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Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais (ISSN 1980-1784) - v. 11 - n.11 - 2010
ARQUITETURA MODERNA E PÓS-MODERNA:
MUDANÇA DE PARADIGMA
Gabriel Franco
Renata Fraga
Ana Maria de Souza Martins Farias
RESUMO
Este artigo pretende introduzir uma análise, ainda que breve, das tendências 
arquitetônicas do século XX reconhecidas como movimento moderno e pós-moderno. São 
apresentadas as características desses movimentos, considerando um recorte histórico de 
seu processo, seus expoentes e obras produzidas a partir das concepções que se inserem 
no contexto artístico e cultural do movimento moderno e do pós-moderno. É importante 
também destacar que a pluralidade e a diversidade são características fundamentais da 
pós-modernidade. Para tanto, evolução, construção e realidade técnica das referidas 
tendências, objetos da pesquisa e fundamentação teórica da análise e estudos foram 
aliados à apresentação de imagens representativas dos dados colhidos a partir da pesquisa 
e da análise de informações imprescindíveis ao trabalho. Assim foi possível discutir as 
diversas tendências da arquitetura no fi nal do século XX e início do século XXI.
PALAVRAS-CHAVE
Arquitetura moderna, arquitetura pós-moderna, diversidade.
ABSTRACT
This article aims to introduce an analysis, however briefl y, of the architectural 
trends of the twentieth century recognized as the modern and post-modern movements. 
The characteristics of these movements are presented, including a historical overview of 
their process, and their exponents and works produced from the conceptions that are in the 
artistic and cultural context of the modern and post-modern movements. It is important 
to note that plurality and diversity are fundamental characteristics of post-modernity. 
Therefore, the development, construction, and technical reality of these trends, the object 
of research and theoretical grounding and studies, was coupled with the presentation of 
representative images of the data collected from the research and analysis of indispensable 
information for the work. Thus, it is possible to discuss the various aspects of architecture 
in the late twentieth and early twenty-fi rst centuries.
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Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - v. 11 - n.11 - 2010
KEYWORDS
Modern architecture, post-modern architecture, diversity.
1. INTRODUÇÃO
A produção arquitetônica internacional do movimento moderno foi desenvolvida 
a partir do fi nal do século XIX até a primeira metade do século XX.
Uma das principais características dos modernos era a rejeição dos estilos 
históricos do passado, representada pela repulsa ao ornamento e exemplifi cada pela 
obra de Adolf Loos, Ornamento é Crime (1908), um ensaio que critica a preocupação 
dos profi ssionais da arquitetura com o supérfl uo e o superfi cial (SÁ, 2005, p.83). Loos 
foi um dos pioneiros da arquitetura moderna. Precursor da nova objetividade, procurou 
sempre a solução mais simples para seus projetos e métodos de construção, empregando 
apenas ocasionalmente motivos ornamentais como elementos articuladores. Apresentou 
uma concepção arquitetônica baseada na funcionalidade. Suas obras mais célebres e 
importantes são a moradia Steiner (1910) e a moradia de Michaelplatz (1910-1911), em 
Viena, e a residência Tzara, em Paris.
 Os modernos viam o ornamento como um elemento típico dos estilos históricos, 
incompatível com os seus conceitos. Eles estavam atrelados às ideias das vanguardas 
artísticas das décadas de 1910 e 1920, destacando-se aquelas que objetivavam a criação 
de peças e espaços abstratos e geométricos.
Dois outros aspectos do movimento moderno merecem menção: o primeiro defi nido 
pelo conceito de que “menos é mais” – “less is more”, frase cunhada pelo arquiteto Mies 
van der Rohe; e o segundo norteado pela ideia de que “a forma segue a função“ – “form 
follows function”, do arquiteto proto-moderno Louis Sullivan, também traduzida como 
forma é função. Segundo Sá (2005, p. 86), a funcionalidade, outro conceito bastante 
signifi cativo, é utilizada por Loos para justifi car a ausência de ornamentos.
Igualmente merecem destaque as ideias da época, a industrialização, economia 
e a recém-descoberta noção do “design” que conferem ao arquiteto a responsabilidade 
pela correta e socialmente justa construção do ambiente a ser habitado. As edifi cações 
devem trazer consigo elementos de economicidade, limpeza visual e utilidade, necessários 
ao pragmatismo característico do movimento arquitetônico em questão.
No tocante ao pós-moderno na arquitetura, identifi cado cronologicamente na 
segunda metade do século XX, quando é possível observar uma série de novas propostas 
arquitetônicas, fi ca evidenciado o objetivo de estabelecer uma crítica à arquitetura 
moderna. 
Para SANTOS (1987) o pós-moderno é o nome aplicado às mudanças ocorridas 
nas ciências e nas artes, em sociedades avançadas, como Estados Unidos, Inglaterra e 
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Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - v. 11 - n.11 - 2010
Itália. Esse movimento surge no fi nal dos anos cinquenta nas artes e na computação com 
o início da criação da cultura virtual, expandindo-se na década de 1960 com o movimento 
“Pop-art”. Na década de 1970, cresce através da fi losofi a, como crítica à cultura ocidental 
e alastra-se discutindo o modo de vida da sociedade moderna industrial dos anos que se 
sucederam ao segundo pós-guerra.
Deste modo, o movimento pós-moderno caracteriza-se como uma crítica ao 
movimento moderno na arquitetura e no urbanismo que, principalmente após a segunda 
guerra mundial, fi cou centrado em soluções racionalistas e na busca da funcionalidade 
na cidade, como foi previsto na Carta de Atenas: é o lugar para morar, trabalhar, circular 
e que proporciona o lazer. Cidade setorizada. Cidade que passou a ser criticada como a 
cidade do anonimato, fato que gerou também a segregação socioespacial nas cidades. 
A casa era a “máquina de morar” para atender os imperativos da vida moderna. 
Assim, são geradas habitações sem identidade, segundo os críticos do movimento 
moderno. Philippe Bourdon, ao escrever seu livro Le Corbusier em Pessac (1967), 
afi rma que eram muito positivas e vitais as transformações realizadas pelos usuários dos 
complexos habitacionais projetados por Le Corbusier em Pessac, pois Bourdon considerava 
que os moradores queriam em suas casas não o aspecto de “máquina de morar” e sim a 
expressão da idéia arquetípica de lar (MONTANER, 2001).
Dessas críticas, a partir dos anos 60 até o início dos anos 90, do século XX, 
fi guras como Robert Venturi, Philip Johnson e Michael Graves nos Estados Unidos, 
Aldo Rossi na Itália, além de James Stirling e Michael Wilford na Inglaterra, entre 
outros, tornam realidade um novo pensamento sobre a produção arquitetônica. Segundo 
(MONTANER, 2001, p.152):
Venturi defende que os espaços devem ser existenciais e propõe 
uma interpretação de toda a história da arquitetura desde sua 
capacidade para criar signifi cados; os símbolos constituem a 
primeira necessidade do homem. 
Muitos arquitetos adotaram padrões de ornamento e formas de composição 
antigas. A cidade histórica foi reestudada em busca da reabilitação da escala humana 
no urbanismo. A cultura popular tornou-se inspiração para profi ssionais de arquitetura, 
houve também a congregação entre o novo e o antigo, fusão convencionada como 
contextualismo histórico.
É sobre a mudança de postura arquitetônica que este artigo pretende discutir, 
ou seja, o objetivo central é tratar da passagem do movimento moderno para a chamada 
pós-modernidade na arquitetura.
A metodologia adotada neste artigo foi o estudo de alguns clássicos que discutem 
a mudança de paradigma referida, como Josef Maria Montaner, Paolo Portuguesi, David 
Harvey, Leonardo Benevollo, entre outros que abordam o tema.
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Cadernos de Graduação - CiênciasHumanas e Sociais - v. 11 - n.11 - 2010
Para a discussão, o artigo está estruturado da seguinte forma: o movimento 
moderno, a passagem para a pós-modernidade, as diversas tendências pós-modernas 
entre as décadas de 1960 e 1970 e conclusões. 
2. OS CAMINHOS DO MOVIMENTO MODERNO
2.1. MOVIMENTO MODERNO
A arquitetura moderna é o termo usado para caracterizar a arquitetura produzida 
durante grande parte do século XX.
É possível traçar três motivações que justifi cam a origem da arquitetura moderna. 
Na primeira, vale considerar que o ideário arquitetônico moderno está ligado ao projeto 
de modernidade, há uma visão de mundo iluminista. A arquitetura realiza inovações 
tecnológicas que emergiram com a Revolução Industrial e com as diversas propostas 
urbanísticas e sociais realizadas por teóricos da época.
A segunda motivação evidencia as grandes alterações que ocorreram no século 
XIX no mundo, quando as artes redefi niam o seu papel na sociedade. Destacam-se nessa 
época os movimentos “Arts & Crafts”, “Art Nouvau” e “Art Decó”.
A partir de 1890 destaca-se, sob a liderança de William Morris, o movimento de 
Arts & Crafts, que valorizava a produção artesanal, recusando os princípios da produção 
industrial, projeta-se na defesa do artesanato criativo como alternativa à mecanização e 
à produção em massa. Buscava revalorizar o trabalho manual e recuperava a dimensão 
estética dos objetos produzidos industrialmente para o uso cotidiano. 
Menos radical que o movimento “Arts & Crafts”, o “Art Nouveau” possuía 
uma atitude menos resistente à indústria, privilegiava os novos materiais do mundo 
moderno como o ferro, o vidro e o cimento, assim como a racionalidade das ciências e da 
engenharia. 
No entanto, o estilo que veio com a intenção de integrar a arte, a lógica industrial 
e a sociedade de massa, reunindo os princípios básicos da produção em série foi o “Art 
Decó”, transformando-se em um estilo de massa.
A arquitetura, o mobiliário, os objetos e ilustrações realizados sob o movimento 
“Art Decó” se caracterizavam pelo uso das formas geométricas, diferente do “Art 
Noveau”, que utilizava as formas assimétricas difi cultando a produção em série como 
pretendia a indústria. 
A terceira motivação surge justamente na origem do movimento moderno, 
quando ocorrem profundas transformações sociais e estéticas propostas pelas vanguardas 
artísticas das décadas de 10 e 20 de século XX, pois o movimento moderno não foi só um 
estilo, foi também uma causa (KOPP, 1990).
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2.1.1. Os novos materiais
O século XIX foi o momento de grandes avanços da engenharia e das invenções 
técnicas, por conta do uso de novos materiais como o ferro, vidro, cimento, alumínio e 
materiais plásticos. O início da arquitetura moderna na segunda metade do século XIX, 
ou seja, quando do surgimento dos primeiros grandes edifícios de estrutura metálica e 
com origem na engenharia constituíam uma forma de expressão completamente nova, 
colocando de lado as formas do passado. 
Os primeiros exemplos de transformação estilística, no século XIX, se encontram 
em grandes construções técnicas como o “Crystal Palace” de Joseph Paxton, a “Galérie 
des Machines” de Charles Dutert (arquiteto) e Victor Contamin (engenheiro) e a 
famosíssima Torre Eiffel de Gustave Eiffel. Esses exemplos ainda hoje são signifi cativos, 
pois conseguiram transformar a paisagem urbana mais rapidamente do que dezenas de 
monumentos, palácios e igrejas (GYMPEL, 2001).
A utilização dos novos materiais e as novas técnicas resultou em uma gama 
de experiências construtivas na arquitetura moderna como: traves muito longas que 
deixavam livres grandes paredes e até toda a fachada, mediante o recuo dos pilares de 
apoio; a eliminação das paredes de sustentação, a possibilidade de construir edifícios 
destacados do solo, apoiando-se em pilotis, janelas de canto, placas projetadas para 
o exterior, escadas suspensas; completa liberdade na concepção da planta, graças 
ao desaparecimento das paredes divisórias e à sua desvinculação da estrutura de 
sustentação vertical e, fi nalmente, a possibilidade de edifi car a construção sem estar 
sujeito à existência prévia das paredes. 
2.1.2. Os grandes nomes da nova escola
Dos diversos arquitetos do movimento moderno, Le Corbusier, juntamente com 
Frank Lloyd Wright, Walter Groupius e Mies van der Rohe representam o quadro dos 
grandes artífi ces de uma defi nitiva renovação da arquitetura. Eles souberam criar em 
torno de suas obras um interesse vivo e um debate mais aceso. 
Le Corbusier nasceu em 1887 em - La Chaux de-Fonds na Suíça, e recebeu os 
seus primeiros ensinamentos numa escola artesanal. Construiu o seu primeiro edifício aos 
17 anos e em 1919 fundou a revista “L´esprit nouveau” que se tornou um órgão de 
divulgação do movimento purista, de inspiração cubista. Em 1914, Le Corbusier já havia 
projetado a Villa de Savoye, em Poissy e o Pavilhão Suíço na Cidade Universitária de 
Paris. A partir dessas realizações, Le Corbusier atingiu um lugar de primeiro plano entre 
os mestres da arquitetura moderna (GIEDION, 2004).
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Foto 1: Villa de Savoye de Le Corbusier
Fonte: GIEDION, 2004.
A sua obra foi se afi rmando com as vivendas construídas em Garches em 1926 e a 
de Carthage em 1928. A vivenda de Garches se destaca pelo resultado obtido através da 
concentração do peso do edifício sobre fi nos pilares em concreto, tornando possível a livre 
articulação da planta e sua leveza em suspensão. Já na Villa de Savoye o arquiteto faz 
uso dos seus famosos pilotis que permitem que o espaço verde circundante se introduza 
por entre os próprios pilares que sustentam a casa (GIEDION, 2004).
Além das suas construções inovadoras para a arquitetura moderna, Le Corbusier 
se destacava por seus textos literários, jornalísticos e estéticos, que serviram para agitar os 
críticos e levar ideias não só para grupos de adeptos da área, mas para a intelectualidade 
em geral. Uma das suas afi rmações mais típicas era a defi nição da casa como “une 
machine à habiter” - uma máquina de morar: os telhados ajardinados, as janelas em 
fi ta, os pilares recuados, a construção separada do solo ao qual fi ca ligada através dos 
pilotis. Essas ideias surpreenderam o público (GIEDION, 2004).
Outra característica marcante de Le Corbusier se defi ne nos seus cinco princípios 
teóricos e práticos, segundo Giedion (2004):
 O pilotis, que deve ser deixado livre, erguendo-se o edifício do solo.
 A independência funcional entre estrutura e vedação não só no caso das 
paredes externas, mas também em relação às divisórias internas.
 A planta livre.
 A fachada livre, que é consequência direta do esqueleto estrutural independente.
 O terraço jardim.
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Até hoje, nota-se a importância das infl uências exercidas pelas obras de Le 
Corbusier sobre a arquitetura moderna. Ele infl uenciou pelo menos duas gerações 
de arquitetos espalhados pelo mundo, e ainda permanece a herança estilística de sua 
mensagem, tal como se perpetuou o eco de sua personalidade, que soube dominar toda 
uma fase da arquitetura.
Outro expoente que alcançou o mesmo respeito na arquitetura moderna foi 
Frank Lloyd Wright. Destacava-se por defender uma arquitetura orgânica, que tem 
como característica rejeitar as formas rígidas e mecânicas, muito usadas no conceito 
da “casa, máquina de habitar”. Propõe uma arquitetura em perfeita harmonia com o 
meio envolvente, a natureza. Um exemplo seria a Casa Kaufmann - a Casa da Cascata, 
perfeitamente enquadrada à natureza, como se fi zesse parte da própria paisagem. 
Adequados ao declive do terreno, os materiais usados confundem-se com as 
rochas e a água parecefl uir da própria casa. O edifício é símbolo do organicismo, pois 
apresenta uma forte relação com a natureza, numa completa integração. Exemplo de 
uma arquitetura funcional e ao mesmo tempo orgânica (GIEDION, 2004).
A extraordinária novidade fi gurativa, a capacidade de se adaptar a diferentes 
terrenos, climas e ambientes, e a contínua mutação da dimensionalidade espacial, são as 
qualidades que fi zeram Wright um dos pouquíssimos realizadores de uma arquitetura 
simultaneamente humana e tecnicamente evolutiva. 
Outros grandes nomes do movimento moderno foram Walter Gropius e Mies 
van der Rohe, vinculados à “Escola Bauhaus”.
2.1.3. A escola de Bauhaus
A Escola Bauhaus foi de grande importância para o movimento moderno tanto 
para “design” quanto para arquitetura, sendo uma das primeiras escolas de “design” 
do mundo. Ela foi fundada por Walter Groupius, arquiteto alemão, cujo trabalho se 
destacou pelo desenvolvimento de uma arquitetura social, que conjugou as necessidades 
do indivíduo com as da coletividade. 
A Escola de Bauhaus combate “a arte pela arte” e estimulava a livre criação com 
a fi nalidade de ressaltar a personalidade do homem. Segundo Gropius, o mais importante 
era formar homens ligados aos fenômenos culturais e sociais mais expressivos do mundo 
moderno. A pesquisa conjunta de artistas, mestre de ofi cinas e alunos era muito usada no 
ensino em Bauhaus, pois para Gropius a unidade arquitetônica só podia ser obtida pela 
tarefa coletiva, que incluía os mais diferentes tipos de criação como a pintura, a música, a 
dança, a fotografi a e o teatro (GROPIUS, 1974).
Bauhaus foi concebida como uma escola livre de artes e ofícios apta a preparar 
os seus estudantes para o conhecimento das diferentes formas de artes aplicadas, 
a arte industrial e ao artesanato. Outro detalhe importante da escola era o aspecto 
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arquitetônico. Ao construir a Bauhaus, Gropius aplicou à arquitetura princípios que 
vinham amadurecendo no âmbito das artes visuais graças às correntes de vanguarda da 
época (GROPIUS, 1974).
Foto 2: livro da Bauhaus 
Fonte: GROPIUS, 1974.
Junto com Gropius na Escola “Bauhaus” destacou-se Mies van der Rohe, com 
uma arquitetura limpa, transparente, formada por grandes lâminas de vidro, que utilizava 
com estruturas independentes em aço. A disciplina rígida de Mies van der Rohe exerceu 
profunda infl uência a arquitetura moderna, que ele começou a produzir na Europa e se 
propagou para a arquitetura americana na década de 1950.
Mies van der Rohe produzia uma arquitetura que procurava a forma pura, como 
a sua famosa frase, “menos é mais”, com uma busca constante de espaços interiores 
fl uídos e contínuos (GIEDION, 2004).
2.2. TRANSIÇÃO: MODERNO X PÓS-MODERNO
As transformações inerentes ao segundo pós-guerra materializada nos movimentos 
culturais da década de 50 do século XX marcaram a transição entre o moderno e o pós-moderno.
Novas propostas de caráter metodológico se inserem em todos os campos da 
produção artísticas atingindo a arquitetura. Esse período coincide com o desaparecimento 
dos grandes mestres do movimento moderno, a exemplo de Le Corbusier. Uma vanguarda 
de arquitetos propõe projetos com novas formas e símbolos inéditos, com vínculo no 
resgate do passado (MONTANER, 2001).
A publicação da obra Linguagem da arquitetura pós-moderna de Charles 
Jencks, em 1977, referencia as transformações de forma irrefutável, consolidando uma 
nova consciência no modo de pensar, agir e sentir.
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Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - v. 11 - n.11 - 2010
Como consequência, novas publicações introduzem e predizem a pós-modernidade 
na arquitetura. Os contextos históricos dos movimentos estudantis parisienses e da 
Primavera de Praga enaltecem a necessidade de uma postura liberal-social-humanista, 
não apenas textos e projetos e enfatizam a existência de uma nova escola materialmente. 
Em 15 de julho de 1972, às 15h32min, a demolição do conjunto residencial Pruitt-Igol em 
Saint-Louis elimina um referencial do urbanismo racionalista, marca um novo paradigma 
na arquitetura do futuro (BENEVOLO, 1994).
Foto 3: conjunto residencial Pruitt-Igol
Fonte: MONTANER, 2001
2.3. O PÓS-MODERNISMO
É compreendido como o ideal arquitetônico que tem como principal objetivo 
contrapor aos pressupostos levantados pela arquitetura moderna, o estilo internacional e 
seus seguidores.
O pós-modernismo surge nos anos 60 do século XX, no contexto histórico da 
contracultura, em uma fase de total transformação com ideias e estratégias projectuais 
diferentes das defendidas e criadas pelo período moderno, tecendo, desta forma, a grande 
crítica ao estilo internacional, ao tempo em que reavaliava a importância do contexto 
histórico no desenvolvimento de novos projetos de arquitetura.
Dentro do período, destacaram-se na nova conceituação arquitetônica de 
profi ssionais como Robert Venturi, Charles Moore, Aldo Rossi, Michael Graves, Robert 
Stren, Leon Krier que inseriram uma série de novos e discordantes conceitos arquitetônicos 
fundamentais, tornando o período pós-moderno um momento de grande pluralidade no 
que se diz respeito às temáticas de projetos (MONTANER, 2001).
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Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - v. 11 - n.11 - 2010
Na diversidade de conceitos de arquitetura desenvolvida no pós-modernismo, 
destacam-se diferentes correntes arquitetônicas e seus defensores, o que tornou os 
últimos anos do século XX um caleidoscópio, com diversas tendências, que serão descritas 
a seguir de forma breve.
2.3.1. Archigram
Uma das tendências da década de 1960 foi a chamada de “arquitetura 
tecnológica”, desenvolvida principalmente na Grã-Bretanha nas mãos de arquitetos como 
Peter Cook, Warren Chalk, David Greene, Ron Herron e Michael Webb. Tinha por 
principal objetivo desenvolver uma arquitetura fundamentada no processo industrial, 
na ideia que existe uma racionalidade escondida no mundo da tecnologia e da ciência, 
gerando, desta forma, “uma arquitetura descartável, trocável e produtível como qualquer 
objeto de consumo” (MONTANER, 2001).
Foto 4: Walking City. Ron Herron, 1964
Fonte: MONTANER, 2001.
A arquitetura passaria a ser um produto industrial, no qual esse produto poderia 
ser inserido em qualquer parte do mundo, independente das características particulares, 
pertencentes aos locais onde seria inserida.
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Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - v. 11 - n.11 - 2010
Para o Archigram, a arquitetura era entendida como um pacote de peças que 
poderiam ser substituídas.
Muitos desses ideais de arquitetura foram apresentados pela revista criada pelo 
próprio grupo, a Archigram, pois o movimento fi cou somente no mundo das ideias sem 
sequer uma única edifi cação construída, mas com ideais que serviram de fundamentos 
para os mais variados projetos de arquitetura e urbanismo.
2.3.2. Metabolistas Japoneses
Desenvolvida principalmente no Japão da década de 60, esse movimento teve 
como principal representante o arquiteto Kenzo Tange, integrante do grupo metabolista 
e profundamente infl uenciado pela arquitetura de Le Corbusier, apresentava a vontade 
de ressaltar as formas estruturais, deixa aparente o funcionamento do edifício em sua 
maioria em concreto armado, juntamente com elementos tradicionais e naturais da 
arquitetura e da cultura japonesa.
Foto 5: Baía de Tokio. Kenzo Tange, Tokio 1960
Fonte: MONTANER (2001)
O campo de atuação do grupo metabolista era compreendido desde o desenho 
industrial até o desenho urbano, fato de grande relevância, pois o Japão nesse período 
produziu estudos e planejamento em escala urbana inspirados nos ideais do Archigram 
(MONTANER, 2001).
Dentro do grupo dos metabolistas podem-se destacar arquitetos como Kenzo 
Tange, Kiyonori Kikutake, KishoKurokawa, Masato Otaka e Fumihico Maki.
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Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - v. 11 - n.11 - 2010
2.3.3. Neo-produtivistas
Baseado no desenvolvimento da alta tecnologia da construção vigente nos anos 60, 
surgiu o grupo defensor do neo-produtivismo, evidenciado nos EUA e na Inglaterra. O grupo 
foi infl uenciado pelos teóricos do Archigram, destacando-se o arquiteto Norman Foster e 
sua equipe, que tinham por preferência mudar um determinado ambiente já existente ao 
invés de compreendê-lo e valorizá-lo. Outros arquitetos da mesma tendência que podem 
ser citados são Kevin Roche e John Dinkeloo, cujo exemplo pode ser observado na foto 
abaixo, o edifício do College Life Insurance Co, de Indianápolis, em 1973. 
Foto 6: Prédio do College Life Insurance Co. – Indianápolis, - projetado em 1973
Fonte: MONTANER, 2001.
O desenvolvimento do estilo arquitetônico é observado nos arranha-céus da 
cidade de Nova Iorque que utilizavam materiais construtivos mais modernos nas edifi cações 
mais rápidas, impulsionado pelo desenvolvimento acelerado das cidades, possuindo uma 
plasticidade desafi adora, resistente e confortável (MONTANER, 2001).
O desenvolvimento do estilo é observado também na Alemanha, Espanha e na 
América Latina com o nome de “Arquitetura do desenvolvimento”.
2.3.4. Alta tecnologia
A alta tecnologia é uma corrente da Arquitetura Pós-Moderna que encontrava no 
desenvolvimento tecnológico fundamentos para o desenvolvimento de uma arquitetura 
voltada à construção de edifi cações que valorizavam a utilização principalmente do aço e 
do vidro denominadas como mega-estruturas (MONTANER, 2001).
Os arquitetos High-Tech, como eram conhecidos, desenvolviam projetos onde se 
destacavam a grandiosidade dos seus prédios unida à possibilidade de ampliação sem 
deixar de lado um caráter futurista e lúdico, característica encontrada pelo fato de nas 
edifi cações desse período toda a estrutura interna na edifi cação ser exposta de forma com 
que o prédio interagisse com seu visitante. 
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Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - v. 11 - n.11 - 2010
Foto 7: Centro Georges Pompidou, Renzo Piano e Richard Rogers, Paris.
Fonte: MONTANER, 2001.
Essa forma de pensar arquitetura sofreu um grande golpe com a chegada da crise 
do fi nal da década de 70, em que se destaca uma falência do sistema tecnológico vigente 
unido ao alto valor que era necessário para o desenvolvimento dessa arquitetura de alta 
tecnologia (MONTANER, 2001).
Na arquitetura de alta tecnologia destacaram-se os arquitetos Renzo Piano e 
Richard Rogers, com o Centro Pompidou em Paris, que marcou também a criação de 
uma nova tipologia arquitetônica, o Centro de Culturas.
2.3.5. Contextualismo histórico
Fundamentado na ideia da aceitação da pluralidade e diversidade cultural das 
diferentes sociedades, o contextualismo histórico surgiu com o fi m de implementar 
na arquitetura e no urbanismo os aspectos culturais, econômicos, tecnológicos e 
históricos de cada lugar, evidenciando nos projetos das edifi cações a face individual 
de cada grupo.
Dentro do contextualismo histórico destacam-se as obras de Aldo Rossi, que 
levam para a arquitetura as tradições e ideias de grupos sociais e características históricas, 
respeitando a preexistência. Em seu livro, A arquitetura das cidades, lançado em 1966, 
Rossi analisa e comprova que o estudo tipológico é fundamental tanto no momento de 
análise quanto para o desenvolvimento do projeto.
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Cadernos de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - v. 11 - n.11 - 2010
Foto 8: Centro Administrativo Regional em Trieste , Itália - 1974
Fonte: MONTANER, 2001.
No método de projetar em arquitetura, baseado na tipologia arquitetônica como 
resultado da combinação de elementos arquitetônicos que possibilitam Rossi a utilizar 
repertórios já defi nidos, como colunas, muralhas, janelas quadradas, torres em forma de 
cones ou minaretes (MONTANER, 2001). A exemplo do projeto do Centro Administrativo 
Regional em Trieste, projetado em 1974.
2.3.6. Arquitetura comunicativa
Altamente contrários às concepções da arquitetura moderna, os seguidores 
da arquitetura comunicativa acreditavam que a arquitetura moderna tinha perdido a 
capacidade de transmitir os signifi cados e os valores simbólicos essenciais a cada edifi cação.
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Foto 9: O grande Pato, Robert Venturi
Fonte: MONTANER, 2001.
Os defensores desse movimento defendem uma arquitetura simbólica, complexa 
e contraditória, desenvolvendo a ideia de edifício - anúncio evidenciado em sua segunda 
obra literária Aprendendo com Las Vegas (MONTANER, 2001).
A arquitetura comunicativa teve como marca uma arquitetura epidérmica, que 
leva elementos externos para chamar atenção dos usuários chamando muitas vezes seus 
projetos de edifício propaganda. Segundo (MONTANER, 2001)
Quando Venturi desenvolve uma ideia de edifício propaganda está se 
situando nas antípodas de Adolf Loos e de seu conceito da casa como 
máquina despida por fora e como singular, cálida e comunicativa por 
dentro. Para Venturi trata-se do organismo contrário: máquina funcional 
e anônima por dentro e obra singular, comunicativa e pública por fora. 
A exemplo da casa Vanna Venturi, projetada por Venturi na Pensilvânia, em 1962. 
Foto 10:Casa Vanna Venturi, Robert Venturi
Fonte: MONTANER, 2001.
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2.3.7. A busca da identidade na arquitetura
Além das diversas correntes arquitetônicas que se materializam na espacialização 
dos edifícios, entre as décadas de 1960 e 1970, houve também um novo olhar para as 
identidades locais, levando-se em consideração que o estilo internacional pregado pela 
arquitetura e urbanismo moderno do segundo pós-guerra, não atendia as necessidades 
da humanidade de forma homogênea. Assim se passou a observar o relativismo cultural 
e antropológico.
Para MONTANER (2001), ao longo dos anos sessenta e setenta ocorreu um 
fenômeno novo no mundo da arquitetura e do urbanismo, pois houve o entendimento 
de que nem todas as sociedades podem ser compreendidas com os mesmos padrões 
culturais e de desenvolvimento, assumindo que a cultura ocidental não é a única existente. 
Autores da antropologia como Lévi-Strauss abordaram a diversidade cultural, a 
exemplo da obra do mesmo autor, Tristes trópicos, que dedica um capítulo à arquitetura, 
quando critica o modo de projetar as casa e as cidades, sem levar em consideração as 
condições culturais e climáticas, como ocorria em países da América Latina e do Oriente 
Médio.
Desta forma, por um lado existia a busca pela identidade perdida, na forma 
da cidade e na expressão das edificações, principalmente nos países do terceiro 
mundo, que para os críticos do movimento moderno era de fundamental importância, 
uma vez que as soluções dadas a cidades e a edificações dos grandes conjuntos 
habitacionais propostos em diversas partes do mundo haviam transformado os 
bairros em lugares sem identidade, com uma arquitetura considerada repetitiva. 
E por outro lado emergia também preocupações com os recursos naturais e as 
fontes de energia que necessitavam ser preservadas, pois o padrão capitalista de 
consumo não considerava o esgotamento desses recursos, o que levou a se pensar 
na sustentabilidade na arquitetura.
2.3.8. Arquitetura sustentável
A partir da metade do século XX, no segundo pós-guerra, a grave crise 
socioambiental do planeta fi cou cada vez mais evidente. Pode-se dizer que essa crise 
era o resultado da proposta de desenvolvimento traçada unilateralmente pelos países 
mais ricos, para acelerar o desenvolvimento econômico, em muitos casos sem procurar 
preservar os recursos naturais, nem se preocupar com o desenvolvimento social dos países 
mais pobres. 
Nosanos sessenta e setenta houve uma perda da esperança e confi ança na ciência 
e na tecnologia e começou a emergir uma forte corrente na busca de retorno à natureza, 
no sentido de produzir um ambiente urbano construído mais humano e que respeitasse 
mais o meio ambiente.
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Outro fato que levou a se pensar na sustentabilidade e na necessidade da revisão 
do uso das fontes energéticas foi a crise do petróleo na década de 1970, que estimulou 
mundialmente as pesquisas energéticas de produtos e gasto de energia não fósseis que 
infl uenciou também a ampliação das pesquisas mundiais para reduzir a dependência de 
fontes energéticas. 
Nesse contexto, o mundo, em especial segmentos da comunidade acadêmica, 
intelectuais e governantes de diversas partes do mundo, despertou para a necessidade 
de preservar o meio ambiente, na perspectiva de conservar a natureza, fato que não 
vinha ocorrendo, pois a natureza estava sendo utiliza apenas como geradora de lucros, e 
formando uma sociedade voltada para o consumo. 
O olhar dos teóricos se voltou também para a produção da arquitetura e do 
urbanismo, fazendo críticas à inadequação do padrão de consumo praticado, que 
utilizavam tecnologias que não aproveitavam os recursos naturais.
A arquitetura sustentável passou a envolver principalmente a efi ciência energética 
na construção e manutenção da edifi cação, aproveitando as estruturas preexistentes, 
especifi cação de materiais utilizados, no campo do urbanismo e do planejamento territorial 
e passou a haver maior preocupação com a proteção da natureza.
Na arquitetura contemporânea passou a ser fundamental que um projeto 
arquitetônico seja planejado usando as feições naturais, como exposição à luz ou o 
aproveitamento da direção natural dos ventos. O movimento evidencia a consciência 
da preservação das áreas verdes no entorno da construção ou até mesmo levar essas 
áreas para o alto dos edifícios. Parecido com o que aconteceu no passado aos Jardins 
suspensos da Babilônia, essa opção ajuda a melhorar o conforto térmico do local. 
Os materiais ecológicos na arquitetura sustentável são aplicados para reduzir os impactos 
ambientais e, em alguns casos, para a redução dos custos, podendo ser citados: o adobe, tintas 
sem componentes voláteis tóxicos, materiais reciclados como garrafas pet, madeira certifi cada, 
ou de curto ciclo de renovação, bambu e outros materiais que levem às tecnologias limpas. 
Os materiais regionais também são priorizados na construção sustentável, pois 
reduzem o percurso de transporte e emissão de gás carbônico da queima do combustível 
e priorizam o desenvolvimento do comércio/indústria regional.
Desta forma houve efetivamente pela primeira vez a aplicação, mesmo que de 
forma limitada no caso do Brasil, de energia eólica, energia solar, energia das marés e 
outros tipos de energias renováveis (RUANO, 1999).
A arquitetura e o urbanismo sustentáveis passaram a proporcionar um novo 
marco referencial para as atividades humanas, redefi nindo o modelo de desenvolvimento 
das comunidades com entornos edifi cados harmônicos e equilibrados, que aos poucos 
tendem a se converter em um conceito básico e essencial. 
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3. CONCLUSÃO
Na evolução histórica do século XX, a fusão do pragmatismo americano e 
europeu característico do posicionamento de primazia na condição de potências mundiais, 
combinado com a onda pós-marxista e pós-estruturalista que o mundo sofreu em 1968, 
contribuiu sobremaneira para o surgimento das mudanças de paradigma no método de 
projetar em arquitetura.
Figuras ilustres e referenciais circularam nos dois contextos produzindo um 
conjunto conceitual imprescindível ao avanço da arquitetura. Segundo David Harvey, 
(1993, p. 22),
Os sentimentos modernistas podem ter sido solapados, 
desconstruídos, superados ou ultrapassados, mas há pouca certeza 
quanto à coerência ou ao signifi cado dos sistemas de pensamento 
que possam tê-los substituído. Essa incerteza torna peculiarmente 
difícil avaliar, interpretar e explicar a mudança que todos concordam 
ter ocorrido. 
Segundo o mesmo autor, o pós-modernismo insere um cisma radical com o 
modernismo ou é apenas uma revolta no interior deste último contra certa forma de “alto 
modernismo” representada, digamos, na arquitetura de Mies van der Rohe (HARVEY,1993).
Uma nova realidade proposta buscou projetar de forma irrefutável uma realidade 
marcada pela combinação da alta tecnologia construtiva vigente com elementos da 
arquitetura de outros momentos históricos.
Impossível determinar, entretanto, o fi m da modernidade, pois os princípios 
modernos ainda permeiam a formação de alguns profi ssionais, e a pós- modernidade 
ainda é um processo em curso que vem se transformando desde o fi nal da década de 
1990. 
Essa breve análise não pretende esgotar um tema tão complexo e diverso, porém 
não pode deixar de trazer para as suas últimas considerações modifi cações importantes 
sofridas ao longo dos anos oitenta e noventa como a metodologia projectual de Peter 
Eisenman, as modifi cações da geometria que de acordo com as novas formas das 
edifi cações, para serem representadas já não podem contar apenas com os recursos 
da geometria euclidiana e a geometria mongena que dominaram a representação dos 
projetos no movimento moderno.
Com a pós-modernidade, além dos historicismos revivalistas, das ideias de 
desconstrução surgiram também novas morfologias arquitetônicas que para serem 
representadas não podem mais utilizar os recursos convencionais da geometria, como já 
foi citado, e sim devem utilizar outras modalidades geométricas como as da geometria 
dos fractais, geometria topológica e geometria biônica, que só se consolidam com uso de 
softwares específi cos de computação gráfi ca, para modelagens tridimensionais. 
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Essas novas modalidades de representação fazem parte dos avanços das 
tecnologias herdadas da arquitetura moderna que não podem ser desprezadas pela 
arquitetura contemporânea. Outro aspecto importante desse momento é a preocupação 
e/ou responsabilidade com o meio ambiente, que foi extremamente desgastado pelo 
padrão de exploração excessiva que o planeta sofreu durante todo o século XX, o que 
gerou a ideia de uma arquitetura sustentável.
Esses aspectos formam um conjunto de novas posturas arquitetônicas que no fi nal 
do século XX e início do século XXI dão origem a novos paradigmas, que se distanciam 
dos paradigmas defi nidos pela racionalidade e funcionalidade da arquitetura moderna.
SOBRE OS AUTORES
Gabriel Mendonça Franco (gabrielmmff@gmail.com) e Renata Monteiro Fraga 
(renatamfraga@hotmail.com) são graduandos do 5º período do curso de Arquitetura e 
Urbanismo pela Universidade Tiradentes. O presente trabalho foi originado a partir de 
práticas de pesquisa documental impressa sob a orientação da professora Ana Maria de 
Souza Martins Farias. Ana Maria de Souza Martins Farias (anmsmfarias@yahoo.com) é 
professora da disciplina Teoria da Arquitetura e Urbanismo III do curso de Arquitetura e 
Urbanismo da Universidade Tiradentes, graduada em Arquitetura e Urbanismo, Mestre 
em Sociologia Urbana pela UFPB e Doutora em História Urbana pela UFPE.
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