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45
ARTIGO DE REVISÃO
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013Adolescência & Saúde
RESUMO
Objetivo: investigar, com base na análise de artigos publicados entre 2005 e 2010 no Brasil, as ações de prevenção 
da violência e promoção da saúde propostas e/ou desenvolvidas pela saúde pública e demais áreas de atuação para 
promoção da saúde e prevenção da violência contra adolescentes. Fontes de dados: Foi realizada pesquisa bibliográfi ca 
de artigos científi cos brasileiros nas bases de dados da SciELo e da BVS, tendo sido selecionados 11 artigos, que foram 
analisados utilizando-se análise de conteúdo temática. Síntese dos dados: os artigos expressam diversidade de temas e 
de áreas de conhecimento, mas estão concentrados em alguns estados brasileiros. As concepções de violência, de modo 
consensual, expressaram o caráter multideterminado do fenômeno e as concepções de adolescência foram divergentes. 
Foram identifi cados determinantes diversos da violência e, em consequência, focos de ação também diversifi cados, com 
predominância de ações de prevenção primária. A maioria dos artigos menciona problemas e desafi os para a concretização 
da prevenção da violência. Conclusão: observou-se que, no setor da saúde, a violência ainda é um tema incipiente que 
precisa ser discutido com as equipes desta área e que é necessária uma boa estratégia de acolhimento para detectar 
precocemente situações de violência e ações intersetoriais para o seu enfrentamento. Constatou-se a necessidade de maior 
investimento em estudos na área e de estruturação de sistemas de informações. Evidenciou-se que as mudanças culturais e 
subjetivas devem ser o eixo norteador das ações, e que a família deve ser um dos principais focos, onde se considera que a 
Estratégia de Saúde da Família tem grande potencial de ação. 
PALAVRAS-CHAVE
Prevenção primária, violência, adolescente, saúde da família. 
ABSTRACT
Objective: Investigate, based on the analysis of articles published between 2005 and 2010 in Brazil, the actions proposed 
and / or developed by public health and other areas of action for health promotion and prevention of violence against 
adolescents. Data source: A research of scientifi c articles from the SciELo and BVS databases yielded selection of 11 articles 
which were analyzed using thematic content analyses. Data synthesis: The articles express the diversity of topics and 
areas of knowledge, but are concentrated in few Brazilian states. The conceptions of violence, by consensus, expressed the 
multi-determined character of the phenomenon and the conceptions of adolescence were divergent. Several determinants 
of violence were identifi ed and, consequently, also diversifi ed action focuses, with predominance of primary prevention 
Prevenção da violência na
adolescência: propostas existentes
no Brasil e as possibilidades de
atuação na saúde pública
Preventing violence in adolescence: proposals in Brazil and 
possibilities of acting in public health
>
Roberta Belizário 
Alves1
Edinete Maria Rosa2
Roberta Belizário Alves (robertabelizario@gmail.com) - Rua Maria Eleonora Pereira, nº 434, apto 302, Bairro Jardim da Penha - 
Vitória, ES, Brasil. CEP 29060-180.
Recebido em 09/12/2012 – Aprovado em 04/02/2013
1Doutoranda em Psicologia. Psicóloga - Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Vitória, ES, Brasil. 
2Doutora em Psicologia Social. Professora Adjunta do curso de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo - UFES. Vitória, ES, Brasil.
>
>
46 Alves e RosaPREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013
INTRODUÇÃO 
desde a década de 80, as mortes por aci-
dentes e violências passaram a constituir a se-
gunda causa de mortes no país, representando 
cerca de 15% dos óbitos, e a primeira causa de 
mortes entre os 5 e 39 anos de idade, sendo 
que, em crianças e adolescentes de até 14 anos, 
o que causa mais impacto na mortalidade são os 
acidentes de trânsito, principalmente os atrope-
lamentos. Já os adolescentes e jovens são os mais 
afetados pela violência (em cada 10 adolescen-
tes, sete morrem por causas externas)1. 
Com base nestes dados, é possível perce-
ber que os adolescentes e os jovens estão bas-
tante expostos à violência, o que torna funda-
mental ampliar os esforços para se compreender 
essa complexa realidade em busca da produção 
de ferramentas efi cazes para o enfrentamento 
dessas questões. Para tanto é importante com-
preender as especifi cidades deste ciclo de vida 
e os fatores de risco e de proteção a ele associa-
dos, no que se refere à violência, para elaborar 
estratégias que sejam efi cazes na prevenção da 
violência nesta fase da vida. 
A adolescência, que vai dos 10 aos 19 anos, 
período circunscrito entre a infância e a fase adul-
ta, é um período de crescimento e de desenvol-
vimento biopsicossocial complexo, envolvendo 
aspectos biológicos, psicológicos e sociais2. Este 
período se constitui socialmente na relação com 
os adultos, relação esta que é mediada por signi-
fi cados e expectativas que, por sua vez, servem 
de referência para os adolescentes como forma 
de identifi cação e inserção social3. 
Nesta perspectiva, é necessário considerar 
que a adolescência é um processo complexo de 
emancipação que envolve escolhas e ações que, 
por um lado, são pessoais, mas que, por outro 
lado, estão determinadas pela estrutura social 
e pelos dispositivos institucionais. Estes fatores, 
aliados à grande exposição deste grupo popula-
cional a inúmeros riscos, podem aumentar a vul-
nerabilidade deste segmento a diversos agravos 
à saúde, dentre eles a violência4. 
Utilizando a defi nição dada por Krug, 
Dahlberg, Mercy, Zwi & Lozano5, é possível 
conceituar a violência como o uso intencional 
de força física, poder ou de ameaça contra 
alguém, que tenha como resultado ou possi-
bilidade lesões, mortes, dano psicológico, de-
fi ciência de desenvolvimento ou privações. A 
organização Mundial de Saúde (oMS) propõe 
um modelo ecológico, com quatro níveis de 
análise, segundo o qual a violência é entendida 
como fruto de uma dinâmica complexa entre 
fatores individuais, relacionais, sociais, culturais 
e ambientais, destacando as causas múltiplas 
da violência. No primeiro nível, consideram-
-se as características pessoais que aumentam a 
>
actions. The majority of these articles mention problems and challenges for the implementation of violence prevention. 
Conclusion: Readings showed that violence is still an incipient subject in healthcare and discussions on this topic should 
be held with healthcare teams in order to allow the necessary receptive strategies targeted towards early detection as well 
as violence prevention actions on a multisectorial basis. The need of investment in the study of violence prevention and 
the structuring of database systems was noted. It was also made evident that cultural and subjective changes must be the 
guiding force of these actions and that the family unit must be one of the principal focal points, where one considers that 
the Family Health Strategy has great action potential. 
KEY WORDS
Primary prevention, violence, adolescent, family health program.
>
47Alves e Rosa PREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013Adolescência & Saúde
probabilidade do sujeito ser vítima ou autor de 
violência. No segundo nível são consideradas 
as relações mais próximas que o sujeito esta-
belece nos diversos grupos dos quais faz parte. 
No terceiro nível é analisado o contexto comu-
nitário, aí incluídos a escola, o trabalho e a vi-
zinhança. o quarto nível diz respeitoàs normas 
e atitudes que são favoráveis à violência e às 
políticas públicas que perpetuam a desigualda-
de econômica e social5. 
Com base nesta concepção, há o con-
senso, já estabelecido, de que os acidentes e 
violências são, em maior ou menor grau, pas-
síveis de prevenção. Por esta razão, as ações 
de prevenção devem ser prioridade no enfren-
tamento desta questão1, 5. 
No Brasil, uma das maiores iniciativas para 
a incorporação da violência na pauta da saúde 
foi a Política Nacional de Redução da Morbi-
mortalidade por Acidentes e Violências, apro-
vada em 20016. Esta política propõe, como um 
de seus princípios básicos, a promoção da saúde 
como base de todas as ações voltadas à redu-
ção da violência e dos acidentes. A concepção 
de prevenção da Política é ampla, abrangendo 
medidas de promoção da saúde e de proteção 
contra ocorrência de eventos violentos e aciden-
tes (prevenção primária), medidas destinadas 
ao tratamento das vítimas, com o intuito de im-
pedir complicações (prevenção secundária) ou 
impedir a progressão das sequelas e as mortes 
(prevenção terciária)1.
Para Minayo6 é inegável que, a partir de 
2001, as políticas de saúde voltadas à temática 
da violência tiveram importante avanço no que 
se refere à sua legitimação, por meio do lança-
mento de diversas portarias e normas técnicas, 
implementação e fortalecimento de sistemas 
de informação e da inclusão da discussão do 
tema em projetos de áreas já tradicionais no 
Ministério da Saúde (MS); mas, por outro lado, 
Minayo e Lima7 salientam que há ainda uma 
grande distância entre teoria e prática e uma 
lentidão na concretização das ações para pre-
venção, no que se refere às violências e aos aci-
dentes de crianças e adolescentes. 
dentro deste cenário, é importante refl etir 
sobre qual o papel da Estratégia de Saúde da 
Família (ESF) no processo de fortalecimento das 
ações voltadas à diminuição da violência, pois 
esta proposta, segundo Viana e dal Poz8, que foi 
criada em 1994 e instituída em 1996, constituiu-
-se como modelo reestruturador do sistema de 
saúde e como instrumento de mudança do mo-
delo assistencial e, hoje, se apresenta como es-
tratégia de atuação da atenção básica, na qual o 
foco passa a ser a família e o campo de atuação 
passa a ser um território circunscrito. 
isto pressupõe a necessidade de olhar mais 
atentamente as condições nas quais vivem as pes-
soas, a fi m de dar respostas mais condizentes para 
as necessidades de saúde da população9, sempre 
numa perspectiva preventiva, com inúmeros 
desafi os, pois as condições de vida, em grande 
parte, não podem ser trabalhadas somente pelas 
equipes de saúde da família, ecologicamente in-
seridas numa dinâmica social mais ampla, o que 
demanda, necessariamente, ações intersetoriais. 
A questão da violência se insere nesta dis-
cussão de forma emblemática, pois, se por um 
lado, os determinantes da violência estão para 
além do setor saúde, por outro lado, onde mais 
se sentem suas repercussões é na saúde. 
dessa forma, procurando compreender 
este processo de inclusão da violência no setor 
da saúde e buscando elementos que contribuam 
para a defi nição do papel da ESF neste processo, 
este estudo teve como objetivo investigar, a par-
tir da análise de artigos científi cos publicados no 
Brasil, no período de 2005 a 2010, as concep-
ções de violência e de adolescência e as ações 
de prevenção da violência e promoção da saúde 
para os adolescentes que vêm sendo propostas 
e/ou desenvolvidas pela área da saúde pública 
e demais áreas de atuação envolvidas com esta 
temática no país. 
48 Alves e RosaPREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013
FONTES DE DADOS 
Foi realizada uma revisão de literatura inte-
grativa, seguindo as etapas propostas por Sou-
za, Silva & Carvalho10: elaboração das questões 
norteadoras; estabelecimento de critérios de in-
clusão e de exclusão de estudos para busca de 
literatura em bases de dados; coleta de dados, 
com defi nição prévia das informações a serem 
extraídas dos textos; análise crítica dos dados; 
discussão dos resultados; apresentação da revi-
são/síntese do conhecimento. 
As questões norteadoras que se buscava 
responder foram: quais ações de prevenção da 
violência e promoção da saúde para os adoles-
centes vêm sendo desenvolvidas pela saúde pú-
blica e demais áreas de atuação no país? Que 
concepções de violência e adolescência orien-
tam estas ações? Com base nestas questões, foi 
realizada uma busca nas bases de dados eletrô-
nicas da SciELo e da BVS Violência e Saúde, pois 
o foco foi a análise de artigos brasileiros de áreas 
de conhecimento variadas. As palavras-chave 
utilizadas foram adolescência/adolescente, violên-
cia e prevenção, na opção de pesquisa avançada. 
os critérios utilizados na delimitação da busca 
foram: 1) tipo de documento como artigo; 2) 
palavras-chave contidas em resumo; e 3) perío-
do de publicação de 2005 a 2010. Como resul-
tados foram obtidos 115 registros, dos quais foi 
realizada a leitura do título e do resumo, ten-
do como critérios de inclusão na pesquisa que 
o registro tratasse de artigo sobre propostas de 
prevenção da violência na adolescência, e que 
fosse em língua portuguesa. Com base nestes 
critérios foram identifi cados 11 artigos comple-
tos para a amostra fi nal. 
A análise dos dados foi realizada com a téc-
nica de análise de conteúdo temática11, a partir 
da qual foram defi nidas as seguintes categorias 
analíticas: Concepções de Violência; Concep-
ções de Adolescência; determinantes da Vio-
lência; intervenções Propostas e/ou Realizadas/
Princípios de Ação na Prevenção da Violência; 
impasses, difi culdades e desafi os para a Preven-
ção da Violência. Após a categorização, foi rea-
lizada uma análise descritiva, tendo como guia 
as questões iniciais propostas por este estudo.
SÍNTESE DOS RESULTADOS 
Caracterização da produção científi ca pesquisada 
os 11 artigos pesquisados tratam de aspec-
tos diversos da violência na adolescência: acesso 
e acolhimento nos serviços de saúde12 (texto 1); 
identifi cação de situações de vulnerabilidade e 
de proteção contra a violência13 (texto 2); análi-
se dos efeitos e das formas de enfrentamento do 
bullying14 (texto 3); atuação da pediatria na pre-
venção da violência em crianças e adolescentes15 
(texto 4); escolas seguras e escolas promotoras 
da paz16 (texto 5); características sociodemo-
gráfi cas, comportamentos de risco e estratégias 
de coping relacionados a fatores de risco para 
violência entre adolescentes17(texto 6); fatores 
de risco psicossocial em adolescentes18 (texto 
7); sentidos da violência na mídia19 (texto 8); 
principais teorias sobre prevenção da violência 
cometida por jovens e os principais fatores de 
risco20 (texto 9); êxitos e limites de experiências 
nacionais na prevenção da violência21 (texto 10); 
redes de prevenção e de proteção a pessoas em 
situação de violência22 (texto 11) - Tabela 1 com 
a caracterização dos artigos pesquisados.
A diversidade de temas e objetos de estu-
dos encontrada nos artigos mostra a comple-
xidade da temática da violência, em termos de 
suas modalidades de expressão, aspectos psicos-
sociais envolvidos, e desdobramentos nos mais 
diversos âmbitos da sociedade – relações fami-
liares, comunidade, escola, serviços de saúde 
e espaços urbanos. o fato de áreas diversas de 
conhecimento se dedicarem ao estudo da vio-
lência é um dado positivo, uma vez que atesta o 
caráter transdisciplinar do assunto e a necessida-
de de um trabalho multiprofi ssional. Por outro 
lado, percebe-se que há mais produções científi -
cas em revistas de áreas profi ssionais específi cas 
(enfermagem, medicina e psicologia, por exem-plo) do que na área de saúde coletiva. 
>
>
49Alves e Rosa PREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013Adolescência & Saúde
Constata-se, também, que a produção é 
ainda bastante concentrada e localizada em al-
guns grupos de pesquisa, instituições e estados. 
Boa parte dos textos (quatro) é do mesmo gru-
po de pesquisa, e a maioria (oito) se concentra 
num só estado brasileiro, o que sugere que é 
necessário incrementar a pesquisa sobre a temá-
tica da violência em outras regiões do país. 
Sobre o gênero de pesquisa, verifi ca-se que 
quase a metade dos estudos não trata de inves-
tigações diretas sobre a realidade, mas de revi-
sões de literatura, o que pode estar indicando, 
por um lado, a necessidade de se identifi car e 
produzir teorias que sustentem as práticas em 
relação ao objeto da pesquisa – violência -, e 
de buscar respostas para o problema. Por outro 
lado, deve-se considerar que o fato de só a me-
tade dos estudos tratar de investigações sobre 
a realidade também pode indicar que realmente 
existem ainda poucas iniciativas de intervenção 
nesta área. 
Concepções de violência e de adolescência 
Analisando-se o conteúdo dos enunciados 
sobre a violência nos artigos pesquisados, obser-
va-se que são mencionados pelo menos oito clas-
sifi cações de violência quanto à sua forma de ma-
nifestação ou ao local de ocorrência (Tabela 2). 
Tabela 1. Caracterização dos artigos pesquisados
Características Frequência/Textos
Áreas de Conhecimento
Saúde Coletiva 4 (1, 9, 10 e 11)
Áreas Profissionais Específicas 6 (2, 3, 4, 5, 6 e 7)
interdisciplinar 1 (8)
Origem dos Trabalhos
Rio de Janeiro 8 (1, 3, 4, 5, 8, 9, 10 e 11)
Rio grande do Sul 2 (2 e 6)
distrito Federal 1 (7)
Instituições Realizadoras*
Universidade Pública 5 (1, 2, 4, 5 e 6)
instituição Filantrópica de Ensino Superior 2 (6 e 7)
organização Não governamental 1 (3)
órgão Estadual de Saúde 1 (4)
Centro de Pesquisa Vinculado ao Ministério da Saúde 4 (8, 9, 10 e 11)
Gênero da Pesquisa
debate Teórico 1 (1)
Pesquisa Teórica 4 (3, 4, 5 e 9)
Pesquisa de Campo 6 (2, 6, 7, 8, 10 e 11)
Sujeitos das Pesquisas de Campo
Adolescentes e Jovens 4 (2, 6, 7 e 8)
Profissionais que desenvolvem ações ligadas ao enfrentamento da violência 2 (10 e 11)
Como os textos 4 e 6 são de autoria de mais de um tipo de instituição realizadora, a soma dos textos por instituição na tabela é 13 e não 11.
50 Alves e RosaPREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013
Em três dos artigos pesquisados, encontra-
-se explicitada a concepção de violência adota-
da, conforme os trechos a seguir: 
“O presente estudo considera a violência como um 
fenômeno social complexo, [...] e considera-se que 
não ocorre um ato denominado violência, e, sim, 
violências, as quais confi guram-se em expressões 
da exacerbação de confl itos sociais.” (texto 2) 
“O comportamento violento [...] resulta da intera-
ção entre o desenvolvimento individual e os con-
textos sociais, como a família, a escola e a comu-
nidade.” (texto 3) 
“É um tema que abarca fenômenos das esferas so-
cial, política e econômica, repercutindo diretamen-
te na qualidade de vida da população.” (texto 4) 
Nas concepções citadas, há consenso sobre 
o caráter multideterminado e complexo da vio-
lência, estando ela vinculada a aspectos sociais, 
políticos, econômicos e aos contextos ecológi-
cos dos indivíduos (família, escola, comunida-
de). A violência é vista também como expressão 
de tensões sociais e desequilíbrio de poder entre 
indivíduos ou grupos. 
A diversidade de classifi cações da violência 
expressa nos artigos consultados remete ao de-
safi o de atuar em diversas frentes e em diversos 
locais onde ela se manifesta. Não se trata ape-
nas de atentar para a violência física, a sexual e 
a psicológica; é necessário ampliar o olhar para 
as diversas formas de manifestação da violência, 
muitas vezes sutis, como é o caso da violência 
simbólica, que não se traduz em ações concretas, 
mas oprime, na medida em que regula a maneira 
das pessoas se relacionarem e agirem em relação 
ao social. Analisar as concepções de violência pre-
sentes nos artigos é de fundamental importância 
em termos éticos e políticos, pois é a partir desta 
concepção que práticas serão estruturadas. 
Tabela 2. Tipos de violência citados nos artigos
Tipo de Violência Descrição Frequência/Textos
difusa
Presente em todos os lugares e permeia as relações, o que 
acarreta medo permanente.
1 (2)
Social Privação de direitos e de cidadania. 1 (2)
Escolar
Comportamentos agressivos antissociais, conflitos 
interpessoais, danos ao patrimônio e atos criminosos que se 
dão no ambiente escolar.
2
(3 e 5)
Urbana
Fora do ambiente familiar, entre indivíduos que não possuem 
laços de intimidade.
1 (4)
Simbólica
Produção de crenças que integram o processo de socialização, 
que induzem o indivíduo a avaliar o mundo seguindo padrões 
e normas de um determinado discurso dominante.
1 (8)
Autoinfligida Suicídio e automutilação. 1 (8)
interpessoal
Violência familiar e comunitária (violência juvenil, institucional 
e atos de violência).
2
(8 e 9)
Coletiva
Violência de um grupo contra outro para alcançar objetivos 
políticos, econômicos e sociais.
1 (8)
Não especificada
os artigos não especificam de qual tipo de violência estão 
tratando. A violência é tratada de modo geral.
6
(1, 5, 6, 7, 10, 11)
51Alves e Rosa PREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013Adolescência & Saúde
As ideias sobre adolescência aparecem em 
três dos 11 artigos pesquisados, e vão em duas 
direções distintas. Numa primeira direção, ex-
pressa em um dos textos (texto 4), está a ideia 
de que a juventude possui características natu-
rais, como mostra o trecho a seguir: 
“Características inerentes aos jovens, como a im-
pulsividade, a necessidade de experimentação e a 
sensação de invulnerabilidade, os tornam ainda 
mais suscetíveis.” 
Na direção oposta, encontra-se em dois 
dos textos pesquisados (textos 2 e 7) a ideia de 
adolescência/juventude como uma etapa do 
desenvolvimento que se constitui num processo 
em que dimensões psicossociais, historicamen-
te situadas, interagem com o biológico para a 
construção da identidade e da ação do jovem/
adolescente, no qual as relações sociais são de-
terminantes3. Pode-se observar esta ideia nos 
trechos abaixo: 
“[...] buscou-se compreender aspectos relaciona-
dos ao cotidiano dos jovens, considerando que as 
experiências são construídas nas diferentes vivên-
cias, relações e interações sociais mediadas pelas 
individualidades e situação social em que estão 
inseridos.” (texto 2) 
“[...] a cronologia entre 10 e 20 anos não delimi-
ta a adolescência, mas, permite as refl exões sobre 
as dimensões bio-psico-sociais que interagem na 
construção da identidade e da ação adolescente 
no mundo contemporâneo [...].” (texto 7) 
Esta primeira concepção de adolescência 
tem como pressuposto subjacente a existência 
de um parâmetro universal, segundo o qual se 
defi ne a adolescência e a juventude como algo 
natural, que não varia. Já a segunda concepção 
expressa a ideia de adolescência como cons-
trução sócio-histórica, na qual fatores macros-
sociais, dispositivos institucionais e a biografi a 
do adolescente interagem para conformar um 
determinado modo específi co de seradolescen-
te, que varia conforme a cultura e o momento 
histórico em questão. 
do ponto de vista das ações em saúde, 
considerar que este período de vida tem ca-
racterísticas universais, o que signifi ca pensar 
intervenções que se pretendem válidas para 
qualquer grupo em qualquer contexto. Por ou-
tro lado, pensar a adolescência como processo 
sócio-histórico implica a necessidade de se com-
preender quais são os modos de ser adolescente 
que estão em funcionamento no território de 
intervenção, para, então, se construírem inter-
venções mais efetivas. 
Uma abordagem interessante que vai nes-
sa direção é aquela que trabalha com a noção 
de vulnerabilidade, que busca analisar os ele-
mentos referentes aos determinantes estrutu-
rais de exposição ao risco e às condições que as 
pessoas, os grupos e as comunidades possuem 
para se protegerem23, o que permite particula-
rizar as situações dos indivíduos em relação ao 
risco e compreender que, embora a epidemio-
logia identifi que categorias gerais para a ex-
posição ao risco, há variáveis da biografi a e do 
contexto das pessoas que determinam a forma 
dessa exposição.
Determinantes da violência 
A literatura consultada mostra um conjunto 
bastante diversifi cado de aspectos que estariam 
relacionados à ocorrência da violência (cometi-
da e/ou sofrida) entre adolescentes, conforme 
mostra a Tabela 3. 
Ao serem examinados os aspectos citados 
nos artigos pesquisados como determinantes 
relacionados à violência, verifi ca-se uma corres-
pondência com as concepções tanto da oMS 
quanto do MS em relação à gênese da violência, 
pois o MS defende que a violência se associa a 
determinados tipos de estruturas sociais, econô-
micas e políticas4, e a oMS utiliza um modelo 
ecológico para mostrar que a violência é resulta-
do da interação de diversos fatores5
o modelo ecológico da oMS ajuda a 
compreender e classifi car a diversidade dos 
fatores envolvidos com a violência, como se 
pode observar na Tabela 3. É possível perceber 
52 Alves e RosaPREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013
que o quarto nível de fatores causais é o que 
mais aparece (15 vezes) na literatura, mostran-
do o peso da cultura e das políticas públicas. 
Entre outras coisas, este dado mostra, no to-
cante à cultura, que nas intervenções em saú-
de é muito importante, do ponto de vista da 
efi cácia da intervenção, que se trabalhe com as 
normas, valores e atitudes das famílias e pes-
soas com relação à violência, promovendo, por 
exemplo, a refl exão sobre a presença de postu-
ras violentas nas relações familiares como algo 
normal e aceitável. 
o primeiro nível de fatores também é men-
cionado de forma signifi cativa (10 vezes), o que 
indica a necessidade de compreender de manei-
ra aprofundada a biografi a e a subjetividade dos 
indivíduos para se obter pistas sobre que tipo 
de cuidado é necessário promover em cada caso. 
Se for considerada a frequência de cada 
item da Tabela 3 isoladamente, percebe-se que 
as relações familiares constituem-se num fator 
de risco ou proteção preponderante na violên-
cia, o que leva a concluir sobre a necessidade de 
se investir no cuidado com a família. 
Tabela 3. determinantes da violência identificados nos artigos pesquisados, classificados segundo modelo 
ecológico da oMS
Nível de Análise/
Modelo Ecológico
Determinante
Frequência/
Textos 
Primeiro Nível
Características Pessoais
Características biológicas (sexo, idade). 4 (2, 4, 6 e 9)
Comportamentos/biografia (intolerância a frustrações, 
impulsividade, sensação de invulnerabilidade, baixa autoestima).
3 (4, 6 e 9)
Abuso de drogas 3 (4, 7 e 9)
Segundo Nível
Relações Sociais 
Próximas
Qualidade das relações familiares (ausência de diálogo, 
dificuldades de lidar com conflitos, presença de violência) e 
ausência de disciplina e supervisão por parte dos pais em relação 
aos filhos.
6 (2, 4, 6, 7, 8 e 9)
Convívio com grupos envolvidos com criminalidade. 1 (4)
Terceiro Nível
Contexto Comunitário
oportunidades escassas de realizar atividades em grupo, falta de 
oportunidades de lazer e isolamento social.
2 (2 e 4)
Fragilidade dos vínculos com a escola (falta de motivação e de 
sentido, ausência de diálogo) e evasão escolar.
3 (2, 4 e 9)
Relações conflituosas e desrespeitosas com vizinhos. 2 (2 e 7)
Quarto Nível
Normas e atitudes 
favoráveis à violência e 
Políticas Públicas que 
mantêm desigualdades 
econômicas e sociais
Banalização e exposição à violência na mídia associadas à falta de 
reflexão adequada sobre as consequências da violência.
2 (4 e 8)
Ausência de políticas públicas, de proteção social e negação de 
direitos de cidadania.
3 (1, 2 e 8)
desigualdade social, condições sócio-econômicas ruins da 
família, falta de acesso a bens de consumo e serviços.
5 (2, 4, 7, 8 e 9)
Modos de vida característicos das grandes cidades (falta 
de tempo, aglomeração, dificuldade de contatos afetivos, 
competição); cultura (papéis de gênero, preconceitos), processo 
de socialização no qual a violência é padrão de relacionamento 
ou forma de resolução de conflitos.
5 (4, 6, 7, 8 e 9)
53Alves e Rosa PREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013Adolescência & Saúde
Sobre este aspecto, pode-se dizer que a 
ESF é um dos meios de atuação profi ssional com 
mais possibilidade de trabalhar as relações fami-
liares e o desenvolvimento de comportamentos 
favoráveis à saúde e contrários à violência. 
Tendo em vista que a lógica da ESF tem 
como foco exatamente este grupo social e que 
possui grande inserção na comunidade e acesso 
privilegiado às famílias, o setor da saúde pode 
contribuir de forma signifi cativa atuando, por 
exemplo, na promoção da boa convivência e do 
fortalecimento dos vínculos familiares. 
o modelo ecológico proposto pela oMS 
pressupõe que não há um fator mais determi-
nante que outro, e sim uma dinâmica na qual 
eles interagem na produção da violência. No 
entanto, a partir da identifi cação e classifi cação 
desses fatores, esse modelo ajuda a refl etir so-
bre os níveis de intervenção e as propostas mais 
adequadas para cada um deles, além de auxiliar 
na priorização dos problemas. 
Intervenções e princípios de ação
na prevenção da violência 
Quanto à natureza das ações propostas e/
ou desenvolvidas presentes nos artigos pesqui-
sados, verifi ca-se que as proposições se dirigem 
aos mais diversos focos de atuação, abrangendo 
os três níveis de prevenção, como mostrado na 
Tabela 4. 
Tabela 4. intervenções propostas, classificadas segundo os três níveis de prevenção
Foco da 
Intervenção
Descrição
Nível de Prevenção Frequência/
TextosPrimária Secundária Terciária
Foco nos 
Profissionais
Sensibilização para o 
enfrentamento da violência; 
concepção ampliada do problema, 
compreendendo-o em sua 
multicausalidade; e capacitação 
técnica para intervir.
X X X
7 (1, 3, 4, 5, 9, 
10 e 11
Foco na 
intersetorialidade
Construção de rede de cuidados, 
intervenções interdisciplinares e 
participação social.
X X X
6 (1, 3, 4, 5, 9 
e 11)
Foco no Processo 
de Trabalho
Estratégia de acolhimento 
adequada para garantir o 
acesso, construir vínculos, e 
identificar queixas e situações de 
vulnerabilidade; e notificação de 
casos de violência.
X X
8 (1, 2, 3, 4, 5, 
9, 10 e 11)
Foco na 
investigação da 
Problemática
Compreender experiências 
dos adolescentes e o contexto 
onde vivem; analisar situações 
deviolência em seus aspectos 
determinantes; compreender como 
os adolescentes representam a 
violência; e montar sistemas de 
informações.
X
6 (2, 3, 5, 7, 8 
e 11)
54 Alves e RosaPREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013
Foco da 
Intervenção
Descrição
Nível de Prevenção Frequência/
TextosPrimária Secundária Terciária
Foco na Família
Promoção de vínculos saudáveis e 
de boa convivência, baseados em 
diálogo, resolução de problemas 
por meios não violentos e presença 
de regras disciplinares.
X X
6 (3, 4, 7, 8, 9 
e 10)
Foco na 
Preparação para o 
Trabalho
Promoção de formação técnica 
dos adolescentes para inserção no 
mercado de trabalho; e construção 
de perspectivas positivas de futuro.
X X 4 (1, 2, 9 e 10)
Foco em Atividades 
Culturais, de 
Esportes e Lazer
Promoção de atividades culturais, 
de esportes e lazer.
X X 1 (5)
Foco no 
Atendimento às 
Vítimas e Autores
intervenção precoce nas vítimas 
(suporte, orientações) e agressores 
(desenvolvimento de habilidades 
comportamentais, reabilitação e 
supervisão).
X X 4 (3, 9, 10 e 11)
Foco na Polícia Policiamento para evitar os crimes. X 1 (9)
Foco no trabalho 
educativo, 
incluindo o 
empowerment
Reflexão sobre a violência; 
promoção do desenvolvimento 
de competências sociais, 
hábitos saudáveis e autoestima; 
informações sobre direitos e 
deveres; conquista da cidadania.
X X
7 (3, 4, 5, 8, 9, 
10 e 11)
Foco na Cultura 
(normas, valores, 
atitudes)
Fomentar nos contextos 
comunitários a boa convivência, 
promovendo a cultura da paz, que 
inclui respeito à diversidade e às 
normas sociais, à negação do uso 
da violência como forma de se 
relacionar e de resolver problemas, 
e à solidariedade.
X
7 (3, 5, 7, 8, 9, 
10 e 11)
Foco no 
Protagonismo 
Juvenil
Promover a participação ativa 
dos adolescentes nos contextos 
comunitários, capacitá-los para 
serem agentes multiplicadores da 
cultura da paz.
X 4 (3, 5, 9 e 11)
Foco na Promoção 
da Qualidade de 
Vida em geral
diminuição das desigualdades; 
elaboração de políticas públicas 
que promovam o bem-estar da 
sociedade em geral.
X 3 (6, 7 e 9)
Tabela 4 (continuação)
55Alves e Rosa PREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013Adolescência & Saúde
É interessante notar que os artigos pesqui-
sados chamam a atenção para a necessidade 
de mudanças na postura do profi ssional e no 
próprio processo de trabalho, na medida em 
que consideram como importante a sensibili-
zação e a capacitação do profi ssional para li-
dar com as questões relacionadas à violência, 
como também a necessidade de se estruturar 
um acolhimento que seja capaz de captar as 
necessidades de saúde dos adolescentes e seja 
bastante sensível para reconhecer a presença 
de fatores de risco e vulnerabilidades presentes 
nas demandas atendidas.
A quantidade de artigos que falam de 
ações voltadas para os profi ssionais (sete artigos) 
e para a reconfi guração do processo de trabalho 
(oito artigos) demonstra, no caso do setor da 
saúde, como a violência ainda é tema marginal 
(ou marginalizado) nos serviços. 
A sensibilização e a capacitação dos profi s-
sionais é condição primeira para se incorporar a 
violência como problema a ser enfrentado pelas 
equipes de saúde da família, e para que se co-
mece a discutir os casos existentes no território, 
se façam as alianças intersetoriais necessárias e 
se elaborem os projetos de cuidados. 
Quanto ao processo de trabalho, observa-
-se a importância de um acolhimento adequado 
nos serviços. Promover a escuta qualifi cada, ten-
tando captar aspectos que vão além da queixa 
manifesta, pode constituir-se em instrumento 
poderoso para a detecção precoce de situações 
de violência intrafamiliar ou de risco social12. 
Neste aspecto, é fundamental estabelecer um 
bom vínculo e qualifi car o tempo das consul-
tas, das visitas domiciliares e dos demais pro-
cedimentos, principalmente em se tratando do 
adolescente, que tradicionalmente é um usuário 
difícil de captar pelos serviços de saúde, e que 
necessita de um tipo de abordagem diferencia-
do, tendo em vista as características deste perío-
do do desenvolvimento. 
Mattos12 salienta que, enquanto estes as-
pectos não forem trabalhados nos serviços de 
saúde, é possível que se capte este adolescente 
tardiamente, apenas quando ele já tiver se en-
volvido em alguma situação de violência, e ape-
nas para reparar os danos daí advindos. 
outra questão importante observada nos 
resultados, citada em seis artigos, é a necessi-
dade de se trabalhar a partir do conhecimento 
da realidade. Partir de informações sobre o con-
texto comunitário e as relações cotidianas dos 
adolescentes, assim como conhecer a cultura e 
as representações existentes acerca da violência, 
é a base para a construção de estratégias de in-
tervenção mais efi cazes. 
Também é importante a estruturação de 
sistemas de informação sobre a ocorrência de 
situações de violência, para que os profi ssionais 
conheçam a situação e tenham mais condições 
de planejar e priorizar as famílias a serem tra-
balhadas. Estes fatores caminham juntos com 
a questão da intersetorialidade, que se efetiva 
a partir do compartilhamento destes conheci-
mentos sobre a realidade e da elaboração con-
junta de um projeto de cuidados, que inclua a 
assistência às vítimas e, principalmente, a pre-
venção da ocorrência da violência. 
outros dois fatores que são mencionados 
nos textos (em sete artigos), e que estão inter-
ligados, são as atividades de educação e em-
powerment e o fomento aos princípios contidos 
na chamada cultura da paz. As atividades edu-
cativas em torno do tema da violência apresen-
tam-se, de acordo com os resultados, em duas 
direções complementares. Numa primeira dire-
ção, o foco é construir conhecimentos a partir 
do fornecimento de informações. Por um lado, 
estas informações têm o intuito de promover a 
refl exão sobre a violência, desnaturalizando-a 
e compreendendo seus efeitos. Por outro lado, 
trabalham-se informações sobre os direitos e 
deveres das pessoas com a fi nalidade de instru-
mentalizá-las a conquistarem sua cidadania e 
garantirem os recursos necessários ao seu pleno 
desenvolvimento. 
Em última instância, trata-se de “empode-
rar” os sujeitos e diminuir sua vulnerabilidade 
frente a situações de violência. Esta noção de 
56 Alves e RosaPREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013
“empoderamento”, ou empowerment, constitui-
-se como um dos cinco campos centrais de atua-
ção da promoção da saúde, e diz respeito exa-
tamente a aumentar a capacidade das pessoas e 
das comunidades para alcançar um nível maior 
de saúde, a partir do acesso à informação sobre 
o que é necessário para se conquistar os recursos 
para isso24. gomes et al.21 auxiliam a pensar sobre 
a importância do “empoderamento” no tocante 
ao enfrentamento da violência ao salientarem 
(...) a importância do conhecimento sobre direitos 
e deveres como o patamar básico das relações hu-
manas e da busca de igualdade, o que, na reali-
dade, constitui o cerne da prevenção à violência, 
quando se sabe que a violência é o não-reconheci-
mento do outro em grau de igualdade.
As atividades educativas identifi cadas nos 
textos também se direcionampara o desenvol-
vimento de habilidades e competências pessoais 
necessárias para o estabelecimento de relações 
mais saudáveis e não violentas e que, ao lado da 
melhoria da autoestima, diminuem a vulnerabi-
lidade dos sujeitos21. o desenvolvimento de ati-
tudes e de habilidades mais favoráveis à saúde é 
também um dos componentes da promoção da 
saúde, e por isso é fundamental ser trabalhado. 
Sobre este ponto é interessante fazer men-
ção à abordagem baseada no desenvolvimento 
da resiliência, que tem como foco a pessoa, a fa-
mília, a escola e a comunidade, e dá ênfase aos 
fatores positivos que possibilitam ao sujeito supe-
rar as adversidades, por meio do desenvolvimen-
to e fortalecimento de habilidades pessoais25. 
A promoção da cultura da paz, que está 
interligada às atividades de educação, se torna 
estratégia fundamental na prevenção da vio-
lência se for considerado, seguindo o raciocínio 
de Minayo e Souza26, que os confl itos interpes-
soais que culminam em situações de violência 
estão associados a relações sociais alicerçadas 
no uso de violência como padrão de compor-
tamento, na falta de tolerância ao outro, na 
falta de diálogo na resolução de problemas e 
na desvalorização da vida, valores estes social-
mente arraigados que acabam por favorecer a 
emergência da violência. 
Aliada a esta estratégia de promoção da 
cultura da paz, é importante pensar também 
na promoção do protagonismo juvenil, que 
foi citado em quatro dos artigos pesquisados, 
e que vem sendo discutido como importante 
estratégia de prevenção da violência. Ao tratar 
do protagonismo juvenil, Milani27 discorda da 
abordagem tradicional segundo a qual o ado-
lescente assume apenas os papéis de vítima, 
perpetrador e testemunha em relação à violên-
cia, e propõe ‘agente da paz’ como um quarto 
papel que o adolescente pode assumir, o qual 
consiste na construção de uma postura ativa no 
exercício de cidadania e nas práticas cotidianas, 
transformando a cultura adultocêntrica hege-
mônica na sociedade. Nas práticas cotidianas, 
trabalhar o protagonismo juvenil, para este 
autor, signifi ca promover, nos diversos espaços 
comunitários ou nas diversas estratégias de in-
tervenção, a ampla participação dos jovens no 
planejamento e na condução de ações, diretri-
zes e normas sociais, favorecendo o diálogo e a 
troca dos adultos com os jovens. 
os resultados apresentados na Tabela 4 
revelam também uma signifi cativa quantida-
de de artigos (seis) que propõem intervenções 
com foco na família, objetivando a promoção 
de relações saudáveis e fortalecimento dos vín-
culos familiares. A este respeito, Milani27 ressalta 
o importante papel da família como espaço de 
mediação privilegiado, e defende que, a longo 
prazo, o investimento em programas e projetos 
de orientação e aprimoramento da paternidade 
e da maternidade pode ter um signifi cativo im-
pacto na prevenção da violência. 
Na mesma linha de pensamento, Assis et 
al.25 salientam que variáveis familiares como 
suporte, segurança, supervisão e bom relacio-
namento com os pais são apontados por estu-
diosos como fatores de proteção em crianças e 
adolescentes resilientes. Para estes autores, os 
profi ssionais que integram as equipes de saúde 
da família podem contribuir muito para a cons-
57Alves e Rosa PREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013Adolescência & Saúde
trução e fortalecimento destes fatores de prote-
ção nos atendimentos individuais, familiares ou 
coletivos, por meio de atividades de aconselha-
mento e orientação aos pais, contribuindo desta 
maneira para a formação de crianças e adoles-
centes saudáveis.
É importante salientar que as estratégias de 
prevenção apresentadas nos artigos consultados 
são, em sua grande maioria, propostas de pre-
venção primária, ou seja, ações que se propõem 
agir antes que o problema ocorra. Além disso, as 
propostas dão mais ênfase à promoção da saú-
de do que à proteção contra riscos específi cos, 
o que signifi ca priorizar ações que melhorem o 
nível de saúde, promovendo relações saudáveis 
e capacitando os sujeitos a conquistarem os re-
cursos necessários ao seu desenvolvimento.
Impasses, difi culdades e desafi os
para a prevenção da violência 
dos 11 artigos pesquisados, nove fazem 
uma refl exão sobre os impasses, difi culdades e 
desafi os presentes na esfera da prevenção da 
violência, que dizem respeito basicamente a 
cinco gêneros de problemas, conforme mostra 
a Tabela 5.
Tabela 5 – impasses, dificuldades e desafios para a prevenção da violência identificados nos artigos 
Dificuldades 
apontadas nos 
artigos
Descrição
Frequência/
Textos
Falta de Priorização 
da Prevenção
opção política pelo uso da repressão como forma de enfrentamento 
da violência.
5
(1, 3, 9, 10 e 11)
Poucas iniciativas de prevenção ou precariedade das ações.
Poucos recursos financeiros para ações de prevenção e infraestrutura 
deficiente.
Priorização do atendimento às vítimas de violência em detrimento de 
ações de prevenção no setor saúde.
desarticulação e 
isolamento das 
instituições
Falta de articulação entre as instituições que trabalham com esta 
problemática. 3
(2, 10 e 11)dificuldades de aproximação com as famílias.
Falta de vínculo entre os jovens e o setor saúde.
deficiências 
Técnicas
Falta de sistematização dos conhecimentos e das ações nas 
instituições.
3
(4, 10 e 11)
Falta de preparo do profissional.
Pouca Produção 
de Conhecimentos 
sobre a Violência
Poucos estudos sobre fatores de risco ligados à violência, sobre 
impactos da mídia, e outros.
4
(6, 8, 10 e 11)
deficiência no registro e falta de sistematização dos dados, 
impedindo análises epidemiológicas mais consistentes.
Não realização de avaliações sobre eficácia dos programas e projetos 
de prevenção da violência.
diversidade e 
Amplitude dos 
Fatores de Risco
A diversidade e a amplitude dos fatores de risco dificultam a 
elaboração de políticas públicas abrangentes.
1
(1)
58 Alves e RosaPREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolescência & SaúdeAdolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013
observando os resultados da Tabela 5, é 
possível perceber que ainda persiste a visão de 
que lidar com a problemática da violência é re-
parar seus danos, seja enfatizando, no caso dos 
autores de violência, a repressão ou punição, 
seja, no caso das vítimas ou testemunhas, pres-
tando assistência para eliminar ou atenuar as 
consequências físicas, psicológicas e sociais de-
correntes de eventos violentos. dessa forma, se 
procede a uma verdadeira “medicalização” da 
violência, na medida em que se atua nos sinto-
mas e não se intervém nas causas do problema. 
identifi car estas causas é fundamental. No 
entanto, o que se observa, baseado nos dados 
da Tabela 5, é uma carência muito grande de 
produção de conhecimentos que deem susten-
tação a projetos voltados para a eliminação das 
causas (o que seria uma estratégia de proteção 
específi ca contra riscos particulares), e para o 
fortalecimento e desenvolvimento de fatores 
que aumentem os recursos para lidar com es-
tes riscos (o que se constituiria em proposta de 
promoção da saúde). 
Em última instância, é possível perceber 
que todos estes problemas assinalados nos arti-
gos estão interligados e o cerne desta questão é 
o fato de não se priorizar a prevenção, seja por 
um entendimento equivocado do tema, seja por 
uma questão ético-política. 
CONCLUSÃO 
os dados encontrados neste estudo mos-
tram, conforme já havia sido evidenciado por 
alguns autores, que a violênciaainda é um tema 
de refl exão e intervenção muito incipiente no 
setor da saúde, e que ainda não é devidamen-
te priorizado. Ao lado disso, os resultados deste 
estudo corroboram a necessidade de desenca-
dear a discussão com as equipes sobre o tema 
‘violência’, para promover a compreensão deste 
fenômeno e de suas implicações na saúde, al-
cançando-se, desse modo, a sensibilização para 
o problema e a capacitação para intervir. 
Neste processo de capacitação e sensibili-
zação, a discussão sobre o acolhimento merece 
destaque, uma vez que uma boa estratégia de 
acolhimento é capaz de criar um bom vínculo 
e detectar precocemente situações de violência 
ou de risco, como foi mostrado nos resultados. 
o acesso a informação é essencial neste 
processo, e a epidemiologia é um instrumento 
valioso para isso. os resultados mostraram que 
é necessário um maior investimento em estudos 
e pesquisas sobre o tema, e ainda observou-se a 
importância de se estruturar um sistema de in-
formações para conhecer a realidade e subsidiar 
o planejamento. 
o estudo também evidenciou os determi-
nantes múltiplos, as diferentes formas de ma-
nifestação, e os diferentes locais de ocorrência 
da violência, o que, por sua vez, demonstra a 
necessidade de construção de ações interseto-
riais e interdisciplinares como via privilegiada de 
enfrentamento do problema. As mudanças cul-
turais e subjetivas devem ser o objetivo central 
e o eixo norteador de todas as ações desenvol-
vidas, tendo em vista que a pesquisa apontou a 
promoção da cidadania e a mudança de valores 
e atitudes como algumas das formas mais defen-
didas de enfrentamento da violência. 
Por fi m, é importante ressaltar que os da-
dos apontaram a família como um dos princi-
pais focos de ação na prevenção da violência. 
Neste sentido, a ESF tem um potencial muito 
grande de ação em termos de trabalhar o for-
talecimento dos vínculos familiares em ações já 
estruturadas no serviço como, por exemplo, no 
acompanhamento de gestantes ou nas ações de 
puericultura, que podem ser trabalhadas tanto 
durante as consultas, quanto nas visitas domici-
liares e em ações coletivas, envolvendo os diver-
sos profi ssionais com seus saberes específi cos. 
Também no momento em que se identifi quem 
famílias de risco para a ocorrência da violência é 
oportuno intervir nesta direção. 
Considerando que a ESF tem como foco de 
ação a família, e que a reorientação do modelo de 
atenção à saúde – do qual esta estratégia é o pilar 
>
59Alves e Rosa PREVENÇÃo dA VioLÊNCiA NA AdoLESCÊNCiA: 
PRoPoSTAS EXiSTENTES No BRASiL E AS 
PoSSiBiLidAdES dE ATUAÇÃo NA SAÚdE PÚBLiCA
Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 45-60, jul/set 2013Adolescência & Saúde
– implica a priorização de ações de prevenção e 
promoção da saúde, é importante investir no seu 
potencial como dispositivo fundamental na dina-
mização da inclusão da violência como objeto de 
intervenção da saúde, questão esta que, como foi 
observado, já não pode mais esperar.
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