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Estabilidade no Emprego e Justa Causa

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Faculdade de Direito de Ipatinga – FADIPA
Direito do Trabalho II
Professor: Adolfo Jacob
Caros alunos, neste resumo abordaremos duas matérias: estabilidade no emprego e falta grave do empregado ou do empregador.
A - Estabilidades no Emprego
Estabilidade Definitiva - Artigo 492 da CLT – A norma insculpida neste artigo estabelecia que após o empregado completar 10(dez) anos de serviço para o mesmo empregador ele somente poderia ser despedido por motivo de falta grave, a ser apurada mediante ação judicial específica chamada inquérito judicial para apuração de falta grave(art. 853 a 855 da CLT).
Assim, no sistema original da CLT, o empregado que fosse despedido sem justa causa antes de completar 10(dez) anos de serviço para o mesmo empregador tinha direito a uma indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço efetivo e fração igual ou superior a seis meses(art. 478 da CLT). Não havia FGTS.
O FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, foi criado pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966 e vigente a partir de 01 de janeiro de 1967, para proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de contas vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos depósitos mensais efetivados pelo empregador, acrescidos de atualização monetária e juros. A partir da vigência desta Lei, o FGTS passou a ser opcional para o trabalhador, isto é, ao firmar um contrato de emprego o trabalhador optaria pelo sistema de indenização pelo tempo de serviço e pela possibilidade de adquirir a estabilidade decenária nos termos da CLT.
Contudo, a Constituição de 1988 extinguiu a possibilidade de que em contratos firmados a partir de sua vigência fosse adotado o sistema de indenização por tempo de serviço e estabilidade decenal prevista na CLT, eis que por força da norma insculpida no artigo 7, III, o regime do FGTS foi estendido a todos os empregados urbanos e rurais. 
Principais casos de Estabilidades Provisórias:
1 – Membro da Diretoria de Sindicato – 
- Base normativa: artigo 8º, VIII, da Constituição Federal e artigo 543 da CLT.
- Titulares e Suplentes. Desde o registro da candidatura e, se eleito, até um ano após o fim do mandato. 
- Somente podem ser despedidos em caso de falta grave (justa causa) mediante uma ação judicial específica denominada Inquérito judicial para apuração de falta grave (art. 853/855 da CLT).
2 - Membros eleitos pelos empregados para a diretoria da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho. 
- Base Jurídica: CF, artigo 10, II, “a” do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) em conúbio com o artigo 165 da CLT.
- Titulares e suplentes. Desde o registro da candidatura e, se eleito, até um ano após o fim do mandato. 
3 – Gestante – 
- Base normativa: CF/88, artigo 10, II, “b” .
- Súmula n. 244 do TST: GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
 II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.
 III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado.
- Da confirmação da gravidez até 05 meses após o parto.
4 – Acidente de Trabalho – 
Base normativa - Artigo 118 da Lei n. 8213/91(Lei do s Benefícios da Providência social):
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
 Súmula n. 378 do TST:
 Estabilidade provisória. Acidente do trabalho. art. 118 da Lei nº 8213/1991. Constitucionalidade. Pressupostos. (Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 105 e 230 da SDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20.04.2005)
I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 - Inserida em 01.10.1997)
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ nº 230 - Inserida em 20.06.2001)
- Somente é cabível por acidente do trabalho (aqui incluídos acidente de trajeto e doença profissional. Portanto, não é cabível em caso de doença ou acidente comum. 
B - Falta grave – motivo para justa causa da extinção relação de emprego – 
B-1 FALTA GRAVE COMETIDA PELO EMPREGADO = MOTIVO PARA DISPENSA POR JUSTA CAUSA 
Uma vez que na relação de trabalho a fidúcia (confiança) entre as partes é fundamental, caso uma das partes cometa uma falta que venha a ser considerada falta grave, a outra parte pode tomar a iniciativa de extinguir a relação de trabalho por justa causa.
O local da ação ou omissão faltosa poderá ser ou não o de prestação de trabalho, e poderá ser em horário de trabalho ou não.
Princípios relativos à falta grave: 
1 – Taxatividade: São consideradas faltas graves apenas aquelas previstas em lei, sendo vedado a criação de outros tipos pelas partes ou por diploma coletivo (acordo ou convenção coletivo de trabalho).
2 – Imediatidade ou contemporaneidade da falta: Entre o momento em que o patrão toma conhecimento da falta e a punição, em regra, não deve haver prestação e serviços pelo empregado faltoso, sob pena de se entender como ocorrido o perdão tácito.
2	– Proporcionalidade: Jurisprudência e doutrina consideram que, dependendo da natureza da falta, ela só será considerada como grave pela repetição; assim, o empregado faltoso, neste caso, deverá ser advertido, suspenso, e somente depois, dispensado.
3	– Nexo de causalidade entre a conduta faltosa e a punição.
4	– Non bis em idem : Não pode haver mais de uma punição para a mesma falta, de modo que aquelas posteriores à primeira serão indevidas.
Condutas consideradas como faltas do empregado(como visto acima, sempre têm de estar previstas em lei) :
Estão elencadas no artigo 482 da CLT (para todos os empregados); artigo 158 da CLT (para todos os empregados); declaração falsa ou o uso indevido do Vale-Transporte (artigo 7º, § 3 º do Decreto n. 95.247/87, que regulamentou a Lei n. 7.418/85).
Observação, O artigo 508 da CLT foi revogado. Sua dicção era a seguinte: Considera-se justa causa, para efeito de rescisão de contrato de trabalho do empregado bancário, a falta contumaz de pagamento de dívidas legalmente exigíveis. (Revogado pela Lei nº 12.347, de 2010)
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nasmesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
 A Lei n. 13.467/2017, que entrou em vigor em 11/11/2017, acrescentou a alínea “l” , que veicula mais uma conduta que caracteriza falta grave do empregado: l ) Perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. 
Art. 158 da CLT - Cabe aos empregados: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; (Incluída pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. (Incluída pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
B-2 – Justa causa para rescisão do contrato por motivo de falta grave do empregador. 
Base normativa: artigo 483 da CLT
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do serviço.
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo. (Incluído pela Lei nº 4.825, de 5.11.1965)
Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade.
Art. 485 - Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os empregados terão direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os art. 477 e 497.
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Adolfo Jacob
Labor improbus omnia vincit. (Virgílio)

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