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TEMA 3 CURVAS POSSIBILIDADE PROD

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Aplicações da Curva de 
Possibilidades de Produção
Antonio Fernando Zanatta e José Tadeu de Almeida
Introdução
Diariamente estamos em contato com informações a respeito da situação econômica do 
país. Em geral, um dos principais debates diz respeito à capacidade de gerar empregos e renda 
para a população. Nesta aula, a partir do referencial de estudo da microeconomia, vamos estudar 
as escolhas dos agentes econômicos (em especial, as empresas) no processo de produção, e as 
situações de uso de mão de obra nas firmas, responsáveis pelos níveis de produção. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender as regiões da Curva de Possibilidades de Produção;
 • analisar as trajetórias econômicas entre pleno emprego e capacidade ociosa;
 • compreender a relação entre investimento e crescimento de capacidade produtiva.
1 Pleno emprego
Considerando que a escassez dos recursos produtivos é um fator limitador à geração de bens 
e serviços que atendem as necessidades humanas, você saberia dizer quais ferramentas podemos 
utilizar para compreender esta situação, no âmbito das firmas e indivíduos, na microeconomia e no 
estudo das relações de produção? Uma das maneiras de entendermos este limite é por meio da aná-
lise da Curva de Possibilidade de Produção (CPP), também chamada de Curva de Transformação. 
De acordo com a Teoria Microeconômica, a geração de novos bens e serviços ocorre por 
meio da transformação de recursos em atividade produtiva. Entre estes recursos, chamados de 
fatores de produção ou insumos, podemos citar matérias-primas e recursos naturais, mão-de-o-
bra e trabalho, maquinários especializados, tecnologia, entre outros. É importante destacar que a 
possibilidade de produção, analisada pela CPP, leva em consideração a existência destes recursos.
De acordo com Garcia e Vasconcellos (2014, p. 4, grifo nosso), “a curva de possibilidade de 
produção é um conceito teórico com o qual se ilustra como a questão da escassez impõe um limite à 
capacidade produtiva de uma sociedade, que terá que fazer escolhas entre alternativas de produção”. 
Neste sentido, observe a figura a seguir correspondente a uma Curva de Possibilidades de Produção.
Figura 1 – Curva de Possibilidade de Produção (CPP) de automóveis e tratores
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tratores
B
Automóveis
A
 
Fonte: elaborada pelo autor, 2016.
EXEMPLO
A partir da CPP da Figura 1 perceba que no ponto A uma firma produz vinte automóveis 
e nenhum trator. Mas, quando a procura por tratores aumenta, a nova relação repre-
sentada pelo ponto B passa a ser de vinte unidades de tratores e nenhum automóvel.
Podemos afirmar que o agente econômico opera na Curva de Possibilidades de Produção, 
utilizando todos os recursos produtivos que tem à disposição, para produzir quantidades deter-
minadas dos dois produtos ao longo da curva. Isso significa que há pleno emprego dos fatores 
produtivos, sendo possível aumentar a produção de um produto somente se houver redução da 
produção de outro produto. 
Vale ainda destacar que o fato deste agente estar produzindo a pleno emprego de seus fato-
res indica que a empresa está usando os fatores de produção no limite máximo, garantindo o 
maior volume possível de bens finais produzidos. Por isso, grave bem: todos os pontos que estão 
sobre a Curva de Possibilidades de Produção garantem o pleno emprego dos fatores de produção. 
Mas, como é possível ampliar a capacidade produtiva de um agente e que efeito isso traz à CPP? 
A Curva de Possibilidades de Produção define o limite superior no qual um agente econômico 
pode se posicionar considerando o esforço produtivo. Entretanto, esse processo é dinâmico e, 
ao longo do tempo, podemos verificar que as capacidades produtivas dos agentes tendem a ser 
ampliadas. Tal processo é chamado de investimento, e sua finalidade é ampliar a produção e a 
oferta de bens e serviços nos mercados.
EXEMPLO
O investimento em novas máquinas de destilação de aguardente pretende elevar 
a produção deste bem. Caso seja registrado um aumento da demanda, e os indiví-
duos estejam demandando mais aguardente, uma firma poderá investir em novos 
bens destinados à produção e assim garantir o aumento do produto.
Os efeitos dos investimentos na CPP provocam o deslocamento para a direita, indicando que 
mais produtos estarão nos mercados em decorrência da maior utilização dos novos fatores de 
produção disponíveis. Observe na figura a seguir o efeito deste investimento.
Figura 2 – Efeito do investimento na CPP
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tratores
IB
Automóveis
G
A
22
24
22 24
Fonte: elaborada do autor, 2016.
Note que, inicialmente, a economia estava com seu limite superior na CPP que passava pelos 
pontos A e B. Mas, com os sucessivos investimentos, mais fatores de produção puderam ser alo-
cados, o que provocou o deslocamento da CPP para um novo nível, que passa pelos pontos G e I. 
Nesta nova curva mais automóveis e tratores são disponibilizados aos mercados. Além disso, o 
ponto A, por exemplo, que antes era um ponto de pleno emprego dos fatores de produção, agora 
torna-se um ponto de capacidade ociosa, como observaremos no próximo tópico. Por sua vez, os 
pontos G e I tornam-se de pleno emprego. 
SAIBA MAIS!
A decisão de investir é sempre tomada pelos detentores do capital, que disponibilizam 
mais infraestrutura, máquinas e equipamentos no sistema econômico. Para que o 
investimento produtivo ocorra é necessário um conjunto de condições favoráveis, 
que possam indicar a viabilidade do retorno desse investimento, como: estabilidade 
dos preços no mercado, baixo nível de ociosidade na capacidade produtiva e 
demanda crescente nos diversos mercados de bens e serviços.
Cabe afirmar, ainda, que como a ampliação da produção ocorre por meio do aumento do 
investimento, seja na forma de maquinários ou na ampliação de área de construções, por exemplo, 
está sujeito a uma certa depreciação. Note que, aos poucos, este investimento perde a capacidade 
de produzir como em períodos anteriores. A ampliação da CPP à direita, portanto, pode fazê-la 
deslocar-se à esquerda novamente, se a depreciação dos bens de capital for superior aos investi-
mentos realizados pelas empresas.
FIQUE ATENTO!
A Curva de Possibilidades de Produção pode ser aplicada em qualquer tipo de bem 
e não, necessariamente, àqueles que possuem um certo grau de uso comum dos 
fatores de produção, como mão de obra especializada em automóveis e tratores, 
por exemplo. A curva pode conter a fabricação de soja e computadores, cujos requi-
sitos de materiais são diferentes, desde que haja uso dos fatores de produção para 
a elaboração de tais bens.
Por fim, é importante perceber que o crescimento é o objetivo de qualquer agente, e para que 
ele ocorra é necessário investimento produtivo, que permita ampliar a capacidade produtiva deslo-
cando, portanto, a Curva de Possibilidades de Produção para longe da sua origem.
2 Capacidade ociosa
Observando um agente econômico que produz somente dois produtos (automóveis e trato-
res), pudemos notar a Curva de Possibilidades de Produção na figura “Curva de Possibilidade de 
Produção (CPP) de automóveis e tratores”. Posteriormente, na figura “Efeito do investimento na 
CPP” conferimos algumas aplicações alternativas de produção.
Figura 3 – Situações de uso de fatores considerando a CPP
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tratores
B
Automóveis
A
C
H
G
F
Fonte: elaborada pelo autor, 2016.
Perceba que no ponto G, situado abaixo e à esquerda da CPP, a produção observada está inferior ao 
limite de produção deste agente (desta empresa, por exemplo). Nesta situação,os fatores de produção 
não estão sendo utilizados plenamente; a produção deste agente não está em sua capacidade máxima. 
Deste modo, podemos afirmar que há uma capacidade ociosa deste agente, ou seja, existe 
uma capacidade de produzir e colocar produtos no mercado que não é atendida. Portanto, é possí-
vel ampliar a produção de um dos produtos sem reduzir o outro, além de aumentar a produção de 
ambos até o limite definido pela curva de possibilidade de produção. 
FIQUE ATENTO!
A capacidade ociosa de uma firma pode ocorrer de forma cíclica, em função do 
perfil dos produtos que ela fabrica e das condições do mercado que ela opera. Por 
exemplo, pequenas indústrias de sorvete podem operar em pleno emprego durante 
o verão no Brasil e ter capacidade ociosa no inverno, descartando-se a possibilida-
de destas empresas exportarem seu produto, por exemplo.
O grau de capacidade ociosa, como resposta a variações no uso dos fatores de produção e 
das condições de mercado, varia em função do tipo de produto que os agentes operam e produ-
zem. Observe este exemplo: hotéis e pousadas de praia em período de baixa temporada podem 
chegar próximo do nível zero do uso de seus fatores de produção, principalmente mão de obra. Por 
outro lado, a demanda por cerveja pode registar uma redução no inverno, mas em níveis inferiores, 
ao menos potencialmente para a demanda por pousadas de praia no inverno. 
FIQUE ATENTO!
É importante afirmar que, geralmente, as empresas trabalham com alguma mar-
gem de capacidade ociosa para poderem fazer frente a aumentos repentinos de 
demanda sem a necessidade de novos investimentos, como uma margem de se-
gurança para possíveis aumentos da produção.
3 Pleno desemprego
A partir da análise da figura “Situações de uso de fatores considerando a CPP”, que trata das 
possibilidades de produção, podemos observar o ponto H, localizado no ponto de origem (0,0), ele 
corresponde ao pleno desemprego dos fatores de produção. Desta forma, um agente, neste ponto, 
está com capacidade ociosa total.
Figura 4 – Desemprego do fator trabalho
Fonte: Everett Collection / shutterstock.com
SAIBA MAIS!
O desemprego não está relacionado apenas com a falta de oportunidade de 
trabalho para as pessoas, ele afeta também o capital ocioso, que não gera renda 
aos proprietários. Para saber mais leia o artigo sobre a ociosidade da indústria 
brasileira em 2016, disponível no link: <https://goo.gl/Hg6gEV>.
4 Impossibilidade Técnica
Ainda na análise da figura “Situações de uso de fatores considerando a CPP” podemos notar 
o ponto F. Este ponto, considerado apenas um ponto teórico, é chamado de ponto de Impossibili-
dade Técnica. A partir das atuais disponibilidades dos fatores de produção, a fabricação de bens 
correspondente ao ponto F não será de modo algum alcançada, configurando-se uma impossibili-
dade técnica de produção nesse nível. 
Preste atenção: sempre que um ponto que se referir a quantidades de bens produzidos esti-
ver acima e à direita da CPP temos um ponto de impossibilidade técnica. Vale dizer ainda que, se a 
empresa conseguir investir e fazer crescer sua oferta de bens, este ponto de impossibilidade téc-
nica pode ser revertido e tornar-se um ponto de pleno emprego, ou mais, um ponto de capacidade 
ociosa, se ele estiver abaixo e à esquerda da nova CPP.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • compreender o conceito de Curva de Possibilidades de Produção;
 • entender como ocorrem os processos de pleno emprego e de capacidade ociosa dos 
fatores produtivos;
 • analisar o papel que o investimento cumpre no processo de ampliação da capacidade 
produtiva, possibilitando o crescimento dos agentes econômicos.
Referências
ESTADÃO CONTEÚDO. Fábricas brasileiras operam com o menor nível de ocupação em 16 anos. 
2016. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/estadao/noticia/2016/11/pegn-fabricas-
brasileiras-operam-com-o-menor-nivel-de-ocupacao-em-16-anos.html>. Acesso em: 26 nov. 2016.
GARCIA, Manuel Enriquez; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Fundamentos de economia. 
São Paulo: Saraiva, 2014.

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