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O Direito como instrumento de inclusão das Pessoas Portadoras de necessidades Especiais - PNE

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Título: "O Direito como instrumento de inclusão das Pessoas 
Portadoras de necessidades Especiais - PNE" 
 
Introdução 
 
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde - OMS, aproximadamente 
10% de qualquer população são portadoras de algum tipo de deficiência. O 
Brasil, conforme dados do ultimo censo do IBGE – Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística, já ultrapassou a barreira dos 200 milhões de 
habitantes, resultando que aproximadamente 20 milhões de pessoas possuem 
alguma deficiência. 
Tais indivíduos, que doravante chamaremos de PNEs – Portadores de 
Necessidades Especiais, são pessoas que possuem dificuldades de interação 
com a sociedade, em função de diferenças em seu corpo físico, em seu 
desenvolvimento intelectual ou em seus sentidos. Todavia, são merecedores 
dos mesmos direitos e garantias de todos nós, como: respeito, educação, lazer, 
trabalhos, saúde, etc... 
Nem sempre essa foi a postura adotada. Um breve histórico acerca da visão da 
sociedade e da forma de tratamento dada aos portadores de algum tipo de 
deficiência nos mostra que: 
Na história da humanidade, o deficiente sempre foi vitima de segregação, pois 
a ênfase era na sua incapacidade física, e, em sua anormalidade. Até o século 
XV crianças deformadas eram jogadas nos esgotos da Roma Antiga. Na Idade 
Média, deficientes encontram abrigo nas igrejas, como o “Quasímodo” do livro 
o Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo, que vivia isolado na Torre da 
Catedral de Paris. Na mesma época os deficientes ganham uma função: Bobos 
da Corte. Martinho Lutero defendia que deficientes mentais eram seres 
diabólicos que mereciam castigos para ser purificados. Já, no século XVI a XIX, 
as pessoas com “Deficiência Físicas e Mentais” continuam isoladas do resto da 
sociedade, mas agora em asilos, conventos e albergues. Surge o primeiro 
hospital na Europa, mas todas as instituições dessa época não passam de 
prisões sem tratamento especializado e nem programas educacionais com 
currículos adaptados para esta clientela. À partir do século XX houve avanços 
no tratamento dado aos portadores de deficiência, até mesmo em função do 
aumento destas em função de mutilados em guerras havidas; e a criação e 
desenvolvimento de programas voltados à reabilitação de crianças com 
deficiência, culminando em um amadurecimento e avanço nas áreas de 
cidadania e direitos humanos, provocando uma nova visão das pessoas 
portadoras de necessidades especiais. 
A sociedade evoluiu partindo da execução sumária, ao exílio, à inserção social 
e, nos dias atuais, à inclusão dos portadores de deficiência, agora tratados 
como PNEs. 
O Direito, que tem como característica se desenvolver e evoluir com as 
mudanças da sociedade, através de preceitos normativos, acaba por influenciar 
e garantir, cada dia mais, a inclusão dos portadores de necessidades 
especiais, garantindo seus direitos e seu total desenvolvimento. 
Já não tratamos aqui mais de integração social, ou seja, a inserção da pessoa 
PNE preparada para conviver na sociedade, devendo esta se adaptar ao meio; 
hoje nos referimos à inclusão social, que nada mais é do que: a modificação da 
sociedade como pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais 
buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania. A prática da inclusão 
social repousa em princípios até então considerados incomuns, tais como: a 
aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a 
convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da 
cooperação. Portanto, a inclusão social é um processo que contribui para a 
construção de um novo tipo de sociedade através de pequenas e grandes 
transformações, nos ambientes físicos (espaços internos e externos, 
equipamentos, aparelhos e utensílios, mobiliário e meios de transporte) e na 
mentalidade de todas as pessoas, inclusive o PNE. 
Mas como tais mudanças se refletem em termos eficazes, especialmente em 
nosso país? Como a legislação e a jurisprudência pátrias têm criado 
mecanismos para que, os Portadores de Necessidades Especiais, tenham 
garantidos seus direitos, fomentando uma maior inclusão destes à sociedade 
brasileira? 
 
PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NO MERCADO DE 
TRABALHO 
 
Previsão legal dos direitos e garantias dos Portadores de Necessidades 
Especiais: 
A Constituição Federal em seu art. 7º, inciso XXXI veda a discriminação dos 
portadores de deficiência no que tange à salário e critérios de admissão. 
Demonstra-se aqui o “Princípio da Igualdade”, : 
 Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: 
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a 
salário e critérios de admissão do trabalhador portador de 
deficiência. 
Não apenas no tocante aos salários e critérios de admissão existe, em nossa 
Carta Magna, referência aos portadores de necessidades especiais. Está 
previsto no artigo 37, inciso VII, CF/88, a reserva, para estes, de 20% das 
vagas, em cargos ou empregos públicos. 
Art. 37. (...) 
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos 
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e 
definirá os critérios de sua admissão. (Constituição 
Federal, 2009). 
 
A nº. 8.213/1991 (Lei da Previdência Social) em seu artigo 93, estabelece que 
as empresas privadas com mais de 100 funcionários, devem preencher entre 2 
à 5% de suas vagas com trabalhadores que possuem alguma necessidade 
especial, garantindo que, em caso de dispensa imotivada, outro trabalhador, 
nas mesmas condições deverá ser contratado: 
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados 
está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% 
(cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários 
reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, 
habilitadas, na seguinte proporção: 
I - até 200 empregados..............................................2%; 
II - de 201 a 500........................................................3%; 
III - de 501 a 1.000....................................................4%; 
IV - de 1.001 em diante. ...........................................5%. 
§ 1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente 
habilitado ao final de contrato por prazo determinado de 
mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por 
prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a 
contratação de substituto de condição semelhante. 
O fato é que apenas a legislação não tem sido suficiente para garantir os 
direitos inerentes aos PNE’s, uma vez que, em uma sociedade capitalista, a 
busca constante das empresas por maior produtividade e consequentemente 
maiores lucros, ainda faz com que os portadores de necessidades especiais, 
sejam ainda vistos com preconceito. Sob alegações de baixa escolaridade e 
ante a necessidade de adaptações das empresas para recebe-los, e apesar de 
todos os programas capacitadores desenvolvidos, não há a garantia que a 
inclusão realmente esteja ocorrendo, embora grandes avanços podem ser 
percebidos, ainda existem etapas a serem cumpridas. 
Jurisprudência 
TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE 
REVISTA AIRR 1694820115090091 169-
48.2011.5.09.0091 (TST) 
Data de publicação: 16/08/2013 
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO 
DE REVISTA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO MORAL 
COLETIVO. CONTRATAÇÃO DE PORTADORES DE 
NECESSIDADES ESPECIAIS. OBRIGAÇÃO DE FAZER . 
1. Trata-se de ação civil pública ajuizada pelo Ministério 
Público do Trabalho da 9ª Região julgada procedente 
para - I - determinar que a Reclamada contrate portadores 
de necessidades especiais, na proporção de 5% do total 
de trabalhadores das empresas e somente proceda a 
dispensa de empregado PNE após contratação de 
respectivo substituto, também PNE; II - concede-se o 
prazo de 120 dias para cumprimento da referida 
obrigação de fazer, sob penade multa diária de R$ 50,00 
para cada PNE não contratado, a qual reverterá ao FAT; e 
IV - condena-se, por consequência, a Reclamada ao 
pagamento de indenização por dano moral coletivo no 
importe de R$ 50.000,00 reversível ao Fundo de Amparo 
ao Trabalhador (FAT) -. 2. Na hipótese, a empresa não 
logra o trânsito do recurso de revista, por falta do correto 
aparelhamento. Com efeito, os dois únicos arestos 
apresentados são inservíveis para demonstração de 
divergência jurisprudencial, na medida em que oriundos 
do mesmo e. TRT prolator do v. acórdão recorrido não 
estando tal possibilidade elencada no permissivo do art. 
896 da CLT. Nesse sentido a OJ-SBDI-1-TST-111. 3. 
Insta registrar que, no tocante ao valor da indenização, 
melhor sorte não atrai à empresa ré, cujo apelo se mostra 
carente da necessária fundamentação jurídica a que 
aludem as alíneas -a- e -c- do artigo 896 da CLT. Agravo 
de instrumento conhecido e não provido. 
 
TJ-PI - Mandado de Segurança MS 201100010030853 PI 
(TJ-PI) 
Data de publicação: 09/02/2012 
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO 
PÚBLICO. CANDIDATO APROVADO FORA DO 
NÚMERO DE VAGAS. CRIAÇAO DE NOVAS VAGAS. 
EXONERAÇAO DE CANDIDATO NOMEADO GERA 
VACANCIA DO CARGO. CANDIDATO COLOCADO 
DENTRO DAS VAGAS ATUALMENTE EXISTENTES. 
PRETERIÇAO NA ORDEM DE CONVOCAÇAO. DIREITO 
LÍQUIDO E CERTO. INEXISTÊNCIA. 1. Os candidatos 
aprovados em concurso público têm direito subjetivo à 
nomeação para a posse que vier a ser dada nos cargos 
vagos existentes ou nos que vierem a vagar no prazo de 
validade do concurso, principalmente quando preterido 
por quebra da ordem classificatória. 2. A desistência dos 
candidatos convocados e a exoneração de candidatos 
nomeados, geram para os seguintes na ordem de 
classificação direito subjetivo à nomeação, observada a 
quantidade das novas vagas disponibilizadas. 3. De 
acordo com o Edital do concurso, de cada 10 (dez) 
candidatos convocados, uma vaga pertence a candidatos 
PNE, portanto, com a convocação de candidatos da 
concorrência ampla, acima da trigésima colocação, 
caracteriza preterição ao direito do candidato PNE 
colocado em 3º lugar, o que gera o direito líquido e certo 
do impetrante de ser convocado.3. Ordem denegada. 
Decisão unânime. 
 
INCLUSÃO DO PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAL NAS ESCOLAS 
O atendimento aos PNE’s na área escolar evoluiu ao analisarmos a história. 
Passamos da fase em que os portadores de deficiências eram excluídos do 
sistema de ensino, sendo impedidos de frequentar as escolas, à uma fase em 
que, segregadas, recebiam atendimento em instituições voltadas unicamente 
para seu atendimento em regime de confinamento. Na década de 50 surgem 
as primeiras escolas especiais já buscando uma forma de inserção destes 
indivíduos. Mais tarde, começam a ser implantadas, nas escolas regulares, 
classes especiais, que passaram a promover a integração dos portadores de 
deficiência e outras crianças, colaborando para uma quebra de barreira que as 
distanciavam e permitindo acesso a uma educação mais adequada aos moldes 
tradicionais. As crianças cujas deficiências se adaptavam ao sistema escolar 
eram aceitas em classes comuns, a escola se mantinha da forma como era, 
não promovendo qualquer tipo de adaptação para acolhê-las. Somente após, já 
na década de 90, o sistema educacional passa a se adaptar a necessidade dos 
alunos e não mais o contrário. 
A inserção de alunos portadores de necessidades especiais, no ensino regular, 
é garantia constitucional de acesso a educação, um direito previsto em nossa 
Constituição. 
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a 
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, 
a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição (Art. 6º, CF). 
Mais que um direito, um dever do Estado de atender os portadores de 
necessidades especiais, de forma integrada, respeitando-se e adaptando-se a 
eventuais necessidades, como forma de garantir lhes um tratamento igualitário. 
Assim reza a Constituição Federal que prega a igualdade em todas as áreas, 
inclusive a educação. 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e 
da família, será promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício 
da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos 
seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência 
na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o 
pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos 
oficiais; 
“O princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas 
educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns 
deles, os alunos com deficiência. A inclusão, como consequência de um ensino 
de qualidade para todos os alunos provoca e exige da escola brasileira novos 
posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para 
que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica 
num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria 
de nossas escolas de nível básico. (Mantoan, 2007).” 
Para garantir o cumprimento da Constituição Federal, necessário se faz um 
maior investimento para qualificação dos professores, tornando-os preparados 
para enfrentar os desafios que podem advir do convívio em sala de aula. 
As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em suas turmas 
regulares se justificam, na maioria das vezes por falta de preparo dos 
professores para esse fim. Existem também aquelas escolas que não 
acreditam nos benefícios que esses alunos poderão tirar da nova situação, 
especialmente os casos mais graves, pois não teriam condições de 
acompanhar os avanços dos demais colegas e seriam ainda mais 
marginalizados e discriminados do que nas classes e escolas especiais. 
Diante dessa realidade, a solução mais viável seria redefinir e colocar em ação 
novas alternativas e práticas pedagógicas, que favoreçam a todos os alunos, 
de uma forma incondicional, o que, implica na atualização e desenvolvimento 
de conceitos e em aplicações educacionais compatíveis com esse grande 
desafio. 
Jurisprudência 
TRF-5 - AG Agravo de Instrumento AG 
53417420134050000 (TRF-5) 
Data de publicação: 04/10/2013 
Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. IFPB. 
PROCESSO SELETIVO. SISTEMA DE COTAS. PARTE 
DO ENSINO FUNDAMENTAL CURSADO EM ESCOLA 
DA REDE PRIVADA DE ENSINO. NÃO 
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA 
INGRESSO NO CURSO DO IFPB COMO COTISTA. 
OBTENÇÃO DE NOTA SUFICIENTE À APROVAÇÃO, 
INDEPENDENTEMENTE DO REGIME DE COTAS. 
DIREITO À MATRÍCULA. APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS 
DA RAZOABILIDADE E DO ACESSO À EDUCAÇÃO. 1. 
A agravante, independentemente de não ter preenchido 
os requisitos para ingresso no curso do IFPB como 
cotista, obteve nota suficiente para classificá-la, entre os 
aprovados na ampla concorrência, em terceiro lugar (64 
pontos). 2. Nessa linha, tem-se que a mesma inteligência 
contida no subitem 5.3.7 do Edital nº 188/2012 (fls. 73), 
que possibilita que os candidatos com 
deficiência/Portadores de Necessidades Especiais - PNE, 
que não protocolaram pedido para disputarem as vagas 
disponibilizadas em cumprimento ao Decreto Federal nº 
3.298/99, participem do processo seletivo, concorrendo 
para as vagas destinadas aos demais candidatos (ampla 
concorrência), e no subitem 3.5.3 do Edital de Retificação 
nº 230/2012 (fls. 100), que prevê que candidatos já 
inscritos que não alteraram sua inscrição para o novo 
Sistema de Cotas, mesmo sendo por ele contemplado,ao 
se omitirem, serão automaticamente inscritos nas vagas 
de ampla concorrência, deve ser aplicada ao caso 
concreto, em prestígio aos princípios da isonomia, da 
razoabilidade e do acesso à educação. 3. Precedentes 
desta Corte: APELREEX27365/PB; EIAC531920/01/PE; 
AGA114478/01/AL; AG114503/AL. 4. Agravo de 
instrumento provido. 
TJ-DF - Apelação Cí-vel APL 16575620108070001 DF 
0001657-56.2010.807.0001 (TJ-DF) 
Data de publicação: 30/03/2012 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. GRATIFICAÇÃO DE 
ENSINO ESPECIAL (GATE). PROFESSORA DA 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL. 
AULA MINISTRADA EM TURMA MISTA NO ANO DE 
2005. INEXISTÊNCIA DE RESTRIÇÃO LEGAL. 
POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 
MAJORAÇÃO. RAZOABILIDADE. RECURSOS 
CONHECIDOS E DESPROVIDOS. SENTENÇA 
MANTIDA. 1 - A GRATIFICAÇÃO DE ENSINO ESPECIAL 
(GATE), NOS TERMOS EM QUE FOI INSTITUÍDA PELA 
LEI DISTRITAL Nº 540 /93 E A LEI ORGÂNICA DO 
DISTRITO FEDERAL É DESTINADA A PROFESSORES 
DA REDE PÚBLICA DE ENSINO QUE ATENDAM A 
ALUNOS QUE INTEGREM A SITUAÇÃO PECULIAR 
DESCRITA NA LEI. 2 - DESDE A CRIAÇÃO DA GATE, 
POR MEIO DA LEI DISTRITAL Nº 540 /93, ATÉ A 
INTRODUÇÃO DA LEI DISTRITAL Nº 4.075 DE 28 DE 
DEZEMBRO DE 2007, É DEVIDO O PAGAMENTO DA 
REFERIDA GRATIFICAÇÃO AOS PROFESSORES QUE 
MINISTRAVAM AULA PARA ALUNOS PNE, 
INDEPENDENTEMENTE DE SER TURMA MISTA OU 
EXCLUSIVA. 3 - TENDO O PROFESSOR MINISTRADO 
AULA EM TURMA MISTA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI 
DISTRITAL Nº 4.075 DE 28 DE DEZEMBRO DE 2007, É 
DEVIDA A GRATIFICAÇÃO. 4 - NÃO HÁ QUE SE FALAR 
EM MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, 
SE FOI FIXADO ATENDENDO AOS CRITÉRIOS DE 
RAZOABILIDADE, CONFORME ESTABELECE O ART. 
20 , § 4º DO CPC . 5 - RECURSOS CONHECIDOS E 
DESPROVIDOS. 
 
A INCLUSÃO DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NA 
SOCIEDADE; 
Por maiores que sejam os avanços que a sociedade tem alcançado, ainda há 
uma carga enorme de preconceito e rejeição que afetam os portadores de 
deficiências. Ao descobrir a necessidade especial de seus filhos, uma família 
deve rever todos os planos traçados visando dar, à criança, uma vida digna a 
qual se aproxime ao máximo de uma vida considerada normal. Mas como 
proceder, uma vez que seus filhos irão ter que conviver em uma sociedade 
nem sempre preparada para respeitar as diferenças e aceita-las? 
Mais uma vez, o direito surge como forma de estabelecer normas que façam 
garantir os direitos dessa classe de pessoas como cidadãos, visando preservar 
os direitos nem sempre respeitados pela sociedade. Assim surgem leis que 
garantem tratamento diferenciado aos portadores de necessidades especiais, 
visando permitir-lhes acesso a tudo que lhes é garantido por força do princípio 
da igualdade. 
Mais do que apenas criar leis que lhes atendam, é preciso que também o 
judiciário se mostre capaz de entender e atender as demandas que 
eventualmente surjam envolvendo os portadores de necessidades especiais. 
Exemplo desse atendimento é a decisão que garantiu os direitos de 
consumidor à portador de deficiência que adquiriu ingresso para evento em 
local premium e se viu obrigado a ficar em local reservado por falta de preparo 
dos organizadores para garantir-lhe desfrutar do evento na forma como pagou. 
Diante dessa triste realidade, foi necessário que essas pessoas aclamassem 
às autoridades judiciárias, para que fizessem alguma coisa para que lhe 
fossem garantido os seus direitos como cidadãos. Vejamos agora, em breve 
explanação, outros direitos que são previstos em lei aos PNE’s, e que por 
vezes não são respeitados pela sociedade. 
TJ-DF - Apelacao Civel do Juizado Especial ACJ 
20130111106445 DF 0110644-84.2013.8.07.0001 (TJ-DF) 
Data de publicação: 12/03/2014 
Ementa: JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS. CONSUMIDOR. 
DANOS MORAIS. ESPETÁCULO PÚBLICO. ESPAÇO 
RESERVADO PARA PORTADORES DE 
NECESSIDADES ESPECIAIS (PNE). CONSUMIDOR 
PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAL QUE 
COMPROU INGRESSO NA PISTA PREMIUM E FOI 
POSICIONADO JUNTO A QUALQUER OUTRO PNE. 
DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANOS 
MORAIS CONFIGURADOS. VALOR QUE ATENDE OS 
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E 
PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA CONHECIDA E 
DESPROVIDA. 1. A RECORRENTE VENDEU 
INGRESSOS PARA ESPETÁCULO PÚBLICO, E PARTE 
DOS INGRESSOS FOI VENDIDA COM PREÇOS MAIS 
ALTOS, "PISTA PREMIUM", POR FICAR MAIS PERTO 
DO PALCO. 2. O RECORRIDO, PORTADOR DE 
NECESSIDADES ESPECIAIS (PNE), ADQUIRIU 
INGRESSO DE (PNE) "PISTA PREMIUM", NO 
ENTANTO, NO DIA DO ESPETÁCULO NÃO HAVIA 
ESPAÇO PARA PNE NA "PISTA PREMIUM", SENDO 
OBRIGADO A SE POSICIONAR JUNTO A OUTROS PNE 
QUE NÃO PAGARAM VALORES DIFERENCIADOS. 3. 
TAL FATO CONFIGURA DEFEITO NA PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇO, POR PROPAGANDA ENGANOSA E 
DESRESPEITO A CONSUMIDOR PORTADOR DE 
NECESSIDADES ESPECIAIS, ATINGINDO DIREITO DE 
PERSONALIDADE DESTE, QUE NÃO APROVEITOU 
COMPLETAMENTE O SHOW, POR SE SENTIR 
ENGANADO E DESRESPEITADO PELO FORNECEDOR 
DO SERVIÇO, SENDO OBRIGADO A ASSISTIR A 
DISTÂNCIA O ESPETÁCULO QUANDO HAVIA PAGO 
VALOR MAIOR PARA FICAR JUNTO AO PALCO. 
DANOS MORAIS CONFIGURADOS. 4. QUANTIA 
FIXADA A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO POR DANO 
MORAL (R$ 6.000,00) QUE SE MOSTRA RAZOÁVEL 
CONSIDERANDO O POTENCIAL ECONÔMICO E 
CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DE CADA UMA DAS 
PARTES. VALOR INDENIZATÓRIO QUE EM SUA 
QUANTIFICAÇÃO ATENDE AO PRINCÍPIO DA LÓGICA 
DO RAZOÁVEL E NÃO SE MOSTRA EXCESSIVO. 5. 
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA 
CONFIRMADA POR SEUS PRÓPRIOS E JURÍDICOS 
FUNDAMENTOS. CUSTAS PROCESSUAIS 
ADICIONAIS, SE HOUVER E HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS, ESTES ÚLTIMOS FIXADOS EM 10% 
(DEZ POR CENTO) SOBRE O VALOR DA 
CONDENAÇÃO, PELA RECORRENTE VENCIDA (ART. 
55 DA LEI N.º 9.099 /95). 
Outras leis garantem direitos aos portadores de necessidades especiais: 
Vagas de Estacionamento para Deficientes 
Resolução nº. 304 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) publicada no 
dia 22 de dezembro de 2010, poderá dar um basta a esta situação. Quem se 
atrever a desrespeitar essa regra de conduta, poderá receber uma multa, além 
de ter o seu veículo removido por guincho e perder pontos na Carteira de 
Nacional de Habilitação. 
Embora tal multa só possa ser aplicada em casos de estacionamento em via 
pública, o que exclui locais privados como shoppings, supermercados, etc... 
(salvo convênio estabelecido), trata-se de grande avanço na medida que a 
sociedade passa a respeitar as limitações e possibilita entender as 
necessidades diferenciadas em relação aos PNE’s. 
Mas a aplicação da multas só poderão ser feitas em vias públicas. As 
autoridades poderão aplicar as multas em áreas particulares, como por 
exemplo em supermercados, desde que estas estabeleçam convênios. 
3.2. Critérios de acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades 
especiais em instituições públicas ou privadas 
Em 19 de dezembro de 2000, foi aprovada a Lei nº. 10.098, que prevê e 
assegura aos Portadores de necessidades especiais vários direitos tais como: 
direito à vagas reservadas em transporte coletivo; exige-se que os órgãos ou 
instituições promovam a acessibilidade de PNE’s mediante a supressão de 
barreiras e obstáculos em vias públicas, no mobiliário urbano, na construção e 
reforma de edifícios. 
Diante da elaboração dessa Lei, fica demonstrado novamente, a preocupação 
das autoridades superiores com relação à inclusão dos portadores de 
necessidades especiais no nosso meio social. 
No artigo 3º da mesma lei, menciona sobre a questão do planejamento que 
deve ser feito ao construir em vias públicas, tais como parques e demais 
espaços de uso público, de uma forma que torne acessível aos PNE’s. 
É interessante notar que o parágrafo único do artigo 4º da Lei, menciona a 
respeito dos parques de diversões. Pelo menos 5% dos brinquedos que estão 
nos parques, devem ser adaptados para o uso de pessoas deficientes ou 
portadoras de necessidades especiais. 
Fica demonstrado através desteartigo, que todos os estabelecimentos públicos 
e privados, tais como: empresas públicas (bancos) ou privadas; escolas; vias 
públicas; estacionamentos etc., devem ser elaborados dentro do padrão que é 
exigido pela ABNT, exigências essas, caso sejam descumpridas, deverão ser 
impostas advertências ou multas pelas autoridades fiscalizadoras. 
O artigo 11 da citada lei faz menção à acessibilidade dos deficientes ou 
portadores de necessidades especiais em edifícios públicos ou de uso coletivo. 
Já o artigo 13, fala da acessibilidade nos edifícios privados. São vários os 
artigos e mandamentos que esta Lei prevê, demonstrando assim a 
preocupação das autoridades com relação à inclusão dos portadores de 
necessidades especiais na nossa sociedade. 
 
Conclusão 
 
Vivemos em uma sociedade caracterizada por padrões, rejeitando e excluindo 
de seu convívio aqueles que não se adequem. Justamente para tentar dirimir 
os conflitos surgidos é que o direito surge como forma de incluir os portadores 
de necessidades especiais, promovendo uma adequação de espaços públicos, 
reservando espaços, e promulgando leis que lhes garantam uma vida digna, na 
qual possam sentir-se integrados e acolhidos na sociedade e no meio em que 
vivem. 
O direito, como forma de propiciar a inclusão dos PNE’s, apresentando-se 
como um modelo a ser seguido pela sociedade, uma vez que estabelece 
normas a serem respeitadas, colaborando para uma maior conscientização do 
todo e buscando uma sociedade cada vez mais justa, que respeita as 
diferenças e promove um princípio basilar – A dignidade da pessoa humana.

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