e seletiva (influencia da fenomenologia) 
Psicologia = Ciências Naturais = Ciência da Vida
Funcionalismo de William James
Ciências da Vida – estudam os processos, operações e atos como forma de interação adaptativa.
Consciência = processos mentais como instrumentos adaptativos.
“O objetivo maior da Psicologia deve ser o estudo das pessoas vivas em sua adaptação ao meio ambiente e a função da consciência é a orientação sobre os melhores meios de sobrevivência. Sem a Consciência o processo de evolução humana não seria possível.” (Princípios de Psicologia).
A questão da função é saber qual a finalidade do comportamento em sua relação com a totalidade a qual pertence. O organismo se desenvolve por autorregulação e, portanto, por modificações constantes, e assim que o organismo evolui. CONSCIÊNCIA É FLUXO.
Teoria das Emoções = A ação física ocorre antes da emoção, principalmente o medo, a dor e a compaixão. Primeiro se foge, como um automatismo, só depois se sente o medo.
Teoria dos Três Eus – Eu material - nosso corpo, família, lar, ou estilo – o que , é mais pessoal; Eu social – relação com as pessoas, reconhecimento das pessoas, vários eus sociais, diferentes lados do eu; Eu espiritual – o eu interior ou subjetivo.
Psicologia Funcional
OBJETO – Consciência como fluxo no processo evolutivo: os processos mentais de adultos e crianças, a anormalidade e as diferenças individuais; percepção, memória, linguagem, afetividade, aprendizagem são esses processos. Os comportamentos têm sempre uma finalidade, encontrar a melhor forma de sobrevivência. Essas operações não podem ser reduzidas, eles são sempre uma interação de processos. A Consciência é uma tática complexa no processo de adaptação às condições do meio.
MÉTODOS – introspecção informal (auto-relato) + experimentos simples (de aprendizagem e associação) + psicologia comparada 
OBJETIVOS – conhecer a funçãoda consciência em seu fluxo. A Psicologia deve aplicar seu conhecimento na vida prática, melhorando a educação, as leis, a criminalística, os negócios, a produção de bens, a aprendizagem. James sempre acentua o caráter de pragmatismo da Psicologia Funcional = qualquer coisa é verdadeira, se funcionar, se for útil.
Funcionalismo da Escola de Chicago
A Universidade de Chicago torna-se um importante centro de estudos e pesquisas de Psicologia. Até hoje tem uma das mais amplas bibliotecas sobre o assunto e um grande campus dedicado às pesquisas da Psicologia Funcional. São seus personagens mais importantes:
J. Dewey (1859-1952) – Cria o Laboratório Experimental da Universidade e defende o movimento chamado de Educação Progressiva, o aprendizado é um fluxo contínuo. Em 1896, publica o artigo “O Arco Reflexo em Psicologia”, onde trabalha com as interações com os estímulos mas sem reducionismos e elementarismos. Para ele, “o comportamento como resposta reflexa, assim como a Consciência, não podem ser reduzidos em seus elementos sensórios-motores básicos, devem ser sempre considerados como uma unidade”. O Objeto da Psicologia deve ser o organismo total funcionando em seu meio-ambiente. A Psicologia Funcional é o estudo do organismo vivo em sua prática da vida.
Escola de Chicago
James Rowland Angell (1869-1949) – Importante representante da Escola de Chicago. Torou a Escola de Psicologia da Univ.de Chicago o maior centro de pesquisa e treinamento da Psicologia Funcional. Escreve o “Manual de Psicologia” propondo que a “Psicologia Funcional deve ser vista como o estudo das operações mentais e como a psicologia das utilidades fundamentais da consciência”. A consciência é sempre pragmática e útil à adaptação ao meio, aperfeiçoando suas capacidades. Para ele não há qualquer distinção concreta entre mente e corpo, há fluxo contínuo de transferências. Foi presidente da APA em 1906.
Harvey Carr (1873-1954) – Aluno de Angell, foi seu sucesso no Depto. De Psicologia da Univ.Chicago. Aluno de Watson, que o iniciou na pesquisa em Psicologia Animal. Importante porque organiza o campo, sistematizando os conceitos e os experimentos. Para ele, o objeto de estudo da Psicologia era a atividade mental: processos como memória, percepção, sentimento, imaginação, pensamento e linguagem. Pesquisas tanto com humanos como com animais. 
Escola de Chicago
Robert Woodworth (1869-1962) – Aluno de Catell, trabalhava bem próximo da Escola de Chicago, mas depois foi para a Universidade de Columbia e lá ficou até os 80 anos. Faz em seu livro “Psicologia Dinâmica” (1918) um duro questionamento tanto do Estruturalismo como do Behaviorismo nascente. Defende que a Psicologia deveria entender o funcionamento da mente, como ela aprende e pensa, na dinâmica causa-efeito do funcionamento da mente. Interesse na motivação dos comportamentos. A Dinâmica da Mente tem dois problemas fundamentais: o como e o porque. Entre o Estimulo e o Comportamento, temos um organismo que processa o como – E-O-R – são as variáveis organísmicas: emoções, preconceitos, ambições, traços da personalidade e as mais importantes, os impulsos. Depois de quarenta anos, ele passa a usar mais o linguajar comportamental, focando na Aprendizagem e Percepção.
Uma Ponte para o Behaviorismo
As pesquisas na Escola de Chicago, seus debates e polêmicas, e seu Laboratório de pesquisas em Psicologia Animal, acabam sugerindo um caminho de observação empírica do comportamento, o que vai se adequando cada vez mais aos rigores cientificistas, deterministas, materialistas. O único dado visível na interação com o meio ambiente é sua ação sobre ele, o comportamento.
Além disso, o pragmatismo - doutrina que valida as ideias medidas por suas consequências práticas - da proposta funcionalista abre várias aplicações de suas pesquisas, ampliando o campo de inserção dos saberes da psicologia nas mais diversas esferas da vida prática. Esse movimento ficou conhecido como Psicologia Aplicada, E cada vez mais o foco das pesquisas passa a ser a Aprendizagem.
A Psicologia Aplicada
Guinada para a inserção pragmática dos conhecimentos da Psicologia. A Psicologia podia e devia ajudar a resolver os males sociais.
G. Stanley Hall (1844-1924) – Deu grandes contribuições em inúmeros campos de conhecimento e dedicou sua vida à divulgação da Psicologia. Recebeu o primeiro título em doutorado em Psicologia, e dizia ter sido o primeiro aluno do primeiro Laboratório de Psicologia. Criou a American Psychological Association – APA em 1892 e foi seu primeiro Presidente. Foi também o primeiro presidente da Clark University, em Massachusetts, e enfatizando mais pesquisa do que ensino. Foi um dos primeiros a se interessar pela Psicanálise e vai trazer Freud, Jung, Ferenczi e E.Jones para um ciclo de palestras na Clark, em 1909. Estas conferencias foram publicadas por Freud em suas obras completas como “As Cinco Conferencias de Psicanálise”. 
Psicologia Aplicada
James Catell (1860-1944) – Estudou com Wundt, e depois se interessou pelas diferenças individuais da tese funcionalista. Promoveu ampla e intensamente a Psicologia Aplicada, organizando a Psychological Corporation, empresa que fornecia serviços de Psicologia a empresas, escolas e público em geral. Dava inúmeras conferências e editava revistas, divulgando vários testes como forma de avaliação e organização de trabalhos.
Lightner Witmer (1867-1956) – Aplicabilidade clínica dos conhecimentos da psicologia no avaliação e tratamento dos distúrbios de comportamento e aprendizagem na área escolar (hiperatividade, deficts de atenção etc.
Walter Dill Scott (1869-1955) – Também estudou um tempo com Wundt. Aplicou os conhecimento da Psicologia na publicidade, na seleção e administração de pessoal; primeira empresa específica para consultoria de pessoal para empresas, avaliação de inteligência e performance. 
Psicologia Aplicada
Hugo Münsterberg (1863-1916) – Aplicou a Psicologia à área forense, uso da hipnose para interrogatórios, prevenção ao crime, uso de testes mentais para testemunhas. E também desenvolveu a psicoterapia, acreditando que a doença mental era fruto de desajustes comportamentais devido a conflitos inconscientes (influencia da psicanálise); também foi consultor de empresas nas áreas de produtividade, eficiência, motivação.
São áreas da Psicologia Aplicada:
Testes de inteligência = QI – quoeficiente de inteligência = razão entre a idade mental e a idade cronológica, inicialmente criado por Alfred de Binet(1857-1911)
Testes de personalidade; Psicologia Criminal, da Publicidade, Escolar
Psicologia Industrial – RH – treinamento e organização do trabalho, principalmente no pós-guerra: o homem certo no lugar certo. Estudos sobre ergonomia.
Desenvolvimento da Psicologia Clínica de transtornos escolares, infantis e da adolescência.
Funcionalismo – Contribuições e Críticas
Contribuições – ampliação da aplicação da Psicologia na vida prática das pessoas; desenvolvimento da Psicologia Animal como forma de pesquisa científica e experimental para questões humanas, principalmente na APRENDIZAGEM; possibilita estudos mais manipulativos e reducionistas que vão abrir caminho para o Behaviorismo.
Críticas – Os Estruturalistas diziam que a Psicologia Funcional era muito vaga e pouco rigorosa cientificamente. Carr dizia que era o método e não o campo de estudo que determina se uma pesquisa é científica ou não. Diziam também que o Funcionalismo era tão amplo que não era uma Escola de Psicologia, eram muito ecléticos. Os funcionalistas respondiam que isso apontava para amplitude de suas idéias e a flexibilidade de seu uso.
Tanto a Psicologia Funcional como o Estruturalismo desaparecem como sistemas psicológicos com o desenvolvimento imponente do Behaviorismo americano que emerge das pesquisas de Psicologia Animal. Mas, o Funcionalismo deixa um enorme legado ao campo; Com o desenvolvimento da Psicologia Aplicada que torna a Psicologia um saber fundamental para a sociedade.
Behaviorismo - Comportamentalismo
John Broadus Watson(1878-1958) lança em 1913, O Manifesto Behaviorista na Psychological Review da Universidade de Chicago, um oposição contundente ao Estruturalismo e também ao Funcionalismo em Psicologia. O artigo era cópia de um discurso proferido na Universidade de Columbia, a convite de James Catell.
“O progresso da Psicologia Científica depende do abandono desses escolas e a adoção dos princípios básicos de uma psicologia totalmente objetiva – a ciência do comportamento (behaviour)”, pois “(...) parece ter chegado a hora em que a Psicologia precisa abandonar toda a referência à Consciência, em que ela já não sinta mais necessidade de iludir-se pensando que está tornando os estados mentais seu objeto de observação.”
Há nesta primeira década do sec XX um entusiasmo modernizante nos USA, em oposição à velhice do velho mundo (Europa), um sentimento de modernização e conquista/domínio econômico e cultural.
O Behaviorismo de Watson
O otimismo de Watson seguia a hegemonia cientificista da época = O moderno e o verdadeiro eram positivistas, o progresso era científico. Tudo que não fosse explicado cientificamente significava uma atraso que deveria ser combatido e ultrapassado.
Para ele, o único dado positivo era o Comportamento, visível, objetivo, plenamente capaz de ser medido, controlado e manipulado. Como ficou demonstrado pelas pesquisas da Psicologia Animal. 
Watson era o porta-voz e agitador deste movimento rumo à modernização, da ciência positiva, ao enriquecimento, poder e garantia de verdade e progresso.
Pequena Biografia de Watson
1900 – graduação na Universidade de Chicago, aluno do J.Dewey, Angell, pesquisas em Psicologia Animal, estudo neurologia, biologia, fisiologia.
1903 – doutorado, pesquisas em Aprendizagem Animal (ratinhos brancos) e casa-se com uma aluna, Mary Ickes.
1908 – sai da Univ.Chicago e vai para John Hopkins University, em Baltimore.
1913 – Manifesto Behaviorista
1914 – Livro Behaviour-An Introduction to Comparative Psychology”
1915 – Eleito Presidente da APA e vai para a Guerra na Europa.
1919 – Lança novo livro “A Psicologia do Ponto de Vista Behaviorista” em que defende que os métodos experimentais da Psicologia Animal são válidos para a Psicologia Humana Comportamental.
1920 – No auge de sua carreira, descobre-se seu caso extraconjugal com uma outra aluna, 20 anos mais nova, com quem se casa depois, mas que o obriga a abandonar a vida acadêmica.
Behaviorismo de Watson
1921 – Muda-se para Nova York e passa a viver para a publicidade, com pesquisas sobre opinião pública, e em três anos torna-se VP da empresa. Acreditava que para controlar o consumidor bastava “apresentar-lhe um estímulo emocional que se relacione com o medo, que provoque uma certa ira, que incentive uma reação apaixonada, que capte uma necessidade psicológica ou de hábito”.
1928 – Escreve um livro sobre puericultura – cuidados com as crianças, em que propõe um sistema regulador de educação, onde incentiva os pais a demonstrarem pouca afeição pelos filhos para os tornarem fortes e independentes. Influenciou fortemente na educação de toda uma geração que passam a acreditar que “qualquer expressão maior de ternura traria efeitos danosos”. Até sua esposa escreveu discordando dele e seus dois filhos sofreram de depressão na adolescência e na vida adulta, e dois deles se suicidam.
1935 – Morre sua esposa, aos 37 anos, o que o abala fortemente, o isolando socialmente e dos próprios filhos que manda para um colégio interno 
1958 – Morte de Watson, que passou a viver recluso.
Behaviorismo de Watson
Grandes influências: o espírito cientificista, a Psicologia Animal, e o Funcionalismo que o precedeu.
A passagem da Psicologia Animal inspirada no Funcionalismo e a Psicologia de Aprendizagem Animal que constrói o Behaviorismo encontra em Eduard Lee Thorndike (1874-1949) um importante articulador: ele tinha estudado com W.James e com Cattell na Universidade de Columbia, defendia uma teoria objetiva e mecanicista da aprendizagem, enfatizando o comportamento, ou seja, as conexões entre Estímulo-Resposta; criador de muitos testes e experimentos em Caixa-Problema e articula a recompensa à aprendizagem, criando o Conexionismo Experimental: abordagem experimental de conexões E-R – conexões de força variável entre o comportamento que deve ser decomposto em seus elementos mais simples que passam a ser vistos como unidades de conexão E-R que vão se associando e tornando-se mais e mais complexos. São unidades de Comportamento. Trabalhava com ratos e outros animais.
Conexionismo de Thorndike
Caixa-problema = Labirinto de Aprendizagem = Aprendizagem por tentativa e erro (aprendizagem baseada na repetição das tendências de resposta que levam ao êxito), procurava estabelecer o controle quantitativo do número de tentativas para a consolidação de um comportamento aprendido: “aprendizagem é conexão e a mente é o sistema de conexões (aprendizagens e hábitos) do homem”.
Lei do Efeito: Atos que produzem satisfação em determina situação tornam-se associadas a ela e, desta formal a probabilidade de repetição é maior.
Lei do Exercício ou Uso-Desuso ou Lei de Frequência de Ocorrência = qualquer resposta feita numa determinada situação se associa a ela. Quanto maior a frequência (o uso, a repetição) mais firme será a associação. A associação deve estar ligada à uma recompensa para se consolidar. A simples repetição da resposta tende a fortalecer o aprendizado da resposta. 
Esses estudos de Thorndike ficam conhecidos como Aprendizagem Instrumental e consolidou a Aprendizagem como grande foco da Psicologia Americana. I.Pavlov reconhece que as pesquisas de Thorndike antecederam em alguns poucos anos as suas e Watson as considerava um marco da Psicologia Experimental.
Reflexo Condicionado – I.Pavlov (1849-1936)
Fisiologista, Universidade St. Petersburgo, Russia, é de início um crítico da Revolução Russa, mas depois aceitou o governo soviético e foi favorecido em suas pesquisas; ganhou o Prêmio Nobel de Medicina, em 1904 com seu trabalho sobre glândulas digestivas. Mas, seus estudos sobre os centros nervosos superiores (cérebro) que lhe deram fama na história.
Trabalhava com cães em suas pesquisas glândulas digestivas acabou por observara um fluxo salivar antecipatório ao recebimento da alimentação. Havia um associação entre a refeição e o alimentador ou outro estímulo secundário associado a ela. Assim, haviam os reflexos inatos, primários e principais e outros, reflexos condicionados, diante de estímulos associados ao estímulo principal. 
REFLEXOS CONDICIONADOS = reflexo dependente da formação de uma associação entre o estímulo principal (refeição) e um estímulo secundário (treinador, campainha, luz)
Condicionamento Clássico ou Respondente
Experiências com associação de estímulos: Reflexos Inatos (salivação diante do alimento) x Reflexos Condicionados (mediante apenas aos estímulos secundários, associados ao estímulo principal) 
Pesquisas sobre o reforço/recompensa, extinção de respostas (dissociação entre os estímulos), condicionamentos outros.
Pavlov procura demonstrar que os processos mentais superiores podem ser estudados em termos fisiológicos sem nenhuma referência à Consciência ou Mente. O comportamento, os condicionamentos, a aprendizagem e os hábitos, passam a ser as questões fundamentais da Psicologia. Pavlov recusa-se a ser chamado de Psicólogo pois recusa qualquer referencia à uma visão mentalista. Só no final da vida, convencido por Watson com sua defesa do comportamento como único objeto da Psicologia, Pavlov vai aceitar-se como psicólogo.
Condicionamento Clássico, Pavloviano, Reflexo ou Reflexologia = associação de estímulos por reforço ou recompensa (semelhança daquilo já tinha sido antecipado por Thorndike)
Behaviorismo
Em busca da objetividade científica = “A Psicologia, como o behaviorista a interpreta, é um ramo puramente objetivo e experimental da ciência do comportamento” (...) 
“ A Psicologia que tentaria construir consideraria seu ponto de partida, em primeiro lugar, o fato observável deque os organismos, tanto humanos quanto animais, se ajustam a seus meios ambientes através do equipamento hereditário e dos hábitos (influência funcionalista). Tais ajustamentos podem ser muito adequados ou tão inadequados que o organismo só a muito custo mantém a existência; em segundo lugar, alguns estímulos levam os organismos a apresentar respostas, Um sistema de Psicologia amplamente desenvolvido, dada a resposta é possível predizer o estímulo; dado o estímulo, é possível predizer a resposta”.
Sobre os instintos, num primeiro momentos os aceita, mas a partir de 1925 os rejeita, propondo que os comportamentos aparentemente instintivos são, na verdade, respostas condicionadas socialmente. Era um ambientalista radical.
Behaviorismo: Objeto, Método e Objetivos
OBJETO – O comportamento do organismo como um todo = O estudo das variáveis do comportamento – Estímulo-Resposta.
Watson traz um retorno ao elementarismo, mecanicismo, reducionismo, determinismo. Os itens do comportamento, movimentos musculares e secreções eram respostas do organismo aos estímulos de seu meio ambiente. Vai trabalhar com a formação de hábitos e associação de hábitos.
Emoções – são respostas corporais a estímulos específicos, o estímulo produz mudanças corporais e internas e respostas aprendidas nas experiências. Três emoções básicas: medo, raiva e amor e todas as respostas emocionais são construídas a partir dessas três.
MÉTODOS – observações, com ou sem uso de instrumentos + método de testes + método de relato verbal + método reflexo condicionado.
OBJETIVOS – predição e controle do comportamento – estudo das variáveis do comportamento serviriam para prevenir e controlar seus efeitos.
Behaviorismo – Contribuições
Contribuições: o behaviorismo se torna muito popular por oferecer certezas e modelos na educação, a esperança de um mundo melhor: “Deixe sob minha responsabilidade uns dez bebes (...) e garanto escolher algum aleatoriamente para tornar-se especialista em qualquer área, seja um médico, advogado, um empresário e até mesmo um bandido ou mendigo, independentemente do talento, da tendência, da habilidade, da vocação e da raça de seus ancentrais.” – visão ambientalista, do treinamento, empirista (o homem é uma tábula-rasa, mas nega a dimensão de herança genética do evolucionismo.
Caso Alberto – bebê condicionado a ter medo de rato.
Marca a posição do rigor científico, a metodologia e a terminologia da psicologia de forma objetiva.
 
Behaviorismo - Críticas
Críticas : o Behaviorismo nega a intencionalidade dos atos humanos e acaba também por negar a possibilidade de escolha e o livre-arbítrio – Se tudo é hábito, se o ser é refém de suas aprendizagens consolidadas, ele não escolhe, apenas repete e assim não se responsabiliza. William McDougall (1871-1938), por exemplo, acredita que a ação humana resulta de tendências inatas para pensar e agir, e que isso tornava indispensável os dados da consciência.
Os Neobehavioristas
Grande influencia do operacionismo – tornar a linguagem cada vez mais operacional, lógica, objetiva e precisa. Os critérios de validade científica dependem das operações empregadas nos experimentos, o que garante a certeza e a verdade. Exclusão da Consciência de qualquer possibilidade de validação científica e a o procedimento da introspecção como procedimento científico, mensurável, objetivo. Foco na Aprendizagem e na motivação.
	Edward Chace Tolmam (1886-1959) – Behaviorismo Intencional – Em 1932, publica “O Comportamento Intencional em Animais e Homens” em que defende que o propósito do comportamento depende do conhecimento. O comportamento tem sempre um objetivo (influencia da fenomenologia, Brentano-Husserl) - 
Os comportamentos = respostas molares, orgânicas totais. Comportamento tem meta e aprende os meios para alcança-la. Há aprendizagem constante, as mudanças de comportamento se dão em função da aprendizagem. 
E.C.Tolmam – Behaviorismo Intencional
Para ele, as experiências demonstravam que os ratinhos brancos tinham um propósito e funcionavam a partir de um mapa cognitivo, referencias de seu contexto para funcionar com eficiência. 
Haviam causas iniciadoras do comportamento (os primeiros estímulos) que seriam: os estímulos ambientais, o impulso fisiológico, a hereditariedade, o treinamento prévio e a idade – são variáveis independentes, iniciadoras do comportamento.
Entre essas variáveis iniciadoras, independentes e observáveis e o comportamento objetivo, dependente e observável, existem um conjunto de fatores não—observáveis, internos ao organismo, as variáveis intervenientes - que são as verdadeiras determinantes do comportamento final. São ligações entre os estímulos iniciais e o comportamento final. E-O-R. 
Tolman – variáveis intervenientes
A variável interveniente refere-se a tudo que ocorre dentro do Organismo – O – e que, no meio de processo, provoca a resposta, ou comportamento.
Mas, essa variável interveniente não pode ser observada, e só pode ter validade na Psicologia experimental quando relacionada diretamente com as variáveis independentes e com o comportamento dependente. (o que vai ser muito criticado pelos watsionianos)
Exemplo da forme – ela está presente apesar de poder ser objetivada por si mas sempre em relação às outras variáveis observáveis, como por ex. numero de horas sem comer ou a quantidade consumida.
Foco no problema da aprendizagem, mas rejeita a Lei do Efeito de Thorndike, afirmando que a recompensa/reforço pouco influenciavam na aprendizagem. Mas, proponha que a repetição, a frequência reforça e consolida a aprendizagem das dicas ambientais e as expectativas do organismo. Tolman exerce muita influencia e suas variáveis intervenientes foram empregadas por outros behavioristas importantes.
Aprendizagem é observada pelo desempenho – a eficácia do comportamento que pode então ser medido, manipulado, maximizando o desempenho.
Neobehaviorismo de C.L. Hull (1884-1952)
Domina, com seu grupo, a Psicologia behaviorista americana nas décadas de 40-60. Traz o rigor matemático para a Psicologia, propondo um Behaviorismo Matemático, Formal e Complexo. 
“Psicologia é uma ciência natural de verdade, suas leis são primárias e expressáveis quantitativamente por meio de um número moderado de equações comuns (...) e o comportamento de grupos como um todo, o comportamento estritamente social pode de forma similar ser derivado de leis quantitativas vindas das mesmas equações primárias”. 
As variáveis intervenientes deveriam também ser quantificadas e medidas com precisão. O comportamento era automático e cíclico, passível de reduçao à terminologia físico-matemática.
O Behaviorismo Matemático de Hull
O comportamento envolve interação contínua organismo-meio ambiente; a necessidade corporal é a base das motivações. O impulso, variável interveniente que provém de um estado de necessidade, é o ativador dos comportamentos. O impulso não determina a resposta, mas a motiva e intensifica. 
Na Aprendizagem, o interesse está na MOTIVAÇÃO. Aprendizagem como instrumento que permitia o organismo ampliar as possibilidades de seus esforços de redução de necessidades.
A Aprendizagem não pode ocorrer na ausência de reforço (recompensa) que é necessário para provocar a redução do impulso (da necessidade) o que garante a motivação do comportamento.
Burrhus Frederik Skinner (1904-1990)
O Condicionamento Operante
O mais importante behaviorista contemporâneo. Behaviorismo radical, empírico e descritivo. Preocupa-se mais com a experimentação do que com a teorização. É introdutor das técnicas de modificação dos comportamentos. Para ele, a vida é um efeito de reforços (recompensas) passados.
Descarta completamente as variáveis não-observáveis, como as variáveis intervenientes de Tolmam. O ser é um organismo vazio, tudo que é, é fruto de forças do mundo exterior – sujeito passivo diante dos estímulos exteriores. Chama a sua Psicologia de Análise Experimental do Comportamento.
Condicionamento Operante de Skinner
OBJETO da PSICOLOGIA – o comportamentoobservável, positivo, em sua unidade E-Resposta.
Condicionamento Clássico ou Respondente de Pavlov, um Estimulo é pareado ao estímulo principal e produz uma resposta que foi reforçada e repetida – é um comportamento respondente.
Skinner propõe um Condicionamento Operante – que é a resposta aparentemente espontânea e sem que o estímulo seja um estímulo provocador identificado. Esse estímulo está no meio-ambiente e o comportamento age – opera - também no meio-ambiente. E o reforço só advém se o comportamento consegue a resposta adequada, a resposta que soluciona a questão colocada. Reforço como Recompensa à solução correta. Por isso, Skinner considera esse tipo de condicionamento muito mais representativo das aprendizagem da vida real e cotidiana.
Aprendizagem = Condicionamento Operante
Método do Condicionamento Operante - Skinner fez então muitas pesquisas e descobertas sobre modelagem de comportamentos – imitar comportamentos que são recompensados. Experimentos com aquisição e extinção de respostas, discriminação, reforço positivo e negativo. Skinner não achava necessário fazer várias experiências com vários indivíduos, nem realizar várias e várias comparações. Seu método era descritivo e de “investigação compreensiva de um único indivíduo.”
A Ciência do Comportamento deve então ser o estudo do condicionamento e extinção de comportamentos operantes.
Skinner não estava preocupado em definir necessidades ou impulsos. O estado “motivacional” era descrito apenas em termos de horas de privação (reforço ou punição)
Caixa de Skinner – Caixa com labirintos e alavanca, por trás da qual tem alimento. O ratinho explora a caixa e, sem qualquer outro estímulo, acaba por descobrir a alavanca – terá que fazer uma operação para conseguir a recompensa da comida. Após algumas tentativas e repetições, o comportamento correto fica condicionado.
 
Objetivos e Resultados
OBJETIVOS – Psicologia consiste em estabelecer relações funcionais entre as condições controladas de estímulos e o comportamento adequado. Previsão e Controle dos Comportamentos, inclusive sociais.
Lei de Aquisição: força de um operante (operação, ação a ser feita – apertar a alavanca) aumenta quando a operação é seguida de um reforço (pegar o alimento).
Programa de reforço com intervalo fixo: reforço é dado a cada minuto ou a cada três minutos ou etc.
Programa de reforço de razão fixa : reforço é dado após um número determinado de respostas corretas. Os ratinhos respondiam melhor a esse programa porque está ligado a uma operação, um ato.
Skinner reconhece que no mundo real os reforços são mais interminentes, descontínuos. Quanto mais curto o intervalo entre as recompensas (reforços) mais rapidamente se dá a aprendizagem.
Descobertas e Resultados
Quanto mais curtos os intervalos mais rápido o aprendizado
Quanto mais espaçados os intervalos mais lento o aprendizado.
Extinção: aquilo que foi aprendido e reforçado vai sendo espaçado gradativamente sendo não mais reforçado.
A extinção é mais rápida quando o comportamento foi aprendido por intervalos curtos e contínuos. E mais lenta quando foi aprendido em intervalos intermitentes (mais difícil a manipulação)
Máquina Aircrib – aeroberço, um tipo de berço-babá) onde a criança fica sempre livre e solta, limpa e segura, e sozinha. Aprende a operar para conseguir as recompensas.
Skinner objetiva o controle dos comportamentos, no livro Walden Two, uma comunidade de mil pessoas controladas apenas por reforço positivo; esse livro foi muito popular nos anos 60-70. Em 1971, publica o livro “Para Além da Liberdade e da Dignidade”, em que afirma que a liberdade é uma grande ilusão, pois todos são controlados por forças alheias às suas escolhas. “Não se deve deixar que questão da liberdade individual interferir com a análise científica do comportamento.”
Behaviorismo Social
Albert Bandura (1925-) – Canadense, fez psicologia na University of British Columbia, em Vancouver, e depois foi para a Stanford University,.
Teoria Social Cognitiva – behaviorismo menos radical, e seguiu as pesquisas sobre os fatores cognitivos do comportamento. Tinha como meta observar os comportamentos durante a interação com o meio, e não enfatizava a importância da recompensa na aquisição ou extinção do comportamento. Seu foco eram nas crenças, expectativas e instrução. Respostas comportamentais não são automáticas. Comportamentos são reações autoativadas, pela própria pessoa. Há aprendizagem sem reforço.
Reforço Vicário – aprendizado pode ocorrer por observação dos outros e dos seus efeitos e consequências. 
Modelagem - Autoeficácia
A capacidade de aprender por meio de exemplos e do reforço vicário parte do princípio que somos capazes de antecipar consequências. 
“A teoria social cognitiva adota a perspectiva da AGENCIA para o autodesenvolvimento, a adaptação e a mudança. E ser AGENTE significa influenciar o próprio pensamento e as circunstancias da vida de modo intencional. Segundo esta visão, as pessoas são auto-organizadas, proativas, autorreguladas e autorreflexivas (...)”
O homem não é totalmente passivo diante do meio, como um ser passivo e dominado; é um ser que influencia em todos os processos.
Estudou muito sobre a agressividade – crianças expostas à agressividade e à violência – tenderão a imitar essa tendência. [
Autoeficácia – a percepção que o indivíduo tem de si, de sua autoestima e competência em lidar com os problemas da vida – “o poder de acreditar que se consegue fazer coisas, superar desafios.”
Modificação de Comportamentos Inadequados – tratar o comportamento, o sintoma. Técnicas de modelação, imitação dos outros. Não há consciência interna ou inconsciente – técnicas de observar e imitar.
Aprendizagem Social – Julian Rotter (1916-2014)
Forma-se pela Indiana University, em 1941 e vai trabalha em Hospital de Saúde Mental, foi à Guerra, e depois leciona na Ohio University e depois para University of Connecticut. 
Aprendizagem Social – behaviorismo menos radical que leva em consideração as experiências subjetivas. Aprendizagem se dá por experiências sociais. Os indivíduos são conscientes e podem mudar suas vidas. Há quatro princípios que regem a Aprendizagem Social: a) Expectativas subjetivas em relação às consequências com base no reforço que recebe, pessoas evitam consequências negativas;b) Cálculo da probabilidade do reforço a receber para fazer ajustes; c) Diferentes recompensas = diferentes valores = diferentes situações; d) Individualidade e Personalidade Diferentes = valores diferentes da recompensa
Os valores e as expectativas subjetivas, que são estados cognitivos internos, determinam os efeitos das diferentes experiências externas sobre o indivíduo.
Locus de controle interno (reforço interno) x locus de controle externo (reforço externo, destino, Deus, sorte, reação dos outros)
Psicologia da Gestalt 
Desenvolvida na Alemanha por Max Wertheimer (1880-1943), Kurt Koffka (1886-19410 e Wolfgang Köhler (1887-19670) – todos judeus que vão para os USA nas décadas 20-30. Os Gestaltistas se opunham ao elementarismo do behaviorismo, propondo um ponto-de-vista holístico – não reducionista, propondo a importância da totalidade do campo perceptual. Propunham também um ponto-de-vista fenomenológico, estudando a experiência enquanto ela ocorre, em unidades significativas que unem observador e observado. 
Wertheimer – é o fundador da primeira revista oficial da Gestalt, a Psychological Research (com Koffka e Köhler). Pesquisa na Universidade de Berlim com Carl Stumpf e depois vai para a Universidade de Frankfurt– formula uma psicologia das totalidades, nas quais os processos parciais são determinados pela natureza do todo. O todo não é a mera soma das partes, ele transforma as partes e é transformado por elas. 
Psicologia da Gestalt
Kurt Koffka – estudou psicologia com o Carl Stumpf e torna-se amigo dos outros ao ir para University of Frankfurt. Trabalha em clínicas psiquiátricas. No fim da Primeira Guerra escreve um artigo em uma Revista Americana, explicando os princípios

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