Buscar

Resumo para prova Literatura Brasileira Poesia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

O URAGUAI
O Uraguai é uma obra de Basílio da Gama, poeta brasileiro. O livro é considerado um poema épico de 1769 que tinha o objetivo de exaltar a política do Marquês de Pombal contra os jesuítas. Utilizando a Guerra Guaranítica como tema histórico, Basílio da Gama coloca a culpa do massacre indígena nos jesuítas.
Os personagens criados por Basílio da Gama são: Tanajura (feiticeira índia), Cacambo (chefe da tribo), Lindóia (mulher de Cacambo), Caitutu (guerreiro índio e irmão de Lindóia), Balda (padre jesuíta que administra a aldeia), Cepé (índio guerreiro) e General Gomes Freire de Andrade (chefe das tropas de Portugal). Escrito em decassílabos brancos, O Uraguai não apresenta divisões entre as estrofes, o que indica as quebras são: o epílogo, a narrativa, a dedicatória, a invocação e a proposição. A base para a criação do enredo é a mitologia dos índios.
A história se passa em um povoado onde os nativos foram catequizados por Balda, um padre da Espanha. Neste local, vivem Cacambo, que simboliza a coragem, e Lindóia, ícone da delicadeza. Os dois formam um casal. Balda é representado como um religioso pérfido que engravida uma nativa, que dá a luz a Baldeta, personagem visto por todos como má pessoa. Com o objetivo de tornar a situação do filho um pouco mais amena na aldeia, o padre Balda casa Baldeta com Lindóia.
Então, o religioso manda Cacambo para missões onde o índio corre risco de vida, mas o guerreiro sempre retornar são, frustrando os planos do padre. Em uma destas ocasiões, Cacambo acaba sendo capturado pelos homens do General Gomes Freire, que acabam descobrindo que o verdadeiro vilão é o padre jesuíta e deixam que o nativo volte para alertar a aldeia sobre os perigos dos jesuítas.
Em seu retorno, o povoado mostra-se alegre e ele começa a tentar desmascarar os jesuítas. Porém, Balda mata Cacambo por envenenamento. Lindóia demora a acreditar que seu homem está morto, mas, depois se convence de que foi o padre que o matou. Então aceita casar com Baldeta. No dia do casamento, a mulher se mata, deixando que uma cobra peçonhenta lhe pique.
Caramuru
Este poema clássico de Frei José de Santa Rita Durão data de 1781. Ele pertence ao gênero épico e apresenta elementos bem tradicionais, já que resgata o antigo estilo dos poemas estruturados em 10 cantos e em oitava rima. A obra enfoca o triunfo de uma figura mítica do passado colonial brasileiro, o qual simboliza também o êxito de um país.
A trama se baseia em um evento verídico. O protagonista é Diogo Álvares Correia, um náufrago lusitano que se transformou em líder dos indígenas da tribo tupinambá, sediada na Bahia. Conta a história que ele ajudou a criar a cidade de Salvador. Esta obra confere tons de ficção à trajetória real de Diogo em nosso país, desde o instante em que sua embarcação afundou até a hora em que assume o posto de funcionário do governo de Portugal, logo depois de se deparar com os representantes da capitania baiana.
Tudo que se sabe ser verídico nesta história é a relação de Diogo, conhecido como Caramuru, com Catarina Paraguaçu, uma idealista que tinha o poder de antever os confrontos que se desenrolariam futuramente entre os colonizadores e os holandeses. Também é real a ida do casal ao continente europeu para que a índia passasse pela experiência do batismo e os dois pudessem contrair matrimônio. E, logo depois, eles voltam para o Brasil. Tudo mais é considerado lenda, sem qualquer base histórica institucional.
O autor segue o estilo do autor português Luís Vaz de Camões; ele se vale igualmente dos mitos gregos, das visões oníricas e das profecias. Além disso, registra dados muito importantes sobre os nativos de nosso país. O índio é enfocado sob o ângulo da conversão ao Cristianismo. Pelo menos na visão fictícia o protagonista é um devoto nato.
A catequese, aqui, é um instrumento de poder, de dominação e de conversão do indígena silvestre em um ser humano, como se antes fosse inumano. Paraguaçu, por exemplo, é retratada como uma jovem de características brancas e domina o idioma português. Não é nada casual, no livro, que somente uma nativa com traços europeus atraia o protagonista. Esta é uma obra essencial para a compreensão da literatura produzida pelos árcades.
Frei José de Santa Rita Durão nasceu em Cata Preta, no ano de 1722, e faleceu na cidade de Lisboa, em 1784. Ele pertenceu à ordem dos agostinianos brasileiros na época em que o Brasil era ainda uma colônia de Portugal. O poeta e orador é visto como um dos antecessores da corrente indianista nacional. Caramuru é o primeiro livro a apresentar como temática principal o indígena brasileiro.
Aos principais da Bahia, chamados os Caramurus.
Há cousa como ver um Paiaiá,
Mui prezado de ser Caramuru,
Descendente de sangue de tatu,
Cujo torpe idioma é cobepá.
A linha feminina é carimá
Moqueca, pititinga, caruru
Mingau de puba, e vinho de caju
Pisado num pilão de Pirajá.
A masculina é um Aricobé
Cuja filha Cobé, cum branco Paí
Dormiu no promontório de Passé.
O branco é um marau, que veio aqui;
Ela é uma índia de Maré
Cobépá, Aricobé, Cobé, Paí.
Gregório de Matos
Polêmicas à parte, o interesse eleva-se, antes de tudo, da compreensão do que a crítica operou, para alcançar a proposta basilar de perceber o indígena e suas interrelações com o processo cultural brasileiro, que dialogam a partir de vários pontos de vista. Para perceber as nuanças desta travessia de leitura, serão analisados dois poemas: 1. Aos principais da Bahia chamados os Caramurus e 2. Ao mesmo assunto, por tencionarem a questão indígena na inserção de vocábulos da língua tupi. Inseridos, passam a ser “material da sua realidade e da sua obra” e se transformam “em instrumento de desmascaramento” (Wisnik, 1975, p.17). O conflito estabelecido entre a sociedade dita “normal” e a “absurda” desloca o olhar para símbolos da cultura local, na qual vivem os indígenas que, antropofagicamente, re-significam a devoração do outro e de si mesmos no resultado trazido pela fi dalguia não tão natural quanto vista pela noção de nobreza do passado colonizador. Esse confronto não se dá apenas no plano temático dos poemas escolhidos, como também instala-se no nível da linguagem que, ironicamente, transita em mão dupla. Ao rebaixar o poder, por meio da palavra revestida de teor carnavalizante, evoca a presença da cultura indígena no emprego de termos da língua, revelando a mestiçagem brasileira. É por esse curso que se pretende observar as estratégias de composição, pelas quais se articulam o insulto ao poder e a acidez crítica.
Analise da Obra de Gregório de Matos	
Para entender a obra de Gregório de Matos é preciso conhecer o contexto histórico no qual ele está inserido, uma vez que grande parte de sua poesia (principalmente a satírica) faz alusão a duas de suas maiores referências: o Brasil e Portugal. No final do século XVII, Portugal estava em decadência, sendo que o sistema escravocrata não conseguia mais sustentar a economia da Metrópole. Assim, Portugal impunha ao Brasil uma série de restrições comerciais a fim de conseguir vantagens. Por conta disso, os senhores do engenho e proprietários rurais brasileiros passaram a enfrentar uma forte crise econômica.Em contrapartida à crise do mercado de escravos e do engenho de açúcar, surge uma rica burguesia composta por imigrantes vindos de Portugal e que comandavam o comércio na colônia. Esta rica burguesia dominou também o mercado de crédito e outros contratos reais. Por conta do monopólio gerado por estes imigrantes, agravou-se a crise dos proprietários rurais brasileiros e a hostilidade entre esses dois grupos foi crescendo ao longo dos anos.
Gregório de Matos, como filho de senhor de engenho e bacharel em Direito, encontra-se em uma posição central neste cenário, tendo condições de pensar e analisar seu momento histórico sob diversas perspectivas.
BENTO TEIXEIRA
Muitos dados biográficos de Bento Teixeira são obscuros, inclusive seu nome completo, seus pais, data e local de nascimento. Sabe-se que era cristão-novo e deve ter vindomuito jovem para o Brasil. Estudou no Colégio da Bahia, onde também ensinou. Por ter assassinado a esposa, fugiu para Pernambuco e passou a trabalhar como mestre-escola.
Presopopéia: É uma obra encomiástica, ou seja, em homenagem ou louvação ao donatário da capitania de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho. O autor precisava assegurar a simpatia e a aprovação das autoridades, pois era fugitivo. Deste modo, elogia a administração do donatário, que realmente prosperou, devido ao investimento no plantio de cana-de-açúcar. 
Considerado o primeiro poema épico de nossa literatura. 
A Prosopopéia é um poema épico – Poemeto épico, em 94 estâncias (o mesmo que estrofe) de oitava-rima (as estrofes de oito versos têm os dois últimos rimando entre si), em versos decassílabos (dez sílabas métricas), conforme ensinava Camões, em Os Lusíadas. 
O livro conta os feitos históricos de Jorge de Albuquerque Coelho, governador de Pernambuco, a quem o autor pretendia agradar. 
A imitação de Os Lusíadas é frequente, desde a estrutura até as construções sintáticas. Isto tirou da obra o valor literário que, porventura, pudesse ter, ficando a fama histórica de ser o livro inaugurador do Barroco brasileiro.
O Romantismo foi para além da literatura, foi um movimento artístico e filosófico que surgiu no final do século XVIII na Europa, indo até o final do século XIX. A maior característica do Romantismo era a visão de mundo que se contrapunha ao racionalismo do período anterior (neoclassicismo). O movimento romântico cultiva uma visão de mundo centrada no indivíduo, e portanto os autores voltavam-se para si mesmo, retratando dramas pessoais como tragédias de amor, idéias utópicas, desejos de escapismo e amores platônicos ou impossíveis. O século XIX seria, portanto, marcado pela arte voltada para o lirismo, a subjetividade, a emoção e a valorização do “eu”.
No Brasil, o período histórico era marcado por um sentimento nacionalista, em especial pelo fato marcante que foi a Independência, em 1822. Encontramos, pois, elementos que caracterizam o período, presentes nas obras dos autores românticos. É o exemplo da exaltação da Pátria feita por Gonçalves Dias, e do clima nostálgico presente nas poesias de Álvares de Azevedo e Fagundes Varela, sem falar no engajamento nas causas sociais, presente fortemente na obra de Castro Alves, o qual abordou temas polêmicos como a escravidão.
A produção Romântica foi rica e vasta, tanto em outros países, quanto aqui, tanto em prosa, quanto em versos.
Na poesia, a obra que marca o início das produções românticas é “Suspiros Poéticos e Saudades”, de Gonçalves de Magalhães. A poesia romântica é dividida em 3 gerações:
Primeira Geração: Nacionalismo - influenciada pela Independência do Brasil, a poesia buscava a identificação do país com suas raízes históricas, linguísticas e culturais. O desejo era o de contruir uma arte brasileira, livre da influência de Portugal, e o sentimento era de nacionalidade, resgatando elementos da história do país. Foi fortemente marcada pelo indianismo e trazia à toda elementos da natureza (flora e fauna) brasileiros. O índio era exaltado como herói, pois representava o povo brasileiro, e o Brasil em sua essência.
Segunda Geração: Mal do Século - Neste período, que se iniciou por volta de 1850, a poesia vinha de encontro às ideias e temáticas da geração anterior: o eu-lírico volta-se mais para si e afasta-se da realidade social à sua volta. Traz em si o pessimismo e o apego aos vícios. Os sentimentos são exagerados e aparecem de forma idealizada na poesia. Além disso, elementos como a noite, a melancolia, o sofrimento, a morbidez e o medo do amor são recorrentes em seus textos poéticos. O eu-lírico vivem em meio solidão, aos devaneios e às idealizações.
Terceira Geração: Condoreirismo - a última geração da poesia romântica se inspira em Victor Hugo, e traz um foco político e social. Na época, ideias abolicionistas e republicanas vinham à tona, e junto com elas o desejo de se libertar do Império. É a fase que prenuncia o Realismo, que viria em seguida, tanto é que tem como foco a realidade social, a crítica à sociedade, a poesia liberal, enfim, era o final do movimento romântico no Brasil. O condoreirismo se refere à figura do condor, uma ave que tinha voo alto, assim como os poetas românticos faziam em busca de defender seus ideais libertários.
Enquanto isso, na prosa romântica, iniciava-se, de fato, a produção de prosa literária no Brasil. Neste campo, o romantismo se dividiu por tendências, sendo elas:
Romance Urbano - ligava-se à vida social, principalmente no Rio de Janeiro, descrevendo os tipos humanos encontrados naquela sociedade.
Romance Regionalista (sertanejo) - demonstrava atração pelo pitoresco e tinha como principal característica a retratação da vida no interior do Brasil, seus hábitos, seu modo de falar, etc.
Romance Histórico - tratou-se de uma revalorização do passado, trazendo ao romance personagens da nossa história, retratando-os de modo nacionalista.
Romance Indianista - por fim, porém não menos importante, há o romance indianista, que teve como maior representante o romancista José de Alencar, e como característica a idealização do ínidio, como herói brasileiro, nobre e valente.
Já em relação aos aspectos formais, a literatura romântica é desvinculada dos padrões do Classicismo, caracterizando-se pelo verso livre, sem métrica e pelo verso branco, sem rima. Saiba mais: Conheça o movimento literário Classicista. 
Características como o subjetivismo e o sentimentalismo não podem ser separadas da estética romântica, pois estiveram presentes em toda ela, tanto na prosa, quanto na poesia.
HISTÓRIA LITERÁRIA E ENSINO DE LITERATURA BRASILEIRA: AS ARMADILHAS CURRICULARES 
Profa. Dra. Vanderléia da Silva Oliveira - UENP-FAFICOP-FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA-PR 
Há muitos entraves na relação entre história literária e a literatura brasileira como disciplina escolarizada. Um deles é a questão da nacionalidade e da influência positivista na configuração de nossas histórias literárias, ao lado da problemática da periodização, das seleções canônicas e seus desdobramentos na elaboração curricular. Como resultado, estes aspectos estão imbricados no processo de ensino da Literatura Brasileira, revelando várias armadilhas no decorrer da formação literária. Particularmente nos cursos de Letras, que formam professores, o que se percebe é a composição de um currículo voltado para a abordagem meramente diacrônica, linear, da produção literária brasileira. Este currículo, ao expressar a visão das histórias literárias, que são discursos, muitas vezes enreda alunos e professores levando-os a meramente assimilarem o discurso do outro, sem reflexão crítica, repetindo-se as ideologias dominantes. Daí a relevância de se refletir sobre a relação entre historiografia e ensino de literatura. A associação entre história literária e escola, datada do século XIX, permanece até hoje. As primeiras histórias literárias brasileiras estão organizadas basicamente conforme critério cronológico e político, ligadas a projetos de afirmação de nossa identidade nacional. Este processo de autonomia também pode ser associado ao de institucionalização do ensino de literatura. O estudo da disciplina de literatura na escola secundária brasileira desde o século XIX, por exemplo, evidencia seu caráter historicista nacionalizante. Ao longo dos anos 30, do século XX, com a criação das primeiras Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras do país, um novo projeto nacional se estabeleceu, visando à formação intelectual brasileira. A relação entre história literária e ensino de literatura se fortaleceu mais ainda, tendo em vista que o ensino superior iria legitimar a produção ou reedições das histórias literárias, estabelecendo um ensino de literatura condicionado aos padrões indicados por estas histórias, geralmente pautados por uma periodização cronológica, não obstante a diversidade de correntes da teoria e crítica literária divulgada naquele século, que parecem passar ao largo do trabalhoefetivo com a literatura em sala de aula. No entanto, até que este cenário universitário se instalasse, o ensino de literatura no século XIX, e mesmo nas três primeiras décadas do XX, era realizado apenas em escolas secundárias. 
LITERATURA BRASILEIRA - Quadro Cronológico
	COLONIAL
	QUINHENTISMO
Início: A Carta de Caminha
Contexto histórico:
Os portugueses chegam ao Brasil
A chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil
	Literatura documental, histórica, de caráter informativo.
A Carta de Caminha é o primeiro documento literário brasileiro. Carta descritiva com espírito ufanista e nativista. Foi parodiada de forma satírica por Oswald de Andrade, poeta modernista.
O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns poetas e escritores do Romantismo e do Modernismo. 
No Romantismo: Gonçalves Dias, José de Alencar.
No Modernismo: Oswald de Andrade.
Destacaram-se:
- Pero Vaz de Caminha - A Carta de Caminha
- Pe. José de Anchieta - escreveu textos religiosos, um teatro religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Recebeu influência da tradição medieval. Obs.:Não recebeu influência da poesia lírica de Camões (soneto).
- Pe. Manuel da Nóbrega
	
	BARROCO
Início: Prosopopeia - poema épico de Bento Teixeira
Contexto histórico: 
As invasões holandesas no Brasil
Os bandeirantes
	Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do tempo e incerteza da vida.
Características: rebuscamento, virtuosismo, ornamentação exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de metáforas e associações.
Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, hipérboles e antíteses. Obsessão pela linguagem culta, jogo de palavras.
Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e essência íntima.
Destacaram-se:
- Gregório de Matos - apelidado de "A Boca do Inferno". Oscilou entre o sagrado e o profano. Poeta lírico, satírico, reflexivo, filosófico, sacro, encomiástico, obsceno. Não foi poeta épico.
- Bento Teixeira
- Pe. Antonio Vieira - Expoente máximo da Literatura Brasileira e da Literatura Portuguesa, pois durante sua estada em Portugal aderiu a temas nacionais portugueses e durante a sua permanência no Brasil, aderiu a temas nacionais brasileiros. Era prosador e não poeta, e conceptista, pois atacou o cultismo. Escreveu sermões, entre eles o Sermão da Sexagésima.
	
	ARCADISMO
Início: Publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, obra inicial do Arcadismo brasileiro.
Contexto histórico:
A Inconfidência Mineira
A Revolução Farroupilha
A vinda da Família Real para o Brasil
	Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à natureza (locus amoenus).
Fugere urbem ("evitar a cidade", "fugir da civilização"). busca do equilíbrio e da naturalidade, no contato com a natureza.
Carpe diem ("aproveite o dia"). Consciência da fugacidade do tempo.
Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado de figuras de linguagem.
Natureza racional (é vista como um cenário, como uma fotografia, como um pano de fundo.
Pseudônimos. 
Fingimento / Artificialismo
Destacaram-se:
- Tomás Antonio Gonzaga - poeta maior do Arcadismo brasileiro com suas lirasMarília de Dirceu. Pseudônimo como poeta lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta satírico: Critilo (Cartas Chilenas). Autores épicos do Arcadismo brasileiro: 
- Cláudio Manuel da Costa - Poeta lírico e épico. Seu pseudônimo é Glaudeste Satúrnio. Seus sonetos são de imitação Camoniana. Obra: Vila Rica.
- Basílio da Gama - Obra: O Uraguai. 
- Santa Rita Durão - Obra: Caramuru. Obs.: O índio antes de José de Alencar aparece nos poemas épicos O Uraguai e Caramuru. Portanto, o Arcadismo preparou o Romantismo.
	ERA NACIONAL
	ROMANTISMO
Início: publicação de Suspiros Poéticos, de Gonçalves de Magalhães
Contexto histórico:
A Imprensa no Brasil
A crise do 2º Reinado
A abolição da escravidão
	Predomínio da emoção, do sentimento (subjetivismo); evasão ou escapismo (fuga à realidade). Nacionalismo, religiosidade, ilogismo, idealização da mulher, amor platônico. Liberdade de criação e despreocupação com a forma; predomínio da metáfora.
1ª geração romântica: 1840/50 - indianista ou nacionalista. A temática era o índio, a pátria.
Destacou-se:
- Gonçalves Dias - Obras: Canção do Exílio e I Juca Pirama.
2ª geração romântica: 1850/60 - byroniana, mal-do-século, individualista ou ultra-romântica. A temática era a morte. 
Destacou-se: 
Álvares de Azevedo - poeta da dúvida, tinha obsessão pela morte. Recebeu influência de Byron e Shakespeare. Oscila entre a realidade e a fantasia. Obra: Livro de contos Noite na taverna.
3ª geração romântica: 1860/70 - condoreira, social ou hugoana. A temática é a abolição e a república. 
Destacaram-se: 
Poesia:
- Castro Alves - poeta representante da burguesia liberal. Obras: Espumas Flutuantes, O Navio Negreiro, Vozes d'África.
Prosa:
- José de Alencar (representante maior) - defensor do "falar brasileiro" / dá forma ao herói / amalgamando a sua vida à natureza.
- Joaquim Manuel de Macedo - Obra: A Moreninha.
- Bernardo Guimarães - Obra: A escrava Isaura.
- Manuel Antônio de Almeida - Obra: Memórias de um sargento de milícias.
Modalidades do Romantismo: Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, O filho do pescador.
Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo, A Moreninha.
Romance regionalista: Bernardo Guimarães, O ermitão de Muquém.
Romance indianista e histórico - José de Alencar, O Guarani.
Obs.: O Romantismo está para o Modernismo.
	
	REALISMO / NATURALISMO
REALISMO
Início: Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicado em 1881.
NATURALISMO
Início: O Mulato, de Aluísio Azevedo
Contexto histórico:
A Proclamação da República
A Primeira República
	REALISMO
Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao adultério e ao clero.
Análise psicológica dos personagens.
Objetividade, temas contemporâneos.
Destacou-se:
Machado de Assis - trilogia: Memórias Póstumas de Brás Cubas (narrado em 1ª pessoa); Quincas Borba ("ao vencedor as batatas"); Dom Casmurro(narrado em 1ª pessoa - enigma de traição)
NATURALISMO
Desdobramento do Realismo.
Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas pela sociedade.
O Naturalismo é fruto da experiência.
Análise biológica e patológica das personagens.
Determinismo acentuado.
As personagens são compradas aos animais (zoomorfismo).
Destacaram-se:
- Aluísio Azevedo - Obras: O Mulato; O Cortiço (romance social, personagem principal do romance é o próprio cortiço).
- Raul Pompeia - Obra: O Ateneu.
	
	PARNASIANISMO
Início: Fanfarras, de Teófilo Dias
Contexto histórico:
Contemporâneo do Realismo - Naturalismo
	Estilo especificamente poético, desenvolveu-se junto com o Realismo - Naturalismo.
A maior preocupação dos poetas parnasianos é com o fazer poético.
Arte pela arte.
Poesia descritiva sem conteúdo; vocabulário nobre; objetividade.
Os poetas parnasianos são considerados "os mestres do passado". Por suas manias de precisão foram criticados severamente pelos poetas do 1º Tempo Modernista.
Destacou-se:
Olavo Bilac (poeta representante) - Profissão de Fé.
	
	SIMBOLISMO
Início: Missal e Broquéis, de Cruz e Souza
Contexto histórico:
Fundação da Academia Brasileira de Letras
	Origem: a poesia de Baudelaire.
Características: desmistificação da poesia, sinestesia, musicalidade, preferência pela cor branca, sensualismo, dor e revolta.
Destacou-se:
Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: Missal e Broquéis.
	
	PRÉ-MODERNISMO
Início: Os Sertões,Euclides da Cunha; Canaã, Graça Aranha
Contexto histórico:
Guerra do Contestado
A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana
A revolta da Vacina
	Convivem juntas duas tendências:
1. Conservadora: sobrevivência da mentalidade positivista, agnóstica e liberal.
Destacou-se:
Euclides da Cunha - Obra: Os Sertões (miséria e subdesenvolvimento nordestino).
2. Renovadora: incorporação de aspectos da realidade brasileira.
Destacaram-se:
- Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma (a vida urbana e as transformações de início de século).
- Monteiro Lobato - livrode contos Urupês (a miséria do caboclo, a decadência da cultura cafeeira). Obs.: Foi Monteiro Lobato quem criticou a exposição da pintora Anita Malfatti, chamando-a de "Paranóia ou Mistificação".
- Graça Aranha, Canaã (imigração além do Espírito Santo).
Poeta representante: Augusto dos Anjos - Obra: Eu e outras poesias.
	
	MODERNISMO 
PRIMEIRA FASE
Início: Semana de Arte Moderna
Contexto histórico:
Fundação do Partido Comunista Brasileiro
A Revolução de 1930
	Poesia nacionalista.
Espírito irreverente, polêmico e destruidor, movimento contra.
Anarquismo, luta contra o tradicionalismo; paródia, humor.
Liberdade de estética. Verso livre sem uso da métrica. Linguagem coloquial.
Destacaram-se: 
- Mário de Andrade - Obra: Pauliceia desvairada (Prefácio Interessantíssimo)
- Oswald de Andrade - Obra: Manifesto antropofágico / Pau-Brasil
- Manuel Bandeira - Obra: Libertinagem
	
	MODERNISMO
SEGUNDA FASE
Contexto histórico:
A Era Vargas
Lampião e o cangaço no sertão
	Destaca-se a prosa regionalista nordestina (prosa neo-realista e neo-naturalista).
Representantes:
- Graciliano Ramos - representante maior, criador do romance psicológico nordestino - Obras: Vidas Secas; São Bernardo.
- Jorge Amado - Obras: Mar Morto; Capitães da Areia.
- José Lins do Rego - Obras: Menino de Engenho; Fogo Morto.
- Rachel de Queiroz - Obra: O Quinze.
- José Américo de Almeida - Obra: A Bagaceira
Poesia 30/45 - ruma para o universal.
Carlos Drummond de Andrade faz poesia de tensão ideológica.
Fase de Drummond: 
- Eu maior que o mundo - poema, humor, piada.
- Eu menor que o mundo - poesia de ação.
- Eu igual ao mundo - poesia metafísica.
Poetas espiritualistas:
- Cecília Meireles - herdeira do Simbolismo.
- Jorge de Lima - Invenção de Orpheu.
- Vinícius de Moraes - Soneto da Fidelidade.
	
	MODERNISMO
TERCEIRA FASE
Contexto histórico:
A Redemocratização do Brasil
A ditadura militar no Brasil
	Continua predominando a prosa.
Representantes:
- Guimarães Rosa - Neologismo - Obra: Sagarana.
- Clarice Lispector - Introspectiva - Obra: Laços de Família, onde a autora procura retratar o cotidiano monótono e sufocante da família burguesa brasileira.
Obs.: Os escritores acima procuram universalizar o romance nacional. São considerados pela crítica literária, escritores instrumentalistas.
Poesia concreta:
- João Cabral de Melo Neto - poeta de poucas palavras. Obra de maior relevância literária: Morte e Vida Severina. Tem intertextualidade com o teatro Vicentino.
Modernismo 
Produto das transformações sofridas pelo Brasil nas duas primeiras décadas do século 20, o período modernista brasileiro começou com a Semana de Arte Moderna de 1922. Ele evolui em três gerações, marcadas pela busca de inovações capazes de amadurecer a literatura nacional.
Primeira geração (1922-1930): seus expoentes máximos são Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954). Tida como iconoclasta, caracterizou-se pela negação do passado, pelo caráter destrutivo de suas propostas, pelo nacionalismo e pela valorização do cotidiano como matéria prima da Literatura. A redescoberta da realidade brasileira e do coloquialismo também marcam sua produção.
Segunda geração (1930-1945): fase de consolidação do Modernismo no Brasil. Na poesia, autores como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) e Cecília Meireles (1901-1964) apresentam preocupação acentuada com a análise do ser humano e suas angústias – reflexo da sociedade em crise, na qual é essencial indagar o sentido da existência.
Prosa: o neorrealismo do romance regionalista apresenta a problematização da luta pela sobrevivência em uma sociedade dominada pela exploração e pelas intempéries. Esse tema aparece, por exemplo, nas obras de ficção de Graciliano Ramos (1892-1953), José Lins do Rego (1901-1957), Rachel de Queiroz (1910-2003) e Jorge Amado (1912-2001).
Terceira geração (1945-1960): um de seus representantes é João Guimarães Rosa (1908-1967), criador de uma prosa universal, em que o sertão é palco para discussão de dramas humanos, narrados em linguagem poética e inventiva. Outro representante é a escritora Clarice Lispector (1920-1977), que aparece com uma literatura introspectiva, marcada pela quebra da linearidade discursiva e pela epifania. Também se destaca João Cabral de Melo Neto (1920-1999), cuja obra caracteriza-se pelo rigor formal, pelo equilíbrio e pela busca da significação máxima da palavra.
Com o que ficar atento?
As transformações significativas pelas quais passaram a sociedade brasileira – especialmente nas décadas de 60 e 70 – criaram o conceito de pós-Modernismo e fizeram emergir tendências literárias como o Concretismo, a Poesia Práxis.
Além disso, observa-se que, ao revolucionar as artes, a literatura, a música e a arquitetura no Brasil, o Modernismo inspirou e possibilitou o surgimento de movimentos posteriores, como o Cinema Novo, o Tropicalismo e o Teatro de arena.
Como já caiu no vestibular?
(Unifesp-SP) Sobre Manuel Bandeira, é correto afirmar que
a) a insistência em temas relacionados ao sonho e à fantasia aponta para uma concepção de vida fugidia e distanciada da realidade. Dessa forma, entende-se o poeta na transição entre o Realismo e Modernismo.
b) sua obra é muito pouco alinhada ao Modernismo, pois sua expressão exclui por completo a linguagem popular, priorizando a erudição e a contenção criadora.
c) o desapego aos temas do cotidiano o aponta como um poeta que, embora inserido no Modernismo, está muito distanciado das causas sociais e da busca de uma identidade nacional, como fizeram seus contemporâneos.
d) o movimento modernista teve com seu trabalho e com o de poetas como Oswald e Mário de Andrade a base de sua criação. Bandeira recriou literariamente suas experiências pessoais, com temas como o amor, a morte e a solidão, aos quais conferiu um valor mais universal.
e) o poeta trata de temas bastante recorrentes ao Romantismo, como a saudade, a infância e a solidão. Além disso, expressa-se como os românticos, já que tem uma visão idealizada do mundo. Daí seu distanciamento dos demais modernistas da primeira fase.
Gabarito
Resposta correta: D
Comentário: É característica marcante da produção dos poetas em questão o aproveitamento da riqueza expressiva da linguagem e das possibilidades rítmicas do verso. Disso resulta uma poesia simples, clara e de profundo lirismo.
Principais características de Claro Enigma
A obra e o Modernismo:
A linguagem utilizada nos poemas de Claro Enigma é culta, elevada, destoando da proposta moderna de aproximar a linguagem literária da linguagem coloquial, forçando você a consultar o dicionário com frequência.
Da mesma forma, os poemas de Claro Enigma, na sua maioria, retomam as formas clássicas da poesia, como a estrutura de Soneto, os versos com rimas e métricas regulares, além de elaborados recursos linguísticos.
Claro Enigma se caracteriza como uma das obras mais eruditas e herméticas (de difícil leitura) de Drummond. Dessa forma, ter paciência e persistência é fundamental para a abordagem destes poemas, somados à observação do contexto histórico e das características de estilo apresentadas acima.
O autor Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade, autor de Claro Enigma, que compõe a lista de livros que caem no vestibular da Fuvest
Carlos Drummond de Andrade é um dos maiores poetas da língua portuguesa. Nascido em Itabira, Minas Gerais, fez da sua terra natal um tema constante de suas poesias. Em Claro Enigma, temos poemas como “Evocação Mariana”, “Estampas de Vila Rica” e “Morte das casas de Ouro Preto” que comprovam isso. O autor escreveu centenas de poemas publicados ao longo de mais de sessenta anos de vida literária.
A crítica literária costuma dividir sua obra em três fases distintas:
Primeira fase:
Identificação com a irreverência e o humor da primeira geração modernista com o predomínio do poema curto e o verso livre.
Segunda fase:
Poesia engajada nos conflitos político sociais da década de 30 até meados da década de 40 do séculoXX.
Terceira fase:
Poesia mais complexa e erudita voltada para o questionamento filosófico existencial com uma visível retomada dos modelos formais clássicos. 
O contexto histórico de Claro Enigma
O livro Claro Enigma, publicado em 1951, pertence a esta terceira fase. O mundo vivia sob o temor da Guerra Fria, que colocava as duas grandes potências da época, União Soviética e Estados Unidos, em uma crescente corrida por armas nucleares. Os horrores físicos da 2ª Guerra Mundial foram substituídos pela angústia de uma possível guerra nuclear. A arte, de uma forma geral, abandonava os temas sociais para se voltar para os temas metafísicos, questionando o sentido do amor, da poesia e da própria existência. Drummond, que na fase anterior conclamava em seus poemas que as pessoas dessem as mãos e lutassem contra as injustiças sociais, agora parece mergulhar em um questionamento metafísico de forte teor pessimista. A imagem da noite, sempre associada à ideia da morte, é constante ao longo dos poemas que compõem Claro Enigma. 
Análise do poema Dissolução, de Claro Enigma
O primeiro poema do Livro, “Dissolução”, começa com os seguintes versos:
“Escurece, e não me seduz
tatear sequer uma lâmpada.
Pois que aprouve ao dia findar
aceito a noite”
Primeiro temos a constatação da nova realidade: escurece. Depois a confissão do eu lírico que admite não ter desejo de buscar a luz. Por fim a aceitação conformada: se é vontade do dia findar, ele aceita a noite. A aceitação de uma nova realidade que se mostra escura (talvez pela frustração das lutas sociais da fase anterior) vem acompanhada de uma atmosfera pessimista que se repetirá muitas vezes ao longo dos poemas deste livro.
Dicas para ler poemas de Claro Enigma
Faça sempre a leitura de poesia em duas etapas:
Análise formal do poema 
Na primeira etapa, foque os aspectos formais do poema: formatação (estrofes), métrica (faça a escansão dos versos para ver se há regularidade), esquema de rimas e sentido das palavras desconhecidas.
2. Leitura compreensiva do poema
Na segunda etapa, faça leituras pacientes e repetidas associando com as informações de contexto histórico, estilo literário e estilo do autor em busca de uma compreensão mais objetiva do texto. Não hesite em consultar um dicionário.
Observação importante: Um livro de poesia não tem enredo, nem narrador. A poesia é a expressão da subjetividade do artista (suas emoções e pensamentos). Portanto, tome cuidado: é um erro usar a expressão narrador quando se fala de poesia (gênero lírico). O correto é usar “eu lírico” ou poeta.
Biografia de João Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Autor de “Morte e Vida Severina”, poema dramático que o consagrou. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Recebeu o Prêmio da Poesia, do Instituto Nacional do Livro, o Prêmio Jabuti da Academia Brasileira do Livro e o Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro “Crime na Calle Relator”.
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) nasceu no Recife, Pernambuco. Filho de Luís Antônio Cabral de Melo e de Carmem Carneiro Leão Cabral de Melo, irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do poeta Manuel Bandeira e do Sociólogo Gilberto freire. Passou sua infância entre os engenhos da família nas cidades de São Loureço da Mata e Moreno. Estudou no Colégio Marista, no Recife. Amante da leitura lia tudo o que tinha acesso, no colégio e na casa da avó.
Em 1941, participa do Primeiro Congresso de Poesia do Recife, lendo o opúsculo "Considerações sobre o Poeta Dormindo". Em 1942 publicou sua primeira coletânea de poemas, com o livro "Pedra do Sono", onde predomina uma atmosfera vaga de surrealismo e absurdo. Depois de se tornar amigo do poeta Joaquim Cardoso e do pintor Vicente do Rego Monteiro, transfere-se para o Rio de Janeiro.
Durante os anos de 1943 e 1944, trabalhou no Departamento de Arregimentação e Seleção de Pessoal do Rio de Janeiro. Em 1945 publicou seu segundo livro "O Engenheiro", custeado pelo empresário e poeta Augusto Frederico Schmidt. Realiza seu segundo concurso público, e em 1947 ingressa na carreira diplomática passando a viver em várias cidades do mundo, como Barcelona, Londres, Sevilha, Marselha, Genebra, Berna, Assunção, Dacar e outras.
Em 1950, publicou o poema "O Cão Sem Plumas", a partir de então começa a escrever sobre temas sociais. Em 1956 escreve o poema "Morte e Vida Severina", responsável por sua popularidade. Trata-se de um auto de Natal que persegue a tradição dos autos medievais, fazendo uso da redondilha, do ritmo e da musicalidade. Foi levado ao palco do Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA), em 1966 e musicado por Chico Buarque de Holanda. O poema narra a trajetória de um retirante, que para livrar-se de uma vida de privações no interior, ruma para a capital. Na cidade grande o retirante depara-se com uma vida de dificuldades e miséria.
João Cabral de Melo Neto foi casado com Stella Maria Barbosa de Oliveira, com quem teve cinco filhos. Casou pela segunda vez com a poetisa Marly de Oliveira. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira nº. 37, tomando posse em 6 de maio de 1969. Em 1992, começou a sofrer de cegueira progressiva, doença que o leva à depressão.
João Cabral de Melo Neto faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro de 1999, vítima de ataque cardíaco.
Hibridismos são palavras formadas por elementos pertencentes a línguas diferentes. Estamos falando, pois, acerca do processo de formação de palavras – fato que nos faz recordar da derivação e da composição, não é verdade? Assim sendo, propomo-nos a ampliar nosso conhecimento, discorrendo sobre mais um fato linguístico (os hibridismos).
Os hibridismos são, para muitos gramáticos (sobretudo os tradicionais), fato condenável, talvez pela não uniformidade da origem dos elementos que formam o composto, sobretudo provenientes do grego e do latim. Contudo, a bem da verdade, vale dizer que mesmo em se tratando de tais procedências, os falantes já consideram os elementos aportuguesados – dada a recorrência dessas palavras em nosso idioma, visto que já se incorporaram ao nosso léxico. Assim sendo, vejamos alguns casos representativos:
Alcaloide – Álcali (árabe) + óide (grego)
Alcoômetro – Álcool (árabe) + metro (grego)
Autoclave – Auto (grego) + clave (latim)
No Fim das Terras
A conquista e o aniquilamento cultural das colônias por Portugal e Espanha são o ponto de partida de No Fim das Terras. O livro chega aos anos da ditadura militar no Brasil e, finalmente, ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro. A postura crítica, o compromisso social e as preocupações formais revelam uma produção madura, poliglota e polifônica, da qual emergem imagens impregnadas de história e experiência.

Outros materiais