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INDICADORES DE GESTÃO EM PROCESSOS DE ATENDIMENTO INTEGRADO AO CIDADÃO MIRIAM SANTOS CARDOSO RODRIGO CARDOSO GARCIA 2 Painel 13/064 Gestão estratégica para resultados INDICADORES DE GESTÃO EM PROCESSOS DE ATENDIMENTO INTEGRADO AO CIDADÃO Miriam Santos Cardoso Rodrigo Cardoso Garcia RESUMO As organizações públicas brasileiras enfrentam continuamente o desafio de prestar atendimento ao cidadão de modo efetivo e humanizado. Nesse contexto, evidenciam-se as dificuldades de gerenciamento e melhoria contínua dos processos. Na perspectiva de modificar esse cenário, o Estado do Espírito Santo implantou o “Faça Fácil – Central de Atendimento Integrado”, um paradigma inovador no serviço público, com atendimento de qualidade, celeridade e resolutividade. Com objetivo de possibilitar o gerenciamento e o aprimoramento de suas práticas e resultados, o Faça Fácil criou indicadores de gestão objetivos e mensuráveis. Indicadores como o Índice de Eficiência (IEF), Índice de Qualidade (IQ), Índice de Disponibilidade (ID) e Índice de Conformidade (IC) permitem o monitoramento de variáveis importantes, como qualidade do atendimento, nível de satisfação, tempo médio de espera, capacidade de atendimento, equipamentos, infraestrutura de serviços, entre outras. A gestão por meio desses indicadores possibilita real capacidade de gerenciamento e de melhoria contínua de processos e de resultados, e suas aplicações podem servir de referência para diversos sistemas de trabalho no setor público. 3 1 INTRODUÇÃO Há mais de 30 anos o Brasil vem avançando na discussão sobre o aprimoramento de formas de atendimento ao cidadão. Em 1982, em um documento do então Ministério da Desburocratização, já começava a se desenhar a ideia de construção de shopping centers de serviços públicos, partindo do conceito de One Stop Shop, um local único para prestação de serviços diversos. Foi na década de 1990 que surgiram as primeiras experiências que contaram com patrocínio político e orçamento suficiente para criar as primeiras centrais de atendimento ao cidadão. O Estado da Bahia, com o SAC – Serviço de Atendimento ao Cidadão e o Estado de São Paulo, com o Poupatempo foram os pioneiros desse modelo de atendimento integrado prestador de relevantes serviços públicos à população. Foi adotado pelo Estado do Espírito Santo em meados de 2010, com a instituição no âmbito da Administração Pública Estadual do “Programa FAÇA FÁCIL – Central de Atendimento Integrado”, ligado à Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (SEGER). O Programa Faça Fácil consiste na reunião de vários órgãos prestadores de serviços públicos, entidades da sociedade civil e empresas prestadoras de serviços de natureza pública, num único espaço, funcionando em determinado modelo de padronização preceituado em sua concepção e implementação. Um dos componentes mais importantes de uma Central de Atendimento, que reúne órgãos de diferentes esferas de governo, é a aplicação de um padrão único de atendimento. Este denominador comum é o que torna possível a convivência de diferentes culturas sob uma única administração. Apesar de bastante difundido o modelo de atendimento integrado proporcionado pelas Centrais no Brasil, este enfrenta desafios intrínsecos que vão além da integração dos serviços, cujo viés tangencia a real efetividade nas ações dos governos estaduais para que se propicie um ambiente voltado à governabilidade da máquina pública aliado aos anseios da população. 4 Com vistas a dar efetividade as ações do governo acerca da melhoria no atendimento à população capixaba, foram desenvolvidos indicadores de monitoramento da qualidade que refletissem o prumo do atendimento preconizado com base em elementos críticos para o sucesso na prestação dos serviços de caráter público. O principal elemento leva em conta a participação do cidadão/usuário, manifesta em momentos distintos da experiência capixaba. 2 O DESAFIO DA EFICIÊNCIA E DA EFETIVIDADE NAS AÇÕES DO GOVERNO A Constituição Federal, no artigo 37, estabeleceu os princípios que orientariam a Administração Pública Brasileira, sendo: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade e Publicidade. Em 1998, a Emenda Constitucional n. 19 incorporou ao rol de princípios supracitados o Princípio da Eficiência. Na verdade, o Princípio da Eficiência já era reconhecido de forma implícita. O texto constitucional somente o oficializou. A principal consequência da introdução desse princípio no serviço público foi a obrigatoriedade de prestar um serviço de forma eficiente, no que tange à população beneficiária deste e do órgão público que o presta. O termo “eficiência” tem origem no latim efficientia, que significa “ato, ação, força, virtude de produzir um efeito”. (FERREIRA, 1975, p. 51). Segundo os autores como Ferreira (1975), Silva (2002), Gabardo (2002), Chiavenato (2000), entre outros, que tratam o assunto, existem várias formas de definir o termo, variando de acordo com o foco da análise das diversas áreas do conhecimento. No âmbito da ciência da Administração, a eficiência diz respeito à maneira de utilização dos recursos, ou ainda significa fazer as coisas de forma correta, solucionar problemas, cumprir com seu dever, diminuir custos. Portanto, a eficiência está relacionada ao fazer corretamente as coisas, otimizando os recursos disponíveis, viabilizando a efetividade no trato com o cidadão. É a relação entre os impactos reais observados na população e os impactos que seriam esperados decorrente da ação institucional. 5 Neste diapasão, em 13 de junho de 2000, houve a publicação do Decreto n. 3.507, que posteriormente foi revogado pelo Decreto n. 6.932, de 11 de agosto de 2009, que “Dispõe sobre a simplificação do atendimento público prestado ao cidadão, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma em documentos produzidos no Brasil, institui a “Carta de Serviços ao Cidadão” e dá outras providências”. Esse decreto visa a informar aos cidadãos os serviços prestados, como acessar e obter esses serviços e quais são os compromissos de atendimento estabelecidos. Destaca-se que a política de qualidade objetiva a eliminação desvios no atendimento ao público. Com isso, aumentam-se a satisfação do usuário, reduzem- se custos e agilizam-se decisões, além de propiciar a realização de melhorias contínuas. A utilização de técnicas apropriadas para mensurar a qualidade dos serviços executados pode fazer com que os órgãos públicos tenham mais resolutividade dos problemas, para que os mesmos não se repitam, e mudar a forma como são enfrentados, produzindo, de forma efetiva, melhores resultados. 3 INDICADORES PARA MONITORAMENTO DA QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO CIDADÃO: O MODELO CAPIXABA. O modelo capixaba para atendimento com qualidade ao cidadão foi implementado por meio da Lei Complementar no 563, de 01 de julho de 2010 que instituiu no âmbito da Administração Estado o Programa Faça Fácil. Este Programa consiste na centralização de diversos serviços públicos ou de natureza pública, prestados ao cidadão com qualidade, eficiência e celeridade. Para viabilizar o preconizado nesta Lei foram propostas a criação de Unidades de atendimento em municípios previamente definidos. A Unidade é um espaço físico com um planejamento arquitetônico que consiga propiciar o funcionamento de acordo com os conceitos e as diretrizes estabelecidos pelo Programa Faça Fácil. A necessidade de se criar um ambiente em que garantisse e certificasse a efetividade na prestação de serviços à população capixaba por meio das Unidades de Atendimento do Programa Faça Fácil, com a premissado envolvimento total dos órgãos e entidades públicas participantes na oferta de serviços, foi alicerçado por uma modelagem de gestão eficiente, por uma equipe de atendimento capacitada e por uma infraestrutura física, lógica e de equipamentos adequados. 6 A busca pela excelência no atendimento ao cidadão desafiou a equipe responsável pelo planejamento da gestão do Programa Faça Fácil a procurar alternativas inovadoras e criativas sob a ótica dos usuários desses serviços. Observou-se que além do atendimento à expectativa da população de forma geral, a garantia na prestação de um atendimento de excelência demandaria também em construir um robusto suporte aos clientes internos do Programa Faça Fácil, ou seja, o corpo de atendimento, municiando-os com informação, capacitação e explorando as diversas tecnologias aplicadas ao atendimento. A engrenagem envolvendo a sociedade, o governo e os parceiros necessitava da construção de um mecanismo de aferição eficiente frente a manutenção do Programa, com apontamento do caminho trilhado em outros locais de atendimento público e projeções futuras de modificação, com vistas a certificar que as estratégias a serem implementadas pelo Poder Público efetivamente surtiriam o efeito desejado. O estabelecimento de indicadores objetivos, com a arbitragem de índices e metas a serem alcançados num determinado período de tempo, com possibilidade de mensuração e, principalmente, considerando elementos essenciais e sensíveis à população e ao corpo de atendimento, garantem a manutenção do Programa Faça Fácil conforme planejado. Para tanto, definiu-se a avaliação com os seguintes itens: a) Índice de Qualidade (IQ), b) Índice de Disponibilidade (ID) e c) Índice de Conformidade (IC). O resultado final da mensuração de todos esses índices foi denominado de Índice de Eficiência (IEF). O IEF é composto de elementos e indicadores, através dos quais é possível avaliar objetivamente a prestação dos serviços realizados, em cada uma das Unidades do Programa Faça Fácil, especialmente no tocante aos critérios de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade e cortesia na sua prestação. O IEF, composto de indicadores variáveis de qualidade, disponibilidade e conformidade, exerce função dupla no que foi proposto conceitualmente, pois, pode ser utilizado como meio apto a avaliar a qualidade dos serviços prestados através dos índices que o compõem, ao passo que possibilitará o atingimento da meta preconizada no número de atendimentos confrontados com os resultados obtidos pela medição dos critérios estabelecidos. 7 Os índices, subíndices, indicadores, pesos, metas, frequência de apuração, e demais elementos formam o denominado Sistema de Mensuração do Desempenho (SMD). Esse sistema é totalmente informatizado. O SMD, a critério das partes, órgão responsável pelo Programa e os órgãos parceiros, se necessário ao atendimento dos objetivos estabelecidos, será reavaliado e revisto periodicamente, em períodos não superiores a 5 (cinco) anos, desde que necessário para incrementar e tornar efetivo o funcionamentos das Unidades. Quanto à mensuração, são contabilizados na avaliação do desempenho das Unidades os eventos efetivamente de responsabilidade de cada parte, causados por omissão, negligência, imperícia ou imprudência. Não são contabilizadas na avaliação do desempenho as paradas programadas pela gerência da Unidade, quando houver impacto no sistema dos órgãos parceiros, desde que comunicadas e acordadas com antecedência mínima de 15 (quinze) dias corridos, nem as indisponibilidades geradas por casos fortuitos ou de força maior. Outra exceção a computação dos desvios de meta, não compondo o SMD, são os dias em que a demanda de atendimento real apurada superar 150% (cento e cinquenta) da demanda de atendimento projetada relativo às Unidades Fixas e 115% (cento e quinze) referente às Unidades Móveis. Cada indicador de desempenho é avaliado quanto ao grau de satisfação observado em cada um dos critérios analisados, sendo-lhe atribuídas notas de satisfação que variarão em 5 (cinco) níveis distintos (péssimo, ruim, inadequado, adequado e ótimo), para os quais será atribuída uma nota correspondente que variará de 0 (zero) a 4 (quatro), conforme o quadro abaixo apresentado: NOTA DE SATISFAÇÃO DESCRIÇÃO ÓTIMO 4 Expectativas ou metas totalmente atendidas ADEQUADO 3 Expectativas ou metas significativamente atendidas INADEQUADO 2 Expectativas ou metas parcialmente atendidas RUIM 1 Expectativas ou metas minimamente atendidas PÉSSIMO 0 Expectativas ou metas não atendidas 8 A partir dos resultados apurados em cada um dos três índices (Qualidade, Disponibilidade e Conformidade), estes serão multiplicados conforme os pesos atribuídos a cada um e assim será possível obter a Pontuação do Índice de Eficiência (PIE), que, consequentemente, também será representado por um número situado entre 0 (zero) e 4 (quatro), conforme a seguinte fórmula: PIE = (40% x ID) + (30% x IQ) + (30% x IC) Em que: PIE: Pontuação do Índice de Eficiência; ID: Índice de Disponibilidade; IQ: Índice de Qualidade; IC: Índice de Conformidade. O IEF será obtido a partir da aplicação da regra constante no quadro abaixo sobre o PIE: PIE IEF 3 < PIE ≤ 4 1 2 < PIE ≤ 3 0,9 1 < PIE ≤ 2 0,8 0 < PIE ≤ 1 0,75 PIE = 0 0,5 O cálculo do IEF é reportado ao Relatório de Desempenho e servirá para mensuração da qualidade dos serviços executados e propostas de resolutividade dos problemas detectados. O Relatório de Desempenho contém as informações completas sobre o cálculo do IEF, o histórico detalhado de cada indicador e o detalhamento de todas as medições realizadas no período, bem como fonte dos dados, responsável pela coleta e demais informações pertinentes. 9 a) Índice de Qualidade (IQ) O Índice de Qualidade (IQ) é composto por três indicadores, quais sejam: (i) Grau de Satisfação do cidadão atendido (GS); (ii) Tempo de Espera Médio para o efetivo atendimento (TEM); e (iii) Percentual de Senhas Efetivamente Atendidas (QS). O Grau de Satisfação (GS) visa avaliar a qualidade do atendimento realizado nas Unidades do Programa através da avaliação da satisfação do usuário após a utilização dos serviços. A avaliação é ofertada a todos usuários por meio de um teclado (pad) de avaliação ao término do atendimento no guichê. Nos pads o cidadão avalia o atendimento segundo quatro níveis distintos: (i) ótimo; (ii) bom; (iii) regular; (iii) ruim. O GS é avaliado mensalmente, e tem peso de 50% (cinquenta por cento) na composição do IQ, calculado através da seguinte expressão: GS = (B1+B2)/(B1+B2+B3+B4) Em que: GS: Grau de satisfação do cidadão; B1: Número total mensal de registros de grau “Ótimo”; B2: Número total mensal de registros de grau “Bom”; B3: Número total mensal de registros de grau “Regular”; B4: Número total mensal de registros de grau “Ruim”. Para a obtenção da Pontuação do Grau de Satisfação do Cidadão, considera-se a pontuação correspondente na tabela abaixo: FAIXA PONTUAÇÃO 95% < GS ≤ 100% 4 85% < GS ≤ 95% 3 70% < GS ≤ 85% 2 50% < GS ≤ 70% 1 GS ≤ 50% 0 10 O Tempo de Espera Médio (TEM) avalia a eficiência dos atendimentos quanto à velocidade desempenhada, sendo calculado com base no tempo transcorrido entre a emissão da senha até o momento em que a senha é chamada no painel para ser atendida no guichê, momento em que é realizado o atendimento. O TEM é avaliado mensalmente e tem o peso de 30% (trinta por cento) na composição do IQ, calculado através daseguinte expressão: TEM = (TE1 + TE2 + TE3 ... TEn)/n Em que: TEM: Tempo de Espera Médio; TE(1 a n): Tempo de Espera de cada senha atendida, calculado a partir do momento de emissão da senha na recepção e a chamada da senha no painel; n: Número de senhas atendidas no período. Para a obtenção da Pontuação do Tempo de Espera Médio (PTEM), considera-se a pontuação correspondente na tabela abaixo: FAIXA (MIN) PONTUAÇÃO 0 < TEM ≤ 10 4 10 < TEM ≤18 3 18 < TEM ≤ 28 2 28 < TEM ≤ 40 1 Acima de 40 0 O Percentual de Senhas Efetivamente Atendidas (SEA) é o percentual relativo à Quantidade de Senhas Atendidas (SA) em relação às Senhas Emitidas (SE). O QS será avaliado mensalmente, terá o peso de 20% (vinte por cento) na composição do IQ e será calculado através da seguinte fórmula: SEA = (SE-SC)/SE 11 Em que: SEA: Percentual de Senhas Efetivamente Atendidas; SE: Quantidade de Senhas Emitidas; SC: Quantidade de Senhas Canceladas. Para a obtenção da Pontuação do Percentual de Senhas Efetivamente Atendidas (PSEA), considera-se a pontuação correspondente na tabela abaixo: FAIXA PONTUAÇÃO 92% ≤ SEA≤ 100% 4 86% ≤ SEA < 92% 3 78% ≤ SEA < 86% 2 65% ≤ SEA < 78% 1 SEA menor que 65% 0 A partir da verificação dos índices acima dispostos, o Índice de Qualidade é calculado a partir da seguinte fórmula: IQ = (PGS x 0,5) + (PTEM x 0,3) + (PSEA x 0,2) Em que: IQ: Índice de Qualidade; PGS: Pontuação obtida a partir do Grau de Satisfação do cidadão; PTEM: Pontuação do Percentual do Tempo de Espera Médio; PSEA: Pontuação da Quantidade de Senhas Atendidas em relação à quantidade de senhas emitidas. b) Índice de Disponibilidade (ID) O Índice de Disponibilidade (ID) tem por objetivo avaliar o grau de disponibilidade da infraestrutura e serviços das Unidades, composto por três indicadores, quais sejam: (i) Disponibilidade de Equipamentos de Teleinformática (DET); (ii) Disponibilidade de Sistema de Ar Condicionado (DSA); e (iii) Disponibilidade do Sistema de Rede de Teleinformática (DSRT). 12 O DET avalia a disponibilidade de utilização dos equipamentos de teleinformática para atendimento das UNIDADES FAÇA FÁCIL durante o horário de atendimento. Avaliado mensalmente, tem peso de 50% (cinquenta por cento) na composição do ID, sendo calculado através da seguinte expressão: DET = [QExHA – {(EM1xHM1))+(EM2xHM2)+...(EMnxHMn)}]/QExHA Em que: DET: Disponibilidade de Equipamentos de Teleinformática; HA: Horas de atendimento; QE: Quantidade Total de Equipamentos; EM: Equipamento em Manutenção durante a operação de atendimento; HM: Horas de Manutenção durante a operação de atendimento. Para efeito do cálculo deste indicador, os equipamentos substituídos são considerados reparados e disponíveis para uso. Os equipamentos em manutenção são aqueles que apresentaram falhas durante operação de atendimento e ficam indisponíveis para uso. Para a obtenção da Pontuação do indicador da DET (PET), considera-se a pontuação correspondente na tabela abaixo: FAIXA PONTUAÇÃO 92% ≤ DET≤ 100% 4 86% ≤ DET < 92% 3 78% ≤DET < 86% 2 65% ≤ DET < 78% 1 DET menor que 65% 0 O indicador da Disponibilidade de Sistema de Ar condicionado (DSA) avalia a disponibilidade de utilização do Sistema de Ar condicionado durante o horário de atendimento. Avaliado mensalmente, tem peso de 10% (dez por cento) na composição do ID e calculado através da seguinte expressão: DSA = (HT)/(HA) 13 Em que: DSA: Disponibilidade do Sistema de ar condicionado; HT: Horas Totais de Funcionamento Pleno do Sistema de Ar durante atendimento; HA: Horas Totais de Atendimento no período. Para a obtenção da Pontuação do indicador da DSA (PSA), considera-se a pontuação correspondente na tabela abaixo: FAIXA PONTUAÇÃO 92% ≤ DSA≤ 100% 4 86% ≤ DSA < 92% 3 78% ≤ DSA < 86% 2 65% ≤DSA < 78% 1 DSA menor que 65% 0 O DSRT avalia a disponibilidade da rede de comunicação de dados (voz e dados) durante o horário de atendimento. Avaliado mensalmente, tem peso de 40% (quarenta por cento) na composição do ID e calculado através da seguinte expressão: DSRT = (HRO)/(HA) Em que: DSRT: Disponibilidade de Sistema de Rede de Teleinformática; HRO: Horas Totais de Operação da Rede de Comunicação de Dados (rede local, rede de longa distância e telefonia) durante o horário de atendimento; HA: Horas de Atendimento no período. Para a obtenção da Pontuação do indicador da DSRT (PSR), considera- se a pontuação correspondente na tabela abaixo: 14 A partir da verificação dos índices acima dispostos, o Índice de Disponibilidade e calculado a partir da seguinte fórmula: ID = (PET x 0,5) + (PSA x 0,1) + (PSR x 0,4) Em que: ID: Índice de Disponibilidade; PET: Pontuação do indicador Disponibilidade de Equipamentos de Teleinformática; PSA: Pontuação do indicador de Disponibilidade de Sistema de Ar condicionado; PSR: Pontuação do indicador de Disponibilidade de Sistema de Rede de Teleinformática. c) Índice de Conformidade (IC) O Índice de Conformidade (IC) avalia a disponibilidade da infraestrutura dos serviços e compreende cinco indicadores: (i) estrutura geral (CEG); (ii) elétrica (CEL); (iii) hidráulica (CHI); (iv) eletromecânica (CEM); e (v) higiene e limpeza (CHL). O CEG avalia as condições de estrutura geral das áreas das Unidades (comuns e restritas) e mobiliário. Avaliado mensalmente, tem peso de 20% (vinte por cento) na composição do IC, e mensurado a partir da avaliação de checklist de inspeção, contendo itens de verificação abrangendo requisitos necessários que indiquem a conformidade das áreas e do mobiliário. O checklist de inspeção contem o número total de equipamentos, as normas e legislação pertinente a cada item e o SLA relativo a cada item. A partir destes itens, são avaliadas eventuais não FAIXA PONTUAÇÃO 92% ≤ DSRT≤ 100% 4 86% ≤ DSRT< 92% 3 78% ≤ DSRT< 86% 2 65% ≤DSRT< 78% 1 DSRT menor que 65% 0 15 conformidades entre as condições encontradas no ambiente das Unidades e o previsto no checklist [(no de itens do checklist menos o no de não conformidades) dividido pelo no de itens do checklist], calculado através da seguinte expressão: CEG = (NI – NINC) / NI Em que: CEG: Conformidade da Estrutura Geral; NINC: Número de itens em não conformidade; NI: Número total de itens verificados. Para a obtenção da Pontuação do CEG (PEG), considera-se a pontuação correspondente na tabela abaixo: O CEL avalia as condições de estrutura geral do sistema elétrico. Avaliado mensalmente, tem peso de 20% (vinte por cento) na composição do IC e mensurado a partir da avaliação de checklist de inspeção, contendo itens de verificação abrangendo requisitos necessários que indiquem a conformidade das instalações elétricas (diagrama unifi lar), cabine primária e iluminação. A partir destes i tens, são avaliadas eventuais não conformidades entre as condições do ambiente das Unidades e o previsto no checklist [(no de itens do checklist menos o no de não conformidades) dividido pelo no de i tens do checklist], calculado através da seguinte expressão: CEL = (NI – NINC) / NI FAIXA PONTUAÇÃO 90% ≤ CEG≤ 100% 4 80% ≤ CEG < 90% 3 70% ≤ CEG < 80% 2 60% ≤ CEG < 70% 1 CEG menor que 60% 0 16 Em que: CEL: Conformidade Elétrica; NINC: Número de itens em não conformidade; NI: Número total de itens verificados. Para a obtenção da Pontuação do CEL (PEL), considera-se a pontuação correspondentena tabela abaixo: O CHI avalia as condições da estrutura hidráulica. Avaliado mensalmente, tem peso de 20% (vinte por cento) na composição do IC e mensurado a partir da avaliação de checklist de inspeção, contendo itens de verificação abrangendo requisitos necessários que indiquem a conformidade das instalações hidráulicas, hidrossanitárias e de combate a incêndio. A partir destes itens, serão avaliadas eventuais não conformidades entre as condições do ambiente das Unidades e o previsto no checklist [(no de itens do checklist menos o no de não conformidades) dividido pelo no de itens do checklist], calculado através da seguinte expressão: CHI = (NI – NINC) / NI Em que: CHI: Conformidade Hidráulica; NINC: Número de itens em não conformidade; NI: Número total de itens verificados. Para a obtenção da Pontuação do CHI (PHI), considera-se a pontuação correspondente na tabela abaixo: FAIXA PONTUAÇÃO 98% ≤ CEL ≤ 100% 4 90% ≤ CEL < 98% 3 85% ≤ CEL < 90% 2 80% ≤ CEL < 85% 1 CEL menor que 80% 0 17 O CEM avalia as condições da estrutura eletromecânica. Avaliado mensalmente, tem peso de 20% (vinte por cento) na composição do IC e mensurado a partir da avaliação de checklist de inspeção, contendo itens de verificação abrangendo requisitos necessários que indiquem a conformidade dos equipamentos eletromecânicos (bombas hidráulicas, elevadores, entre outros. A partir destes itens, serão avaliadas eventuais não conformidades entre as condições do ambiente das Unidades e o previsto no checklist [(no de itens do checklist menos o no de não conformidades) dividido pelo no de i tens do checklist], calculado através da seguinte expressão: CEM = (NI – NINC) / NI Em que: CEM: Conformidade Eletromecânica; NINC: Número de itens em não conformidade; NI: Número total de itens verificados. Para a obtenção da Pontuação do CEM (PEM), considera-se a pontuação correspondente na tabela abaixo: FAIXA PONTUAÇÃO 98% ≤ CHI ≤ 100% 4 90% ≤ CHI < 98% 3 85% ≤ CHI < 90% 2 80% ≤ CHI < 85% 1 CHI menor que 80% 0 FAIXA PONTUAÇÃO 98% ≤ CEM ≤ 100% 4 90% ≤ CEM < 98% 3 85% ≤ CEM < 90% 2 80% ≤ CEM < 85% 1 CEM menor que 80% 0 18 O CHL avalia as condições da higiene e limpeza. Avaliado mensalmente, tem peso de 20% (vinte por cento) na composição do IC e mensurado a partir da avaliação de checklist de inspeção, contendo itens de verificação abrangendo requisitos necessários que indiquem a conformidade dos requisitos de conservação e limpeza para as áreas de atendimento, apoio, administração, banheiros e demais áreas das Unidades. A partir destes itens, serão avaliadas eventuais não conformidades entre as condições do ambiente e o previsto no checklist. [(no de itens do checklist menos o no de não conformidades) dividido pelo no de itens do checklist], calculado através da seguinte expressão: CHL = (NI – NINC) / NI Em que: CHL: Conformidade de Higiene e Limpeza; NINC: Número de itens em não conformidade; NI: Número total de itens verificados. Para a obtenção da Pontuação do CHL (PHL), deve-se encontrar a pontuação correspondente na tabela abaixo: A partir da verificação dos indicadores acima dispostos, o Índice de Conformidade (IC) será calculado através da seguinte fórmula: IC = (PEG x 0,2) + (PEL x 0,2) + (PHI x 0,2) +(PEM x 0,2) + (PHL x 0,2) FAIXA PONTUAÇÃO 98% ≤ CHL ≤ 100% 4 90% ≤ CHL < 98% 3 85% ≤ CHL < 90% 2 80% ≤ CHL < 85% 1 CHL menor que 80% 0 19 Em que: IC: Índice de Conformidade PEG: Pontuação do indicador da Estrutura Geral; PEL: Pontuação do indicador de Elétrica; PHI: Pontuação do indicador Hidráulico; PEM: Pontuação do indicador Eletromecânico; PHL: Pontuação do indicador de Higiene e Limpeza do ambiente. 4 ESTRATÉGIAS IMPLEMENTADAS PARA MENSURAÇÃO DA QUALIDADE NO ATENDIMENTO 4.1 Envolvimento dos órgãos O envolvimento dos órgãos e entidades públicas teve como ignição a apresentação da proposta aos potenciais parceiros enquanto projeto de governo gerenciado pela SEGER. As informações referentes ao programa foram repassadas e debatidas com cada órgão para entendimento da proposta de inovação, seus princípios e objetivos. Posteriormente foram pactuadas, com os dirigentes de cada órgão integrante do Programa Faça Fácil, as diretrizes gerais para o funcionamento das unidades estabelecendo as responsabilidades específicas da SEGER e de cada órgão parceiro. Todos os órgãos assinaram um Termo de Pactuação, comprometendo-se quanto à proposta do novo paradigma de atendimento à população. 4.2 Capacitação do corpo de atendimento Todos os integrantes das equipes alocadas nas Unidades do Programa Faça Fácil devem participar de cursos de formação e capacitação, com abordagem nos aspectos conceituais e comportamentais e os supervisores de cada órgão prestador de serviços fazem também uma capacitação gerencial. Outra etapa essencial é a capacitação técnica em serviços dos órgãos realizados para os atendentes, ministrada por especialistas dos órgãos parceiros. O quadro de pessoal é composto por servidores públicos (supervisores) e por funcionários que 20 exercem as atividades de Recepção, Orientação, Informação e Atendimento ao Cidadão. Além da capacitação inicial, todo o quadro de Recursos Humanos alocado nas Unidades Faça Fácil, devem participar, no mínimo uma vez por ano, de Capacitação Continuada, realizada por entidade especializada e de qualidade reconhecida no mercado. 4.3 Modelo de gestão Os indicadores apresentados podem ser adequados a qualquer modelo de gestão que realize atendimento presencial ao cidadão. Implantar o modelo de gestão coerente com a proposta de indicadores demanda que seja disponibilizada uma modelagem de gestão que atenda a todas as necessidades, desde a infraestrutura física e de recursos materiais e humanos até o funcionamento de vários órgãos com culturas diferentes num mesmo espaço e com o mesmo objetivo. Uma modelagem de gestão realizada pela Administração requer uma integração muito bem definida com todos os atores que farão parte do Programa Faça Fácil. É necessário que da alta direção ao funcionário público compreenda bem a função e o objetivo dos indicadores propostos, avaliando e refazendo cada um deles para se adequar ao objetivo de qualidade no atendimento ao cidadão. No Programa Faça Fácil decidiu-se por fazer uma proposta de terceirização da gestão que englobasse a construção, a operação e a manutenção por um único agente. Foi realizada então, com apoio da área jurídica da Administração Estadual, a licitação da contratação de serviços de gestão abrangendo, de forma integrada, provimento de estrutura física, implantação, operação e manutenção da Central de Atendimento Integrado Faça Fácil. Esse modelo de gestão terceirizada propiciou que o cidadão obtivesse atendimento de qualidade com horário ininterrupto, nove horas de funcionamento diário de segunda à sexta-feira e cinco horas aos sábados. A responsabilidade da contratada é gerenciar e executar todo o processo de atendimento, garantindo o acesso a todo cidadão num ambiente confortável com equipamentos e mobiliários adequados e a do Estado é o monitoramento presencial, efetuando rotineiramente a inspeção por meio de checklist e realizando o pagamento da contraprestação baseado nos indicadores de desempenho previamente estabelecidos. 21 5 CONCLUSÃO O reconhecimento do Programa Faça Fácil deve-se ao fato da relevância social do tema e do objetivo. O conceito do Faça Fácil está ligadodiretamente ao artigo 5o da Constituição Federal Brasileira de 1988, fazendo valer aos cidadãos atendimento prestado com qualidade e sem privilégios. Além de todas as facilidades proporcionadas ao cidadão, o Programa Faça Fácil fortaleceu a imagem institucional do Governo como um prestador de serviços públicos com eficiência. A avaliação dos cidadãos em relação aos serviços que ele utiliza é acima de 98%, nesses cinco anos de funcionamento. O sistema de monitoramento da qualidade é decisivo para manutenção dos objetivos propostos e para pronta intervenção caso haja algum desvio que comprometa o atendimento. Além do sistema informatizado de monitoramento, no caso do programa Faça Fácil, existe ainda, um técnico de gestão da qualidade, com a finalidade de antecipar a intervenção quando detectar qualquer indício de comprometimento à qualidade no atendimento. As centrais de atendimento integrado aos cidadão, que reúne órgãos públicos variados, exige um comprometimento de todos os envolvidos na prestação dos seus serviços específicos. Além do comprometimento, é necessário que todos participem da educação continuada que pode realizada pelo menos uma vez por ano, a fim de nivelar o conhecimento e motivar a continuidade da gestão com qualidade. No Brasil existem diversos modelos de gestão para execução de serviços. Algumas centrais optaram por fazer a gestão direta, terceirizando somente os serviços de vigilância e limpeza, outras fazem a gestão pelo modelo de terceirização e, outras ainda, usam a modelagem de Parceria Público Privada (PPP). Em todos os modelos de gestão, o Sistema informatizado de monitoramento é passível de ser implantado, funcionando como uma ferramenta essencial de manutenção da qualidade no atendimento ao cidadão, uma vez que é realizado por meio de indicadores de desempenho previamente estabelecidos. Esse sistema de monitoramento garante o acesso aos variados serviços que são ofertados de forma padronizada, gerando evidentes ganhos de eficiência no atendimento em virtude da sinergia proporcionada pela concentração da diversidade dos serviços em um único espaço todos voltados à qualidade no trato com o cidadão. 22 REFERÊNCIAS Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 20 mar. 2015. Decreto n. 6.932, de 11 de agosto de 2009. Dispõe sobre a simplificação do atendimento público prestado ao cidadão, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma em documentos produzidos no Brasil, institui a “Carta de Serviços ao Cidadão” e dá outras providências. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6932.htm>. Acesso em: 21 mar. 2015. FERRER, Florencia. Políticas e modelos de atendimento ao cidadão no Brasil. < www.gespublica.gov.br>. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda et al. Novo dicionário da língua portuguesa. 15.reimpressão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975. GABARDO, Emerson. Princípio Constitucional da Eficiência Administrativa. São Paulo:Dialética, 2002. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 20. ed. São Paulo: Malheiros, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 23 ___________________________________________________________________ AUTORIA Miriam Santos Cardoso – Graduada em Pedagogia e Matemática pela Universidade Federal do Estado do Espírito Santo – UFES, Mestre em História – UFES. MBA em Gerenciamento de Projetos – FGV. Gerente de Atendimento Integrado ao Cidadão pela Secretaria de Gestão e Recursos Humanos do Governo do Estado do Espírito Santo (SEGER-ES). Endereço eletrônico: miriam.cardoso@seger.es.gov.br Rodrigo Cardoso Garcia – Graduado em Administração pela Faculdade FAESA-ES, Pós-graduação em gestão pública pela Faculdade Educacional da Lapa. Analista do Executivo e Subgerente de monitoramento e avaliação de atendimento integrado ao cidadão pela Secretaria de Gestão e Recursos Humanos do Governo do Estado do Espírito Santo (SEGER-ES). Endereço eletrônico: rodrigo.garcia@seger.es.gov.br
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