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Aula 01 Saúde e Comunidade

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Saúde e comunidade
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CURSO DE MEDICINA
SAÚDE DA FAMÍLIA – VIVÊNCIA EM ATENÇÃO BÁSICA I 
 
Professora: Jaqueline Mendes Costa Ribeiro
jaquelinemc@mail.uft.edu.br
2014.1
Conceitos Básicos
SAÚDE
 Saúde é um completo bem estar físico, mental, social e não apenas a ausência de doenças (OMS, 1949)
 “Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso a serviços de saúde. É assim, antes de tudo o resultado das formas de organização social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida”. 
 8ª Conferência Nacional de Saúde, 1986.
Conceitos Básicos
Art. 196 – A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. CF DO BRASIL, 1988
Conceitos Básicos
COMUNIDADE
Pode-se conceituar como um grupo específico de pessoas que reside em uma área geográfica determinada compartilham uma cultura comum e um mesmo modo de vida.
Comunidade é um grupo de pessoas que por motivos de trabalho, entretenimento, culto religioso, estudo ou satisfações sociais, vivem numa mesma área.
Conceitos Básicos
Comunidade pode ser sinônimo de sociedade, de organização social ou ainda para designar certos segmentos, tais como, comunidade universitária, comunidade indígena, comunidade religiosa, ou ainda referindo-se a localidades geográficas como bairro , vila.
TERRITÓRIO DE SAÚDE
Um dos conceitos básicos para o entendimento dos sistemas de saúde é o de TERRITÓRIO.
Existem pelo menos duas grandes correntes de pensamento que apreendeu de forma distinta essa questão.
A primeira toma-o de forma naturalizada, como um espaço físico que está dado e que está completo. Nesta concepção são os critérios geopolíticos que vão definir um território, denominado de território-solo.
TERRITÓRIO DE SAÚDE
A segunda corrente vê o território como um espaço sempre em construção, produto de uma dinâmica social, é o território-processo que se apresenta além do solo e suas características geofísicas, mas sim um território de vida pulsante, de conflitos, de interesses diferenciados.
TERRITÓRIO DE SAÚDE
É um território político, epidemiológico, cultural e econômico, pode ser chamado de distrito sanitário, que deve ser entendido como um processo social de mudança das práticas sanitárias, de modo a configurar um realidade de saúde sempre em movimento.
TERRITÓRIO DE SAÚDE
No território se exercita a hegemonia de modelos de políticas públicas, e a tentativa de fazer cumprir os princípios orientadores da universalidade, da integralidade e da equidade na atenção à saúde. 
O conhecimento desse território é um passo básico para a caracterização da população e de seus problemas de saúde, bem como para a avaliação do impacto dos serviços sobre os níveis de saúde dessa população.
TERRITÓRIO DE SAÚDE
 Dentro de uma visão do planejamento o território de um Distrito Sanitário pode ser dividido em:
a) Território-Distrito:
b) Território-Área:
c) Território-Micro-Área :
d) Território-Moradia:
TERRITÓRIO-DISTRITO
Compreende uma área geográfica que comporta uma população com características epidemiológicas e sociais e com suas necessidades e os recursos de saúde para atendê-la.
A área geográfica é definida para cada realidade e pode ser constituída por:
• vários bairros de um município;
• vários municípios de uma região.
TERRITÓRIO-ÁREA
O Território-Área seria a primeira subdivisão do Território-Distrito, devendo representar o espaço-população adstrita, que estabeleça vínculo e relação com uma Unidade de Saúde, permitindo a melhor relação e fluxo população-serviços.
Refere a uma área geográfica definida no processo de territorialização, tendo como ponto de referência os serviços básicos de saúde (centro de saúde, posto de saúde, unidade básica de atenção à família, etc.).
TERRITÓRIO-ÁREA
Operacionalmente, significa identificar e quantificar numa dada área geográfica a população adstrita a cada serviço de saúde, que terá a responsabilidade pelos cuidados sanitários dessa população, num processo de identidade recíproco, que poderá ser feito segundo diferentes modalidades.
Importa aqui também a dimensão dos recursos existentes para uma dada população e a distância-tempo de demanda de população ao serviço de saúde.
TERRITÓRIO-MICROÁREA
Uma subdivisão do Território-Área é um espaço privilegiado para o enfrentamento de problemas específicos de saúde, pois, as ações são direcionadas aos nós críticos, identificados no contexto sócio-ambiental, com a intenção de intervir na promoção, proteção e recuperação da saúde. 
Existe na medida em que os problemas de saúde não se distribuem de forma simétrica no território-área.
É normalmente conhecido como “área de risco”.
TERRITÓRIO-MORADIA
Institui-se no espaço de vida da família nuclear ou extensiva , sendo um espaço de menor agregação de indivíduos, permitindo aprofundar o conhecimento epidemiológico e o desenvolvimento de ações de saúde.
Quando se estabelece um vínculo de co-responsabilidade serviço-população, aprofunda-se o enfoque epidemiológico e permite uma "observação dinâmica", no sentido de manter a saúde da população, prolongar a longevidade e aumentar a capacidade individual e social. 
TERRITÓRIO X ESF
É o espaço geográfico sob a responsabilidade de uma ESF.
Configura-se, entretanto, muito mais do que um simples espaço físico delimitado por fronteiras geográficas, é o local onde se desenvolverão as atividades da ESF.
TERRITÓRIO X ESF
Conhecer determinada realidade sanitária a partir da compreensão de um território-processo, é o que chamamos de territorialização. Esse processo deve servir de base para o desenvolvimento da atenção à saúde dessa população.
A territorialização consiste em um dos pressupostos da organização dos processos de trabalho e das práticas de saúde, considerando-se uma atuação em uma delimitação espacial previamente determinada.
TERRITORIALIZAÇÃO
 O reconhecimento do território é um passo básico para a caracterização da população e de seus problemas de saúde, bem como para a avaliação do impacto dos serviços sobre os níveis de saúde dessa população. Além disso, permite o desenvolvimento de um vínculo entre os serviços de saúde e a população, mediante práticas de saúde.
TERRITORIALIZAÇÃO
 Muitas vezes , o conceito de espaço é utilizado de forma meramente administrativa, para a gestão física dos serviços de saúde, negligenciando-se o potencial deste conceito para a identificação de problemas de saúde e propostas de saúde e das propostas de intervenção.
FAMÍLIA: A unidade funcional da comunidade
 A família pode ser considerada como um sistema ou uma unidade cujos membros podem ou não estar relacionados ou viver juntos, podem conter ou não crianças, sendo eles de um único pai ou não.
Nela existe um compromisso e um vínculo entre os membros e as funções de cuidado da unidade consistem em proteção, alimentação e socialização.
FAMÍLIA: A unidade funcional da comunidade
 Na abordagem do contexto familiar são necessárias algumas considerações do grupo familiar.
Cada membro exerce tarefas que se organiza na direção da sobrevivência e dos papéis.
Um grupo interativo no qual intensas relações afetivas se manifestam.
FAMÍLIA: A unidade funcional da comunidade
 Cada membro da família é produto:
A) das heranças culturais trazidas por seus antepassados,
B) do seu próprio estilo de vida familiar,
C) da sua articulação dentro dos fatores econômicos e culturais da sociedade a que pertence.
FAMÍLIA: A unidade funcional da comunidade
 As questões de saúde da criança, do adolescente, da mulher, do homem e do idoso devem
ser compreendidas à luz da estruturação e da história particular de cada família, dentro do pano de fundo da realidade social que a constituiu.
FAMÍLIA: A unidade funcional da comunidade
 Família: É um sistema em transformação e envolve relações, é onde acontecem os fatos biológicos da vida.
1- Constituição do casal,
2- Procriação,
3- Crise (doença),
4- Adolescência,
5- Saída dos filhos (ninho vazio).
FAMÍLIA: A unidade funcional da comunidade
Aspectos indispensáveis: Pessoas ligadas entre si por: cultura, crença, valores, afetos
Função: agente primário de socialização, provedora de cuidados.
Conceito estereotipado: famílias desestruturadas, crianças abandonadas...
FAMÍLIA: A unidade funcional da comunidade
A composição das famílias ocorrem de forma diferenciada para as diversas regiões do país, alguns movimentos acontecem de forma geral, como a redução da natalidade e o aumento de anos vividos pelas pessoas. As famílias vêm se tornando menores e com número maior de idosos em sua composição, com o aumento da prevalência de doenças crônicas e de problemas decorrentes do processo de envelhecimento.
FAMÍLIA: A unidade funcional da comunidade
Sua composição também passou por alterações: elevou-se o número de núcleos familiares compostos apenas por mulheres e seus filhos menores.
Mais recentemente, a perspectiva de globalização econômica, de desemprego estrutural e de restrição aos investimentos de projetos sociais repercutiu na estrutura familiar, com prejuízos aos projetos de vida, levando, inclusive, ao aumento de números de indivíduos e famílias moradoras de rua.
FAMÍLIA: A unidade funcional da comunidade
Mulheres:
Ocupam um papel importante da vida diária do grupo familiar exercendo o trabalho doméstico,
Participação com trabalho remunerado na geração de renda familiar, realizado dentro ou fora do ambiente doméstico, soma-se às outras atividades, potencializando sobrecarga física e emocional e conseqüentes agravos à saúde.
A contribuição masculina:
Na provisão do sustento e na defesa de baixa renda,
O homem é o chefe da família e sua condição de trabalhador lhe dá o reconhecimento na sua comunidade.
A dificuldade de desempenho dessas funções, quando o homem tem remuneração inferior, está desempregado ou aposentado, pode ser fonte de estresse e de danos na saúde.
No idoso, a inadequação ao projeto familiar e a perda dos papéis masculinos anteriormente exercidos têm impacto na auto-estima, fator de proteção considerado importante na manutenção de saúde.
O CICLO DE VIDA DA FAMÍLIA
O ciclo de vida da família passa por períodos previsíveis, de estabilidade e equilíbrio, de transição e adaptação, outras vezes por momentos de desequilíbrio que alavanca estágios novos e mais complexos, onde se desenvolvem novas funções e capacidades. 
O CICLO DE VIDA DA FAMÍLIA
Estágios no ciclo de vida
Tarefas a serem cumpridas
1 – Saída da casa
- Estabelecimento de identicidade em relação ao trabalho e independência financeira.-Iniciar separação emocional de seus pais.
2 – União das famílias pelo casamento: novo casal
Estabelecer uma relação intima com outro.
Maior desenvolvimento da separação emocional com seus pais.
3 – aprender a viver junto
- Dividir os vários papeis do casal de modo equilibrado.
4 – Chegada do primeiro filho
- Ajustar o sistema conjugal para dar espaço ao filho.
Dividir os papeis dos pais.
União na educação dos filhos, tarefas financeiras e domésticas.
5 – Filhos adolescentes
Mudança do relacionamento pais-filhos permitindo ao adolescente entrar e sair do sistema.
6 – A saída dos filhos: ninho vazio
Voltar a viver como casal sem filhos.
Ajuste ao fim dos papeis.
Desenvolvimento de relacionamento adulto-adulto entre os filhos crescidos e seus pais.
7 - Aposentadoria
Ajuste ao fim do salário regular.
Desenvolvimento de novas relações com filhos, netos e cônjuge.
8 - Velhice
- Lidando com a perda das habilidades e maior dependência do outro. Lidar com perdas de amigos, familiares e cônjuge.

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