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ABECE ConformidadeResistenciaConcreto versão final

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Procedimento – Proposta ABECE 
 
ESTRUTURAS DE CONCRETO 
CONFORMIDADE DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO 
Atualmente, pode-se afirmar que no Brasil, na grande maioria das obras 
com estruturas de concreto, adota-se como procedimento mínimo de 
controle de qualidade o acompanhamento da resistência à compressão 
do concreto utilizado. 
Entende-se por controle com amostragem total o procedimento de se 
ensaiar um exemplar de cada betonada empregada, e por controle com 
amostragem parcial o procedimento em que são ensaiadas apenas os 
exemplares de algumas das betonadas com que a estrutura foi 
construída. Em qualquer caso, os exemplares devem ser retirados do 
trecho médio da descarga e constituídos por 2 (dois) corpos-de-prova, 
considerando-se o maior dos dois resultados obtidos como o 
representativo da resistência à compressão do concreto dessa betonada. 
Tanto por parte das empresas de serviços de concretagem (denominadas 
concreteiras), como por parte das construtoras e dos projetistas das 
estruturas, observa-se enorme preocupação com a qualidade do concreto 
fornecido, pois essa qualidade interfere diretamente na segurança e 
durabilidade da estrutura. 
Mesmo com a união dos esforços – especificação correta do concreto e 
controles de qualidade do concreto na obra – não raramente ocorrem 
desvios na resistência do concreto, com resultados menores do que o 
especificado no projeto estrutural. 
 
Em função da ordem de grandeza das diferenças encontradas entre a 
resistência especificada em projeto (fck,especificada) e a resistência estimada 
(fck,estimada), obtida dos ensaios, a empresa construtora, que em primeira 
instância é a responsável pela qualidade da estrutura, depara-se com a 
seguinte questão: o que fazer para que, nesse caso, a estrutura 
apresente confiabilidade semelhante à admitida pelas premissas do 
projeto estrutural? 
 
 
Tal questão apresenta resposta que deve abranger pelo menos três 
aspectos distintos, a saber: 
 Questões de natureza comercial (definição de responsabilidades) 
Tendo em vista que o concreto na saída da bica do caminhão-
betoneira deve ter sua qualidade assegurada pela empresa 
concreteira, é ela que, em geral, tem sido a responsável pelos 
recursos necessários à definição e implantação da solução para o 
problema de ter sido empregado um concreto não conforme; 
 
 Questões de natureza ética (questões contratuais e de 
normalização) 
A empresa chave para responder à questão é, por motivos óbvios, a 
projetista da estrutura. Assim, de posse de toda a documentação 
técnica da estrutura em questão, o engenheiro responsável pelo 
projeto estrutural deve encaminhar a solução, sendo para isso 
devidamente remunerado pelo contratante do projeto estrutural. 
Caso, por motivos associados à complexidade do problema, o 
engenheiro responsável pelo projeto não desejar participar da solução, 
ou não se julgar apto a definir as decisões inerentes à solução do 
problema específico, poder-se-á então contratar um consultor. 
A contratação do consultor deverá contar com a anuência do projetista 
da estrutura, da construtora e da concreteira. Além disso, a solução do 
consultor deverá ser primeiramente apresentada ao projetista, que 
poderá ou não com ela concordar. Em caso do projetista não 
concordar com a solução proposta, caberá às partes interessadas 
elaborar um documento esclarecendo os limites das responsabilidades 
de cada um dos profissionais envolvidos no problema; 
 
 Questões de natureza técnica (garantia da segurança da estrutura) 
Para o controle da resistência do concreto é necessário distinguir dois 
procedimentos distintos, a seguir definidos: 
 
 I) - Controle total (Rastreabilidade) 
 O concreto de cada amassada (caminhão-betoneira) é controlado 
 individualmente, e também é realizado o mapeamento do 
 lançamento do concreto ao longo da estrutura; 
 
 II) - Controle parcial 
O controle é feito sem que seja realizado o mapeamento do 
lançamento do concreto ao longo da estrutura, ainda que seja 
efetuada a amostragem total. 
O engenheiro responsável pela análise dos resultados de controle 
deve empregar os seguintes procedimentos: 
a) Examinar os resultados dos ensaios realizados com os corpos-de-
prova moldados na ocasião da concretagem. Nesse exame, deverá 
ficar esclarecido qual o tipo de controle empregado na obra: 
controle total - quando há amostragem total e mapeamento do 
concreto empregado ao longo da estrutura em questão, ou 
controle parcial - quando não há esse mapeamento; 
b) Em função do tipo de controle empregado durante a construção da 
estrutura, e com os critérios gerais de aceitação a seguir 
apresentados, julgar aceitável ou não o concreto em análise: 
b.1- No caso de controle total, a resistência do concreto de cada 
caminhão- betoneira é avaliada individualmente. Dos dois corpos-
de-prova ensaiados de cada betonada, considera-se apenas o 
resultado mais alto (X0). A resistência característica estimada deve 
ser adotada com o valor fck,est = 0,96 X0; 
 
NOTA 1: Embora diferente do critério constante na NBR 12655:2006, é essa a 
recomendação do grupo de trabalho formado na ABECE, em função da justificativa do 
texto em anexo, de autoria do Prof.Péricles Brasiliense Fusco, que foi também testada 
por meio de simulações numéricas do Prof. Francisco Paulo Graziano. 
 
Se o resultado obtido for fck,est ≥ fck,esp, essa betonada será aceite 
automaticamente; 
Se resultar fck,est = 0,96.X0 menor que fck,esp, o material será 
considerado como não conforme. No caso de ter havido controle 
total, existindo o correspondente mapeamento dos locais de 
lançamento das diferentes frações do concreto empregado, a 
critério do projetista da estrutura, esse concreto poderá ser aceite 
ou rejeitado, levando-se em conta a importância dos elementos 
estruturais construídos com esse concreto; 
b.2- No caso de controle parcial com amostragem total, se resultar 
fck,est < fck,esp, o concreto deverá ser rejeitado; 
b.3- No caso de controle parcial com amostragem parcial, o 
concreto será julgado pelo conjunto de resultados experimentais 
obtidos das betonadas representativas do lote em análise. O valor 
de fck,est poderá ser obtido pelo item 6.2.3.1 da NBR 12655; 
 No caso de resultar fck,est < fck,esp o concreto será rejeitado. 
 
c) Caso o concreto seja rejeitado, o engenheiro responsável por essa 
análise deverá recomendar uma nova avaliação da resistência à 
compressão do concreto, por meio de ensaios de testemunhos 
extraídos1 das peças estruturais que julgar necessárias. Esta nova 
avaliação poderá ser de três naturezas distintas: 
c.1  investigação e análise com o objetivo de 
comprovar se o fck,est do concreto entregue 
e aplicado na estrutura efetivamente não 
está em conformidade com o especificado 
no projeto estrutural (fck,esp); 
c.2  análise de segurança e estabilidade da 
peça estrutural; e, 
c.3  análise de durabilidade. 
 
Para a determinação do fck,est, deve-se considerar o 
exposto no item e) do presente documento. 
c.1 Este caso somente se aplica a estruturas submetidas ao 
controle total, ou seja, amostragem a 100% com 
mapeamento do lançamento do concreto. As peças 
estruturais moldadas com o concreto em análise devem ser 
identificadas. De cada peça estrutural pode ser retirado um 
testemunho de forma a que o conjunto dos testemunhos 
constitua uma amostra representativa daquele volume de 
concreto em estudo como, por exemplo, o concreto de um 
caminhão-betoneira. Não há necessidade de se extrair 
testemunhos de todas as peças estruturais em estudo. 
Recomenda-se dar preferência a uma amostragem 
homogeneamente distribuída. No caso de pilares, se houver 
a necessidade da retirada de mais de um testemunho, os 
mesmos deverão estar no mesmo prumo, para não reduzir 
exageradamente a seçãoda peça, e afastados entre si de 
pelo menos um diâmetro do testemunho. Preservar estribos 
e a armadura longitudinal, dando preferência a extrair do 
terço médio logo acima do fim das barras de ancoragem. O 
tamanho ideal da amostra é seis ou mais testemunhos 
aproveitáveis. O número mínimo de testemunhos 
aproveitáveis no caso de volume reduzido deve ser três 
testemunhos. Para análise estatística organizar os 
resultados em ordem crescente: 
 fc,ext1 ≤ fc,ext2 ≤ fc,ext3 ≤ fc,ext4 ≤ .... ≤ fc,exti 
≤ ... ≤ fc,extn 
 
1 Adota-se as seguintes definições: fck,esp = resistência característica do concreto à compressão a 28 dias de 
idade, especificada no projeto estrutural; fck,est = resistência característica estimada do concreto à 
compressão a 28 dias de idade; fc,ext = resistência à compressão do concreto obtida de testemunhos 
extraídos da estrutura a qualquer idade. 
 
 
)
2
(,
)1
2
(,1,
,
1
2
...
nextc
nextcextc
estck fn
ff
f 




 
 no caso de apenas 3 testemunhos utilizar: 
 fck,est = fc,ext1 + fc,ext2 - fc,ext3 
Com fck,est ≥ fck,esp haverá aceitação automática. Com a 
necessária anuência do Projetista da estrutura a aceitação 
do concreto também poderá ser feita sempre que fck,est ≥ 0,9 
fck,esp, que considera indiretamente o fato do concreto não 
mais ser o de um corpo de prova, mas de já pertencer à 
estrutura, de acordo com o item 12.4.1. da NBR 6118:2003. 
c.2 Trata-se de analisar a segurança e estabilidade de peças 
estruturais individualmente. Aplica-se a situações de 
controle total ou parcial. O primeiro passo deve ser dado 
pelo Projetista da estrutura, indicando quais as peças 
estruturais que devem ser objeto de investigação e análise. 
Na sequência, deve propor o número de testemunhos por 
peça estrutural, recomendando-se não superar dois por 
pilar, extraídos preferencialmente no mesmo prumo e 
afastados de pelo menos um diâmetro do testemunho. A 
resistência do concreto da peça estrutural deve ser o valor 
mais alto de dois testemunhos irmãos ou, no caso de 
apenas um testemunho, o valor obtido. Portanto neste caso 
fck,est = fck,ext . 
Com fck,est ≥ fck,esp haverá aceitação automática. Com a 
necessária anuência do Projetista da estrutura a aceitação 
do concreto também poderá ser feita sempre que fck,est ≥ 0,9 
fck,esp, que considera indiretamente o fato do concreto não 
mais ser o de um corpo de prova, mas de já pertencer à 
estrutura, de acordo com o item 12.4.1. da NBR 6118:2003. 
c.3 Pode haver situações nas quais uma investigação e análise 
das implicações da não conformidade na vida útil e 
durabilidade dessa estrutura seja altamente recomendável 
e, neste caso, é conveniente obter um parecer técnico de 
um consultor especializado. 
 
 
d) Na verificação da resistência da estrutura, as cargas permanentes 
formadas pelo peso próprio das peças estruturais já executadas e 
que possuam dimensões dentro das tolerâncias previstas em 
Norma, poderão ser consideradas com o coeficiente parcial de 
majoração das ações com valor 1,2g  . Esse procedimento não 
pode ser aplicado a pilares quando houver pavimentos ainda não 
concretados; 
 
e) Para testemunhos extraídos da estrutura, ensaiados entre 28 dias 
e até três meses da concretagem, o valor de fck,est obtido poderá 
ser empregado sem a correção para 28 dias. Para ensaios 
realizados em idade do concreto superior a três meses, o fck,est 
deverá ser corrigido para 28 dias; 
 
f) Nos casos de não ter havido controle total, como não existe 
mapeamento dos locais de lançamento, o concreto rejeitado na 
análise anterior poderá ser reanalisado por meio da extração de 
testemunhos, considerando separadamente as partes que possam 
ser julgadas como construídas com concreto razoavelmente 
homogêneo. No exame dessa homogeneidade, as análises 
esclerométrica e de ultra-som poderão ser elementos auxiliares; 
 
g) O número N de testemunhos deve ser coerente com o tamanho de 
cada trecho em exame, e a estimativa pode ser feita pela 
expressão apresentada no item c.1. Nessa investigação não 
poderão ser aceitos resultados muito discrepantes entre si. Neste 
caso, a critério do responsável pela investigação, poderão ser 
ensaiados testemunhos suplementares; 
 
h) Na análise das deformações da estrutura, poder-se-á empregar a 
média das resistências obtidas dos corpos-de-prova moldados e 
rompidos aos 28 dias, para se calcular o valor do respectivo 
módulo de elasticidade; 
 
i) Caso possível, a avaliação da segurança da estrutura poderá 
empregar a análise de confiabilidade estrutural; 
 
j) Em qualquer caso, dever-se-á reunir toda a documentação 
originada no processo de análise, colocando-a à disposição de 
todos os envolvidos. 
 
NOTA 2: a qualidade das betoneiras dos caminhões de entrega deve ser controlada 
regularmente. Recomenda-se que o controle seja feito ensaiando-se uma amostra 
retirada após a descarga de apenas 15% do volume total, outra amostra retirada do trecho 
médio da descarga e uma terceira amostra retirada após 85% de descarga. A diferença 
entre a maior e a menor resistência assim obtidas não poderá ser maior que 15% da 
resistência da amostra retirada do trecho médio da descarga. 
 
 
Com o presente documento, a ABECE – Associação Brasileira de 
Engenharia e Consultoria Estrutural pretende colaborar para o 
estabelecimento de procedimentos bem fundamentados na teoria de 
segurança estrutural e na teoria das estruturas, com o objetivo de 
orientar os trabalhos de análise nos casos em que o concreto se 
apresentar não conforme. 
 
 
Sugestões para o aperfeiçoamento deste documento podem ser 
enviadas ao Comitê Técnico que trata do assunto, por intermédio do 
e-mail abece@abece.com.br .

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