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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Disciplina: FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA II Professora Raylane Figueira VESICULOPATIAS e PANCREOPATIAS OBJETIVO DIETOTERÁPICO Vesiculopatias e Hepatopatias: Manter o bom estado nutricional; Dar suporte ao paciente na fase aguda da doença; Minimizar ou evitar o catabolismo; Prevenir sintomatologias associadas à dieta. VESICULOPATIAS: Fisiologia e funções de vesícula biliar Localizada no lobo direito do fígado; Principal função é concentrar, armazenar e excretar a bile; Bile é produzida no fígado; Bile é composta por Colesterol , Bilirrubina e sais biliares; Bilirrubina é o principal pigmento da bile, responsável pela hemoglobina. CONTEÚDO: INTRODUÇÃO ÀS VESICULOPATIAS: Revisão anátomo-funcional da estrutura da vesícula Metabolismo dos ácidos biliares e bilirrubina Discinesia biliar Vesiculopatias: litíase biliar, colecistite aguda e crônica: Conceito/ classificação (tipos de cálculos) Fisiopatologia Epidemiologia Etiologia Quadro clínico/ diagnóstico/ manifestações clínicas, curso e prognóstico Complicações e mortalidade Tratamento nutricional e Tratamento clínico INTRODUÇÃO: Doenças da vesícula biliar afetam milhões de pessoas todos os anos; Devido a sua relação com o fígado e o pâncreas, as doenças nestes órgãos estão intimamente relacionadas. As vesiculopatias são motivo de grande sofrimento e em alguns casos podem levar ao óbito por pancreatite ou sepse. REVISÃO ANÁTOMO-FUNCIONAL: A vesícula biliar está localizada sobre o lobo direito do fígado, medindo em torno de 7 a 10 cm e com capacidade de 50ml. Comunica-se com o fígado através do ducto biliar comum (ducto cístico+ducto hepático comum); Principal função da Vesícula Biliar concentrar, armazenar e excretar BILE (produzida no fígado, contendo imunoglobulinas que mantém a integridade da mucosa intestinal). Sua remoção do fígado à vesícula ocorre pelo ducto cístico para concentração e armazenamento (bile). Os principais constituintes da bile colesterol, bilirrubina e sais biliares. Bilirrubina principal pigmento da bile, derivada da hemoglobina, após destruição do eritrócito (hemácia ou glób. verm), sendo transportada para o fígado e excretada pela bile. Sais Biliares produzidos pelos hepatócitos (céls hepáticas capazes de sintetizar PTN), a partir do colesterol são excretados no intestino delgado, pela bile sendo essenciais para a digestão e absorção da gordura, vitaminas lipossolúveis e alguns minerais. DUCTO CÍSTICO + DUCTO BILIAR COMUM DUCTO HEPÁTICO + DUCTO PANCREÁTICO (permitindo o transporte das enzimas digestivas). REVISÃO ANÁTOMO-FUNCIONAL: Durante a digestão o alimento que chega ao duodeno causa a liberação de hormônios intestinais (colecistoquinina e secretina) estimulando a vesícula biliar e o pâncreas, fazendo com que haja relaxamento esfincteriano (esfincter de Oddi) permitindo o fluxo do suco pancreático e da bile, para o duodeno (Ampola de Vater) AUXILIANDO NA DIGESTÃO DA GORDURA. REVISÃO ANÁTOMO-FUNCIONAL: OBSERVAÇÃO: Colecistoquinina estimula a liberação da bile (pela vesícula biliar) e a liberação de enzimas pancreáticas. Secretina induz o pâncreas a liberar bicarbonato de sódio para neutralizar a acidez do quimo. FISIOLOGIA DA VESÍCULA BILIAR: Na vesícula a concentração da bile se dá pela reabsorção de água e eletrólitos, por transporte ativo. A BILE é isotônica, possui pH alcalino (8 a 9) e coloração amarelo-esverdeada (devido à presença de bilirrubina). Emulsifica lipídeos formando micelas, permitindo que vitaminas lipossolúveis se associe às mesmas e sejam absorvidas. Contém imunoglobulinas responsáveis pela manutenção da integridade da mucosa intestinal; Atua também como Via excretória primária de alguns minerais (ex.: cobre e manganês), sendo também a via de excreção de bilirrubina e colesterol. Bilirrubina: É um pigmento da bile produzido por quebra do heme e redução da biliverdina, que normalmente circula no plasma sanguíneo. É absorvido por células do fígado e conjugado de modo a formar diglucuronide, um pigmento solúvel em água excretada na bílis. Cerca de 70% a 80% da bilirrubina são provenientes da destruição das hemácias velhas, 15% de fontes hepáticas e o restante é proveniente da destruição de hemácias defeituosas na medula óssea e nos citocromos. SECREÇÃO BILIAR – em condições normais : DURANTE AS REFEIÇÕES: A gordura que chega ao duodeno estimula a liberação de CCK que contrai a vesícula e relaxa o esfíncter de Oddi fazendo com que a secreção biliar saia da vesícula (via ducto colédoco) e vá para o duodeno. PERÍODO ENTRE AS REFEIÇÕES: O esfíncter de Oddi fica fechado e a bile acumula-se na vesícula onde por perda de água e eletrólitos vai sendo concentrada. SECREÇÃO DE BILE/DIA: 500-800ml. E nos casos de DISCINESIA BILIAR...??? O que é DISCINESIA BILIAR??? É um distúrbio funcional da vesícula biliar, ou seja mal funcionamento caracterizado na maioria dos casos pela: disfunção do esfíncter de Oddi, que controla a libertação da bile, levando à acumulação da mesma, na vesícula biliar podendo causar dores abdominais. E quais são as OUTRAS disfunções (“Vesiculopatias”) conhecidas??? VESICULOPATIAS: Colelitíase (Litíase) Biliar; Colecistite (Aguda e Crônica); Colangite (Aguda ou Esclerosante); Colestase. COLANGITE inflamação do ducto biliar. COLESTASE condição em que pouca ou nenhuma bile é secretada ou quando o fluxo da bile no trato digestório encontra-se obstruído. Quadros este revertidos por meio de tratamento clínico!!! COLELITÍASE BILIAR: COLELITÍASE BILIAR: CONCEITO: Cálculos estes presentes dentro do lúmen da vesícula biliar ou da árvore biliar extra-hepática. COLELITÍASE BILIAR: TIPOS DE CÁLCULOS: COLELITÍASE BILIAR: TIPOS DE CÁLCULOS: NEGROS compostos principalmente por bilirrubina não conjugada, contornos espiculados e modelados, encontrados em grande número na bile da vesícula biliar. ACASTANHADOS OU MARROM contém bilirrubina não conjugada, sendo laminados ou moles e se localizam nos ductos intra ou extra hepáticos. AMARELADOS pálidos, redondos ou ovóides, com superfície externa dura e ‘ao corte’, coloração cristalina brilhante e radiante, localizados na vesícula biliar. COLELITÍASE BILIAR: EPIDEMIOLOGIA e ETIOLOGIA: É a mais frequente dentre as doenças biliares. Países desenvolvidos ¾ dos cálculos encontrados são de colesterol, sendo esta patologia mais frequente nas mulheres do que nos homens. Entre 10 a 15% da população mundial possuem ‘litíase biliar’, sendo 85% dos casos assintomáticos. Na presença de sintomatologia as complicações podem ser bastante sérias! O retorno da bile ao fígado, por exemplo, pode levar à cirrose biliar secundária (icterícia e dano hepático). Quando obstruem os ductos biliares provoca dor e cólicas, caracterizando o processo conhecido como coledocolitíase. Já a obstrução do ducto biliar comum distal pancreatite. COLELITÍASE BILIAR: FATORES DE RISCO: Sexo feminino; Gravidez (multíparas); Idade avançada; Historia familiar (fatores hereditários); Obesidade (> central); Ressecção ileal; Cirrose; DM; Desmotilidade vesicular; Medicamentos: (para controle de dislipidemias, contraceptivos orais e estrogênio); Etnia e geografia. COLELITÍASE BILIAR: SINAIS / SINTOMAS / ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS / MANIFESTAÇÕESCLÍNICAS: Elevação das transaminases, da fosfatase alcalina, da gama GT. Prurido; Icterícia; Fezes pálidas; Esteatorréia. Na ausência de bile [ ] no intestino a absorção da gordura é prejudicada e as fezes se tornam mais claras (↓ [ ] de pigmentos biliares) e menos consistentes (“esteatorréia” má absorção de gorduras). COLELITÍASE BILIAR: PATOGENIA: Comumente relacionada à composição da bile ( Bile super saturada com colesterol). Deficiência de ácidos biliares: - Hipomobilidade da vesícula biliar; - Hipersecreção de muco pelo epitélio. Absorção excessiva da água e de ác. biliares existente na bile. COLELITÍASE BILIAR COLELITÍASE BILIAR: TRATAMENTO CLÍNICO: Cirurgia (por laparotomia aberta ou laparoscópica) colecistectomia. Terapia litolítica consiste na dissolução química, por meio da administração de sais biliares e ácidos (quenodeoxicólico e ursodeoxicólico). Dissolução litotripsia. Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica para pacientes com cálculos biliares que migraram para o ducto biliar. COLELITÍASE BILIAR: TERAPIA NUTRICIONAL: Não há um tratamento dietético específico para prevenção da colelitíase, em pessoas suscetíveis (“natureza multifatorial”). Existe uma correlação dos distúrbios nutricionais (obesidade e jejum grave). RECOMENDAÇÃO DIETÉTICA: Dieta hipolipídica para prevenir as contrações da vesícula biliar; Após a colecistectomia dieta oral conforme a tolerância do paciente, hipolipídica inicialmente, até readaptação da secreção biliar diretamente do fígado para o intestino, passando, então à normolipídica. TERAPIA NUTRICIONAL: FASE AGUDA: Há obstrução por cálculo biliar manter a vesícula “inativa”. Dieta hipolipídica para prevenir as contrações da vesícula biliar; Após a colecistectomia dieta normolipídica (avaliando o nível de tolerância do paciente). FASE CRÔNICA: ↓ peso (sobrepeso/obesidade); CHO: 60% VET; LIP: até 25% do VET; PTN: 0,8 a 1,0 g/kg; COLECISTITE: COLECISTITE : É uma inflamação (aguda ou crônica) da vesícula biliar. É causada, na maioria dos casos, por cálculos biliares que obstruem o ducto biliar (levando ao retorno da bile) colecistite calculosa. Originada em 90 a 95% dos casos por litiase biliar, enquanto que o restante decorre de sepse, trauma severo ou infecção pela Salmonella typhosa (colecistite acalculosa). Maior suscetibilidade em ♀, especialmente em > 40 anos. Icterícia refluxo da bile, impedindo sua chegada ao intestino, retornando p/ a circulação sanguínea. COLECISTITE AGUDA : SINTOMAS: Dor epigástrica ou no quadrante superior direito; Febre baixa; Anorexia; Náusea e vômitos; Se apresentar icterícia sugere obstrução do ducto biliar comum. TRATAMENTO: cirurgia. COLECISTITE AGUDA: PATOGENIA: “CALCULOSA” “ACALCULOSA” COLECISTITE AGUDA: “ACALCULOSA”: Pode ocorrer em pacientes críticos ou na presença de estagnação da vesícula biliar e de sua bile ↓ na contratilidade da vesícula biliar. COLECISTITE AGUDA: TERAPIA NUTRICIONAL: AVO é descontinuada, podendo indicar a NP, se o paciente estiver desnutrido ou ainda antecipada se o paciente não estiver consumindo nada oralmente, por um período consideravelmente prolongado, afetando seu EN. Com melhora das crises dieta hipolipídica (30-45g de Lip/dia), evoluindo para normolipídica, observando o nível de tolerância do paciente. COLECISTITE CRÔNICA : Conceito inflamação da vesícula biliar, durante um longo período causada por crises leves e repetidas da colecistite aguda levando ao espessamento das paredes da vesícula a vesícula se contrai e perde a capacidade de executar suas funções ( [ ] e armazenamento da bile). COLECISTITE CRÔNICA: “ACALCULOSA”: Esvaziamento da vesícula biliar prejudicado Devido à atividade ↓ da contração espontânea + ↓ da responsividade contrátil ao hormônio colecistoquinina Inflamação e distensão das paredes da vesícula biliar > suscetibilidade à infecção! ↓ na contratilidade da vesícula biliar. COLECISTITE CRÔNICA: FATORES DE RISCO: Presença de cálculos biliares; Histórico de colecisitite aguda. TRATAMENTO CLÍNICO: Cirurgia. TRATAMENTO NUTRICIONAL: dieta oral hipolipídica por longo prazo (25 a 30% do VET); evitar alimentos flatulentos (relatos de incômodos) verificar cada caso, as intolerâncias; administração de vitaminas lipossolúveis, na forma endovenosa , na presença de má absorção de gordura. Por quê a limitação completa de gordura não é indicada? Porque a gordura no intestino é importante para alguns estímulos e drenagem do trato biliar. REVISANDO... Passagem da bile ao duodeno é interrompida Colecistite pode se desenvolver; Sem bile absorção de gorduras é prejudicada; Evacuações claras (acolia), esteatorréia; Icterícia em função da obstrução, os pigmentos da bile retornam para a circulação, como bilirrubina. Bilirrubina:0,2 –1,3 mg/dl Valor de alerta: acima de 12 mg/dl. Se não corrigir este excesso de bile: dano hepático, cirrose ou pancreatite biliar; Colecistectomia: cirurgia de remoção da vesícula e os cálculos (a bile será estocada no colédoco, que liga o fígado ao intestino delgado). DIAGNÓSTICO vesiculopatias: Exames de imagem; Sintomas; Exame físico. TERAPIA NUTRICIONAL vesiculopatias: Prevenção fatores relacionados a obesidade e jejum prolongado e rigoroso. Tratamento dietético: Crises – dieta zero; Proteínas – Normo a hiper; Carboidratos – normoglicídica; Fibras – Normal Lipídios – hipolipidíca à normolipídica (avaliando a aceitação); Vitaminas lipossolúveis (verificando a adequação); Minerais – cálcio, cobre e manganês; Antioxidantes; Consistência – pastosa /branda Fracionamento ↑ e Volume ↓ ºC – Normal PANCREOPATIAS: CONTEÚDO: Introdução às pancreopatias Revisão anátomo-funcional da estrutura do pâncreas (função endócrina e exócrina) Pancreopatias: pancreatite aguda e crônica Conceito/ classificação Fisiopatologia Epidemiologia Etiologia Ação do álcool Quadro clínico/ diagnóstico/ manifestações clínicas, curso e prognóstico Complicações e mortalidade Tratamento nutricional Tratamento clínico REVISÃO ANATO-FUNCIONAL: ENZIMAS importantes no processo digestivo de CHO, LIP e PTN. REVISÃO ANATO-FUNCIONAL: Localiza-se transversalmente sobre a parede posterior do abdômen, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago. Possui aproximadamente 10- 15cm de comprimento; Peso: em torno de 60g, com formato “triangular”; Estrutura: cabeça, corpo e cauda. CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS: PÂNCREAS EXÓCRINO: Secretar enzimas digestivas, que serão dirigidas ao duodeno (pelos canais de Wirsung e de Santorini). O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco, na ampola de Vater desembocando no duodeno, durante a digestão. SECREÇÃO PANCREÁTICA “suco” pancreático: Volume produzido: 1500 a 2500ml de fluido incolor e inodoro, com pH entre 8,0 e 8,3; Composição: contém enzimas proteolíticas, lipolíticas e amilolíticas, além de bicarbonato ( que neutraliza o quimo ácido), sofrendo influência pela composição alimentar do quimo; Secretado: em grandes quantidades, em resposta a presença de quimo; Sua regulação: ACETILCOLINA (SN); CCK (MUCOSA) e SECRETINA (MUCOSA). Fases secretórias: CEFÁLICA, GÁSTRICA E INTESTINAL. ENZIMAS SECRETADAS PELOPÂNCREAS: PROTEOLÍTICAS: Tripsina Quimiotripsina Carboxipeptidase Ribonuclease Desoxirribonuclease AMILOLÍTICAS: Amilase pancreática LIPOLÍTICAS: lipase. As enzimas encontram-se INATIVAS!!! ex.: tripsinogênio. São ativadas no lúmen intestinal pela enteroquinase e/ou tripsina ativada. A “ativação”... PANCREATITE: CONCEITO: processo imuno-inflamatório agudo do pâncreas, apresentando-se sob as formas: AGUDA E CRÔNICA ( distinguem-se por critérios estruturais e funcionais): Na fase aguda a glândula é normal antes da crise e pode retornar ao normal depois. Na fase crônica a glândula é anormal antes e depois da crise ou em ambos os períodos. PS.: Independente da etiologia varia de formas ligeiras (edematosa) com recuperação completa à formas graves (necrotizante) potencialmente fatais. PANCREATITE AGUDA: Doença que tem como substrato um processo inflamatório da glândula pancreática de instalação abrupta decorrente da ação de enzimas inadequadamente ativadas edema, hemorragia e até necrose pancreática e peripancreática + repercussão sistêmica (que vai da hipovolemia ao comprometimento de múltiplos órgãos e sistemas ÓBITO. PANCREATITE AGUDA: EPIDEMIOLOGIA: Atinge cerca de 4,8 a 24,2 casos por 100.000 indivíduos, variação essa justificada em virtude: - Patologia de região geográfica variada; - De acordo com a etiologia; ETIOLOGIA: Trauma (ex.: abdominal, pós-operatório); Doença biliar e pancreática (ex.:litíase, câncer); Metabólica (ex.:alcoolismo crônico, hipertrigliceridemia, hipercalcemia); Infecciosa (ex.: algumas infecções virais, peritonite); Medicamentosa (ex.: corticoesteróides, estrógenos); Tóxica (ex.: arsênio, chumbo, histamina); Outras (ex.: escorpionismo, LES, queimaduras). •Abuso de álcool •Doença do trato biliar 75-85% Por quê: ÁLCOOL DOENÇA DO TRATO BILIAR Pancreatite Aguda? ÁLCOOL: Efeito tóxico; A Pancretatite Aguda se desenvolve principalmente em doentes alcoólicos crônicos (> 10 anos de consumo). Só que MUITO MAIS IMPORTANTE do que a duração de consumo, é a média diária de ingestão!!! O álcool pode afetar a tonicidade do esfíncter de Oddi de maneiras opostas, diminuindo a pressão basal do esfíncter facilitando o refluxo duodeno-pancreático ou provocando obstrução por espasmo. Obstrução Pancreática Ductal: Surge pela formação de “rolhões” proteicos em virtude do consumo excessivo de álcool promovendo o ↑ da [ ] protéica no suco pancreático, principalmente devido ao ↑ do tripsinogênio e pelo incremento de hexosaminas (> viscosidade ao suco pancreático). A secreção de proteínas aumentada no suco pancreático formação de “rolhões” protéicos “cálculos” (de carbonato de cálcio) obstrução dos canais de pequeno calibre atrofia acinar fibrose. PANCREATITE AGUDA: FISIOPATOLOGIA: OBSERVAÇÃO... FISIOPATOLOGIA: Uma vez ativada a tripsina pancreática desencadeia uma cascata de eventos de ativação de outras enzimas pancreáticas AMPLIFICAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS Varia desde um edema até necrose da glândula Citocinas inflamatórias (IL-1, TNF,IL-6 e IL-8); Produção de radicais livres de oxigênio possíveis responsáveis pela progressão de pancreatite (intersticial para a pancreatite necrosante). PANCREATITE AGUDA: FORMAS CLÍNICAS: PANCREATITE INTERSTICIAL forma edematosa que ocorre em 80-85% dos casos e é auto-limitada, evoluindo para recuperação: - 80% dos casos mortalidade <2%. PANCREATITE NECROSANTE forma grave, de 15-20% dos pacientes apresentam complicações infecciosas e até insuficiência múltipla de órgãos e sistemas. - 20% dos casos mortalidade pode chegar a 30%. Observação... A necrose pancreática e peripancreática tem importante repercussão sistêmica em virtude da disseminação generalizada de enzimas pancreáticas com agressão a múltiplos órgãos podendo ocorrer falência funcional dos mesmos. O estado catabólico que se instala é intenso exigindo suporte nutricional “agressivo” e o mais rápido possível. PANCREATITE AGUDA: É uma causa bastante comum de hospitalização e coloca o paciente em risco de complicações potencialmente fatais! SINTOMAS: Náuseas/ Vômitos; Anorexia; Dor abdominal aguda; Distensão abdominal; Esteatorréia; Alterações de enzimas pancreáticas elevação dessas (no sangue, urina e em outros líquidos corporais). (75-85%) NAS FORMAS GRAVES: -hipotensão; -oligúria; Falta de urina - dispnéia. Falta de ar PANCREATITE AGUDA: Pancreatite Aguda GRAVE: Quando há escapamento de enzimas pancreáticas para dentro do pâncreas e tecidos circundantes provocando a necrose da gordura ou auto-digestão do pâncreas e depósitos gordurosos na cavidade abdominal, com hemorragia (pela necrose de vasos). É uma das condições clínicas de maior custo metabólico que se conhece, estando “lado a lado” às grandes queimaduras, traumas extensos e sepse. O paciente pode consumir-se em poucos dias e/ou deixá-lo com graves consequências em seu prognóstico. PANCREATITE AGUDA: “INDICADORES CLÍNICOS DE GRAVIDADE”: Insuficiência orgânica: - Choque: PA sistólica<90mmHg - Insuficiência pulmonar: PaO2<=60mmHg - Insuficiência renal: creatinina sérica > 2mg/dl - Hemorragia digestiva:>500ml/24h Complicações locais: necrose, abscesso ou pseudocisto. DIAGNÓSTICO: - Aplica-se o critério de Ranson e Testes de função pancreática (estimulação de secretina, tolerância à glicose e gordura nas fezes em 72 horas). TRATAMENTO MÉDICO: PANCREATITE AGUDA: -Controle / amenização da dor; -Suspensão da alimentação (VO); - Reposição ENDOVENOSA de fluidos (“hidratação endovenosa”); -Administração de antagonistas de H² (correção do pH). Se GRAVE Dieta ZERO (via oral); Monitoramento / suporte hemodinâmico, respiratório, renal e hepato- biliar (UTI); Reposição de fluidos é essencial!!! PANCREATITE CRÔNICA: -Tratamento do pH intestinal, utilizando: -antiácidos; -administrar insulina para intolerantes à lactose; -antagonista;s de receptores de H² -inibidores da bomba de prótons. Recuperação 5-7 dias, podendo ser iniciada alimentação entérica (avaliação indivudualizada). TERAPIA NUTRICIONAL pancreatite AGUDA: Em virtude dos sintomas (Dor abdominal, Anorexia, Náuseas, Vômitos,...) ingestão alimentar insuficiente comprometimento do EN podendo levar à desnutrição (DEP). Maior atenção em virtude do Hipermetabolismo / catabolismo. TRATAMENTO NUTRICONAL: PANCREATITE AGUDA: - Minimizar dores e desconforto (< estímulo possível ao pâncreas exócrino) e buscar atender as tolerâncias e as preferências do paciente -Suspender a alimentação via oral e enteral; -Reposição hídrica; -Se a nutrição (VO) não puder ser iniciada em 5 a 7 dias iniciar TN (Parenteral / Enteral); -Casos menos graves (TNE) pode ser iniciada; -Pancreatite AGUDA grave iniciar a (TNP); -Monitorar os índices de TG (se elevados usar ‘dextrose’, monitorando a glicose sérica + tratar com insulina, conforme necessidade. -Iniciada a dieta (VO), fornecer alimentos de fácil digestibilidade; com baixo teor de gordura, fracionada, com ingestão protéica adequada e calorias aumentadas. PANCREATITE CRÔNICA: -Fornecer dieta (VO), da mesma forma que na fase aguda. -TNE pode ser usada quando a dieta (VO) estiver inadequada. -Suplementar vitaminas (lipossol. e vitm. B12) + enzimas pancreáticas (VO) PANCREATITE AGUDA: REALIMENTAÇÃO...??? CRITÉRIOS para a retomada à Alimentação VO: Ausência de dor abdominal; Redução dos níveisde lipase e amilase a valores próximos da normalidade; Ausência de complicações (Fístulas). O QUE OFERECER E QUAL A FREQUÊNCIA? INÍCIO: - 100-300ml de líquidos, a cada 4h por 24h. - Evoluir conforme a tolerância: -- O mesmo volume (contendo > aporte de nutrientes): >50% de CHO 160-640 kcal/refeição -- Evoluir a consistência gradativamente. COMPLEMENTAÇÃO DO ESTUDO!!! LEITURA: Krause (12ª ed.) – cap.:28 [págs.: 732 a 735]. Algumas Informações a mais...: PANCREATITE AGUDA GRAVE: 24-48h ptn = 1,5-2,5g/Kg/dia. necessidades energéticas: GEB (Harris Benedict) x FI (1,3-1,5)* * de acordo com o grau de hipermetabolismo. Somente analisando o estado clínico do paciente, podemos optar pela via de acesso alimentar mais adequada. [TNE mais fisiológica e pelo menor custo procedimental]. PORÉM: Em virtude da impossibilidade de uso do sistema digestório, (pela presença de vômitos, dor abdominal e íleo adinâmico) recomenda-se NPT. Independente da necessidade nutricional do paciente a TNP deve iniciar lentamente e ser aumentada gradativamente, de acordo com a tolerância do paciente. Algumas Informações a mais...: Pacientes com pancreatite aguda grave necessitam de terapia nutricional, sendo-lhe orientado à: iniciar TN precoce. A TNP fica indicada apenas para os casos de intolerância à TNE ou impossibilidade de acesso. TNP soluções lipídicas pode ser responsável por prover 25-35% das calorias não proteicas, porque os lipídios administrados via endovenosa exercem menor estímulo no pâncreas. Deve ser formulada para atender as necessidades nutricionais do paciente, com a cautela direcionada aos pacientes com hiperlipidemia > monitoramento dos níveis séricos pelo risco de hipertrigliceridemia. PANCREATITE CRÔNICA: É um processo inflamatório crônico do pâncreas, caracterizado por destruição progressiva e irreversível do órgão com estabelecimento de fibrose parenquimatosa, podendo haver focos de calcificação ou não. Não resulta de uma pancreatite aguda mal resolvida. Evolui progressivamente mesmo quando o fator etiológico é retirado. PANCREATITE CRÔNICA: CLASSIFICAÇÃO: Pancreatite crônica obstrutiva (tumores de papila, estenose de wirsung); Pancreatite crônica calcificante (tampões proteicos nos ductos pancreáticos). ETIOLOGIA: Alcoólica; Idiopática (20%); Doença calculosa biliar. PANCREATITE CRÔNICA: FISIOPATOLOGIA: Tampões protéicos interductais iniciam processo inflamatório crônico no epitélio levando à destruição progressiva da glândula originando a fibrose parenquimatosa cicatricial. COMPLICAÇÕES: Insuficiência endócrina (após 13-20 anos) e exócrina; DM. PANCREATITE CRÔNICA: QUADRO CLÍNICO - (ANAMNESE): - IDADE: entre 30 e 45 anos - GÊNERO: predomínio masculino - Etilismo. DOR e a PERDA DE PESO são os sintomas mais constantes. DOR: É frequente (ausente em apenas cerca de 10%) geralmente intensa, contínua,. com duração de: horas a dias. Localização mais frequente epigástrio e hipocôndrio esquerdo, com irradiação para hipocôndrio direito e ou ombro. EPISÓDICA (relacionada muitas vezes a grandes ingestas de álcool). PERDA DE PESO: - Importante; - sugere neoplasia maligna; - caquexia. PANCREATITE CRÔNICA: SINTOMAS: •Dor severa abdominal e nas costas; •Anorexia; •Náuseas / Vômitos; •Má absorção; •Desnutrição; •Esteatorréia; •Sitofobia (medo irracional mórbido em se alimentar). PANCREATITE CRÔNICA: TRATAMENTO: Restrição de gordura dietética; Recuperação nutricional do paciente; O EN do alcoólatra geralmente é insatisfatório, apresentando: várias carências múltiplas e graves. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: INDICADORES CLÍNICOS: Exame físico; Anamnese alimentar. INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS: Peso Altura PCT CMB. BIOQUÍMICOS: Albumina sérica, Pré-albumina, Hemograma, Balanço nitrogenado e Transferrina sérica. TERAPIA NUTRICIONAL: DIETA HIPERCALÓRICA; HIPERPROTÉICA (80-100g/dia); HIPOLIPÍDICA (60-80g/dia) restrição de lipídios (<20% das calorias totais). GLICOSE como substrato preferencial; Suplementação com fórmulas enterais (VO). Na presença de hiperglicemia persistente as recomendações para diabetes devem ser adotadas. Na insuficiência pancreática endógena usar insulina, não se deve fazer restrições rigorosas aos CHO, é preferível controlar a hiperglicemia com insulina. Em caso de má absorção grave administração exógena de enzimas pancreatina associada a TERAPIA NUTRICIONAL: ATENÇÃO: Necessário complementar pnt e CHO. As vitaminas e minerais de acordo com as necessidades; NP INDICADA nas situações de complementação de suporte oral ou enteral. Monitoramento constante Peso, PCT, balanço hídrico, glicemia, amilase, cálcio, albumina e hemograma. Boa Noite!
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