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LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
LEI 6.368/76 LEI 10.409/02 LEI 11.343/06
• Previa os crimes e
um procedimento
especial;
• Objeto material era
“substância
entorpecente”.
• Novo procedimento
especial;
• Vedado capítulo
referente aos
crimes.
• Revogou as 2 leis
anteriores (novos
crimes e novo
procedimento
especial);
• O objeto material
passou a ser
“drogas”.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
Principais características:
• Normal penal em branco;
• Crimes de perigo;
• Eventual aplicação do princípio da insignificância.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
Normal penal em branco :
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad;
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou
os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou
relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Complemento: Portaria 344/98, SVSMS.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
Normal penal em branco :
 Norma penal em branco homogênea x heterogênea;
 Violação ao princípio da legalidade (reserva legal);
 “Abolitio criminis” no caso de exclusão de alguma substância.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
Crimes de perigo:
 Crimes de perigo concreto x abstrato;
Crimes de perigo abstrato Crimes de perigo concreto
• Perigo de lesão é
absolutamente presumido por
lei;
Posição do STF
• Perigo de lesão deve ser
comprovado no caso concreto:
 determinado – vítima certa e
determinada em risco;
 Indeterminado – não exige
vítima certa e determinada.
Doutrina minoritária
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
PORTE DE DROGAS PARA USO PRÓPRIO (ART. 28)
 Natureza jurídica:
Crime Infração penal sui generis Fato atípico
• inserido no capítulo III,
intitulado “Dos crimes e
das penas”;
• art. 28, §4º, fala em
“reincidência”;
• art. 30 prevê a
possibilidade de
prescrição.
Posição STF
• não é crime nem
contravenção penal.
Luiz Flávio Gomes
• Não prevê penas , mas
medidas educativas;
• princípio da intervenção
mínima;
• a saúde individual é um
bem jurídico disponível.
Doutrina minoritária
ATENÇÃO  Recurso Extraordinário nº 
635.659 – 3X0
• Princípio da intimidade;
• Princípio da vida privada;
• Princípio da lesividade.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
DESPENALIZAÇÃO X DESCRIMINALIZAÇÃO
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal,
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às
seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
 Prisão em caso de descumprimento?
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III,
a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
 BEM JURÍDICO TUTELADO
• Saúde pública (não é a individual)
 SUJEITO ATIVO E PASSIVO
• Crime comum/coletividade
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
 TIPO OBJETIVO E SUBJETIVO
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo,
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
 “Usar” é crime? (antidoping)
 Existe uma quantidade de drogas específica para diferenciar o usuário do
traficante de drogas? Art. 28, §2º, Lei de Drogas
 Elemento normativo (fins religiosos, científicos ou medicinais)
 Dolo + elemento subjetivo especial do tipo
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
 CONSUMAÇÃO
 Prática de qualquer núcleo do tipo;
 “trazer consigo”, “guardar” e “manter em depósito” (condutas permanentes)
 TENTATIVA
 Possível (tentar adquirir);
 EXAME PERICIAL - Laudo de constatação provisório x definitivo
 CRIME “de ínfimo potencial ofensivo” – Guilherme de Souza Nucci
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
 PRESCRIÇÃO
Lei 11343/06, art. 30 - Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das
penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e
seguintes do Código Penal.
CP, art. 109 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o
disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa
de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº
12.234, de 2010).
...
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada
pela Lei nº 12.234, de 2010).
MOMENTO PARA REFLEXÃO
JOHNNY, DÊ UM MERGULHO COM SUA IRMÃ NA CHUVA
DEIXE ELA FALAR SOBRE COISAS QUE VOCÊ NÃO PODE 
EXPLICAR
TOCAR É CURAR, FERIR É ROUBAR
SE VOCÊ QUER BEIJAR O CÉU, É MELHOR VOCÊ APRENDER A 
AJOELHAR
DE JOELHOS, GAROTO!
MYSTERIOUS WAYS – CAMINHOS MISTERIOSOS (U2)
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
Princípio da insignificância:
 Requisitos:
 Mínima ofensividade da conduta;
 Nenhuma periculosidade da ação;
 Reduzido grau de reprovabilidade;
 Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
Princípio da insignificância:
STJ – Fundamentos (Contrário)
HC 155.391/ES; RHC 36.195/DF; RHC 
35.920/DF
STF - Fundamentos (Favorável)
HC 110.475/SC
• Revogação contra legem da norma
incriminadora;
• Potencialidade ofensiva do delito;
• Crime de perigo abstrato;
• Reduzida quantidade de drogas
integra a própria essência do crime de
porte de substância entorpecente
para consumo próprio.
• Ausência de tipicidade material;
• Ausência de potencialidade ofensiva;
• Reduzido desvalor do resultado.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO EM HABEAS CORPUS. PORTE DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE PARA CONSUMO PRÓPRIO. PRINCÍPIO
DA INSIGNIFICÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. 1.
Independentemente da quantidade de drogas apreendidas, não se aplica o princípio da insignificância aos
delitos de porte de substância entorpecente para consumo próprio e de tráfico de drogas, sob pena de se ter a
própria revogação, contra legem, da norma penal incriminadora. Precedentes. 2. O objeto jurídico tutelado
pela norma do artigo 28 da Lei n. 11.343/2006 é a saúde pública, e não apenas a do usuário, visto que sua
conduta atinge não somente a sua esfera pessoal, mas toda a coletividade, diante da potencialidade ofensiva
do delito de porte de entorpecentes. 3. Para a caracterização do delito descrito no artigo 28 da Lei n.
11.343/2006, não se faz necessária a ocorrência de efetiva lesão ao bem jurídico protegido, bastando a
realização da conduta proibida para que se presuma o perigo ao bem tutelado. Isso porque, ao adquirir droga
para seu consumo, o usuário realimenta o comércio nefasto, pondo em risco a saúde pública e sendo fator
decisivo na difusão dos tóxicos. 4. A reduzida quantidade de drogas integra a própria essência do crime de
porte de substância entorpecente para consumo próprio, visto que, do contrário, poder-se-ia estar diante da
hipótese do delito de tráfico de drogas, previsto no artigo 33 da Lei n. 11.343/2006. 5. Recurso em habeas
corpus não provido. (RHC 35.920/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
20/05/2014, DJe 29/05/2014)
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
Supremo Tribunal Federal
INFORMATIVO 655: Ao aplicar o princípio da insignificância,a 1ª Turma concedeu habeas corpus para trancar
procedimento penal instaurado contra o réu e invalidar todos os atos processuais, desde a denúncia até a
condenação, por ausência de tipicidade material da conduta imputada. No caso, o paciente fora condenado,
com fulcro no art. 28, caput, da Lei 11.343/2006, à pena de 3 meses e 15 dias de prestação de serviços à
comunidade por portar 0,6 g de maconha. Destacou-se que a incidência do postulado da insignificância, de
modo a tornar a conduta atípica, exigiria o preenchimento concomitante dos seguintes requisitos: mínima
ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade
do comportamento; e inexpressividade da lesão jurídica provocada. Consignou-se que o sistema jurídico exigiria
considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de direitos do indivíduo
somente se justificariam quando estritamente necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de
outros bens jurídicos que lhes fossem essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente
tutelados se expusessem a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. Deste modo, o
direito penal não deveria se ocupar de condutas que produzissem resultados cujo desvalor — por não importar
em lesão significativa a bens jurídicos relevantes — não representaria, por isso mesmo, expressivo prejuízo, seja
ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. HC 110475/SC, rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 14.2.2012.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO DE DROGAS (ART. 33)
 Art. 33, caput - Tráfico propriamente dito (5 a 15 anos);
 Art. 33, §1º - Tráfico por equiparação (5 a 15 anos);
 Art. 33, §§2º - (1 a 3 anos) e 3º (6m a 1 ano)  Formas especiais do crime;
 Art. 33, §4º - Forma privilegiada.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO DE DROGAS PROPRIAMENTE DITO (ART. 33, CAPUT)
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil
e quinhentos) dias-multa.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO DE DROGAS PROPRIAMENTE DITO (ART. 33, CAPUT)
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil
e quinhentos) dias-multa.
 BEM JURÍDICO TUTELADO - Saúde pública/Saúde individual das pessoas que integram a
sociedade
 SUJEITO ATIVO E PASSIVO – crime comum (salvo “prescrever” – crime próprio)/sociedade
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
 Qual crime pratica o agente que fornece drogas para crianças e adolescentes?
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer
forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos
cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais
grave.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de multa.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO DE DROGAS PROPRIAMENTE DITO (ART. 33, CAPUT)
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil
e quinhentos) dias-multa.
 TIPO PENAL MISTO ALTERNATIVO
 CONTEXTO FÁTICO DIVERSO
 ELEMENTO NORMATIVO (ART. 2° e 31)
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a
cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou
produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como
o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias
Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais
referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e
prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO DE DROGAS PROPRIAMENTE DITO (ART. 33, CAPUT)
Circunstâncias indicativas do tráfico (art. 52 da Lei 11.343/06):
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária,
remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à
classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente;
• Quantidade da substância;
• Natureza da substância;
• Local do crime;
• Condições do crime;
• Circunstâncias da prisão;
• Conduta do agente;
• Antecedente do agente.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO DE DROGAS PROPRIAMENTE DITO (ART. 33, CAPUT)
 TIPO SUBJETIVO
 DOLO (consciência e vontade)
 CONSUMAÇÃO
 Condutas permanentes (“guardar”, “manter em depósito”, “trazer consigo” etc)
• Prisão em flagrante;
• Prescrição;
• Violação domiciliar independentemente de prévia autorização legal;
• Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou
da permanência.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO DE DROGAS PROPRIAMENTE DITO (ART. 33, CAPUT)
 1ª corrente – inviabilizada;
 2ª corrente - “tentar adquirir” e “tentar remeter” - MAJORITÁRIA
 TENTATIVA
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
 CONCURSO DE CRIMES (tráfico + furto/receptação/sonegação fiscal)
EMENTA HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. ARTIGO 1º,
INCISO I, DA LEI Nº 8.137/90. DESCLASSIFICAÇÃO PARA TIPO PREVISTO NO ART. 2º, INCISO I, DA INDIGITADA
LEI. QUESTÃO NÃO ANALISADA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
INADMISSIBILIDADE. PRECEDENTES. ALEGADA ATIPICIDADE DA CONDUTA BASEADA NA CIRCUNSTÂNCIA DE
QUE OS VALORES MOVIMENTADOS NAS CONTAS BANCÁRIAS DO PACIENTE SERIAM PROVENIENTES DE
CONTRAVENÇÃO PENAL. ARTIGO 58 DO DECRETO-LEI Nº 6.259/44 - JOGO DO BICHO. POSSIBILIDADE
JURÍDICA DE TRIBUTAÇÃO SOBRE VALORES ORIUNDOS DE PRÁTICA OU ATIVIDADE ILÍCITA. PRINCÍPIO DO
DIREITO TRIBUTÁRIO DO NON OLET. PRECEDENTE. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E DENEGADA. 1. A
pretendida desclassificação do tipo previsto no art. 1º, inciso I, para art. 2º, inciso I, da Lei nº 8.137/90 não
foi analisada pelo Superior Tribunalde Justiça. Com efeito sua análise neste ensejo configuraria, na linha
de precedentes, verdadeira supressão de instância, o que não se admite. 2. A jurisprudência da Corte, à
luz do art. 118 do Código Tributário Nacional, assentou entendimento de ser possível a tributação de
renda obtida em razão de atividade ilícita, visto que a definição legal do fato gerador é interpretada
com abstração da validade jurídica do ato efetivamente praticado, bem como da natureza do seu
objeto ou dos seus efeitos. Princípio do non olet. Vide o HC nº 77.530/RS, Primeira Turma, Relator o Ministro
Sepúlveda Pertence, DJ de 18/9/98. 3. Ordem parcialmente conhecida e denegada. (HC 94240 / SP -
SÃO PAULO - HABEAS CORPUS - Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI - Julgamento: 23/08/2011 -Órgão
Julgador: Primeira Turma)
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO DE DROGAS PROPRIAMENTE DITO (ART. 33, CAPUT)
 DELITO PUTATIVO POR OBRA DO AGENTE PROVOCADOR/FLAGRANTE PREPARADO
• SÚMULA 145, STF - Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a
sua consumação
HABEAS CORPUS Nº 245.515 - SC (2012/0120560-7) – EMENTA, 6ª TURMA, STJ
HABEAS CORPUS . TRÁFICO DE DROGAS. CONDENAÇAO. FLAGRANTE PREPARADO. INOCORRÊNCIA.
DELITO JÁ CONSUMADO ANTERIORMENTE. ORDEM DENEGADA.
1. Não há falar em flagrante preparado se o comportamento policial não induziu à prática do delito, já
consumado em momento anterior.
2. Hipótese em que o crime de tráfico de drogas estava consumado desde o armazenamento do
entorpecente, o qual não foi induzido pelos policiais, perdendo relevância a indução da venda pelos
agentes.
3. Writ denegado
MOMENTO PARA REFLEXÃO
Você diz
O amor é um templo
O amor é a lei suprema
O amor é um templo
O amor é a lei suprema
Você me pede para entrar
E depois você me faz rastejar
E eu não posso continuar me agarrando
Ao que você tem
Quando tudo que você tem são feridas
Um amor
Um sangue
Uma vida
Você tem que fazer o que deve
Uma vida
Um com o outro
Irmãs, Irmãos
Uma vida
Mas não somos os mesmos
Temos que carregar um ao outro
Carregar um ao outro
...
Sobreviver, sobreviver, sobreviver
U2 – One (um)
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO POR EQUIPARAÇÃO (ART. 33º, §1º, INC. I)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece,
fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima,
insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
ART. 33, CAPUT ART. 33, §1º, INCISO I
Objeto material: drogas. Objeto material: matéria
prima, insumo ou produto
destinado à preparação da
droga.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO POR EQUIPARAÇÃO (ART. 33º, §1º, INC. I)
• Desnecessidade de constar na Portaria 344/98 como substância proibida;
• Desnecessidade de que tenha como única finalidade o preparo da droga;
• Elemento normativo;
• Exame pericial;
• Principio da consunção.
Questão de concurso:
Para a caracterização do delito basta a prática dos núcleos, sabendo que a substância serve
para produzir droga ou deve se comprovar ainda a intenção do agente em querer produzir a
droga?
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO POR EQUIPARAÇÃO (ART. 33º, §1º, INC. I)
• Desnecessidade de constar na Portaria 344/98 como substância proibida;
STF - HABEAS CORPUS HC 69308 SP (STF)- Data de publicação: 22/05/1992
Ementa: "Habeas Corpus". Condenação pela pratica dos crimes previstos nos artigos 12,
parágrafo 1., I, e 14, ambos da Lei n. 6.368 /76. Matéria-prima destinada a preparação de
substancia entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica
(éter e acetona destiladas de cocaína) . - Inocuidade da indagação de estarem, ou não,
o éter e a acetona incluídos na lista de substancias entorpecentes, pois a condenação se fez
por terem os ora pacientes fornecido tais substancias para a refinação da cocaina, e não por
serem elas substancias entorpecentes . - Não é o "habeas corpus" meio idôneo para a
reapreciação aprofundada de matéria de fato. "Habeas corpus" indeferido.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO POR EQUIPARAÇÃO (ART. 33º, §1º, INC. II)
ART. 33, CAPUT ART. 33, §1º, INCISO I ART. 33, §1º, INCISO II
Objeto material: drogas. Objeto material: matéria
prima, insumo ou produto
destinado à preparação da
droga.
Objeto material: sementes
ou plantas que se
constituam em matéria
prima para a preparação
de drogas.
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO POR EQUIPARAÇÃO (ART. 33º, §1º, INC. II)
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação
de drogas;
_____________________________________________________________________
• Relação de especialidade em relação ao inc. I;
• Desnecessidade de que as plantas contenham a substância entorpecente;
• Elemento normativo;
• Exame pericial;
• Principio da consunção.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO POR EQUIPARAÇÃO (ART. 33º, §1º, INC. II)
Questão de concurso:
 A simples posse de sementes sem que ocorra a efetiva plantação configura crime?
• Semente com princípio ativo – art. 33, caput;
• Semente sem princípio ativo – art.33, § 1°, inc. I (STJ, HC 100.437/SP).
 Plantar para “uso próprio” caracteriza qual crime?
Art. 28, § 1o - Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia,
cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou
produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
Questão de concurso:
 No caso de expropriação-sanção, esta se dará em relação a toda a propriedade ou parcela dela
(art. 32, §4°)? Haverá limite ao bem de família? Afere-se culpa do proprietário? (STJ, 1ª Turma, Resp
498.742/PE)
Lei de Drogas, art. 33, § 4o - As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme 
o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
CRFB, art. 243 - As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão 
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer 
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que 
couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO POR EQUIPARAÇÃO (ART. 33º, §1º, INC. III)
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse,
administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
para o tráfico ilícito de drogas.
 irrelevante a posse do legítima ou ilegítima do imóvel;
 dispensa a finalidade de lucro.
 consentimento para o uso de drogas - art. 33, §2º.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
PARTICIPAÇÃO NO USO INDEVIDO DE DROGAS (ART. 33º, §2º)
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
 Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). Sujeito passivo: sociedade/pessoa induzida, instigada ou auxiliada.
 Incentivo genérico – dirigido à pessoa incerta e indeterminada- configura o crime?
 Crime material – exige o efetivo uso da droga para consumação.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
PARTICIPAÇÃO NO USO INDEVIDO DE DROGAS (ART. 33º, §2º)
 MARCHAS DA MACONHA (ADPF 187; ADI 4274/DF)
• Exercício dos direitos fundamentais e de livre manifestação de pensamento devem ser
garantidos a todas as pessoas;
• Deve-se excluir qualquer exegese que possa ensejar a criminalização da defesa da
legalização das drogas, ou de qualquer entorpecente específica, inclusive através de
manifestações e eventos públicos.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO PRIVILEGIADO (ART. 33º, §4º)
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de
um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o
agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem
integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)
 Requisitos (subjetivos e cumulativos):
• Agente primário;
• Bons antecedentes;
• Não se dedique a atividades criminosas;
• Não integre organização criminosa.
 Critérios para se estabelecer o quantum de redução de pena:
• Natureza da droga;
• Quantidade da droga.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO PRIVILEGIADO (ART. 33º, §4º)
 VEDAÇÃO AO BIS IN IDEM:
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do
Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta
social do agente.
EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ACÓRDÃO DENEGATÓRIO DE HC PROLATADO POR CORTE
ESTADUAL. IMPETRAÇÃO DE NOVO WRIT NO STJ EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO CABÍVEL. IMPOSSIBILIDADE. TRÁFICO DE ENTORPECENTES.
DOSIMETRIA DA PENA. QUANTIDADE DA DROGA APREENDIDA. CIRCUNSTÂNCIA UTILIZADA PARA MAJORAR A PENA-BASE E PARA FIXAR A
CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA NO § 4º DO ART. 33 DA LEI 11.343/2006 EM PATAMAR INFERIOR AO MÁXIMO PREVISTO.
EXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM. ENTENDIMENTO PACIFICADO PELO PLENO DO STF. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS A QUE SE DÁ PARCIAL
PROVIMENTO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. As circunstâncias relativas à natureza e à quantidade de drogas apreendidas em poder de
um réu condenado por tráfico de entorpecentes apenas podem ser utilizadas, na primeira ou na terceira fase da dosimetria da pena,
sempre de forma não cumulativa, sob pena de caracterizar o bis in idem. Precedentes: HC 112.776/MS e HC 109.193/MS, Pleno, ambos de
relatoria do Min. Teori Zavascki, sessão de 19.12.13 2. O juiz sentenciante, de acordo com seu poder de discricionariedade, define em qual
momento da dosimetria da pena a circunstância referente à quantidade e à natureza da droga será utilizada, desde que não seja de
maneira cumulativa para evitar-se a ocorrência de bis in idem. [...]. 4. Recurso ordinário em habeas corpus provido e ordem concedida de
ofício a fim de determinar a soltura do paciente, se por outro motivo não estiver preso. (RHC 117990/ES - ESPÍRITO SANTO - RECURSO
ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS - Relator(a): Min. LUIZ FUX
Julgamento: 20/05/2014 - Órgão Julgador: Primeira Turma)
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO PRIVILEGIADO (ART. 33º, §4º)
 Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos na Lei de Drogas:
STF(HC 97.256/RS)
• A proibição viola o princípio da proporcionalidade;
• Não se admite proibição com base na gravidade em abstrato.
 A causa de diminuição de pena do art. 33, §4º, da Lei 11.343/06, retroage aos fatos 
praticados na vigência da Lei 6.368/76? (Súmula 501, STJ; Plenário do STF no RE 600.817/MS)
Art. 12, Lei 6268/76 Art. 33, da Lei 11343/06 Lex Tertius (combinação de
leis)
Pena – 3 a 15 anos Pena – 5 a 15 anos Pena – 3 a 15 anos
Sem causa de diminuição Redução de 1/3 a 2/3
(art. 33, §4)
Redução de 1/3 a 2/3
(art. 33, §4)
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO PRIVILEGIADO (ART. 33º, §4º)
 TRÁFICO PRIVILEGIADO É CRIME HEDIONDO?
• Decisão no HC 118533 de 23/06/2016 - náo está etiquetado como hediondo;
• Súmula 512,STJ: A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º,
da Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas.
 PODE HAVER TRÁFICO PRIVILEGIADO PARA RÉU CONDENADO NA MESMA OCASIAO EM 
ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO?
• REsp 1.199.671-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 26/2/2013.
LEI DE DROGAS (LEI 11343/06)
TRÁFICO DE COMPARTILHADO(ART. 33, CAPUT)
Art. 33, § 3o - Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu 
relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 
(mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
Requisitos (cumulativos):
 Fornecimento eventual;
 Sem objetivo de lucro;
 A pessoa de seu relacionamento;
 Para juntos consumirem a droga.

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