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CAPITULO VII - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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CAPÍTULO VII
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Introdução
O princípio da supremacia requer que todas as situações jurídicas se conformem com os princípios e preceitos da Constituição. De fato, a Constituição de 1988 reconhece duas formas de inconstitucionalidade: a inconstitucionalidade por ação (atuação) e a inconstitucionalidade por omissão (arts. 102 e 103). (1)
Controle de constitucionalidade é a verificação da adequação de um ato jurídico (particularmente a lei) à Constituição. Envolve a verificação tanto dos requisitos formais – subjetivos, como a competência do órgão que o editou – objetivos, como a forma, os prazos, o rito, observados em sua edição – como os requisitos substanciais – respeito aos direitos consagrados na Constituição – de constitucionalidade do ato jurídico. (2)
	CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
Inconstitucionalidade por Ação
Ocorre com a produção de atos legislativos ou administrativos que contrariem normas ou princípios da Constituição. O fundamento dessa inconstitucionalidade está no fato de que o princípio da supremacia constitucional resulta o da compatibilidade vertical das normas da ordenação jurídica de um país. (1)
A inconstitucionalidade por ação se manifesta em dois aspectos:
Formalmente, quando tais normas são formadas por autoridades incompetentes ou em desacordo com formalidades ou procedimentos exigidos pela Constituição;
Materialmente, quando o conteúdo de tais leis ou atos contraria preceito ou princípio da Constituição. (1)
Inconstitucionalidade por Omissão
Verifica-se nos casos em que não sejam praticados atos legislativos ou administrativos requeridos para tornar plenamente aplicáveis normas constitucionais. Muitas destas, de fato, requerem uma lei ou uma providência administrativa ulterior para que os direitos ou situações nela previstos se efetivem na prática. (1)
	CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, deverá ser dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. (1)
Mas isso não impediria que a sentença que reconhecesse a omissão constitucional já pudesse dispor normativamente sobre a matéria até que a omissão legislativa fosse suprida. (1)
Sistemas de Controle de Constitucionalidade
Há três sistemas de controle de constitucionalidade:
Controle político, que entrega a verificação da inconstitucionalidade a órgãos de natureza política (ex.: Constituição da URSS);
Controle jurisdicional, generalizado hoje em dia, denominado judicial review nos EUA, é a faculdade que as Constituições outorgam ao Poder Judiciário de declarar a inconstitucionalidade de lei e de outros atos do Poder Público que contrariem, formal ou materialmente, preceitos ou princípios da Constituição;
Controle misto, que se realiza quando a Constituição submete algumas matérias ao controle político e outras ao controle jurisdicional (ex.: Suíça). (1)
Quanto à natureza do órgão chamado a conhecer das questões de constitucionalidade, o controle pode ser:
Judiciário, quando a verificação de concordância entre um ato e as regras constitucionais é conferida a órgão integrado no Poder Judiciário, contando com as garantias deste;
Político, toda vez que a verificação de constitucionalidade é confiada a órgão não pertencente ao Poder Judiciário. O controle político é, por exemplo, o previsto hoje pela Constituição francesa. (2)
Critérios de Exercício do Controle Jurisdicional
Os sistemas constitucionais conhecem dois critérios de controle da constitucionalidade:
Controle difuso, quando se reconhece o exercício do controle jurisdicional a todos os componentes do Poder Judiciário;
Controle concentrado, que se verifica quando o exercício do controle jurisdicional é deferido ao tribunal de cúpula do Poder Judiciário ou a uma corte especial. (1)
O controle judiciário pode ser:
Difuso, quando a qualquer juiz é dado apreciar a alegação. Este sistema coaduna com a idéia de que o juiz resolve a questão de constitucionalidade como se se tratasse de um mero caso de conflito de leis. Entretanto, enseja por muito tempo a dúvida sobre a constitucionalidade, visto que diversos juízes são chamados a apreciar a mesma questão constitucional e podem ter opiniões divergentes, o que acarretará decisões que se contradizem entre si.
Concentrado, toda vez que a competência para julgar a questão de constitucionalidade é reservada a um único órgão, quer seja o tribunal mais alto (Chile, Japão), quer a um tribunal especializado (Alemanha). (2)
Modos de Exercício do Controle de Constitucionalidade
Reconhecem-se no Direito Constitucional comparado três modos de exercício do controle de constitucionalidade:
Por via de exceção ou controle concreto, ou incidental, segundo o qual cabe ao demandado argüir a inconstitucionalidade, quando apresentada sua defesa no caso concreto, isto é, num processo proposto contra ele;
Por via de ação direta de inconstitucionalidade, de iniciativa do interessado, de alguma autoridade ou instituição ou pessoa do povo (ação popular);
Por iniciativa do juiz, dentro de um processo entre as partes. (1)
Controle de Constitucionalidade na Constituição Federal de 1988
O sistema brasileiro de controle de constitucionalidadeé o jurisdicional que, sob a influência do constitucionalismo norte-americano, acolheu a inconstitucionalidade por ação ou por omissão, e o controle de constitucionalidade jurisdicional se combina com os critérios difuso e concentrado, este de competência do Supremo Tribunal Federal. (1)
De acordo com o controle por via de exceção, qualquer interessado poderá suscitar a questão de inconstitucionalidade, em qualquer processo, seja de que natureza for, qualquer que seja o juízo. (1)
A ação direta de inconstitucionalidade compreende três modalidades:
Interventiva, que pode ser destinada a promover a intervenção federal em Estado ou do Estado em Município;
Genérica, de competência do Supremo Tribunal Federal, destinada a obter a decretação de inconstitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo, federal ou estadual, sem outro objetivo senão expurgar da ordem jurídica a incompatibilidade vertical;
Supridora de omissão, do legislador, que deixe de criar lei necessária à eficácia e aplicabilidade de normas constitucionais, especialmente nos casos em que a lei é requerida na Constituição; e do administrador, que não adote as providências necessárias para tornar efetiva a norma constitucional. (1)
Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade
O controle incidental tem efeito apenas para as partes litigantes. A decisão que afasta o ato inconstitucional não beneficia a quem não for parte na demanda em que se reconhece a inconstitucionalidade. É o chamado efeito particular, ou inter partes. O controle principal tem efeito geral, erga omnes, eliminando para o futuro e de vez qualquer possibilidade de aplicação do ato reconhecido como inconstitucional. (2)
Milita presunção de validade constitucional em favor de leis e atos administrativos, que só se desfaz quando incide o mecanismo do controle jurisdicional estatuído na Constituição. Essa presunção é reforçada pelo art. 103, §3º, que estabeleceu um contraditório no processo de declaração de inconstitucionalidade, em tese, impondo o dever de audiência do Advogado-Geral da União que obrigatoriamente defenderá o ato ou texto impugnado. (1)
A eficácia da sentença que decide a inconstitucionalidade na via da exceção se resolve pelos princípios processuais. Nesse caso, a argüição da inconstitucionalidade é questão prejudicial e gera um procedimento incidenter tantum, que busca a simples verificação da existência ou não do vício alegado. E a sentença é declaratória. Faz coisa julgada no caso e entre as partes. No que tange ao caso concreto, a declaração surte efeitos ex tunc, isto é, fulmina a relação jurídica fundada na lei inconstitucional desde o seu nascimento. (1)
A eficácia da sentença proferida no processo de ação direta de inconstitucionalidade tem um novo tratamento dado pela Emenda Constitucional nº 45. Estatui que as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, produzirão eficácia contra todos (erga omnes) e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Púbica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (1)
Ação Declaratória de Constitucionalidade
A Emenda nº 03 introduziu no direito pátrio essa novidade que é a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. Com isso pretende-se dar a possibilidade de que, de pronto, o Supremo Tribunal Federal declare ser adequada à Constituição lei ou ato normativo federal. (2)
Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental
Trata-se de uma ação por meio da qual a decisão sobre a inconstitucionalidade ou não de atos federais, estaduais e municipais impugnados perante juízes e tribunais pode ser avocada pelo Supremo Tribunal Federal. Quer dizer, será sustado o andamento da ação em que essa inconstitucionalidade está em discussão – e outras que tratem da mesma questão –, até que a Corte decida a questão. E a orientação, pró ou contra a constitucionalidade, prevalecerá para todas as demandas que a envolverem. (2)
A decisão nessa argüição terá eficácia erga omnes, de modo que se imporá a todas as ações colhidas pela argüição, e efeito vinculante, ou seja, será obrigatória para o futuro para todos os órgãos judicantes e administrativos. (2)
	CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	Art. 102. § 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	José Afonso da Silva
Manoel Gonçalves Ferreira Filho

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