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HISTORICO DA MEDIAÇÃO

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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
História e contextualização legal da mediação
História e contextualização legal da mediação
A mediação iniciou-se na China, graças à essência do pensamento de Confúcio pela busca da harmonia através do equilíbrio do mundo e da felicidade dos homens. Para os chineses o equilíbrio das relações sociais estava em primeiro plano. Por isso, quando havia algum conflito dificilmente ocorria uma condenação, sanção ou decisão desrespeitando o equilíbrio das partes, todos eram ouvidos e buscava-se a solução mais benéfica. 
História e contextualização legal da mediação
Mesmo com a institucionalização do processo judicial, no decorrer da história diversos grupos continuaram procurando métodos menos custosos e contenciosos que a tradicional estrutura processual.
Na cultura oriental, por exemplo, a mediação sempre fez parte da cultura dos judeus, chineses e japoneses, arraigada nos costumes e nos rituais religiosos.
História e contextualização legal da mediação
No judaísmo, por exemplo, há um ritual milenar que guia os rabinos nos casos de divórcios, uma prática que corresponde à mediação.
Na China, a mediação comunitária atravessa gerações e a mediação institucional é instância obrigatória de acesso à justiça. Atualmente a China utiliza-se das chamadas Comissões Populares de Mediação e resolve milhões de litígios no âmbito pré-judiciário.
História e contextualização legal da mediação
No Japão existe o chotei, uma espécie de conciliação prévia obrigatória, também milenar, utilizada tradicionalmente nos conflitos de direito de família, sendo obrigatória a mediação nos casos de divórcio.
Na África são realizadas convocações de assembléias ou as chamadas Juntas de Vizinhança lideradas por uma associação ou por pessoas respeitadas na comunidade para fazerem a mediação.
História e contextualização legal da mediação
Nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa a mediação teve um impulso extraordinário a partir da década de 90, propiciando inúmeros investimentos de acadêmicos, teóricos e profissionais.
Na Austrália e na Nova Zelândia desenvolvem a mediação com vinculação a juízes
e auditores.
O México e a Colômbia têm uma visão interdisciplinar da mediação, e a Argentina adota a mediação de forma legal instituída pela Lei nº 24.573-92.
História e contextualização legal da mediação
No Brasil a mediação surgiu simplesmente dos obstáculos de acesso à justiça e à ineficiência do sistema judiciário brasileiro em atender, satisfatoriamente, à demanda por soluções exigidas, pelos mais diversos conflitos da população.
A mediação surgiu com grande ênfase no Brasil no século XX, mais propriamente nos anos 90 como modo de resolver os litígios trabalhistas, sendo que se expandiu vindo a ser utilizada também nos conflitos familiares e negociais.
História e contextualização legal da mediação
A criação de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça que dispõe sobre a conciliação e a mediação partiu de uma premissa de que cabe ao Judiciário estabelecer a política pública de tratamento adequado dos conflitos de interesses resolvidos no seu âmbito – seja por meios heterocompositivos, seja por meios autocompositivos.
História e contextualização legal da mediação
A criação da Resolução 125 do CNJ foi decorrente da necessidade de se estimular, apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento de práticas já adotadas pelos tribunais. Desde a década de 1990, houve estímulos na legislação processual à autocomposição, acompanhada na década seguinte de diversos projetos piloto nos mais diversos campos da autocomposição
História e contextualização legal da mediação
Diante dos resultados positivos desses projetos piloto e diante da patente necessidade de se estabelecer uma política pública nacional em resolução adequada de conflitos o Conselho Nacional de Justiça aprovou em 29 de novembro de 2010 a Resolução 125. Os objetivos desta Resolução estão indicados de forma bastante taxativa: i) disseminar a cultura da pacificação social e estimular a prestação de serviços autocompositivos de qualidade (art. 2º); ii) incentivar os tribunais a se organizarem e planejarem programas amplos de autocomposição (art. 4º); iii) reafirmar a função de agente apoiador da implantação de políticas públicas do CNJ (art. 3º).
História e contextualização legal da mediação
O Conselho Nacional de Justiça tem concentrado esforços para mudar a forma com que o Poder Judiciário se apresenta. Não apenas de forma mais ágil e como solucionador de conflitos mas principalmente como um centro de soluções efetivas do ponto de vista do jurisdicionado. Em suma, busca‑se mudar o “rosto” do Poder Judiciário.
História e contextualização legal da mediação
Ao se desenvolver esse conceito de “abandono de fórmulas exclusivamente positivadas”, o que se propõe é a implementação no nosso ordenamento jurídico‑processual de mecanismos processuais e pré‑processuais que efetivamente complementem o sistema instrumental, visando ao melhor atingimento de seus objetivos fundamentais ou, até mesmo, que atinjam metas não pretendidas diretamente no processo heterocompositivo judicial.
História e contextualização legal da mediação
A marca característica do movimento de acesso à Justiça, como vem sendo atualmente concebido, consiste precisamente em administrar o sistema público de resolução de conflitos como se este fosse legitimado principalmente pela satisfação do jurisdicionado com a condução e com o resultado final de seu processo.
História e contextualização legal da mediação
Com a Resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça, começa‑se a criar a necessidade de tribunais e magistrados abordarem questões como solucionadores de problemas ou como efetivos pacificadores – a pergunta recorrente no Poder Judiciário deixou de ser “como devo sentenciar em tempo hábil” e passou a ser “como devo abordar essa questão para que os interesses que estão sendo pleiteados sejam realizados de modo mais eficiente, com maior satisfação do jurisdicionado e no menor prazo”. 
História e contextualização legal da mediação
Nesse novo acesso à justiça os tribunais devem redefinir o papel do poder judiciário na sociedade como menos judicatório e mais harmonizador. Busca‑se assim estabelecer uma nova face ao judiciário: um local onde pessoas buscam e encontram suas soluções – um centro de harmonização social.
História e contextualização legal da mediação
O art. 7º da Resolução 125 cria o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (“Núcleo” ou “NUPEMEC) com o objetivo principal de que este órgão, composto por magistrados da ativa ou aposentados e servidores, desenvolva a política judiciária local de RAD. 
A este núcleo compete promover a capacitação de magistrados e servidores em gestão de processos autocompositivos bem como capacitar mediadores e conciliadores – seja entre o rol de servidores seja com voluntários externos. Compete ao Núcleo instalar os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e planejar de forma centralizada a implantação dessa política pública no respectivo Tribunal.
História e contextualização legal da mediação
O art. 8º da Resolução em comento cria os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (“Centros”) com o objetivo principal de realizar as sessões de conciliação e mediação do Tribunal. Naturalmente, todas as conciliações e mediação pré‑processuais são de responsabilidade do Centro – uma vez que ainda não houve distribuição para varas. Todavia, mesmo demandas já distribuídas podem ser encaminhadas para os Centros com o objetivo de apoiar os Juízos, Juizados e Varas nas suas conciliações e mediações.
História e contextualização legal da mediação
A Política Pública de Resolução Apropriada de Disputas conduzida preponderantemente pelo Conselho Nacional de Justiça, tem refletido um movimento de consensualização do Poder Judiciário uma vez que passa a estabelecer a autocomposição como solução prioritária para os conflitos de interesse. Isso significa que olegislador crê que a maior parte dos conflitos pode ser resolvida por meios consensuais.
História e contextualização legal da mediação
O Código de Processo Civil apresenta uma série de indicações como o conciliador e o mediador sendo auxiliares da justiça (art. 149) e a criação de centros judiciários de solução consensual de conflitos (art. 165). 
O legislador, tanto na Lei de Mediação como no NCPC, prestigiou a proposta de consensualização do Poder Judiciário preconizada com o Movimento pela Conciliação e especialmente pela Res. 125/10.
História e contextualização legal da mediação
A regra de encaminhamento à conciliação ou à mediação no art. 334 do NCPC, indica que se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação. O estímulo pretendido foi tão enfático que o § 4o do mesmo artigo estabelece que a audiência não será realizada apenas se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual ou quando não se admitir a autocomposição. 
História e contextualização legal da mediação
O § 8o desse mesmo artigo (334) estabelece também que o não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação deve ser considerado ato atentatório à dignidade da justiça e deve ser sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
História e contextualização legal da mediação
As características intrínsecas dos processos autocompositivos, como podem ser examinadas na tabela a seguir, impõe mudanças significativas também na gestão desses processos e de seus encaminhamentos. 
História e contextualização legal da mediação
Processos autocompositivos
• Prospectivos
• Foco em soluções
• Disputa deve ser resolvida
• Enfoque pluralista
• Uso pragmático do Direito
Processos heterocompositivos
• Retrospectivos
• Foco em culpa
• Disputa deve ser vencida
• Enfoque monista
• Uso dogmático do Direito
História e contextualização legal da mediação
• Formalismo definido pelo usuário
• Linguagem e regras simplificadas
• Participação ativa das partes
• Advogados direcionados a
contribuir com soluções
negociadas
• Foco em interesses
• Processo humanizado
• Formalismo definido pelo prestador
• Linguagem e regras tradicionais
• Participação ativa dos operadores do direito
• Advogados direcionados a atuar no processo para vencer
• Foco em direitos e fatos
• Processo positivado
História e contextualização legal da mediação
A perspectiva temporal. 
Processos autocompositivos são, como regra, prospectivos uma vez que se preocupam com o futuro da relação em questão. Por sua vez processos heterocompositivos são retrospectivos na medida em que buscam examinar o passado da relação e verificar como compensar eventuais equívocos passados com reparações no presente
História e contextualização legal da mediação
O foco preponderante.
Processos consensuais possuem, em linhas gerais, foco em soluções. Busca-se pensar diante da situação presente consolidada quais são as melhores saídas para a realização dos interesses daquelas partes envolvidas bem como o que é necessário para atender às necessidades dos interessados. Na autocomposição, frequentemente, não se pensa em quem está certo e quem está errado
História e contextualização legal da mediação
Como se lida com o conflito. 
 Processos autocompositivos abordam a disputa e o conflito como fenômenos a serem resolvidos de forma preponderantemente colaborativa. Já processos heterocompositivos, como regra, abordam a disputa como um uma dinâmica a ser vencida.
História e contextualização legal da mediação
Monismo ou pluralismo. 
Processos autocompositivos desafiam posições singularistas de que para cada conflito de interesse só pode haver uma solução correta — a do magistrado, que sendo mantida ou reformada em grau recursal, torna-se a “verdadeira solução” para o caso.na autocomposição, podem existir diversas respostas concomitantemente corretas (e legítimas) para uma mesma questão. Nessa hipótese, cabe às partes construírem a solução para suas próprias questões e, assim, encontrarem a resposta que melhor se adeque ao seu contexto fático.
História e contextualização legal da mediação
Dogma/Pragmatismo
Processos heterocompositivos requerem o estabelecimento de determinadas organizações tidos como pontos fundamentais e indiscutíveis dentro de um sistema (dogmas). Na autocomposição, a preocupação em soluções que funcionem na prática e na vida real dos interessados mostra-se preponderante. Nesse caso, faz-se necessário o afastamento de ficções jurídicas e a aproximação de soluções funcionais, ou pragmáticas, dentro da realidade dos próprios interessados.
História e contextualização legal da mediação
Linguagem. 
Como decorrência do uso pragmático do direito em processos consensuais, a linguagem e as regras na autocomposição são simplificadas para atender especificamente às necessidades e ao conforto dos usuários. 
Por outro lado, na heterocomposição a linguagem e as regras são estabelecidos por operadores dos processos baseando-se na tradição ou na própria cultura ou tradição processual.
História e contextualização legal da mediação
Participação. 
Em processos autocompositivos, em regra, espera-se participação ativa das partes. Estas assumem um protagonismo em relação ao que é discutido - o “como é discutido” passa por um crivo do mediador, mas o “que é discutido” depende das partes. Nestas hipóteses, advogados atuam orientando seus clientes em relação a seus direitos e auxiliando a encontrarem soluções.
História e contextualização legal da mediação
Foco. 
Na autocomposição os processos tem seus fundamentos nos interesses das partes. Assim, identificar corretamente os interesses e construir soluções engenhosas para suas realizações são da essência desses processos. Por sua vez, os processos heterocompositivos são fundados nos fatos e nos direitos aplicáveis a estes.
História e contextualização legal da mediação
Processo humanizado/positivado. 
Na autocomposição, parte-se da premissa de que o centro do processo são as pessoas que o compõem. Desta forma se faz necessário atentar às necessidades materiais e processuais que os interessados têm ao se conduzir uma mediação ou uma conciliação.
Na heterocomposição, por sua vez, há preocupação com a transparência do processo de forma que deve prevalecer a regra procedimental que tiver sido normatizada. Para a autocomposição a justiça é um valor construído pelas próprias partes. Na heterocomposição a justiça é decorrente da adequada aplicação de procedimento previsto em lei.
Para saber mais
RESOLUÇÃO 125 DE 2010 DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
NCPC/2015 (Lei 13.105/2015)
A lei de mediação (Lei nº 13.140/2015)
FREITAS, Frederico Oliveira;BASTOS, Débora. A aplicação da mediação no novo Código de Processo Civil e seus mecanismos em busca da pacificação social. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIX, n. 152, set 2016. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=17824&revista_caderno=21>. Acesso em mar 2018.

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