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1. CARGAS DE PONTES 1.1. Tipos de Solicitações 1.1.1. Solicitações provocadas pelo peso da estrutura (carga permanente) As estruturas de pontes, como qualquer outra, têm que suportar além das cargas externas o seu peso próprio. 1.1.2. Solicitações provocadas pelas cargas úteis As pontes ou viadutos são feitos com a finalidade de permitir aos veículos a transposição de obstáculos (rios, vales, estradas, etc). Os pesos dos veículos são denominados cargas úteis. O movimento dos veículos e as irregularidades das pistas produzem acréscimos nos pesos atuantes, sendo esses acréscimos chamados de efeitos de impacto vertical. Os veículos fazem atuar nas pontes esforços horizontais e longitudinais, devidos à frenagem e aceleração. Nas obras em curva, o deslocamento dos veículos produz esforços horizontais transversais, devidos à força centrífuga. 1.1.3. Solicitações produzidas pelos elementos naturais Os elementos naturais em contato com a ponte (vento, água, terra) exercem pressões sobre a estrutura, originando solicitações que devem ser levadas em conta no dimensionamento da obra. Em pontes com pilares de grande altura (de 50 a 100m), as solicitações provocadas pelo vento têm grande importância no dimensionamento dos pilares. Em pontes com pilares em rios sujeitos a grandes enchentes, a pressão da água gera solicitações consideráveis nos pilares, freqüentemente agravadas pelo impacto de troncos de árvores trazidos pelas enxurradas. Os empuxos de terra são produzidos pelos aterros de acesso à obra, dando origem a esforços horizontais absorvidos pelos encontros ou pilares da ponte. Os deslocamentos das fundações, provocados por deformação do terreno, podem produzir solicitações nas obras com estrutura estaticamente indeterminada. 1.1.4. Esforços produzidos por deformações internas As deformações internas dos materiais estruturais, produzidos por variações de temperatura, retração ou fluência do concreto, originam solicitações parasitárias por vezes importantes, cuja consideração é exigida na análise de estabilidade. 1.1.5. Normas Utilizadas As solicitações são fixadas nas normas com fundamentos em valores teóricos e experimentais. As normas utilizadas para o cálculo das solicitações em pontes são: • NBR 7187 – Projeto e Execução de Pontes de Concreto Armado e Protendido • NBR 7188 – Carga Móvel em Ponte Rodoviária e Passarela de Pedestres • NBR 6118 – Projeto de Estruturas de Concreto Além das cargas gerais de cálculos, válidas para todos os elementos da estrutura, as normas fixam ainda cargas especiais para certos elementos da estrutura, como por exemplo: • Carga horizontal sobre guarda-corpos; • Carga horizontal sobre guarda-rodas ou barreiras de proteção; • Carga horizontal sobre pilares de viadutos, sujeitos a choques acidentais de veículos. •O atrito nos aparelhos de apoio podem também dar origem a solicitações de cálculo das estruturas. 1.2. Carga Permanente 1.2.1. Constituição da Carga Permanente A carga permanente é constituída pelo peso próprio dos elementos portantes (estrutura) e de outros materiais colocados sobre a ponte (sobrecargas fixas), tais como:• Pavimentação, • Guarda-corpo • Postes e empuxos de terra e a subpressão da água, quando agem continuadamente, são também incorporados na categoria de carga permanente. 1.2.2. Pesos específicos dos materiais Para efeito de projeto, podem ser adotados os pesos específicos: Pesos específicos dos materiais de construção, em t/m3 Concreto armado 2,5 Concreto simples 2,4 Areia, brita ou terra, fofas 1,6 Areia, brita ou terra, compactas 1,9 Lastro de brita, para ferrovia 1,7 Macadame ou brita, compactadas com rolo 2,2 Alvenaria de pedra 2,7 Madeira (tipo peroba) 0,8 Dormente de madeira 1,25 Ligas de alumínio 2,8 Ferro fundido 7,8 Aço e aço fundido 7,85 1.2.3. Peso próprio da estrutura Quando se inicia o projeto de uma ponte, admitem-se dimensões para os elementos portantes (estruturas), determinando-se em seguida o peso próprio. Ao serem verificadas as tensões provocadas por todas as solicitações, muitas vezes, é preciso modificar algumas das dimensões admitidas inicialmente, sendo então, necessário refazer o cálculo do peso próprio. Normalmente dispensa-se novo cálculo das solicitações quando o peso próprio, obtido depois do dimensionamento definitivo da estrutura, não diferir mais que 5% do peso próprio inicialmente admitido para o cálculo. 1.3. Carga Móvel 1.3.1. Determinação do trem-tipo Utiliza-se do conceito de trem-tipo, o qual simplifica o carregamento sobre as longarinas e torna o processo de cálculo dos esforços menos trabalhoso. Denomina-se trem-tipo de uma longarina o quinhão de carga produzido na mesma, pelas cargas móveis de cálculo, colocadas na largura do tabuleiro, na posição mais desfavorável para a longarina em estudo. Nessas condições, o trem-tipo é o carregamento de cálculo de uma longarina levando-se em consideração a geometria da seção transversal da ponte, como, por exemplo, o número e o espaçamento das longarinas e a posição da laje do tabuleiro. O trem-tipo suposto constante ao longo da ponte pode ocupar qualquer posição na direção longitudinal. Assim, para cada seção da viga estudada, é necessário determinar as posições do trem-tipo que produzem valores extremos das solicitações. Nos casos mais gerais, empregam-se as linhas de influência, diagramas que permitem definir as posições mais desfavoráveis do trem-tipo e calcular as respectivas solicitações. Com os valores extremos das solicitações, calculadas nas diversas seções de cálculo da viga, é possível traçar as envoltórias de solicitações da carga móvel. As cargas utilizadas nos cálculos das pontes rodoviárias são classificadas por pesos, em toneladas. As obras de arte deverão ser projetadas para suportarem as cargas móveis especificadas na NBR 7188. 1.4. Impacto Vertical 1.4.1. Conceito físico do efeito de impacto Denomina-se impacto vertical o acréscimo das cargas dos veículos provocado pelo movimento das mesmas cargas sobre a ponte. O impacto vertical nas pontes rodoviárias é causado por dois efeitos distintos: a) efeito do deslocamento das cargas; b) irregularidades no pavimento. O primeiro efeito pode ser interpretado analiticamente, tendo sido realizados trabalhos de pesquisa, nos quais os resultados matemáticos foram confirmados em modelos de laboratório. O segundo efeito é aleatório, sendo determinado por processos experimentais. 1.4.2. Determinação experimental do efeito de impacto Pela complexidade dos efeitos causadores do impacto, a sua determinação é realizada por processos experimentais. Os resultados experimentais são analisados e representados por fórmulas empíricas. = 1,4 - 0,7%L ³ >= 1,0 Onde L representa o vão em metros, do tramo considerado, adotando-se os seguintes valores, para cálculo de : a) Vão simplesmente apoiado: L = vão teórico b) Vigas contínuas, com ou sem articulações: L = vão teórico de cada tramo carregado; quando os vãos forem diferentes e o menor for no mínimo 0,7 do maior, calcula-se um único coeficiente de impacto, com um vão único igual à média aritmética de todos os vãos. Em obras que suportam cargas de aeronaves, o coeficiente de impacto é tomado igual a 1,30 nas pistas de acesso, 1,40 nas pistas de decolagem, 2,0 nas regiões de pouso. 1.5. FRENAGEM E ACELERAÇÃO Os esforços longitudinais de frenagem e aceleração obedecem à fórmula fundamental da dinâmica: F = m× a = Q(a/g) Onde, m= massa do corpo móvel (veículo) a= aceleração do veículo Q= peso do veículo g= aceleração da gravidade Admitindo-se um certo valor para a aceleração do veículo, suposta constante em cada caso, (a frenagem se faz com uma aceleração negativa), verifica-seque o esforço longitudinal F representa uma fração (igual à relação g/a do peso Q do veículo. Para pontes rodoviárias, adota-se os seguintes valores para o cálculo dos esforços longitudinais, devendo adotar-se o maior dos dois: a) aceleração – 5% da carga móvel aplicada sobre o tabuleiro b) frenagem – 30% do peso do veículo tipo O item a corresponde à aceleração a = 5%× g = 0,5m/ seg2 , com a qual a velocidade de 80 km/h é atingida na extensão de 500m. A frenagem de 30% corresponde à aceleração negativa 2 a = −30%× g = −3m/ seg ,com a qual um veículo a 80 km/h pode ser imobilizado numa extensão de 82m. 4.6. FORÇA DO VENTO 4.6.1. Conceito físico da pressão do vento De acordo com o teorema de Bernouilli, a pressão estática que um fluído ideal em movimento exerce sobre um objeto é igual à redução da pressão dinâmica dofluído. A pressão estática (w ) pode ser calculada como: onde, g =massa específica do fluído v =velocidade do fluído g=aceleração da gravidade
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