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Qualidade Total Introdução A qualidade total ou gestão de qualidade, é vista como apenas em produtos bons, saborosos ou bem acabados e não é tão ligado a produtividade . Será que a produtividade não está correlacionada com qualidade ? A seguir apresentaremos este resumo, e vamos explicar um pouco de qualidade total ou Gestão em Qualidade. Perspectivas de qualidade Com o término da Segunda Guerra Mundial, chegam ao Japão técnicos norte- americanos com o objetivo de ajudar na recuperação econômica do país. Naquele período e com este intuito, lá estiveram Shewhart, Deming e Duran, entre outros. Eles chegaram com ideias sobre qualidade e controle da produção, ideias estas que encontraram no Japão o local ideal para sua germinação e disseminação. Nomes como Kaoru Ishikawa, Genichi Taguchi, Shigeo Shingo e Taiichi Ohno são expoentes da escola de empresários japoneses que, inspirados pela mesma fonte do pensamento norte-americano sobre qualidade, alavancaram o parque industrial de seu país para patamares qualitativos até então não vistos em lugar algum. Pode-se afirmar, de forma reduzida, que as primeiras preocupações formais com a qualidade total surgem nos Estados Unidos na primeira metade do século XX, tendo como origem novos processos produtivos que se iniciaram com a Revolução Industrial. O melhoramento da qualidade nos processos desenvolve-se no Japão, na segunda metade do século XX, inicialmente patrocinado por pensadores norte-americanos e, posteriormente, desenvolvido por empresários japoneses que impuseram suas próprias ideias e ações nos processos. Qualidade total : conceitos e princípios Qualidade total foi uma nova filosofia que surgiu durante as décadas de 50 e 60, época que ocorreu a mudança no pensamento de que a qualidade era um problema da empresa e não unicamente derivado da produção , ou do produto. Essa nova filosofia da qualidade se fundamentou no desenvolvimento e na aplicação de conceitos, métodos e técnicas que marcaram o deslocamento da análise do produto para a concepção de um sistema integrado da qualidade. A premissa básica da qualidade total é de que o sucesso de uma organização decorre do nível de qualidade e ela oferece ao cliente , integrando a produção e todos os processos que lhe dão suporte aos procedimentos de qualidade. O conceito de qualidade total (TQM) foi desenvolvido por alguns estudiosos americanos , tais como Deming , juram , e feigenbaum. Para este ultimo, a questão da qualidade era de suma importância, pois era capaz de integrar o desenvolvimento da qualidade, sua manutenção e esforços de melhorias por todos os setores da empresa, criando produtos e serviços com o máximo de economia possível . Podemos dizer , que a qualidade total se trata de uma estratégia da administração orientada a gerar consciência sobre a qualidade em todos os processos organizacionais. Ela ainda atribuí a todos os STAKEHOLDERS ( partes interessadas) a responsabilidade pelo alcance de padrões de qualidade. Abordagens teóricas da qualidade total Feigenbaum – Em meados da década de 60, Feigenbaum apresentou o controle da qualidade total , com duas ideias principais> o foco no cliente e o sistema da qualidade .Na era da qualidade total , o foco no cliente é o principal ponto de partida , para ele , a qualidade precisava ser embutida no produto desde o começo , a partir dos desejos e interesses do cliente. Com essa nova dimensão , a qualidade deixa de ser atributo apenas do produto ou serviço , passando a ser parte de algo muito maior e envolvendo a empresa como um todo . Deming – considerado um mestre da qualidade no mundo todo , Deming foi o responsável por grande parte dos avanços dessa área , . A partir de 1950 , Deming implantou sua abordagem no Japão com técnicas para reduzir os custo e aumentar a qualidade, ensinando aos altos executivos japoneses , sobre otimização de projetos , qualidade de produto e controle estatísticos . Ele ainda é o responsável pela difusão do conhecimento sobre o ciclo PDCA ao redor do mundo. Juram – esse teórico trabalha com a organização dos custos da qualidade ,sendo que para conseguir os melhores resultados ,e le afirma que é necessário planejar, controlar , aperfeiçoar a qualidade. No planejamento é realizado o desenvolvimento dos produtos e processos que possuem foco nas necessidades dos clientes. Depois , no controle é realizado uma avaliação de desempenho visando manter as metas que foram estabelecidas. Por fim , no aperfeiçoamento o gestor deve inovar as atividades organizacionais a fim de buscar maiores graus de desempenhos. Crosby foi um grande empresário e escritor estadunidense que associa ao conceito de ‘’zero defeito’’ e de ‘’ fazer certo da primeira vez’’. Para Crosby , a qualidade significava conformidade com as especificações, variando conforme a necessidade do cliente . ele apoiava a ideia de que todas as pessoas se esforçarem , elas poderão fazer uma tarefa correta ainda na primeira tentativa. Sua visão era de que o objetivo deveria ser sempre zero defeitos , já que não bastava apenas produzir em alta volumetria. Crosby considerava a prevenção como principal ‘’ causadora’’ da qualidade . Ishikawa – a abordagem da qualidade por Ishikawa foi baseada em estudos feitos por Deming e Juram. Ishikawa acreditava que a qualidade total era atingida quando todos os funcionários da organização encontravam-se envolvidos com a mesma. Em 1943, ele apresentou uma ferramenta gráfica usada no gerenciamento e controle da qualidade que ficou conhecida por diagrama de ISHIKAWA, ou diagrama de causa e efeito . Ele ainda foi responsável por criar os círculos de controle da qualidade, que eram utilizado para melhorar a qualidade e resolver os mais diversos tipos de problemas. A abordagem de ISHIKAWA envolve mais mobilização e comprometimento por partes dos funcionários. Os Mestres da Qualidade O que é qualidade? É bem difícil dizer o que seria realmente um produto ou serviço ter qualidade ou não, pois esta conceituação vai depender de cada ponto de vista do cliente. Por exemplo: o que representa qualidade em um tênis? Seu conforto? Sua durabilidade? Seu design? O conjunto de tudo isso e algo mais? Talvez, porém tudo dependerá em qual sentido estaria sendo analisada a qualidade, se seria qualidade de uso, qualidade de durabilidade, qualidade de estética, qualidade de resistência, qualidade de conforto, qualidade tempo, ou seja, se o produto foi entregue de acordo com as exigências e no prazo estipulado, entre outras. Baseado nisso, é que os gurus da qualidade desenvolveram técnicas e estudos para se chegar ao melhor conceito de qualidade e assim produzir de maneira a satisfazer ao máximo os clientes. Baseado nas idéias de Deming, Juran, Crosby, Ishikawa, Feingenbaum, Massaaki, Taguchi e Schonberger, é possível entender que a satisfação deve englobar tanto os clientes internos quanto os externos. A isso deve ser atribuída enorme importância, pois com consumidores satisfeitos tem-se uma possibilidade de retorno e com colaboradores satisfeitos tem-se uma empresa reconhecida. Para tanto, uma forma eficaz na tentativa de se atingir a qualidade almejada é a realização de pesquisas internas, visando saber como está o andamento do processo produtivo, e ainda pesquisas externas, não só para identificar o que mais chama atenção na faixa dos consumidores de um determinado produto, como o acompanhamento da pós- venda. A idéia de fabricar um produto com qualidade total deve encarada como um dos objetivos empresariais, mas na prática a garantia de qualidade de um produto hoje não assegura a qualidadeno futuro. Kaoru Ishikawa Kaoru Ishikawa desde 1946 já estudava e pesquisava a Qualidade nas empresas japonesas. Definiu sete ferramentas como instrumentos fundamentais de auxílio nos processos de controle da qualidade, podendo ser utilizadas por qualquer trabalhador. Ishikawa redefiniu o conceito de cliente e criou os famosos círculos de controle da qualidade -CCQ As sete ferramentas básicas de Ishikawa são: Gráfico de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Histograma, Folhas de Verificação, Gráficos de Dispersão, Fluxogramas e Cartas de Controle. Philip Crosby É conhecido pela frase: "A qualidade é grátis." Para Crosby, as ações voltadas à Qualidade têm de vir da alta direção. É ela quem tem de encabeçar os movimentos dos SGQ, organizá-lo, ensinar e engajar pelo exemplo. Para ele, um sistema de gestão eficiente é aquele que proporciona a todos que trabalhem com Qualidade e, mais que isso, que deixe claro aos seus integrantes que o objetivo da Qualidade é alcançar zero defeitos. Crosby foi um dos primeiros profissionais a associar Qualidade a requisitos pré-estabelecidos. Antes dele, havia um conceito muito vago sobre o assunto, como se ela fosse apenas algo bom ou nobre. Além disso, a qualidade geralmente se dedicava contabilizar os erros e defeitos apenas depois que eles aconteciam. Armand Vallin Feigenbaum O termo Controle de Qualidade Total (CQT) (em inglês Total Quality Control – TQC) foi definido pelo próprio Feigenbaum como: “Um sistema eficaz para integrar os esforços de desenvolvimento, manutenção e de melhoria da qualidade dos vários grupos em uma organização, de modo a permitir produtos e serviços com níveis mais econômicos que permitam a plena satisfação do cliente” Feigenbaum também provocou grandes mudanças ao demostrar por meio de números e da linguagem financeira que a falta de Qualidade nas empresas custava caro. O autor aprofundou o conceito de Custo Econômico, desenvolvido por Shewhart em 1931, que só levava em consideração os custos com retrabalho e desperdício de materiais. Criação de produtos e serviços de qualidade Produtos de qualidade Se os produtos e serviços precisam ser de qualidade superior, tudo começa com o design. Três aspectos do design são particularmente importantes: designs resistentes, design para que o produto possa ser produzido e design para que o produto seja confiável. Criando produtos resistentes Os clientes querem que os produtos tenham um desempenho satisfatório quando utilizados em todos os tipos de condições de campo. E é um fato da vida que as condições de produção nunca são ideais; sempre acontece alguma coisa fora do comum. Um design resistente é aquele que apresenta o desempenho desejado mesmo quando ocorrem condições indesejáveis na produção ou no campo. Criando produtos que possam ser produzidos Quando os produtos são criados da maneira certa, eles geralmente têm menos peças e podem ser montados com mais rapidez e facilidade. Criar produtos que possam ser produzidos reduz muito as fontes de erros e melhora a qualidade geral do produto. Criando produtos confiáveis Cada peça do produto é criada para um dado nível de confiabilidade do componente, a probabilidade de um tipo de peça não falhar dentro de determinado período ou determinada quantidade de testes sob condições normais de uso. A confiabilidade do componente normalmente é medida por: confiabilidade, índice de falha e intervalo médio de tempo entre as falhas. Serviços de qualidade Segundo Zeithaml, Parasuraman e Berry, o que torna um serviço de qualidade é o que denominaram dimensões da qualidade de serviço: Tangibilidade: aparência das instalações físicas, equipamentos, pessoal e materiais de comunicação; Confiabilidade: capacidade de oferecer o serviço prometido de maneira confiável e precisa; Responsividade: disposição de ajudar os clientes e prestar serviço imediatamente; Garantia: conhecimento, cortesia dos funcionários e sua capacidade de inspirar confiança; Empatia: preocupação e atenção individualizada que a empresa dá aos seus clientes. Zeithaml, Parasuraman e Berry também identificaram algumas barreiras significativas à qualidade de serviço. São eles: A lacuna entre as expectativas do cliente e a percepção da gerência. Existe uma lacuna entre o que a gerência acha que os clientes esperam e o que eles realmente esperam das empresas prestadoras de serviços. A lacuna entre a percepção da gerência e a especificação da qualidade do serviço. A gerência estabelece especificações ou padrões de qualidade que estão aquém das expectativas dos clientes. A lacuna entre as especificações de qualidade e o serviço prestado. A qualidade do serviço prestado está aquém das especificações de serviço estabelecidos pela gerência. A lacuna entre a prestação de serviço e as comunicações externas. As expectativas do cliente foram elevadas pela propaganda na mídia, apresentações de venda, outras comunicações a níveis além da capacidade da empresa. A lacuna entre a expectativa e a percepção dos clientes. Existe uma lacuna entre o que o cliente espera e o que ele acha que recebeu. Esta é a principal lacuna. A qualidade e a excelência organizacional Não é incomum que um produto qualquer seja montado em um país estrangeiro, com peças produzidas em vários outros países. Para que isto aconteça, todos os componentes devem ter uma padronização tal que permita que peças feitas em diferentes partes do mundo possam ser montadas com a mesma destreza em qualquer lugar, e o fator comum que permite que isto aconteça é a padronização. Mas a própria padronização precisa ser padronizada, já que, se houvessem vários padrões, não existiria um único. Com o objetivo de definir apenas um padrão de ampla aceitação é que a International Organization for Standardization existe, reconhecida como uma entidade habilitada para padronizar procedimentos, hoje aceitos por 163 países. Vale ressaltar que as padronizações propostas não geram obrigatoriedade de adesão, mas a sua aceitação é vista como reconhecimento de compromisso com padrões de excelência. Dentre as mais de 19.500 padronizações patrocinadas pela ISO ao longo de sua his- tória, a família da normas ISO 9000 representam um compromisso das empresas que as adotam com a gestão da qualidade, razão de interesse deste estudo.
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