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Servidores Públicos: suas peculiaridades e a Lei 8.112/90
Brenda Cristiane Rodrigues e Tamires Santos[1: Acadêmicas de Direito da Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP.]
Resumo: A lei 8112/90 regulamenta todo o regime jurídico dos agentes e servidores. Os cargos públicos, criados por lei são um anseio social que a administração pública necessita para as atividades essenciais. A administração para caminhar de forma harmônica deve seguir princípios e leis, sendo importante determinara os limites e as responsabilidades para evitar que o poder estatal torne se absoluto, assim se determinar responsabilidades e sansões a pratica contraria ao interesse coletivo. O serviço público é atualmente um sonho de muitos brasileiros, principalmente pela estabilidade, além de garantia de salário no final do mês. Sendo assim, nada mais em voga do que discorrer sobre esse instituto do direito administrativo com que vêm tendo cada dia mais destaque no cenário nacional e auxiliando na caminhada do país.
Palavras-chave: Agente Público; Empregado público; Servidores Públicos.
Considerações Iniciais
Inicialmente, é importante destacar que servidor público é parte integrante do gênero Agentes Públicos, que por sua vez, trata-se de pessoas que de forma transitória ou definitiva desempenham a função pública, podendo esta função ser remunerada ou não. Sendo que os agentes podem ser: políticos; administrativos; honoríficos; delegados e credenciados. Tal definição pode ser encontrada no art. 2º da lei 8429/92:
“Art. 2º - Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.
Traçando semelhante definição o Código Penal, por sua vez, determina funcionário público no caput do art. 327 como sendo:
“Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”.
Seguindo estas determinações, a doutrina, de um modo geral, aponta as seguintes espécies de Agentes Públicos, quais sejam:
Agentes Políticos: trata-se de agentes investidos por meio de nomeação, eleição, designação ou delegação a cargos de primeiro e mais alto escalão do poder estatal, podendo ser citados os chefes do poder executivo, membros do Tribunal de Contas, Poder Legislativo e Judiciário, etc.
Agentes Delegados: Neste caso, o Estado buscando a uma finalidade de prestação de serviço repassa o encargo desta atividade a este agente que pode ser um leiloeiro, concessionário ou um cartorário, por exemplo.
Agentes Honoríficos: Aqui se trata de uma condição transitória e temporária, em que ocorre uma requisição por meio do Estado para o desempenho da função pública, são exemplos básicos os mesários e os jurados.
Agentes Credenciados: para a prática de alguma atividade específica ou a representação é incumbido o agente credenciado, mediante remuneração, para a realização deste ato. Os exemplos neste caso, podem ser os professores substitutos e os médicos credenciados.
Agentes Administrativos: encontram-se na administração pública direta ou indireta e sofrem uma hierarquia determinada pela Constituição. Os exemplos mais encontrados são os empregados públicos e servidores públicos, objeto deste estudo.
Dito isso, determinando o enquadramento dos Agentes Públicos para encontrar onde se classificam os servidores públicos, passasse ao exame desta espécie de função estatal que tem a finalidade de realizar as atividades atinentes ao Estado.
Servidor Público
Encontra-se elencado entre a categoria mais numerosa dentre os agentes públicos, e ocupa um importante e significativo espaço para o estudo do Direito Administrativo tais agentes possuem vinculo de dependência com a Administração Pública direta e indireta, bem como com as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado, por meio de contrato, o qual determina a natureza de trabalho.
O Servidor Público elenca um conceito amplo, o qual abrange os servidores estatutários e os empregados públicos, além dos temporários.
Servidores Estatutários:
 
Os servidores estatutários, que também são chamados de funcionários públicos são contratados para cargo público no regime estatutário, regulamentado pelo estatuto do servidor público que em esfera federal é determinado pela lei n° 8.112/90, no estado de Santa Catarina pela lei estadual 6.745/85 e a lei complementar 56/04 no âmbito do município de Caçador/SC.
O art. 37 da Carta Magna prevê a forma de investidura no cargo público, que é exercido por meio de concurso de provas ou de provas e títulos, além de traçar diferenças entre os cargos efetivo e em comissão.
Salienta Hely Lopes Meirelles que:
Servidores públicos constituem subespécies dos agentes administrativos, e a ela vinculados por relações profissionais, em razão da investidura em cargos e funções, a título de emprego e com retribuição pecuniária.
Empregados públicos:
Os servidores que não são vinculados a administração direta, autarquias e fundações de natureza pública, são os chamados servidores governamentais ou empregados públicos. Os quais, por sua vez, são empregados de empresas privadas que foram criadas por lei e seus moldes foram determinados pela Administração Pública direta de qualquer das entidades políticas.
Uma obrigatoriedade, determinada pelo regime público, nos casos de empregados públicos que não é prevista na CLT, mas sim uma determinação a subordinação as princípios públicos é a contratação mediante aprovação em concurso público.Cumpre salientar que parte da doutrina interpreta o artigo 173, § 1º da CF, que determina a sujeição as regras celetistas quanto as obrigações trabalhistas para os empregados públicos, nomeando tais empregados como servidores trabalhistas.
Em 2013 o Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu pela inaplicabilidade da estabilidade - instituto previsto no art. 41 da CF aos servidores estatutários – aos empregados públicos. Outro relevante entendimento dado neste mesmo acórdão foi quanto à necessidade de instauração de processo administrativo disciplinar para afastamento do empregado público, o qual não foi reconhecido pelo plenário.
Servidores Temporários:
Assim como os servidores públicos, os temporários exercem uma função pública, mediante contratação excepcional pelo interesse público existente naquele momento, o que autoriza um tratamento diferenciado para estes casos, a remuneração e o período são estipulados, mas jamais esquecendo o caráter excepcional e temporário deste agente.
Regime Jurídico:
Tratado como um conjunto de princípios e regras que determinam direitos e obrigações, além de normas de funcionalidade os Estatutos são a caracterização do regime jurídico Estatutário.
As leis que disciplinam, em âmbito de União, Estados, Distrito Federal e Municípios, as necessidades funcionais dos servidores públicos são denominadas estatutos, e sua aplicação e abrangência é determinada neste diploma. Nesta lei, o legislador vai disciplinar a relação entre o servidor e a Administração Pública, simplificando pode-se dizer que se trata de regras de convivência.
Este dilema pode ser modificado, contudo existe a necessidade na preservação dos direitos adquiridos. Além dos direitos e deveres, também podem ser encontrados dispositivos que determinem funções e formas de atuação dos serventuários, em razão de sua condição de realizadores das funções estatais.
Já no caso de uma admissão por meio de contrato, haverá a incidência dos dispositivos previstos na Consolidação das Normas Trabalhistas.
Uma curiosidade sobre o Regime Jurídico foi a unificação trazida pela CF/88 em seu art. 39, o qual previu um regime único para todos. Contudo, tal determinação foi alterada pela Reforma Administrativa, trazida pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98.Assim abriu a possibilidade da admissão de ocupantes de emprego público, regidos pela CLT, por exemplo.
Ademais existe uma vedação que os cargos públicos de provimento em comissão se submeta ao regime, bem como os servidores regidos pela lei 8.112/90, às datas das respectivas publicações de tais leis específicas (§2º). 
Cargos, Empregos e Funções:
As expressões cargo, emprego e função pública, previstas pela norma constitucional, ainda que enumeradas em um mesmo dispositivo, não são sinônimos. Elas são utilizadas como forma de delimitar o cotidiano vivenciado dentro da estrutura organizacional da administração pública.
É claro que, todos os detentores dessas atribuições são compreendidos como agentes públicos, uma vez que desempenham cargo, emprego ou função pública.
Cargo público é a incumbência na organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações públicas ocupado por servidor público, o qual, por sua vez se submete a regime estatuário, possuindo funções específicas e remuneração fixada por lei.De modo geral, são unicidades da competência, que tem como detentor da titularidade um agente. A criação do cargo se dá mediante lei, e nela serão especificado a quantidade necessária e a denominação destes cargos.
A função pública são as atribuições, os encargos, a serventia daquele cargo, ou seja ela é uma atividade em si mesma, evidenciando o ofício desempenhado por aquele agente. No exercício da função, sempre se busca o interesse público, razão pela qual existem uma delimitação de competências na função pública, essa competência, trata-se do limite legal dado para o agente não se desviar do interesse da coletividade.
Empregos públicos: é uma possibilidade, determinada por lei, onde os contratados pelo regime celetista mediante concurso público desempenhem função pública.
A conclusão é que, o servidor público aprovado em concurso público, com vínculo estatutário, tem cargo e exerce função e os empregados públicos regidos pela CLT, porém mediante aprovação em concurso público, exercem a função, mas não são detentores cargos.
Criação, transformação e extinção de cargos, funções e empregos públicos.
A criação ocorre por disposição legal, determinado o número de cargos, a denominação e função específica. A criação é exercida pelos Poderes Executivo, legislativo no âmbito de suas respectivas competência da Câmara dos Deputados e de vereadores dispõe o arts. 51 inciso V e 52 inciso XIII e como dispõe o art.96 inciso I alínea b todos os arts da CF/88) ressalvando os casos de serviços auxiliares do legislativo criando-se por resolução, da Câmara ou do Senado.
A natureza do cargo deve ser observada, para determinar se o seu provimento se dará por concurso público ou em comissão por livre nomeação.
A primeira informação importante acerca da transformação é que assim como na criação ela necessita de lei para ser realizada. Aqui existe um cargo que será automaticamente transformado em outro, assim ocorre a extinção de um cargo para a criação de outro.
Extinção pressupõe inexistência, ou seja, o cargo deixa de existir (arts. 48 inciso X, 51, inciso IV e 52 inciso XIII, art. 96 inciso II, aliena b, CF), A extinção pode se dar mediante lei, ato administrativo ou resolução, e isso vai depender do que dispôs a lei que criou o cargo.
Direitos e Deveres:
Os direitos e deveres são parte integrante do regime jurídico em caso de servidores estatutários, onde o estatuto elenca esses direitos e deveres, já no caso de celetistas é a CLT quem disciplina este assunto. Como existe a possibilidade de Estados e municípios instituírem seus estatutos para condizer com a realidade local e poderes, assim, criar novos direitos aos seus servidores.
O subsídio, que vem a ser a retribuição pecuniária pela prestação serviços referente ao cargo ocupado, e ele é fixado em lei e irredutível, já as vantagens previstas na lei 8.112/90 com retribuição pecuniária são:
1) Constituem indenizações ao servidor:
 I - ajuda de custo;
 II - diárias;
 III - transporte.
 IV - auxílio-moradia. 
As gratificações
 “Art. 76-A”. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:
I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;
II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;
III – participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;
IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:
I – o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida;
II – a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;
III – o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração pública federal:
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.
§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta Lei.
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões.”
3) O adicional como expõe o art. 61 IV a VIII da lei 8112/90, observando também o disposto nos arts. 68, 73, 75, 76[82], da referida lei.
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
IV – adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
V – adicional pela prestação de serviço extraordinário;
VI – adicional noturno;
VII – adicional de férias;
“VIII – outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.”.
4) Benefícios da seguridade social regulado pelos arts. 196 e 197 da lei 8.112/90, que trata do auxílio natalidade e do salário família.
“Art. 196”. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinqüenta por cento), por nascituro.
§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a parturiente não for servidora.
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico.
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família:
I – o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anosde idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
II – o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e a expensas do servidor, ou do inativo;
III – a mãe e o pai sem economia própria.
Os deveres, previstos nas leis estatutárias, encontram-se enumerados no art. 116 (8.112/90):
“Art. 116”. São deveres do servidor:
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando às informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. “A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa”.
Acesso a Informação:
Preenchidos os requisitos estabelecidos em lei, é de amplo acesso os brasileiros os cargos empregos e funções públicas. Ressalvados os cargos em comissão, que são de livre nomeação e exoneração, os demais devem ser acessados por meio de concurso público de provas ou provas e títulos.
Existe a possibilidade da contratação de estrangeiros em cargos de professor estrangeiro e pesquisador visitante estrangeiro, outra hipótese trazida pela Constituição é o acesso a cargos, empregos e funções na forma da lei. Lembrando que neste último caso a norma é de eficácia limitada e necessita de regulamentação para sua fiel aplicação.
Provimento de Cargos:
Provimento é um ato administrativo que tem a finalidade de preencher cargos públicos. O provimento pode ser originário, quando inexiste uma relação entre o servidor e a administração, ou; derivado que designa um vínculo ou relação pré-existente entre o servidor e a administração. E a Lei determina que o provimento pode se dar mediante nomeação, que é a única forma originária, já a promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução são as formas derivadas de provimento.
Nomeação – é a investidura em cargo público que ocorre após a prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos. Apesar de a nomeação necessitar de uma aprovação prévia em concurso público, o contrário não se aplica. Pois a aprovação não pressupõe a existência de direito a nomeação.
Promoção: quando um servidor, dentro da mesma carreira é elevado de classe, dá-se o nome de promoção a este ato. Com a incidência da promoção, àquele cargo anteriormente ocupado, se tornará vacante e, o cargo ocupado será provido.
Aproveitamento: o servidor que se encontrava em disponibilidade, voltará ao serviço ativo para ser aproveitado em uma função semelhante a que exercia antes da disponibilidade. Para a preservação do interesse público o servidor que encontra-se em disponibilidade deve ter prioridade e ser aproveitado antes da abertura de concurso público para provimento de cargos.
Readaptação: servidores que venham a apresentar alguma deficiência estarão sujeitos a readaptação em outro cargo compatível com a situação em que se encontrar.
Reversão: O servidor aposentado por invalidez, quando deixa de existir os motivos que ensejaram a aposentadoria, retorna ao serviço ativo para o mesmo cargo, se esse encontrar-se vago ou para outro semelhante. Duas questões devem ser observadas na reversão, a primeira trata-se da ausência de cargo vago para preenchimento do servidor que reverter neste caso ele ficará como excedente; a segunda é que mesmo insubsistindo os motivos determinantes para a aposentadoria por invalidez, caso o servidor seja maior de setenta anos, a reversão não pode mais ocorrer.
Reintegração: Em caso de anulação administrativa ou judicial da demissão, o servidor é reintegrado ao cargo anteriormente ocupado, sendo-lhe assegurado, durante o período em que estiveram afastadas, todas as vantagens decorrentes de seu cargo que receberia caso o afastamento não tivesse ocorrido.
Recondução: por não haver êxito no estágio probatório de outro cargo, em que o servidor foi aprovado em outro concurso público, ele é reconduzido ao cargo ocupado antes da nomeação.
Responsabilidades:
Detentor de cargo público o servidor Público ocupa uma posição de representatividade quanto a atividade estatal, razão pela qual seu poder não poderia ser absoluto, e, para delimitar esse poderes na busca do interesse público as responsabilidades Civil, Penal e administrativa são aplicadas visando barrar a individualidade no trato com a coisa pública.
O art. 186 do CC determina a responsabilidade civil, que enseja perda patrimonial a todo aquele que cause dano a outrem, obrigando-o a indenizar. Aqui, deve-se verificar a incidência de culpa ou dolo para a configuração do ilícito, além da relação de causalidade.
Quando o dano é causado ao Estado à conduta é apurada em sede administrativa, o que não ocorre com o dano causado à terceiro, que além de haver a incidência de responsabilidade administrativa, pode ocorrer a judicial. Os regimes jurídicos preveem os procedimentos atinentes a cada caso.
Uma particularidade quanto ao dano causado a terceiros é o direito de regresso do Estado contra o servidor, tendo em vista que quem será responsabilizado judicialmente será o Estado. Administrativamente o servidor responde, assegurados o contraditório e a ampla defesa.
Em esfera federal a lei 8.112/90 estabelece as penalidades administrativas para cada caso.
Em âmbito criminal os servidores respondem pela transgressão de crime ou contravenção, sendo a responsabilidade semelhante a da civil e administrativa. Aqui se busca a ação ou omissão do agente na conduta, dolo ou culpa, relação de causalidade e dano ou perigo de dano.
A responsabilidade criminal do servidor é apurada pelo poder judiciário.
No que diz respeito à comunicabilidade de instâncias, o Código Civil assegura que não haverá mais questionamentos sobre a existência do fato ou quem seja o autor, quando essas questões estiverem decididas no juízo criminal.
Relevante mencionar neste caso que, com base no Código Civil a lei 8112/90 afasta a responsabilidade administrativa quando houver absolvição criminal pelo fato. Salvo os casos de absolvição por ausência de prova, bem como o mesmo fato que não constitui crime pode corresponder a uma infração disciplinar.
Ademais, servidor pode vir a ser punido pelas três esferas cumulativamente.
Lei 8.112/90
Tendo por base a determinação da Constituição Federal que em 1988 criou um novo ordenamento jurídico e verificou a necessidade de regulamentação das atividades desempenhadas pelos funcionários a serviço do Estado foi criada a lei 8112/90.
A Lei 8112/90 tem sua aplicação restrita aos servidores públicos estatutária federal, ou seja, aqueles prestadores de serviço público a União, autarquias e fundações federais que tem por base a utilização do regime estatutário.
A CF determinou a constituição de um regime jurídico por meio desta lei. Uma particularidade sobre essa previsão é o fato de determinar um regime único, o qual, após inúmeras emendas foi alterado, abrindo-se assim uma forma de abranger mais legislações e formas de contratação dentro do serviço estatal.
A lei prevê alguns direitos, deveres e forma de atuação do servidor, como se fosse um aglomerado de regras de convivência. Além disso,traça formas de apuração de infrações administrativas.
Como é um regime estatutário, os servidores sujeitos a ela devem passar por concurso público de provas ou de provas e títulos que vêm a preservar a necessidade de incidência de princípio como a legalidade, isonomia, moralidade, impessoalidade, publicidade, dentre outros.
Apesar de debates calorosos entre doutrinadores, juristas e os próprios servidores, que vem a serem os maiores interessados na solução das questões acerca da lei, eles, após várias mudanças caminha de uma forma mais condizente com a realidade dos servidores.
Ademais, é importante salientar que está lei foi o pontapé inicial dado pelo legislador para regulamentar as atividades desenvolvidas pelas pessoas jurídicas em face do Estado, e que apesar de haver muito por ser feito ela trouxe avanços que se tornaram direitos adquiridos e servem de base para legislações estaduais e municipais acerca do tema.
Conclusão
O servidor Público é o pilar de sustentação da Administração Pública, e pode-se dizer com toda a certeza que seria impossível a atividade estatal andar para frente sem eles. E apesar de existir legislações disciplinadas seu ônus e seus direitos são necessários um olhar mais atento aos anseios do serviço público, tendo em vista que os servidores são a ponte entre o Estado e seu povo.
E aos servidores é importante destacar que a busca pelo interesse coletivo deve nortear toda a atividade desempenhada por eles em proveito do Estado.
Referencial Teórico:
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ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente.Direito administrativo descomplicado. 19ª Edição. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011;
MEIRELLES, Hely Lopes.Direito administrativo brasileiro. 32ª Edição. São Paulo: Malheiros 2006.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio.Curso De Direito Administrativo Brasileiro,26ª ed., São Paulo: Malheiros, 2008.
BITTENCOURT, Marcos Vinicius Corrêa.Manual de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Fórum, 2005.
Di PIETRO, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo,21ª. ed., São Paulo: Atlas, 2008.
FILHO, Marçal Justen,Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005
GASPARINI, Diogenes.Direito Administrativo, 8ª ed., São Paulo: Saraiva, 2003
KNOPLOCK, Gustavo Mello.Manual de Direito Administrativo, 2ª. ed., Rio de Janeiro: Campus, 2008.
MAZZA, Alexandre.Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2009.
MEIRELES, Hely Lopes,Direito Administrativo Brasileiro,21ª ed., São Paulo: Malheiros, 2008.
MONTENEGRO, Thalita Macedo. texto do boletim jurídico edição número 103, 2006 Retirado do site http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp no dia 02/11/2010
MORAIS, Alexandre, Direito Constitucional, 11ª. ed., São Paulo: Atlas, 2002.
SILVA, José Afonso da. Curso De Direito Constitucional Positivo, 9ª. ed., São Paulo: Malheiros,1993
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STF pela ADI n. 2.135/ DF, em 02 de agosto de 2007- Informativo 474 / parte do acórdão do STF
VICENTE PAULO, Marcelo Alexandrino, Direito Administrativo, 17ª. ed., São Paulo: Metodo, 2009.

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