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Trabalho de Direito Tributário
Responsabilidade Tributária por Infração
Professor: Marcos Lemos
Período: 4º
Alunos: Felipe dos Prazeres Soares
	 Juliano dos Santos Gomes Dutra
	 Rennan de Oliveira Monteiro
Intro sobre Responsabilidade Tributária por Infrações:
A responsabilidade tributária por infrações é, em regra, objetiva, tendo em vista que o Código Tributário Nacional dispõe, em seu artigo 136, que: “salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”.
Tal responsabilidade alcança apenas as infrações de natureza administrativa, culminando na aplicação de sanções fiscais (multas) pelo descumprimento de obrigações tributárias. Convém ressaltar que, em casos excepcionais, é possível o cancelamento da multa, nas ocasiões em que reste configurada a boa-fé do contribuinte.
Porém, dissertaremos aqui, sobre a responsabilidade tributária decorrida da denúncia espontânea, fruto este, do próprio contribuinte quando consciente das infrações a serem impostas pelo inadimplemento desta.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA - Responsabilidade encontra-se prevista no artigo 138 do CTN:
“A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.”
Parágrafo único. “Não é considerada espontânea, a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.”
Trata-se, assim, de situação em que o próprio sujeito passivo decide reconhecer e confessar a infração por ele cometida. Esta confissão, como estabelece o artigo, deve ser espontânea e, evidentemente, anterior ao início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização nesse sentido.
O infrator que confessar espontaneamente será beneficiado com a exclusão das multas administrativas, devendo, porém, pagar o tributo devido, de maneira integral e imediata, acrescido de juros e correção monetária.
O Posicionamento dos Tribunais Superiores
Da denúncia espontânea quando da Responsabilidade Tributária por infração – Art. 138 do CTN
APELAÇÃO CÍVEL Nº 0320056-90.2011.8.19.0001 
APELANTE: MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 
APELADO: EMPRESA BRASILEIRA DE PARTICIPAÇÕES LTDA 
RELATOR: DESEMBARGADOR JOSÉ ROBERTO PORTUGAL COMPASSO APELAÇÃO CÍVEL. 
APELAÇÃO CÍVEL. Mandado de Segurança. ITDI. Integralização de capital social com a transmissão de imóveis. Imunidade que não se confirmou nos anos subsequentes. Multas moratórias que devem ser afastadas diante da iniciativa espontânea da contribuinte. Recurso a que se nega seguimento. 
DECISÃO MONOCRÁTICA - Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pela Empresa Brasileira de Participações Ltda em face do Município do Rio de Janeiro objetivando o afastamento das multas moratórios sobre o valor de ITBI devido pela transmissão de três imóveis quando da realização do capital social subscrito por seus sócios. 
Aduz a impetrante que à época da constituição da sociedade entenderam os sócios não incidir ITBI por força da imunidade prevista no 156, § 2º, I da CF/88. 
Posteriormente, ao observarem que a imunidade do ITBI existente à época em que os bens foram integralizados não mais persistia, requereu a expedição de guia para recolhimento do ITBI. Ressalta a inexistência de procedimento fiscalizatório para apuração do tributo. 
Objetiva o reconhecimento do direito e aplicação do benefício da denúncia espontânea de modo a afastar a incidência das multas moratórias previstas na legislação municipal. 
Manifestação do impetrado às fls. 74/77, oportunidade em que sustenta que a obrigação de pagar o ITBI em caso de incorporação de imóveis no capital social dá-se a partir do registro do contrato social, nos termos do artigo 20, I da Lei Municipal nº 1.364/88; que o pagamento do ITBI a destempo enseja a aplicação dos encargos moratórios; que o quantum moratório está em conformidade com o previsto no artigo 181 do CTM; que os encargos moratórios em questão possuem natureza indenizatória e não punitiva. 
Neste contexto sobreveio sentença a denegar a segurança. 
Opostos embargos de declaração de caráter infringente pelo impetrante, foram os mesmos recebidos e acolhidos. Passo a transcrever parte dispositiva constante no decisum: 
“(...) Em consequência, declaro nula a decisão de fls. 831/6 para, com base nos fundamentos acima esposados, CONCEDER A SEGURANÇA, reconhecendo à embargante o direito à aplicação do beneficio da denúncia espontânea previsto no art. 138 do C1N, afastando-se a cobrança dos acréscimos moratórios lançados junto com a cobrança do ITBI.(...) 
Contra a sentença insurgiu o impetrado. Em suas razões sustenta a nulidade da decisão porque não teve oportunidade para se manifestar sobre os embargos de declaração. 
No mérito, sustenta que os encargos moratórios aplicados possuem natureza indenizatória, e que apenas o encargo moratório punitivo seria passível de afastamento pelo instituto da denúncia espontânea; que o ITBI deveria ter sido recolhido até 05/02/2009 e que apenas em 03/08/2001 a impetrante prontificou-se a requerer ao fisco a expedição de guia para pagamento, ou seja, três anos e meio após o vencimento da obrigação principal. 
Há resposta ao apelo em prestígio à sentença. 
É o relatório. 
Como bem ressaltado pelo juiz sentenciante “desnecessária a oitiva do embargado, a despeito do caráter infringente dos presentes embargos, na medida em que a matéria nele versada além de unicamente de direito, já foi devidamente submetida ao crivo do contraditório”. De fato, os embargos de declaração trouxeram unicamente a pretensão de direcionar a prestação jurisdicional para a matéria controvertida no transcorrer do processo. O óbvio, sem qualquer novidade. 
Tanto é que o recurso de apelação interposto limita-se a reiterar os argumentos expendidos na peça de defesa. 
Ultrapassada tal questão, passo a analisar o mérito. 
Visa a Impetrante afastar a cobrança das multas moratórias sobre o valor de ITBI devido pela transmissão imobiliária de três imóveis na realização de capital social subscrito por sócios. 
Justifica o não pagamento do imposto no momento da transmissão em decorrência da imunidade prevista no artigo 156, § 2º, I da CF/88, a que imaginava fazer jus. A Constituição da República diz o seguinte: 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
§ 2º - O imposto previsto no inciso II: 
I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil. 
A integralização dos imóveis pelos sócios ocorreu em 05/12/2008. A solicitação de expedição de guias para pagamento do ITBI devido ocorreu em 03/08/2011, após a verificação da receita preponderante nos anos subsequentes à constituição da impetrante. 
A pretensão da impetrante (afastamento da cobrança das multas moratórias) baseia-se em sua conduta de solicitar espontaneamente a expedição das guias para pagamento, antes de qualquer fiscalização, valendose do instituto denominado “denúncia espontânea”, previsto no artigo 138 do CTN, in verbis: 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativoou medida de fiscalização, relacionados com a infração. 
O intuito da norma é o de estimular o contribuinte ao adimplemento da obrigação tributária em atraso antes do início de uma fiscalização. 
A impetrante não recolheu o imposto porque na época imaginava que a situação de imunidade se confirmaria ao longo dos anos subsequentes. Isso porque o objeto social é a “gestão e participação em outras sociedades, administração e aluguel de imóveis próprios, compra e venda de imóveis, atividades de bancos de dados, distribuição de contento eletrônico e participação e investimento em direitos creditórios”, o que significar que poderia ou não haver receita preponderante decorrente dos imóveis. 
O fato é que não efetuou o pagamento dos impostos referentes à transmissão dos bens descritos na inicial. No entanto, objetivando o recolhimento dos mesmos, solicitou ao fisco a expedição das guias correspondentes. Estas foram emitidas nos termos de fls. 20, 22 e 24. Nelas constam o valor atualizado do imposto e o valor da mora atualizada, que inclui as multas previstas em lei. 
O Superior Tribunal de Justiça, no entanto, consolidou sua jurisprudência no sentido da plena aplicabilidade da denúncia espontânea no que toca às multas moratórias. 
Neste sentido: TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA. EXCLUSÃO. PRESCRIÇÃO. SISTEMÁTICA DOS CINCO MAIS CINCO. COMPENSAÇÃO DE MULTA MORATÓRIA COM TRIBUTO. POSSIBILIDADE. TAXA SELIC. SÚMULA 83/STJ. 
1. A denúncia espontânea autoriza o afastamento tanto da multa moratória quanto da multa punitiva, pois o art. 138 do Código Tributário Nacional-CTN não veicula qualquer distinção dessa natureza. [...] 
Recurso especial da Fazenda Nacional não provido. Recurso especial de Maeda S/A Agroindustrial conhecido em parte e provido (REsp 1.086.051/SP, Segunda Turma, deste Relator, DJe de 2.6.2010). 
Adequada a sentença que conferiu o benefício da denúncia espontânea à Impetrante, com o consequente afastamento das multas moratórias. 
Pelo exposto, nego seguimento ao recurso, nos termos do artigo 557, caput, do CPC. 
Rio de Janeiro, 26 de fevereiro de 2015. 
JOSÉ ROBERTO PORTUGAL COMPASSO DESEMBARGADOR RELATOR
Portanto,como explícito acima, em alguns julgados o Superior Tribunal de Justiça albergou a corrente aqui defendida: a da não adoção da responsabilidade objetiva pelo legislador do CTN no art. 136.
Inspirado na “desistência voluntária” e no “arrependimento posterior” ambos do Direito Penal, a Denúncia Espontânea ou Auto Denúncia, instituto conhecido, utilizado e atinente aos procedimentos fiscais ou tributários e previsto no art. 138 do Código Tributário Nacional, consiste no ato de o contribuinte, antes do início de qualquer procedimento fiscal, vir perante o Fisco assumir a prática de infração, bem como de se abster de recolher tributo o qual, tinha conhecimento, era devido, ou ainda, que tenha deliberadamente recolhido a menor.
Nessa hipótese, fica o contribuinte dispensado de recolher os valores referentes às multas, sejam elas punitivas, sejam por mora (atraso), desde que venha a recolher o tributo que não fora pago e informe ao Fisco Federal, Estadual ou Municipal, conforme o caso.
Em apertada síntese pode-se dizer que se está diante de verdadeira excludente de responsabilidade por infração. Assim preconiza o aludido artigo 138 do Código Tributário Nacional, o qual aduz in verbis
Art. 138 do CTN - A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único - Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
Neste passo, o então Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Franciulli Netto assevera acerca da denúncia espontânea, constituindo-se
(...) num favor legal, uma forma de estímulo ao contribuinte, para que regularize sua situação perante o fisco, procedendo, quando for o caso, ao pagamento do tributo, antes do procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionados com a infração (apud ALEXANDRE, 2009, p. 346).
O termo “infração”, na conceituação de Ricardo Alexandre, é o fato jurídico ilícito, decorrente do não adimplemento do dever jurídico prescrito na norma tributária. Por tais razões é que a nomenclatura “denúncia espontânea” é considerada inapropriada, uma vez que “ninguém denúncia a si mesmo, mas confessa ilícitos cometidos” (2009, p. 343).
O escopo da presente norma é “estimular o contribuinte infrator a colocar-se em situação de regularidade, resgatando as pendências deixadas e ainda desconhecidas por parte do Fisco” (IAMASAKI, 2009, p. 3).
A previsão legal, nas palavras de Leandro Paulsen,
(...) é absolutamente consentânea com uma estrutura tributária incapaz de proceder à fiscalização efetiva de todos os contribuintes e que precisa, (....) estimular o cumprimento espontâneo das obrigações tributárias, seja tempestivamente, seja tardiamente (2008, p. 962).
A denúncia espontânea não apresenta a necessidade de seguir forma especial, bastando para incidir a elisão das penalidades, o efetivo pagamento do tributo devido, através de guia em que conste expressamente o código da receita referente ao tributo quitado, sendo prescindível qualquer tipo de comunicação junto ao Fisco.
Na hipótese de não ter sido o valor do crédito tributário relativo ao tributo, bem como seus acréscimos, apurado de plano, deverá o sujeito passivo, requerer junto à autoridade administrativa a apuração do quantum debeatur e proceder ao depósito prévio do valor arbitrado pela autoridade fiscal, sob pena de afastar os benefícios do instituto da denunciação espontânea.
Também assevera Ricardo Alexandre acerca do entendimento emanado pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça, que considera não ser aplicável a denúncia espontânea, “no caso concreto de descumprimento de obrigações meramente formais” (2009, p. 346), isto é, quando estiver diante de obrigações acessórias, pois estas possuindo “total autonomia com relação ao fato gerador do tributo, não tem o condão de afastar a imposição de multa” (SABBAG, 2010, p. 734).
Do mesmo modo, é incabível, de acordo com a Superior Corte de Justiça, a denúncia espontânea aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, regularmente declarados, mas pagos a destempo, conforme discorre a Súmula 360 STJ, pois é essencial o total desconhecimento, por parte do Fisco da existência do tributo a ser denunciado.
Referências Bibliográficas: 
http://www1.tjrj.jus.br/gedcacheweb/default.aspx?UZIP=1&GEDID=00042C0D7D9770014E33D3823149F584064DC5034F505454
http://jus.com.br/artigos/22860/responsabilidade-por-infracoes-e-denuncia-espontanea#ixzz3aWOxKPsW

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