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Alcenos e Alcinos Aula 4 UFOP-ICEB-QUI-220 Química Orgânica para Biologia Aula dos dias 11 e 16 de abril de 2018 Alcenos →→→→ são hidrocarbonetos que contêm pelo menos uma ligação dupla carbono-carbono. Alcenos foram chamados de olefinas (formadores de óleos). Os primeiros químicos observaram que uma substância oleosa era formada quando o eteno (CH2=CH2) reagia com cloro. Exemplos de ocorrência natural: 1. Introdução Eteno →→→→ hormônio vegetal responsável pelo amadurecimento de frutas, germinação de sementes, maturação de flores Musculare→→→→ feromônio (atraente sexual da mosca do cavalo) 1. Introdução Outros exemplos de ocorrência natural dos alcenos: Limoneno – encontrado em óleos de limão e laranja 1. Introdução Importância Industrial: O eteno é utilizado para produzir: - etanol - etanal - óxido de etileno - e o polímero polietileno O propeno é usado para produzir; - o polímero polipropileno 1. Introdução Alcinos →→→→ são hidrocarbonetos que contêm pelo uma ligação tripla carbono-carbono. O nome comum para esta família é acetilenos, após o primeiro membro, HC≡CH (etino). O acetileno (etino) é usado na preparação de polímeros acrílicos. Existem poucos alcinos de ocorrência natural. 2. Fonte dos Alcenos e Alcinos O eteno, o propeno e o buteno são sintetizados industrialmente pelo craqueamento de alcanos leves (C2-C8). O acetileno (etino) é preparado industrialmente pela decomposição de metano a altas temperaturas (pirólise). Metano Acetileno eteno propeno buteno 3. Forma e fórmula geral dos Alcenos e Alcinos Alcenos - Os dois átomos de carbono ligados por ligação dupla tem hibridização sp2. O entrosamento desses orbitais sp2, dá origem a um orbital σ. O entrosamento dos orbitais p dá origem a um orbital pi. O comprimento médio das ligações duplas é de 1,33 Å (10-10 m). Fórmula geral CnH2n Alcinos - Os dois átomos de carbono ligados por ligação tripla tem hibridização sp. O entrosamento desses orbitais sp, dá origem a um orbital σ. O entrosamento dos orbitais p dá origem a dois orbitais pi. O comprimento médio das ligações triplas é de 1,20 Å (10-10 m). 3. Forma e fórmula geral dos Alcenos e Alcinos Fórmula geral CnH2n - 2 Se conhecemos a fórmula molecular de um hidrocarboneto podemos determinar quantas ligações duplas e/ou quantos ciclos o hidrocarboneto possui. Exemplo: a substância C8H14 precisa de quatro hidrogênios para se tornar C8H18 (CnH2n+2). Consequentemente o grau de insaturação desta substância é 2, ou seja, ela pode ter: - duas ligações duplas; - uma ligação dupla e um anel; - dois anéis; - uma ligação tripla 4. Calculando o Grau de Insaturação 5. Nomenclatura dos Alcenos e Alcinos As regras da IUPAC para denominar alcenos são similares, àquelas para denominar alcanos: 1) Localiza-se a cadeia carbônica mais comprida que contenha uma ligação dupla e modifica-se o final do nome do alcano de –ano para –eno. 2) Numera-se a cadeia carbônica mais comprida, começando com o final da cadeia, mais perto da ligação dupla. Designa-se a localização da ligação dupla usando o número do primeiro átomo da ligação dupla como prefixo: 5. Nomenclatura dos Alcenos e Alcinos 3) Indica-se as localizações dos grupos substituintes pelos números dos átomos de carbono aos quais estão ligados. 4) Numera-se os cicloalcenos substituídos de tal modo que os átomos de carbono da ligação dupla fiquem nas posições 1 e 2, e que o grupos substituintes tenham os números menores no primeiro ponto de diferença. 5. Nomenclatura dos Alcenos e Alcinos Nomenclatura dos Alcinos 1) Localiza-se a cadeia carbônica mais comprida que contenha uma ligação tripla e modifica-se o final do nome do alcano de –ano para –ino. 2) Numera-se a cadeia carbônica mais comprida, começando com o final da cadeia, mais perto da ligação tripla. Designa-se a localização da ligação tripla usando o número do primeiro átomo da ligação tripla como prefixo: 3) As localizações dos grupos substituintes dos alcinos ramificados e alcinos substituídos também são indicadas por números 6. Propriedades Físicas 6. Propriedades Físicas Alcenos e alcinos são apenas ligeiramente solúveis em água, mas são bastante solúveis em solventes apolares como hexano, éter dietílico, benzeno. As densidades de alcenos e alcinos são menores do que a da água. 6. Propriedades Físicas Alceno Ponto de Ebulição (oC) Eteno - 102 Propeno - 49 cis-2-buteno 4 trans-2-buteno 1 7. O Sistema (E)-(Z) para designar Alcenos Por exemplo o 2-buteno, pode existir em duas formas diferentes. cis-2-buteno trans-2-buteno Os termos cis e trans só devem ser usados para designar alcenos dissubstituídos. 7. O Sistema (E)-(Z) para designar Alcenos A nomenclatura cis-trans não pode ser aplicada para alcenos tri- ou tetrassubstituídos. Usa-se o sistema (E)-(Z): 7. O Sistema (E)-(Z) para designar Alcenos 7. O Sistema (E)-(Z) para designar Alcenos configuração E (alemão, Entgegen, oposto)configuração Z (alemão, Zusammen, juntos) 8. Estabilidades Relativas dos Alcenos Isômeros cis e trans de alcenos não têm a mesma estabilidade. Para medir suas estabilidades relativas podemos comparar os dados para isômeros de alcenos relacionados de dois experimentos: hidrogenação e combustão. A reação de um alceno com hidrogênio é uma reação exotérmica; a variação de entalpia envolvida é chamada de calor de hidrogenação. Diferenças na energia liberada permitem a medida das estabilidades relativas de isômeros de alcenos quando a hidrogenação os converte no mesmo produto. 8. Estabilidades Relativas dos Alcenos O 1-buteno libera maior quantidade de calor e é o menos estável. O trans-2-buteno libera a menor quantidade de calor e é o mais estável. Portanto os isômeros trans são mais estáveis do que os correspondentes cis. 8. Estabilidades Relativas dos Alcenos A maior entalpia (calor de hidrogênação) dos isômeros cis pode ser atribuída à tensão causada pela aglomeração dos dois grupos alquila no mesmo lado da dupla ligação. 8. Estabilidades Relativas dos Alcenos Quando medidas de calor de hidrogenação não puderem ser utilizadas para avaliar a estabilidade relativa de dois alcenos, é possível utilizar a medida de calor de combustão. No exemplo a seguir, não pudemos usar o calor de hidrogenação para avaliar a estabilidade relativa de 4 alcenos porque são obtidos 3 produtos iguais e 1 produto diferente. 1-buteno Cis-2-buteno Na hidrogenação do 2-metilpropeno é obtido o isobutano. E na hidrogenação do 1-buteno, do cis- 2-buteno e trans-2- buteno é obtido o butano. Portanto o calor de hidrogenação não pode ser usado para medir a estabilidade relativa destes 4 alquenos. Trans-2-buteno butano butano butano 8. Estabilidades Relativas dos Alcenos 1-buteno Cis-2-buteno Trans-2-buteno butano butano butano 8. Estabilidades Relativas dos Alcenos Entretanto, na combustão completa destes compostos são obtidos os mesmos produtos. 6 O2 → 4 CO2 + 4 H2O ∆Ho = -2703 KJ/mol 6 O2 → 4 CO2 + 4 H2O ∆Ho = -2719 KJ/mol 6 O2 → 4 CO2 + 4 H2O ∆Ho = -2712 KJ/mol 6 O2 → 4 CO2 + 4 H2O ∆Ho = -2707 KJ/mol Quanto menor o calor liberado, maior a estabilidade do composto, logo o 2-metilpropeno é o alceno mais estável da série. 9. Estabilidades Relativas Globais dos Alcenos A estabilidade relativa dos alcenos aumenta com o aumento da substituição. Motivo: - Efeito indutivo - Hiperconjugação Estabilidades Relativas dos Alcenos: 9. Estabilidades Relativas Globais dos Alcenos A estabilidade aumenta com o aumento de radicais alquilas ligados ao carbono sp2 sp2 9. Estabilidades Relativas Globais dos Alcenos Hiperconjugação:quando orbitais p de uma ligação pi podem ser estabilizados por grupos alquila (ocorre fluxo de elétrons do orbital sigma do grupo alquila para o orbital p do alceno) CH3 10. Reações dos Alcenos Reação adição ⇓ característica de compostos com ligação dupla carbono-carbono. Tipo geral é mostrado a seguir: 10. Reações dos Alcenos Duas características da ligação dupla →→→→ ajudam a compreender por que tais reações ocorrem: 1) Uma reação de adição é o resultado da conversão de uma ligação pipipipi e uma ligação σσσσ em duas ligações σσσσ. O resultado desta troca é favorável energeticamente. 10. Reações dos Alcenos 2. Os elétrons da ligação pipipipi estão expostos. Como a ligação pipipipi resulta da sobreposição de orbitais p, os elétrons pipipipi se localizam acima e abaixo do plano da ligação dupla: suscetível a reagentes ávidos por elétrons Reagentes eletrofílicos ⇒ Eletrófilos Exemplos de eletrófilos: H+ e Br2 10. Reações dos Alcenos Eletrófilos →→→→ são ácido de Lewis →→→→ moléculas ou íons que podem receber um par de elétrons. Nucleófilos →→→→ são bases de Lewis →→→→ moléculas ou íons que podem doar um par de elétrons. 10. Reações dos Alcenos Os haletos de hidrogênio se adicionam à ligação dupla dos alcenos para formar haletos de alquila: Alceno haleto de haleto de hidrogênio alquila X = Halogênios A) Adição de Haletos de Hidrogênio aos Alcenos 10. Reações dos Alcenos Mecanismo para a Reação Adição de Haleto de Hidrogênio a um Alceno lenta carbocátion íon haleto haleto de alquilanucleófilo eletrófilo A) Adição de Haletos de Hidrogênio aos Alcenos 10. Reações dos Alcenos Adição de HX ⇒ a um alceno assimétrico poderia ocorrer por dois modos ⇒ mas na prática um só produto predomina - O resultado dessa e outras reações levaram Vladimir Markovnikov, em 1870, a formular a regra de Markovnikov. propeno A) Adição de Haletos de Hidrogênio aos Alcenos 10. Reações dos Alcenos Regra de Markovnikov: Na adição de HX a um alceno, o átomo de hidrogênio vai para o átomo de carbono da ligação dupla que já possui o maior número de átomos de hidrogênio. A adição HBr ao propeno ilustra esta regra: 2-bromopropano A) Adição de Haletos de Hidrogênio aos Alcenos 10. Reações dos Alcenos A) Adição de Haletos de Hidrogênio aos Alcenos Explicação Teórica da Regra de Markovnikov A estabilidade dos carbocátions é a seguinte: 10. Reações dos Alcenos A) Adição de Haletos de Hidrogênio aos Alcenos Na adição de HX a um alceno, o átomo de hidrogênio vai para o átomo de carbono da ligação dupla de modo a formar o carbocátion mais estável. Enunciado moderno da Regra de Markovnikov 10. Reações dos Alcenos B) Adição de Ácido Sulfúrico aos Alcenos - mecanismo é similar ao da adição de HX; - segue a regra de Markovnikov 10. Reações dos Alcenos C) Adição de Água aos Alcenos: Hidratação Catalisada por Ácido A água se adiciona aos alcenos para formar álcoois num processo denominado hidratação. - na presença de H2SO4 ou H3PO4 - seguem a regra de Markovnikov eteno etanol 10. Reações dos Alcenos C) Adição de Água aos Alcenos: Hidratação Catalisada por Ácido Mecanismo para a Reação A Hidratação de um Alceno Catalisada por Ácido. Hidratação do 2- metilpropeno 10. Reações dos Alcenos D) Adição de Cloro e Bromo aos Alcenos Alcenos reagem rapidamente com cloro e bromo em solventes não nucleofílicos (tetracloreto de carbono, CCl4) para formar dialetos vicinais. Alceno dialeto vicinal 10. Reações dos Alcenos D) Adição de Cloro e Bromo aos Alcenos Quando se usa bromo → teste de laboratório para a presença de ligações múltiplas carbono-carbono O flúor é muito reativo e o controle da reação é difícil. O iodo não reage com a maioria dos alcenos. 10. Reações dos Alcenos D) Adição de Cloro e Bromo aos Alcenos 10. Reações dos Alcenos D) Adição de Cloro e Bromo aos Alcenos Estereoquímica - ocorre uma adição anti formando trans-dibromociclopentanos enantioméricos 10. Reações dos Alcenos E) Hidrogenação dos Alcenos Os alcenos reagem com hidrogênio na presença de um catalisador para formar alcanos saturados correspondentes. Catalisadores: Platina (Pt), o paládio (Pd) e o níquel (Ni) 10. Reações dos Alcenos E) Hidrogenação dos Alcenos Um mecanismo para a reação Hidrogenação de Alcenos 10. Reações dos Alcenos E) Hidrogenação dos Alcenos A hidrogenação catalítica⇒ estereoquímica sin CH3 CH3 + H2 Ni, Pd ou Pt 25oC H H CH3 CH3 1,2-dimetil-cicloexeno cis-1,2-dimetil-cicloexano 10. Reações dos Alcenos F) Clivagem Oxidativa dos Alcenos Alcenos ⇒ são clivados oxidativamente a sais de ácido carboxílicos por soluções básicas de permanganato a quente 10. Reações dos Alcenos F) Clivagem Oxidativa dos Alcenos - CH2 terminal de 1-alceno é oxidado CO2 e H2O - carbono dissubstituído de uma ligação dupla torna-se o grupo carbonila de uma cetona 10. Reações dos Alcenos G) Ozonólise dos Alcenos - Processo global de uma ozonólise, leva à quebra da ligação carbono-carbono do seguinte modo: -H ligado a ligação dupla não é oxidado a –OH como com KMnO4 11. Reações dos Alcinos A) Adição de Haletos de Hidrogênio aos Alcinos - Alcinos reagem com HX: 11. Reações dos Alcinos B) Adição de Cloro e Bromo aos Alcinos 11. Reações dos Alcinos C) Hidrogenação dos Alcinos - Alcinos reagem H2 na presença de catalisadores: Alceno Alcano Dependendo se um ou dois equivalentes molares do H2 são usados
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