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RESUMÃO PARA AV1 CIVIL 2

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RESUMÃO PARA AV1 - DIREITO CIVIL 2 
CREDOR É QUEM TEM ALGUMA IMPORTANCIA A RECEBER 
DEVEDOR É QUEM TEM ALGUMA IMPORTANCIA A PAGAR... 
AULA 1 
Obrigação de dar coisa certa:
Previsão legal: Artigo 233 a 242 do Código Civil. A obrigação de dar coisa certa se caracteriza pela entrega de coisa certa, ou seja, o devedor deverá entregar ao credor coisa individualizada. Dispondo expressamente o CC que a obrigação abrange também os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso(artigo 233). Cumpre destacar que para se desonerar o devedor deve entregar ao credor exatamente a coisa determinada, o que significa dizer que o credor não será obrigado a receber outro bem, ainda que mais valioso.Outro ponto importante acerca da matéria é o relacionado ao pertencimento da coisa até que seja efetuada a tradição. O artigo 237 é pontual ao estabelecer que a coisa, juntamente com os seus melhoramentos e acréscimos, bem como os frutos percebidos são do devedor até a tradição desta, podendo o devedor inclusive exigir o aumento do preço pelos melhoramentos e acréscimos e ante a recusa do credor, resolver a obrigação. Perda ou deterioração da coisa: A regra equivale a res perit domino (a coisa perece para o dono). Deste modo, se a coisa certa for perdida sem culpa do devedor antes da tradição, sofrerá o credor a perda e a obrigação se resolverá. Na hipótese de culpa do devedor pela perda da coisa, este responderá pelo equivalente em dinheiro e perdas e danos experimentados pelo credor.Se tratando da deterioração da coisa, sem culpa do devedor, o credor poderá resolver a obrigação ou aceitar a coisa com o devido abatimento do preço, levando em consideração o valor perdido em face de deterioração. Já na hipótese de deterioração da coisa por culpa do devedor pode o credor exigir o equivalente em dinheiro, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, reservando a lei o direito do credor em ambos os casos de requerer indenização das perdas e danos suportados.
Obrigação de dar coisa incerta:
Previsão legal: Artigos 243 a 246 do CC. Nesta modalidade de obrigação, o objeto constitui algo indeterminado, sendo indicado apenas pelo gênero e quantidade, ou seja, sendo indeterminada a qualidade da coisa.Um dos pontos principais da matéria diz respeito à escolha do objeto, já que para o cumprimento da obrigação a coisa deverá ser determinada, individualizada através da escolha que competirá a quem foi determinado no contrato ou no caso de omissão ao devedor. Importante frisar que no momento desta escolha é que se aperfeiçoa a obrigação, transformando-se a obrigação de dar coisa incerta em obrigação de dar coisa certa e uma vez cientificado o credor quanto a escolha, as regras atinentes a obrigação de dar coisa certa são as que passam a reger a obrigação.Antes da escolha não pode o devedor ainda que por força maior ou caso fortuito alegar a deterioração ou perda da coisa, tendo em vista a ausência da individualização e consequente aperfeiçoamento da obrigação que consoante mencionado se dá com a efetiva escolha da coisa, ou seja, determinação e individualização.Por fim, o devedor não poderá dar coisa pior e nem tão pouco ser obrigado a dar coisa melhor.
Obrigação de fazer:
Previsão legal: Artigo 247 a 249. A obrigação de fazer constitui um ato ou serviço do devedor, envolvendo uma atividade humana, tendo em vista que o devedor obriga-se a realização do ato ou serviço, podendo ser realizada pessoalmente por este (obrigação de fazer infungível) ou realizada por terceiro (obrigação de fazer fungível).Quando do inadimplemento da obrigação for por impossibilidade sem culpa do devedor a obrigação será considerada resolvida. Já na hipótese de recusa voluntária do devedor, incorrerá este na obrigação de indenizar o credor em perdas e danos. Importante destacar que se tratando de obrigação de fazer fungível, ou seja, quando couber a execução por um terceiro, o credor poderá mandar executar a obrigação às custas do devedor, sem prejuízo da indenização cabível. Agora, se a obrigação foi infungível, isto é, quando não couber a execução por pessoa se não o devedor, o Código de Processo Civil estipula medidas que podem ser adotadas pelo Juiz que afetam ao patrimônio do credor na busca de incentivá-lo honrar com a obrigação, como as chamadas astreintes (multas periódicas).
Obrigações de não fazer:
Previsão legal: Artigos 250 e 251 do CC. O objeto desta modalidade de obrigação constitui uma abstenção do devedor, isto é, uma ausência de comportamento, a qual se comprometeu a não fazer, restando inadimplente quando da execução do ato que se devia abster. O Código Civil prevê que o credor poderá exigir do devedor que desfaça o ato, sob pena de se desfazer à sua custa, sem prejuízo da indenização por perdas e danos, podendo o credor, por expressa autorização da lei, em caso de urgência, desfazer ou mandar desfazer o ato, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Classificação das obrigações:
Obrigações alternativas:As obrigações podem ser simples ou compostas. Sendo que a obrigação simples é aquela em que há apenas um credor, um devedor e uma prestação, isto é, caracteriza-se pela existência de apenas um de cada tipo de elemento da obrigação. No caso de haver a faculdade de troca de uma prestação por outra, teremos uma obrigação facultativa. Importante destacar que a prestação prevista desde o inicio é uma só, havendo apenas a eventual possibilidade de troca.Ao contrário, a obrigação composta é aquela em que pode haver não só a pluralidade de objeto (prestações), como também de sujeitos (credores e devedores).Quando há a pluralidade de objetos, ou seja, mais de uma prestação. A obrigação poderá ser: cumulativa ou também chamada de conjuntiva, neste caso para o adimplemento da obrigação deverá o credor cumprir as duas ou mais prestações cumulativamente; ou, alternativa ou disjuntiva, em que o devedor para cumprir a obrigação deverá adimplir com uma ou outra prestação prevista desde o início pelos sujeitos da obrigação.Vale para as obrigações alternativas as mesmas regras pertinentes à escolha da coisa se tratando de obrigação de dar coisa incerta, ou seja, caberá a escolha dentre as prestações devidas aquele a quem foi incumbido no contrato firmado entre as partes e se esse for omisso, a escolha caberá ao devedor que não poderá obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
Obrigações divisíveis e indivisíveis:As prestações divisíveis são aquelas que pode haver o fracionamento da prestação ou do próprio objeto da prestação, sendo que nesta hipótese havendo mais de um credor ou mais de um devedor de uma obrigação divisível, esta será dividida em obrigações iguais e distintas de acordo com o número de credores ou devedores.Já as obrigações indivisíveis como o próprio nome aduz a prestação é única, não podendo ser dividida entre seus credores e devedores, seja pela própria natureza do bem, por motivo de ordem econômica ou dada a razão determinante do negócio jurídico. Neste caso, quando da existência de dois ou mais devedores e ante a impossibilidade de divisão da prestação, cada um dos devedores será obrigado pela dívida inteira, sendo que sub-rogara-se no direito do credor aquele que pagar a divida integralmente, ou seja, podendo exigi-la dos outros coobrigados.Se a pluralidade for de credores a estes também caberá exigir a divida toda, hipótese em que o devedor deverá pagar todos conjuntamente ou apenas um, exigindo deste que dê cauçãode ratificação dos demais credores, desobrigando-se o devedor e em contrapartida obrigando o credor que recebeu a prestação por inteiro a parte devida aos demais credores.No caso de um dos credores remitir a dívida, ou seja, perdoar, não há que se falar na extinção de obrigação para os demais credores, que poderão exigir a prestação mediante o desconto da quota pertencente ao credor remitente.
Obrigações solidárias:
Quando em uma obrigação concorrer mais de um devedor ou mais de um credor, haverá a solidariedade, sendo que cada um destes estará obrigado ou com direito, respectivamente, à dívida toda.A lei é expressa ao determinar que a solidariedade não se presume, apenas resulta da lei ou da vontade das partes. A solidariedade ativa é aquela em que há a pluralidade de credores, podendo estes receberem o pagamento na integralidade. O código civil traz no bojo dos artigos 267 a 274 algumas regras importantes nesse sentido:
Renúncia
O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Solidariedade Passiva
O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedoresO pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
Juros de Mora
Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Base: artigos 264 a 285 do Código Civil.
AULA 2 -
Elementos Constitutivos das Obrigações e Classificação das Obrigações
Atualmente a doutrina em geral considera existir três elementos. São eles: elemento subjetivo, objetivo e abstrato.
Elemento subjetivo:
O elemento subjetivo é composto pelo sujeito ativo (é o credor da obrigação, ou seja, aquele que o devedor deverá cumprir com determinada prestação) e o sujeito passivo (é o devedor da prestação que deverá ser cumprida). Tanto o sujeito passivo quanto o ativo podem ser pessoas de direito natural ou jurídica de qualquer natureza. Se a pessoa natural não possuir capacidade plena de exercício dos direitos deve esta ser representada ou assistida por um representante legal. Se o devedor for à mesma pessoa do credor, extingue-se a obrigação, conforme o art. 381 do Código Civil de 2002 assim redigido: “Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor”.
Elemento objetivo
Segundo Gonçalves (2010, p.40) o objeto da obrigação é uma ação ou ato humano de dar, fazer ou não fazer, isso se chama prestação que pode ser: positiva (dar e fazer) e negativa (não fazer). Conforme o Código Civil art. 104 inciso II, o objeto deverá ser licito, possível, determinado ou determinável.
O objeto imediato da obrigação é a prestação (dar, fazer e não fazer). Na compra e venda de uma motocicleta o vendedor é obrigado a dar uma coisa certa. Dar a coisa seria então o objeto imediato da obrigação. Para saber qual é o objeto mediato da obrigação basta fazer a seguinte pergunta: dar, fazer ou não fazer o que? Conforme o exemplo acima, neste o objeto mediato seria a motocicleta, também chamado de “objeto da prestação”.
A prestação deve atender os mesmo requisitos de uma relação jurídica geral, ou seja, deve seguir os requisitos do art. 104, II, “a validade do negocio jurídico requer: II – objeto licito, possível, determinado ou determinável”.
Elemento abstrato Também chamado de elemento imaterial, virtual e espiritual, é o vinculo jurídico entre as partes, ou seja, é o direito do credor cobrar a prestação do devedor, e o dever do devedor suprir a prestação que o deve.
O vinculo jurídico divide-se em dois, segundo Goncalves (2010, p.45):
Débito: também conhecido como vinculo espiritual, abstrato ou imaterial, é o dever de satisfazer seus compromissos de modo honroso cumprindo a obrigação pontualmente.
Responsabilidade: também conhecido de vinculo material, é o direito do credor insatisfeito exigir judicialmente o pagamento a prestação, podendo até supri-la com os bens do devedor.
Se o devedor não realizar sua obrigação, pode o credor conforme o art. 591 do Código Processo Civil tomar por via judicial seus bens como forma de satisfação da obrigação descumprida.
 CASO CONCRETO REFERENTE À AULA 2 
Miguel Ângelo, cantor de música sertaneja universitária, firmou um contrato pelo qual tem o 
direito de receber de Vitor Mariano, seu empresário, um carro, no valor de R$115.000,00 (cento e 
quinze mil reais) ou a quantia correspondente em espécie. Ocorre que a carreta que levava o carro 
foi roubada quando trafegava na rodovia Pres. Dutra em direção ao Rio de Janeiro, proveniente de 
São Paulo, uma semana antes do cumprimento da obrigação. Pergunta-se: 
a) Quanto ao objeto, à liquidez e modo de execução, qual a classificação da obrigação 
firmada entre Miguel e Vitor? 
Quanto ao objeto: obrigação de dar – tem por objeto a entrega de coisa móvel ou imóvel, certa ou incerta pelo devedor (Vitor Mariano) ao credor (Miguel Ângelo). 
Quanto a liquidez: obrigação liquida – a que possui existência determinada (ex.: valores 
determinados, o carro no valor X ou o valor X.). 
Quanto ao modo de execução: alternativa – é a que contém duas ou mais prestações com objetos distintos, e da qual o devedor se libera com o cumprimento de uma só delas, mediante escolha sua 
ou do credor. 
b) Quais os efeitos jurídicos do triste incidente ocorrido na estrada? 
De acordo com o art. 253 do Código Civil, o devedor fica obrigado a efetuar o pagamento 
correspondente 
Das obrigações alternativas 
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, 
subsistirá o débito quanto à outra. 
A obrigação natural é judicialmente 
a) inexigível, mas se for paga, não comporta repetição. 
b) exigível, exceto se o devedor for incapaz. 
SEMANA 2
c) exigível e só comporta repetição se for paga por erro. 
d) exigível e em nenhuma hipótese comporta repetição. 
e) inexigível e se for paga comporta repetição, independentemente de comprovação de erro 
no pagamento. 
AULA 3 - OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTAO Direito se origina dos fatos = ex facto iur oritur. As fontes do Direito são a lei, a jurisprudência, a doutrina e os costumes, conforme estudado em Introdução ao Direito. No caso das obrigações, quais suas fontes? De onde se originam as obrigações? Ressalto que há muitas obrigações que interessam a outras áreas jurídicas e que têm por fonte a lei, ex: obrigação de alimentar os parentes necessitados, assunto de Direito de Família (1.696); obrigação de votar, assunto de Direito Eleitoral; obrigação de pagar impostos, assunto de Direito Tributário; obrigação dos homens de prestar serviço militar, etc.Mas e as obrigações patrimoniais privadas? Como surgem as relações concretas entre particulares tendo por objeto determinada prestação? São três as fontes segundo o Código Civil, vejamos:
            1 – Contratos: esta é a principal e maior fonte de obrigação. Através dos contratos as partes assumem obrigações (ex: compra e venda, onde o comprador se obriga a pagar o preço e o vendedor se obriga a entregar a coisa). No próximo semestre serão estudados com detalhes os inúmeros contratos (ex: locação, doação, empréstimo, seguro, transporte, mandato, fiança, etc).
            2 – Atos unilaterais: segundo nosso Código, são os quatro capítulos  entre os arts. 854 e 886, com destaque para a promessa de recompensa (ex: perdi meu cachorro e pago cem a quem encontrá-lo, obrigando-me perante qualquer pessoa que cumpra a tarefa). Não temos aqui um contrato, mas  um ato unilateral gerador de obrigação, como será visto no próximo semestre.
            3 – Atos ilícitos: já estudados no semestre passado, revisem o art. 186 (ex: João bate no carro de Maria e se obriga a reparar os prejuízos). O estudo dos atos ilícitos deve ser aprofundado na importante disciplina Responsabilidade Civil (927).
  ESPÉCIES DE OBRIGAÇÃO
São três, duas positivas (dar e fazer) e uma negativa (obrigação de não-fazer).
            1 – obrigação de dar: conduta humana que tem por objeto uma coisa, subdividindo-se em três: obrigação de dar coisa certa, obrigação de restituir e obrigação de dar coisa incerta.
            1.1 – obrigação de dar coisa certa: vínculo jurídico pelo qual o devedor se compromete a entregar ao credor determinado bem móvel ou imóvel, perfeitamente individualizado.
Tal obrigação é regulada pelo Código Civil a partir do art. 233, salvo acordo entre as partes, ou seja, se as partes não ajustarem de modo diferente, vão prevalecer as disposições legais. Na autonomia privada, como dito na aula 1, a liberdade das partes é grande, e o Código Civil serve mais para completar a vontade das partes caso haja omissão no ajuste entre elas.  Diz-se por isso que a maioria das normas de direito privado são supletivas, enquanto a maioria das normas de direito público são imperativas = obrigatórias.
            O que vai caracterizar a obrigação de dar coisa certa é porque o objeto da prestação é coisa única e preciosa, ex: a raquete de Guga, o capacete de Ayrton Senna, a camisa dez de Pelé, etc. (235). O devedor obrigado a dar coisa certa não pode dar coisa diferente, ainda que mais valiosa, salvo acordo com o credor (313 – mais uma norma supletiva) Se o devedor recebe o preço e se recusa a entregar a coisa, o credor não pode tomá-la, resolvendo-se o litígio em perdas e danos (389). A obrigação não geral direito real ( = sobre a coisa), mas apenas direito pessoal ( = sobre a conduta). Excepcionalmente, admite-se  efeito real caso a coisa continue na posse do devedor (ex: A combina vender a B o capacete de Ayrton Senna, B paga mas depois A recebe uma oferta melhor e termina vendendo o capacete a C; B não pode tomar o capacete de C, mas caso estivesse ainda com A poderia fazê-lo através do Juiz; esta é a interpretação do art. 475 do CC que vocês estudarão em Civil 3). Então o 389 é a regra e o 475 (execução forçada do contrato) é a exceção.
            E se a obrigação não gera direito real, o que vai gerar? Resposta: a tradição para as coisas móveis e o registro para as coisas imóveis. Tradição e registro são assuntos de Direitos Reais mas que já devo adiantar. Tradição é a entrega efetiva da coisa móvel (1226 e 1267), então quando compro uma geladeira, pago a vista e aguardo em casa sua chegada, só serei dono da coisa quando recebê-la. Ao contrário, se compro um celular a prazo e saio com ele da loja, o aparelho já será meu embora não tenha pago o preço (237). Eventual perda/roubo da geladeira/celular trará prejuízo para o dono, seja ele a loja ou o consumidor, a depender do momento da tradição. É a confirmação do brocardo romano res perit domino (= a coisa perece para o dono), seja o comprador ou o vendedor, até a tradição (492).  Se o devedor danificar a coisa antes da tradição, terá que indenizar o comprador por perdas e danos (239).
Por sua vez, o registro é a inscrição da propriedade imobiliária no Cartório de Imóveis, de modo que o dono do apartamento não é quem mora nele, não é quem pagou o preço ou quem tem as chaves. O dono da coisa imóvel é aquele cujo nome está registrado no Cartório de Imóveis (1245 e § 1º). Mais detalhes sobre tradição e registro em Civil 4.
1.2 – obrigação de restituir: é também chamada de obrigação de devolver. Difere da obrigação de dar, pois nesta a coisa pertence ao devedor até a tradição, enquanto na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor, apenas sua posse é que foi transferida ao devedor. Posse e propriedade são conceitos que serão estudados em Direitos Reais, mas dá para entender que quando se aluga um filme, a locadora continua sendo proprietária do filme, é apenas a posse que se transfere ao cliente. Então na locação o cliente/devedor tem a obrigação de restituir o bem ao locador após o prazo acertado (569, IV). Como se vê, na obrigação de restituir a prestação consiste em devolver uma coisa cuja propriedade já era do credor antes do surgimento da obrigação. Igualmente se eu empresto um carro a meu vizinho, eu continuo dono/proprietário do carro, apenas a posse é que é transferida, ficando o vizinho com a obrigação de devolver o veículo após o uso. Locação e empréstimo são exemplos de obrigação de restituir, ficando a coisa em poder do devedor, mas mantendo o credor direito real de propriedade sobre ela.  Como a coisa é do credor, seu extravio antes da devolução trará prejuízo ao próprio credor (240), enquanto na obrigação de dar o extravio antes da tradição traz prejuízo ao devedor. Em ambos os casos, sempre prevalece a máximares perit domino. Mas é preciso cuidado para evitar fraudes (238, ex: alugo um carro que depois é furtado, o prejuízo será da loja, por isso é prudente a locadora sempre fazer seguro).  Outro exemplo de obrigação de restituir está no art. 1.233, então se “achado não é roubado”, também não pode ser apropriado, devendo quem encontrar agir conforme o p.ú. do mesmo artigo. 
 CASO CONCRETO REFERENTE À AULA 
Ana Maria, produtora rural do oeste de São Paulo, firmou com Pedro Augusto a obrigação de 
entregar dez sacas de café Catauí, tipo exportação que estavam armazenadas em seu galpão ao 
final do mês de abril. Para tanto, Pedro adiantou a quantia de R$7.000,00 (sete mil reais). Ocorre 
que antes do termo fixado, uma chuva torrencial destruiu o galpão com as sacas destinadas ao 
credor. Sem saber o que fazer, Pedro que é novo no ramo do comércio de café, procura você, seu 
(sua) sobrinho(a), estudante de Direito da Estácio de Sá e pergunta: 
a) Que tipo de negócio jurídico fizera com Ana Maria? 
Aqui trata-se de uma obrigação de dar coisa certa pois está identificada na quantidade, qualidade e 
espécie. 
b) Nesse caso, existe alguma maneira de ele reaver o prejuízo sofrido? Qual a base jurídica 
disso? 
Pode reaver de acordo com o Princípio “Res Perit Domino”, ou seja, a coisa pertence ao seu dono 
antes da tradição e em caso da coisa se perder, o dono da coisa deverá suportar os prejuízos. 
Conforme o art. 237 do Código Civil. 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos eacrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor 
resolver a obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
Na obrigação de dar coisa certa, 
a) se, antes da tradição, a coisa se perder sem culpa do devedor, este responderá pelo 
equivalente mais perdas e danos. 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da 
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a 
perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. A alternativa “a” misturou as definições do art. 234. Sem culpa, a obrigação se resolve; com culpa, o 
devedor responde pelo equivalente mais perdas e danos. 
b) até a ocorrência da tradição, a coisa pertence ao devedor, com seus melhoramentos, 
pelos quais poderá exigir aumento no preço. 
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, 
pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a 
obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
c) os acessórios não estão abrangidos por ela, salvo se o contrário resultar do título ou das 
circunstâncias do caso. 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo 
se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. 
d) se esta se deteriorar, ao credor não é dado recebê- la no estado em que se encontra, com 
abatimento do preço. 
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a 
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. 
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no 
estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das 
perdas e danos.
AULA 4 - Obrigações de Dar Coisa Incerta; de Fazer e de Não Fazer
 Obrigação de dar coisa incerta: nesta espécie de obrigação a coisa não é única, singular, exclusiva e preciosa como na obrigação de dar coisa certa, mas sim é uma coisa genérica determinável pelo gênero e pela quantidade (243). Ao invés de uma coisa determinada/certa, temos aqui uma coisa determinável/incerta (ex: cem sacos de café; dez cabeças de gado, um carro popular, etc).  Tal coisa incerta, indicada apenas pelo gênero e pela quantidade no início da relação obrigacional, vem a se tornar determinada por escolha no momento do pagamento. Ressalto que coisa “incerta” não é “qualquer coisa”, mas coisa sujeita a determinação futura. Então se João deve cem laranjas a José, estas frutas precisam ser escolhidas no momento do pagamento para serem entregues ao credor.Esta escolha chama-se juridicamente de concentração. Conceito: processo de escolha da coisa devida, de média qualidade, feita via de regra pelo devedor (244). A concentração implica também em separação, pesagem, medição, contagem e expedição da coisa, conforme o caso. As partes podem combinar que a escolha será feita pelo credor,  ou por um terceiro, tratando-se este artigo 244 de uma norma supletiva, que apenas completa a vontade das partes em caso de omissão no contrato entre elas.Após a concentração a coisa incerta se torna certa (245). Antes da concentração a coisa devida não se perde pois genus nunquam perit (o gênero nunca perece). Se João deve cem laranjas a José não pode deixar de cumprir a obrigação alegando que as laranjas se estragaram, pois cem laranjas são cem laranjas, e se a plantação de João se perdeu ele pode comprar as frutas em outra fazenda (246).Todavia, após a concentração, caso as laranjas se percam (ex: incêndio no armazém) a obrigação se extingue, voltando as partes ao estado anterior, devolvendo-se eventual preço pago, sem se exigir perdas e danos (234, 389, 402).  Pela importância da concentração, o credor deve ser cientificado quando o devedor for realizá-la, até para que o credor fiscalize a qualidade média da coisa a ser escolhida.
CASO 4 
Caso Concreto 1 (CESPE - ABIN Oficial Técnico de Inteligência 2010 adaptada) A obrigação de 
dar coisa incerta apresenta um estado de indeterminação transitório. Certo ou errado? 
Justifique sua resposta. 
CERTO, POIS A PARTIR DO ATO DE CONCENTRAÇÃO, ELA TORNA-SE OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA. 
Caso Concreto 2 
Pedro compromete-se com a confecção Radial, em razão de um contrato de 
publicidade, a só aparecer em público utilizando as roupas pela empresa fornecidas. O 
contrato foi firmado pelo período de um ano e com remuneração mensal fixada em R$ 
5.000,00 (cinco mil reais). Com relação à cláusula proibitiva contida no contrato, identifique: 
a. Accipiens e Solvens; Objeto Imediato e Objeto Mediato. 
A - ACCIPIENS( CREDOR) – CONFECÇÃO RADIAL 
SOLVENS(DEVEDOR) – PEDRO 
OBJETO IMEDIATO – OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER 
OBJETO MEDIATO – NÃO APARECER EM PÚBLICO UTILIZANDO ROUPAS DE OUTRAS 
MARCAS 
b.Imagine que no primeiro dia de vigência do contrato a empresa Radial não encaminhou as 
roupas a Pedro que, necessitando ir à farmácia, aparece em público com roupa não 
pertencente à empresa contratante. Pedro foi fotografado por importante revista de 
moda. Pode, nesse caso, a empresa contratante resolver o contrato alegando 
inadimplemento e ainda pedir perdas e danos? Justifique sua resposta. 
B - NÃO, POIS SEGUNDO O PRINCÍPIO “RES PERIT DOMINO” O PERECIMENTO DA COISA
CABE AO DEVEDOR QUE NESSE CASO É A CONFECÇÃO RADIAL, POIS NÃO ENCAMINHOU 
A ROUPA PARA PEDRO, LOGO PODE SE RESOLVER A OBRIGAÇÃO PARA AMBAS AS 
PARTES, MAS NÃO HÁ QUE SE FALAR EM PERDAS E DANOS.
AULA 5 - Obrigações de Meio; de Resultado; Alternativas e Facultativas
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA 
Obrigação alternativa é uma obrigação jurídica complexa com pluralidade de objetos, na qual o devedor cumpre a obrigação quando presta apenas um deles.Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.Se o título deferir a opção à terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
EX: Credor X Devedor
CARRO OU MOTO .
 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE : A OBRIGAÇÃO SÓ É ALTERNATIVA ENQUANTO HOUVER OPÇÃO DE ESCOLHA, APÓS A ESCOLHA , NÃO PODERÁ SER APLICADA AS REGRAS DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS, 
 
OBRIGAÇÃO FACULTATIVA 
Já a obrigação facultativa consiste na obrigação de objeto único, porém se confere ao devedor a faculdade de substituir a prestação no ato do pagamento. Note-se que, se a obrigação principal se extingue, a facultativa também. Na obrigação facultativa, objeto da prestação é determinado: o devedornão deve outra coisa, o credor outra coisa não pode pedir; mas, por uma derrogação ao rigor da obrigação, pode o devedor pagar coisa diversa daquela que constitui objeto da dívida. Como por exemplo, a do arrendatário, obrigado a pagar o aluguel, que pode exonerar-se entregando frutos ao credor em vez de moedas. A obrigação facultativa é aquela que, tendo por objeto uma sóprestação, concede ao devedor a faculdade de substituí-la por outra. Se observada pelo prisma do credor, que pode, tão somente, exigir o objeto da prestação obrigatória.  Observada pelo ângulo do devedor, que pode optar entre a prestação do objeto principal ou do facultativo, mostra-se ela como uma obrigação alternativa sui generis . 
CASO CONCRETO DA AULA 5 
Caso Concreto
Na legislação brasileira não há previsão sobre a distinção das obrigações de meio e de
resultado e na doutrina há muita controvérsia sobre a questão, principal mente no que diz
respeito ao ônus da prova para comprovação da responsabilidade. Diante desse contexto,
é de extrema importância avaliar o atual posicionamento jurisprudencial frente ao tema.
O CDC tem previsão expressa acerca da responsabilidade do profissional liberal, no
parágrafo 4º do artigo 14, com a seguinte redação: "A respons abilidade pessoal dos
profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa". Ou seja, a
responsabilidade é subjetiva, depende da prova da culpa do profissional. A maioria das
atividades exercidas por profissionais liberais no Brasil são consideradas como
obrigações de meio, ou seja, não há uma garantia do resultado a ser alcançado. Contudo,
caso o consumidor não fique satisfeito com o trabalho realizado, caberá a es te comprovar
a culpa do profissional.
Assim, o médico, por exemplo, não tem como prometer o sucesso de um tratamento para
uma doença de seu paciente, assim como o advogado que atua no processo não te m o
dever de garantir o resultado da demanda ao seu cliente.
Faça uma pesquisa junto aos Tribunais Superiores e veja qual tem sido a tendência das
decisões a esse respeito.
 Os Tribun ais Superiores, em especial o Superior Tribunal de Justiça, têm fir mado jurisprudência 
no sentido de que as obrigações referentes aos advogados e médicos são obrigações de meio de uma
forma geral, entretanto quanto aos médicos e dentistas, cujo o teor for de cunho estético, estas têm 
sido consideradas como obrigações de resultado, entretanto quando for cunho reparador e es tético, ou seja, mistas, a responsabilidade será fracionada, cabendo à parte que for considerada como reparadora, será meio, quanto à parte que for estética, será de resultado.
Questão Objetiva
Nas obrigações alternativas, é correto afirmar-se que (TJSC/2002):
a) a escolha cabe sempre ao credor;
b) podem as partes convencionar que a escolha caiba ao credor;
c) inexequíveis ambas as obrigações, o credor poderá recla mar o valor de ambas;
d) tornadas impossíveis as prestações, ainda que inexistente culpa do credor, a obrigação
de cumpri-las não se extingue;
e) em se tratando de prestações anuais, a opção, uma vez feita, é obrigatória para todas as
prestações
AULA 6 -Obrigações de Divisíveis e Indivisíveis; Introdução às Obrigações Solidárias
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS 
Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Exemplo: dois devedores devem juntos, por contrato, dez mil reais ao credor. O credor pode cobrar cinco mil reais de cada um dos devedores.
Entretanto, ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Obrigação indivisível
A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante de negócio jurídico.
Exemplo: um quadro, um carro, ou um animal, são objetos indivisíveis por que seu fracionamento altera a substância da coisa. 
Se havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Pluralidade
Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
·       A todos conjuntamente;
·       A um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Credores
Se um dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Perda da indivisibilidade
Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
Se houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Base: Código Civil - artigos 257 a 263.
CARACTERISTICAS DO D.G.F
Indivisibilidade: sob este prima podemos afirmar que tais direitos compõem um único conjunto de direitos, uma vez que não podem ser analisados de maneira isolada, separada. Afirma-se que o desrespeito a um deles constitui a violação de todos ao mesmo tempo, ou seja, caso seja descumprido seria com relação a todos.
Interdependência: os direitos fundamentais estão vinculados uns aos outros, não podendo ser vistos como elementos isolados, mas sim como um todo, um bloco que apresenta interpenetrações; as várias previsões intuito de exemplificarmos a característica relacionada neste comando, podemos dizer que a liberdade de locomoção está relacionada à garantia do habeas corpus e ao devido processo legal 4. Interrelacionaridade: com a evolução da proteção nacional e internacional dos direitos fundamentais, após as grandes guerras e revoluções, afirma-se que hodiernamente os mecanismos para assegurar a inviolabilidade dos direitos e garantias fundamentais passaram a ter abrangência regional e mundial. Por meio de tal característica, a pessoa poderá optar por qual âmbito de proteção deseja para assegurar a inviolabilidade do seu direito fundamental, o global ou regional. 5. Imprescritibilidade: podemos afirmar que os direitos fundamentais não se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são sempre exercíveis e exercidos, não sendo perdidos pela falta de uso (prescrição); tal regra não é absoluta, existindo direitos que, eventualmente podem ser atingidos pela prescrição, como é o caso da propriedade, que não sendo exercida, poderá ser atingida pela usucapião.De acordo com a imprescritibilidade, os direitos fundamentais, apesar de serem usados simultaneamente, não implicam no desaparecimento pelo lapso temporal, uma vez que os mesmos estão em constante processo de agregação avançando no sentido de aumentar seu núcleo, sendo que, além de incorporar novos direitos, aumentam o âmbito de incidência entre os seres humanos, mas nunca permitindo a regressão ou eliminação dos direitos já devidamente adquiridos. 6. Inalienabilidade: tais direitos, por não possuírem conteúdo econômico-patrimonial, são intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do comércio, limitando o princípio da autonomia privada. Tal inalienabilidade resulta da dignidade da pessoa humana, sendo que o homem jamais poderá deixar de ser homem, tendo sempre os direitos fundamentais como alicerce para garantia de tal condição.Ao conectarmos a inalienabilidade à dignidade da pessoa humana, podemos afirmar que nem todos os direitos fundamentais seriam inalienáveis, sendo que possuiriam esta característica somenteaqueles que objetivariam resguardar a potencialidade do homem e de sua autodeterminação. Os inalienáveis seriam os direitos que visavam proteger a vida biológica e os que intentassem para a preservação das condições normais de saúde física e mental, bem como a liberdade de tomar decisões sem coerção externa.
7. Historicidade: os direitos fundamentais não nasceram de uma única vez, sendo fruto de uma evolução e desenvolvimento histórico e cultural, nascendo com o Cristianismo, passando pelas diversas revoluções e chegando aos dias atuais.  Como afirmava o saudoso professor Norberto Bobbio[4]:
“os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas. (...) o que parece fundamental numa época histórica e numa determinada civilização não é fundamental em outras épocas e em outras cultuas”
Gilmar Ferreira Mendes[5] afirma que “a ilustração de interesse prático acerca do aspecto da historicidade dos direitos fundamentais é dada pela evolução que se observa no direito a não receber pena de caráter perpétuo. Tanto a Constituição atual quanto a anterior estabeleceu vedação à pena de caráter perpétuo. Esse direito, que antes de 1988 se circunscrevia à esfera das reprimendas penais, passou a ser também aplicável a outras espécies de sanções. Em fins de 1988, o STF, confirmando acórdão do STJ, estendeu a garantia ao âmbito das sanções administrativas. A confirmar o caráter histórico-evolutivo – e, portanto, não necessariamente uniforme – da proteção aos direitos fundamentais, nota-se, às vezes, descompasso na compreensão de um mesmo direito diante de casos concretos diversos. Assim, não obstante o entendimento do STF acima mencionado, a Corte durante bom tempo continuou a admitir a extradição para o cumprimento de penas de caráter perpétuo, jurisprudência somente revista em 2004.”
 8. Irrenunciabilidade: tal característica nos apresenta a situação em que, regra geral, os direitos fundamentais não podem ser renunciados pelo seu titular, sendo esta afirmação emanada da fundamentalidade material dos referidos direitos na dignidade da pessoa humana; o titular de tais direitos não pode fazer com eles o que quiser, uma vez que os mesmos possuem uma eficácia objetiva no sentido que não importa apenas ao sujeito ativo, mas interessam a toda coletividade. Vale ressaltar que o STF vem admitindo a renúncia, ainda que excepcional, de certos direitos, como é o caso da intimidade e da privacidade.
Portanto, ainda que de forma temporária, admite-se a renúncia temporária e excepcional de um direito fundamental, desde que decorrente de um caso em concreto de conflito de direito efetivamente instalado, aplicando-se o princípio da proporcionalidade entre o direito fundamental e o direito que se pretende proteger.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo[6], exemplificam um caso muito interessante de renúncia temporária e específica, qual seja , "...o que ocorre nos programas de televisão conhecidos como reality shows (Big Brothrer Brasil, por exemplo), em que as pessoas participantes, por desejarem receber o prêmio oferecido, renunciam, durante a exibição do programa, à inviolabilidade da imagem, da privacidade e da intimidade (art. 5º , X , CF)."
9. Vedação ao retrocesso: a aquisição dos direitos fundamentais não pode ser objeto de um retrocesso, ou seja, uma vez estabelecidos os direitos fundamentais não se admite o retrocesso visando a sua limitação ou diminuição, existindo parte da doutrina afirmando que tais direitos constituem uma limitação metajurídica ao poder constituinte originário, atuando como critério de aferição da legitimidade do conteúdo constitucional. Vale ressaltar que tal característica impede a revogação de normas garantidoras de direitos fundamentais e impede a implementação de políticas públicas de enfraquecimento de direitos fundamentais. Podemos citar como exemplo jurídico de concretização deste comando, o art. 4º, inciso 3 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que veda o restabelecimento da pena de morte.
Por meio de tal característica, fica assegurada a proteção do núcleo essencial e intangível dos direitos fundamentais, tendo origem no próprio Estado Democrático de Direito que se define pela proteção extremada da dignidade do Homem e plena eficácia das normas implementadas, sendo que os direitos sociais já realizados e efetivados pela legislação devem ser tidos como constitucionalmente garantido, tendo como conseqüência a invalidade das medidas que visam anular ou cancelar o núcleo dos direitos fundamentais, devendo as mesmas ser consideradas inconstitucionais.
Digna de nota é a lição de J.J. Gomes Canotilho[7] demonstra que “a idéia aqui expressa também tem sido designada como proibição de contra-revolução social ou da evolução reacionária. Com isto quer dizer-se que os direitos sociais e econômicos (ex: direito dos trabalhadores, direito à assistência, direito à educação), uma vez obtido um determinado grau de realização, passam a constituir, simultaneamente, uma garantia institucional e um direito subjectivo. (...) O princípio da proibição do retrocesso social pode formular-se assim: o núcleo essencial dos direitos sociais já realizado e efectivado através de medidas legislativas (...) deve considerar-se constitucionalmente garantido sendo inconstitucionais quaisquer medidas estaduais que, sem a criação de outros esquemas alternativos ou compensatórios, se traduzam na prática numa ´anulação` pura e simples desse núcleo essencial. A liberdade de conformação do legislador e inerente auto-reversibilidade têm como limite o núcleo essencial já realizado.”
Em nível de Brasil, podemos dizer que Canotilho possui alguns constitucionalistas como seus seguidores, como é ocaso de Ingo Wolfgang Sarlet e Luís Roberto Barroso, entre outros.
Para Luís Roberto Barroso[8] “apesar de o princípio do não-retrocesso social não estar explícito, assim como o direito de resistência e o princípio da dignidade da pessoa humana (para alguns, questão controvertida), tem plena aplicabilidade, uma vez que é decorrente do sistema jurídico-constitucional, entende-se que se uma lei, ao regulamentar um mandamento constitucional, instituir determinado direito, ele se incorpora ao patrimônio jurídico da cidadania e não pode ser absolutamente suprimido.”
Caminhando no mesmo sentido acima relatado, Flávia Piovesan[9] esclarece que: “o movimento de esfacelamento de direitos sociais simboliza uma flagrante violação à ordem constitucional, que inclui dentre suas cláusulas pétreas os direitos e garantias individuais. Na qualidade de direitos constitucionais fundamentais, os direitos sociais são direitos intangíveis e irredutíveis, sendo providos da garantia da suprema rigidez, o que torna inconstitucional qualquer ato que tenda a restringi-los ou aboli-los.”
Vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal já reconheceu a presença desta característica no âmbito do nosso ordenamento jurídico constitucional, conforme mostrado logo em seguida:
“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO OCORRIDO EM VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. 1. O princípio da defesa do consumidor se aplica a todo o capítulo constitucional da atividade econômica. 2. Afastam-se as normas especiais do Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de Varsóvia quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor. 3. Não cabe discutir, na instância extraordinária, sobre a correta aplicação do Código de Defesa do Consumidor ou sobre a incidência, no caso concreto, de específicas normas de consumo veiculadas em legislação especial sobre o transporte aéreo internacional. Ofensa indireta à Constituição de República. 4. Recurso não conhecido.” (RE 351750 / RJ - RIO DE JANEIRO,Relator(a):Min. MARCO AURÉLIO Relator(a) p/ Acórdão:  Min. CARLOS BRITTO, Julgamento:  17/03/2009           Órgão Julgador:  Primeira Turma)
10. Efetividade: ao desenvolver seu papel de agente garantir das políticas sociais, o Estado deve garantir o máximo de efetivação dos direitos fundamentais.
No que tange à efetividade dos direitos fundamentais, vale a pena transcrever o posicionamento de Bernardo Fernandes Gonçalves[10], quando fala que: “em termos teóricos temos que o Poder Público em suas ações deve sempre se voltar para o cumprimento dos direitos fundamentais. Todavia, aqui cabe pontuar que uma vez assumindo uma ou outra teoria sobre os direitos fundamentais, as conseqüências práticas serão radicalmente opostas: na perspectiva liberal, por serem os direitos fundamentais direitos subjetivos de todos os indivíduos de uma sociedade que se reconhece livre e igual, devem ser efetivados na mesma medida para todos, sem exceção. Além do mais, sua condição de norma pré-estatal não transmite o dever de efetivação ao Poder Público, garantindo-se desde o início, o mesmo catálogo de direitos fundamentais aos seus cidadãos; por outro lado, na perspectiva do comunitarismo, a tese dos direitos fundamentais como ordens de valores, delega ao Poder Público a sua implementação na sociedade, que se pode dar em graus, ou seja, de modo não efetivo para todos, mas sempre buscando um resultado otimizado.”
11. Limitabilidade ou relatividade: afirma-se que nenhum direito fundamental poderá ser considerado absoluto, sendo que tais direitos deverão ser interpretados e aplicados levando-se em consideração os limites fáticos e jurídicos existentes, sendo que referidos limites são impostos pelos outros direitos fundamentais. Conforme nos ressalta Paulo Gustavo Gonet Branco[11]:
“(...) os direitos fundamentais podem ser objeto de limitações, não sendo, pois, absolutos. (...) Até o elementar direito à vida tem limitação explícita no inciso XLVII, a, do art. 5º, em que se contempla a pena de morte em caso de guerra formalmente declarada”
As limitações aos direitos fundamentais não são ilimitadas, só podendo ser limitado o estritamente necessário, sendo que tal também deverá ser compatível com os preceitos constitucionais e respeitar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Segundo Konrad Hesse[12]:
“A limitação de direitos fundamentais deve, por conseguinte, ser adequada para produzir a proteção do bem jurídico, por cujo motivo ela é efetuada. Ela deve ser necessária para isso, o que não é o caso, quando um meio mais ameno bastaria. Ela deve, finalmente, ser proporcional em sentido restrito, isto é, guardar relação adequada com o peso e o significado do direito fundamental.” 
No mesmo sentido vem se firmando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RMS 23.452/RJ, Relator Ministro Celso de Mello, DJ de 12.05.2000, p.20:
“OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO TÊM CARÁTER ABSOLUTO.
Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas - e considerado o substrato ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros.”
No âmbito da proteção internacional, também temos a ratificação desta característica dos direitos fundamentais, uma vez que a Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas, prever expressamente, em seu artigo 29  a relatividade destes direitos:
‘Todo o homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
 
No exercício de seus direitos e liberdades, todo o homem estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
 
Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer direitos e liberdades aqui estabelecidos.”
12. Inviolabilidade: ressalta a impossibilidade dos direitos fundamentais não serem observados por disposições infraconstitucionais ou por atos das autoridades públicas, sob pena de nulidades dos mesmos, bem como da responsabilização civil, penal ou administrativa.
EFICÁCIA DO DGF 
VERTICAL: REAÇÕES JURÍDICAS, ENTRE O INDIVÍDUO E O ESTADO 
HORIZINTAL: REAÇÕES JURÍDICAS ENTRE OS PARTICULARES 
Os Direitos Fundamentais têm eficácia vertical, por serem oponíveis contra o Estado, como direitos de defesa individual perante o arbítrio de poder que este eventualmente possa exercer, em determinados casos, quando vier a extrapolar suas funções legais. Por isso, podemos afirmar que a eficácia vertical é a observância dos Direitos Fundamentais nas relações entre o Estado e o particular.
CASO CONCRETO 
Antônio, Bernardo e Carlos vendem a Diego o quadro "X" de Rafael, que deverá ser entregue 
dentro de 6 meses. Foi estipulado que, em caso de inadimplemento da obrigação, deveria ser paga 
multa de R$ 90.000,00. Por ocasião do adimplemento da obrigação, Bernardo verificou que o 
quadro fora destruído juntamente com alguns objetos antigos, por descuido de Antônio. Diego 
ingressou em juízo, para pleitear seus direitos, em face de Antônio, Bernardo e Carlos para receber 
a multa de R$ 90.000,00. Os amigos devedores rebelaram-se contra isso e procuraram um 
excelente advogado, que fizera seu curso de Direito na Universidade Estácio de Sá. Pergunta-se: 
Qual a defesa apresentada por este advogado? 
Se a obrigação é indivisível em razão da natureza de sua prestação, que é indivisível por motivo material, legal, convencional ou judicial, enquanto perdurar a indivisibilidade, não desaparecendo a causa que lhe deu origem, subsistirá tal relação obrigacional. Desse modo, desaparecido o motivo 
da indivisibilidade não mais sobreviverá a obrigação. Assim, p. ex., à indivisibilidade contratual pode cessar se a mesma vontade que a instituiu a destruir. Os devedores de uma prestação indivisível convertida no seu equivalente pecuniário passarão a dever, cada um deles, a sua quota-parte, pois a obrigação se torna divisível, ao se resolver em perdas e danos ( art. 263 do CC. ) 
Caso haja culpa por parte de todos os devedores no caso de descumprimento da obrigação indivisível, TODOS responderão em partes ou fracos iguais, pela aplicação direta do princípio da proporcionalidade. (art. 263, § 1.º, do CC). 
ATENÇÃO: Com relação ao § 2.º do artigo 263 d o CC, a questão nã o é tão pacífica. Veja só: 
§2.º - Se for de um só a culpa, ficarão EXON ERADOS os outros, res pondendo só este pelas 
perdas e danos. 
Flavio Tartuce, Gustavo Tepedino e Anderson Schreiber, entendem que a exoneração é total, ou 
seja, as pessoas que não foram culpadas pelo perecimento do bem não vão arcar com a obrigação 
em si, e nem mesmo com as perdas e danos, visto que só recairá sobre o culpado. 
Mas a questão é controvertida, pois há quem entenda que, havendo culpa de um dos devedores na 
obrigação indivisível, aqueles quenão foram culpados continuam respondendo pelo valor da 
obrigação; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
AULA 7 - Obrigações Solidárias
 Obrigações solidárias
 
        Como visto na aula passada, quando numa obrigação indivisível concorrem vários devedores, todos estão obrigados pela dívida toda, como se existisse uma solidariedade entre eles (259). Assim, se várias pessoas devem coisa indivisível, a obrigação é também solidária. Mas pode haver obrigação solidária mesmo de coisa divisível devida por várias pessoas. Conceito legal: há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito ou com responsabilidade pela dívida toda, como se fosse o único (264). As obrigações solidárias e indivisíveis têm conseqüências práticas semelhantes, mas são obrigações diferentes, vejamos:
      a obrigação indivisível é impossível pagar por partes, pois resulta da natureza da prestação (ex: cavalo, lote urbano, diamante, barco, fazer um quadro, etc). Já a obrigação solidária até poderia ser paga por partes, mas por força de contrato não pode, tratando-se de uma garantia para favorecer o credor. Na solidariedade cada devedor deve tudo, na indivisibilidade cada devedor só deve uma parte, mas tem que pagar tudo diante da natureza da prestação. Pelas suas características a solidariedade não se presume, decorre de contrato ou da lei (265). Exemplo de solidariedade decorrente de lei é a patroa que responde pelos danos causados a terceiros por sua empregada doméstica (932, III, 942 e pú).
            - pode haver obrigação solidária de coisa divisível (ex: dinheiro), de modo que todos os devedores vão responder integralmente pela dívida, mesmo sendo coisa divisível. Tal solidariedade nas coisas divisíveis serve para reforçar o vínculo e facilitar a cobrança pelo credor.
            - o devedor a vários credores de coisa indivisível precisa pagar a todos os credores juntos (260, I), mas o devedor a vários credores solidários se desobriga pagando a qualquer deles (269).
se a coisa devida em obrigação solidária perece, converte-se em perdas e danos, torna-se divisível, mas permanece a solidariedade (271 e 279). Se a coisa devida em obrigação indivisível perece, converte-se em perdas e danos e os co-devedores deixam de ser responsáveis pelo todo (263).
            - o devedor de obrigação solidária que paga sozinho a dívida ao credor, vai cobrar dos demais co-devedores a quota de cada um, sem solidariedade que não se presume (265 e 283). Então A, B e C devem solidariamente dinheiro a D. Se A pagar a dívida toda ao credor, A vai cobrar a quota de B e C sem solidariedade entre B e C.
            Elementos da obrigação solidária: a) multiplicidade de credores ou de devedores, ou ainda, de uns e de outros; b) unidade de prestação; c) co-responsabilidade dos interessados.
 
5.1 - Solidariedade ativa
Configura-se pela presença de vários credores, chamados concredores, todos com o mesmo direito de exigir integralmente a dívida ao devedor comum (267).
A solidariedade ativa é rara porque na sua principal característica está sua principal inconveniência (269). Assim, o devedor não precisa pagar a todos os concredores juntos, como na obrigação indivisível (260, I). Pagando apenas a um dos credores solidários, mesmo sem autorização dos demais, o devedor se desobriga, e se este credor for desonesto ou incompetente, e reter ou perder a quota dos demais, os concredores nada poderão reclamar do devedor, terão sim que reclamar daquele que embolsou o pagamento.
Mas caso algum dos concredores já esteja executando judicialmente o devedor, o pagamento deverá ser feito ao mesmo (268), o que se chama de prevenção, ficando tal credor prevento para receber o pagamento com prioridade em nome de todos os concredores.
Outro inconveniente é que se um dos credores perdoar a dívida, o devedor fica liberado, e os demais concredores terão que exigir sua parte daquele que perdoou (272).
Como se vê, na solidariedade ativa cada credor fica sujeito à honestidade dos outros concredores. Por estes inconvenientes a solidariedade ativa é rara, afinal não interessa ao credor.
  – Solidariedade passsiva
Esta é comum e importante, devendo ser estimulada já que protege o crédito, reforça o vínculo, facilita a cobrança e aumenta a chance de pagamento, pois o credor terá várias pessoas para cobrar a dívida toda.  E quanto mais se protege o credor, mais as pessoas emprestam dinheiro, e com mais dinheiro os consumidores se equipam, as lojas vendem, as fábricas produzem, os patrões lucram, geram empregos e o governo arrecada tributos. Como se sabe: proteger o crédito é estimular o desenvolvimento sócio-econômico. Entendo até que, por isso mesmo, para proteger o crédito, a solidariedade passiva, não a ativa, deveria ser presumida. Violando o art. 265, o art. 829 acertadamente faz presumir a solidariedade passiva conforme será visto em fiança.
Conceito: ocorre a solidariedade passiva quando mais de um devedor, chamado coobrigado, com seu patrimônio (391), se obriga ao pagamento da dívida toda (275).
Assim, havendo três devedores solidários, o credor terá três pessoas para processar e exigir pagamento integral, mesmo que a obrigação seja divisível. O credor escolhe  se quer processar um ou todos os devedores (pú do 275). Aquele devedor que pagar integralmente a dívida, terá direito de regresso contra os demais coobrigados (283).
Na solidariedade passiva não se aplica o benefício de divisão e nem o benefício de ordem. O que é isso? Pelo benefício de divisão o devedor pode exigir a citação de todos os coobrigados no processo para juntos se defenderem. Isto é ruim para o credor porque atrasa o processo, por isso a solidariedade passiva não concede tal benefício aos co-devedores. Pelo benefício de ordem, o coobrigado tem o direito de ver executado primeiro os bens do devedor principal (ex: fiança, 827). Mas o fiador pode renunciar ao benefício de ordem e se equiparar ao devedor solidário (828, II). O avalista nunca tem benefício de ordem, sempre é devedor solidário, por isso se algum amigo lhe pedir para ser avalista não aceite, mas se ele insistir seja seu fiador com benefício de ordem, mas jamais fiador-solidário ou avalista.Fiança e aval são exemplos de solidariedade passiva decorrente de acordo de vontades. Então a Universidade quando financia o curso de um estudante, geralmente exige um fiador ou um avalista (897), de modo que se o devedor não pagar a dívida no vencimento, o credor irá processar o devedor, o fiador ou o avalista. Fiança será estudada em Civil 3 e aval em Direito Empresarial.Exemplos de solidariedade passiva decorrente da lei estão na responsabilidade civil (932), no comodato (585) e na gestão de negócios (pú do 867).  
 CASO CONCRETO 
A Universidade quando financia o curso de um estudante, geralmente exige um fiador ou um 
avalista (art. 897), de modo que se o devedor não pagar a dívida no vencimento, o credor irá 
processar o devedor, o fiador ou o avalista. 
a)Como pode ser classificada esse tipo de obrigação assumida? 
Classifica-se em solidariedade passiva pois há pluralidade de devedores. 
b)Quais as consequências legais desse tipo de obrigação assumida? 
O credor pode exigir de qualquer um dos devedores a dívida por inteiro. 
c)Como deve proceder o credor em caso de ter que recorrer à justiça para ressarcir-se de um prejuízo por dívida de obrigação solidária passiva? 
O credor poderá acionar qualquer um dos devedores
TRASMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES - CRÉDIDO : NOTIFICAR - APENAS NOTIFICAR, AVISAR QUE ESTARÁ FAZENDO AQUILO. DÉBITO : PERMISSÃO AO CREDOR, ASSUMINDO A DÍVIDA QUE ERA A SUA .NESTE CASO,O CREDOR PRECISA ACEITAR A PERMISSÃO.
POSIÇÃO CONTRATUAL :Trata-se a cessão de posição contratual de negócio em que uma das partes (cedente), após o consentimento da outra parte contratante (cedido), transfere sua posiçãono contrato a um terceiro, que é denominado de cessionário. Sendo assim, há o ingresso de um terceiro no contrato originariamente firmado, na integral titularidade do complexo de relações que envolvia a posição do cedente na relação contratual.O consentimento da outra parte contratante (cedido) é condição indispensável à efetivação desta modalidade de negócio jurídico, assim como na assunção de dívida. A razão para que o legislador estabelecesse o consentimento do cedido é a situação patrimonial da parte. Na transferência de posição contratual, podem haver cessões de créditos e assunções de dívidas, constituindo elementos integrantes do próprio negócio.
Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi cometida, quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em conseqüência do mandato.
CREDOR( CEDENTE) - DEVEDOR (CEDIDO) Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
TERCEIRO ( CEMIONÁRIO)
As pessoas naturais ou Jurídicas são titulares de Direitos e Deveres de natureza personalissima ou patrimonial, sendo certo que , visando facilitar a circulação de riquezas,bem como a extinção de obrigações ,com o menor número de atos possíveis é permitido a transmissão, de bens impróprios como o CRÉDITO E O DÉBITO . Sendo certo que , a lei veda a transmissão dos direitos personalíssimos do uso de servidões dos alimentos bem como , dos titulos que contenham clausulas proibitivas de sessão. 
SESSÃO DE CREDITO PODE SER TOTAL OU PARCIAL . 
QUANDO A RESPONSABILIDADE DA SESSÃO DE CRÉDITO, TEMOS DUAS ESPÉCIES .
PRÓ SOLUTO : NÃO PODE 
PRÓ SOLVENDO: PODE
A PRIMEIRA ESPÉCIE É A REGRA, ONDE A SEDENTE APENAS RESPONDE PELA EXISTENCIA DO CRÉDITO AO TEMPO DA SESSÃO .A PRÓ SOLVENDO, POR SUA VEZ SERÁ RESPONSÁVEL PELA SOLVÊNCIA DO DEVEDOR , CASO ESTE NÃO PAGUE O CRÉDITO CEDIDO AO CESSIONÁRIO(TERCEIRO),BEM COMO EVENTUAIS DE PESSOAS, QUE O CESSIONÁRIO TENHA FEITO COM A COMBRANÇA DO DEVEDOR .
SESSÃO DE DÉBITO 
É UM NEGÓCIO JURIDICO BILATERAL PELO QUAL UM TERCEIRO MEDIANTE A ANCENCIA DO CREDOR ,ASSUME UMA DÍVIDA DO DEVEDOR ORIGINÁRIA .
CREDOR(CEDIDO) - DEVEDOR ORIGINÁRIO (CEDENTE)
DEVEDOR (ASSUNTOR)
COM A CONCORDÂNCIA DO CREDOR,AS GARANTIAS DADAS AO CREDOR,PELO DEVEDOR PRIMITIVO, SERÃO EXTINTAS , TODAVIA,CASO A SESSÃO SEJA ANULADA, SERÃO ESTABELECIDAS AS GARANTIAS DADAS PELO PRÓPRIO DEVEDOR PRIMITIVO JUNTAMENTE COM SUA POSIÇÃO DE DEVEDOR MAIS AS GARANTIAS PRESTADAS POR TERCEIROS ,SOMENTE SERÃO RESTABELECIDAS.SE ESTE CONHECIA O VICIO QUE MANICULAVA A SESSÃO DE DÉBITO.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento

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