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Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 1 Tudo bem? Pronto(a) para começar o curso de Contabilidade Geral para Analista Judiciário – Área Administrativa – Especialidade Contabilidade – TRT da 5a Região? Antes de explicar como o curso foi montado gostaria de fazer uma breve apresentação: sou Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, aprovado em 5o lugar para as Unidades Centrais no concurso de 2005, e trabalho na Coordenação-Geral de Fiscalização. Além disso, durante 17 anos trabalhei na Marinha da Brasil como Oficial (onde me graduei em Ciências Navais, ênfase em Eletrônica, na Escola Naval, e Engenharia Elétrica, ênfase em Telecomunicações, na Universidade de São Paulo) e trabalhei 1 ano no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), como assessor da presidência. É isso! Agora, vamos ao que interessa! Como será o curso? Em cada aula, desenvolverei o assunto (parte teórica) e, ao final, resolverei exercícios sobre os assuntos tratados na aula. Ou seja, o curso será de teoria e exercícios comentados e resolvidos (todos os exercícios do curso serão comentados e resolvidos). Serão resolvidas questões da Fundação Carlos Chagas (FCC), que é a banca examinadora do concurso para o TRT da 5a Região. Além disso, ao longo da teoria, procurarei colocar exemplos de questões que já caíram em provas passadas. Lembro que as dúvidas relativas ao curso deverão ser sanadas por meio do fórum do curso, a que todos os matriculados terão acesso. O conteúdo programático será: Aula 00 1 Princípios de Contabilidade (aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade – Resolução CFC nº 750/1993, atualizada pela Resolução CFC nº 1282/2010). Aula 00A – 06/09/2013 1 Princípios de Contabilidade (aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade – Resolução CFC nº 750/1993, atualizada pela Resolução CFC nº 1282/2010) – Exercícios de Fixação e Exercícios Comentados e Resolvidos. Aula 01 – 06/09/2013 14. Resolução CFC nº 1.374/2011: Características qualitativas da informação contábil-financeira útil. Elementos das demonstrações contábeis. Reconhecimento e mensuração dos elementos das demonstrações contábeis. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 2 Aula 02 – 13/09/2013 2 Patrimônio: Componentes patrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido). Diferenciação entre capital e patrimônio. Equação fundamental do patrimônio. Representação gráfica dos estados patrimoniais. Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. Aula 03 – 20/09/2013 3. Conta: Conceito. Débito, crédito e saldo. Classificação das Contas 6. Livros de escrituração: Obrigatoriedade, funções, formas de escrituração. Erros de escrituração e suas correções. 7. Balancete de verificação. Aula 04 – 27/09/2013 5. Provisões em geral: Escrituração de operações típicas. Aula 05 – 04/10/2013 4. Controle de estoques e apuração do custo das mercadorias vendidas. Aula 06 – 04/10/2013 9. Balanço Patrimonial: Obrigatoriedade e apresentação. Conteúdo dos grupos e subgrupos. Levantamento do balanço de acordo com a Lei nº 6.404/1976 e alterações posteriores (Lei das Sociedades por Ações). Aula 07 – 11/10/2013 8. Critérios de avaliação do ativo e do passivo. Aula 08 – 11/10/2013 10. Demonstração do resultado do exercício: Estrutura, características e elaboração de acordo com a Lei nº 6.404/1976 e alterações posteriores. Apuração da receita líquida, do lucro bruto e do lucro líquido. Aula 09 – 18/10/2013 11. Distribuição do Lucro Líquido. 12. Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados: Forma de apresentação de acordo com a Lei nº 6.404/1976 e alterações posteriores. Aula 10 – 18/10/2013 13. Demonstração dos fluxos de caixa. Aula Extra – 25/10/2013 15. Resolução CFC nº 803/1996 e alterações (Código de Ética Profissional do Contabilista). Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 3 Mais um detalhe importantíssimo! Quando você tiver alguma dúvida, mesmo que você ache que essa dúvida é UHSB (“ultra hiper super básica”), não deixe de colocar no fórum de dúvidas do curso. Não deixe as dúvidas para a hora da prova, pois não haverá fóruns ☺. Finalmente, gostaria de salientar: NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS. Deus nos deu o livre arbítrio para que possamos determinar nosso destino. Se você deseja ser aprovado em um concurso público, lute por isso, faça com dedicação, com sacrifício, sempre visando ao seu objetivo. Desta forma, você conseguirá ser aprovado! Prof. Moraes Junior moraesjunior@pontodosconcursos.com.br Agosto/2013 Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 4 Princípios de Contabilidade Conteúdo 0. Introdução ................................................................................................................................ 5 0.1. Conceito e Objetivo ........................................................................................................ 5 0.2. Objeto .................................................................................................................................. 5 0.3. Campo de Atuação ......................................................................................................... 6 0.4. Princípios de Contabilidade (aprovados pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC – no 750/93) ................................................................... 7 0.4.1. Princípio da Entidade ............................................................................................... 11 0.4.2. Princípio da Continuidade ...................................................................................... 12 0.4.3. Princípio da Oportunidade ..................................................................................... 13 0.4.4. Princípio do Registro pelo Valor Original .......................................................... 16 0.4.5. Princípio da Competência ....................................................................................... 28 0.4.6. Princípio da Prudência ............................................................................................. 34 0.5. Importante para a Prova ........................................................................................... 35 Bibliografia ..................................................................................................................................... 37 Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 5 0. Introdução 0.1. Conceito e Objetivo De acordo com o I Congresso Brasileiro de Contabilistas, de 1924, Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativas à administração econômica. Contabilidade é a ciência social que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro dos dados, com a finalidade de oferecer informações sobre sua composição e suas variações. A contabilidade deve ser um instrumento gerencialde tomada de decisão. A Contabilidade também pode ser conceituada como sendo “a ciência que estuda, registra, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades com fins lucrativos ou não”. O objetivo da Contabilidade é assegurar o controle do patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins. A principal finalidade da contabilidade é prover informações para auxiliar a tomada de decisões. As funções da contabilidade são as de coleta de dados, registro dos dados e elaboração de relatórios e as técnicas utilizadas no trabalho são a escrituração contábil, a elaboração das demonstrações contábeis, a auditoria e a análise das demonstrações contábeis. 0.2. Objeto O objeto da Contabilidade é o patrimônio, que corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações referentes à azienda. Por azienda, entende-se toda entidade organizada passível de ter um patrimônio (bens, direitos e obrigações), ou seja, são pessoas jurídicas com fins lucrativos, empresas informais, entidades sem fins lucrativos, empresas públicas, pessoas físicas e etc. Os bens são itens avaliados em moeda capazes de satisfazer às necessidades das entidades, sejam essas pessoas físicas ou jurídicas. Os direitos são os valores a receber de terceiros, gerados por meio de operações da entidade, e as obrigações representam as dívidas que a entidade contrata junto a terceiros. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 6 Patrimônio: Objeto da contabilidade, formado por bens, direitos e obrigações. Os bens e direitos são os “ativos” da empresa e as obrigações são os “passivos” da empresa. Está em dúvida? Então vamos “treinar” um pouco: I – Se a empresa tem dinheiro no caixa, isso é um bem da empresa, também conhecido como bem numerário ou uma disponibilidade. Portanto, é um ativo. II – Se a empresa tem uma conta a pagar, isso é uma obrigação da empresa. Portanto, é um passivo. III – Se a empresa tem um valor a receber de clientes, isso é um direito da empresa. Portanto, é um ativo. Deu para começar a entender os “ativos” (bens e direitos) e “passivos” da empresa? Não se preocupe, pois são apenas conceitos iniciais, para que você já comece a se acostumar. Nas aulas seguintes veremos esses assuntos com mais detalhes. 0.3. Campo de Atuação O campo de atuação da Contabilidade abrange todas as entidades econômico- administrativas, inclusive as pessoas de direito público, como a União, os Estados, os Municípios, as Autarquias, etc. - Entidade econômico-administrativa: Também conhecida como azienda (Patrimônio + Gestão), são as entidades que possuem patrimônio líquido (pessoas físicas ou jurídicas), com fins lucrativos ou não. São definidas como um patrimônio considerado juntamente com a pessoa que possui poderes de administração e disponibilidade sobre este patrimônio. - Quanto aos fins a que se destinam as aziendas ou entidades econômico- administrativas classificam-se em: - Aziendas sociais: Aquelas que não visam lucros. São exemplos de aziendas sociais as associações beneficentes, esportivas, culturais, recreativas, etc; - Aziendas econômico-sociais: São aquelas que, além das finalidades sociais, visam também ao lucro, com o objetivo de prestar serviços, pecúlios, benefícios, às pessoas que contribuíram para sua formação. Exemplos: institutos de pensão, aposentadoria e previdência; e Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 7 - Aziendas econômicas: São aquelas cuja finalidade é obter lucros. Nesse tipo de azienda, estão todas as sociedades comerciais, industriais, agrícolas, de serviços, entre outras. - Quanto aos seus proprietários as aziendas ou entidades econômico- administrativas classificam-se em: - Aziendas públicas: Pertencem à comunidade, mas podem estar sob a administração do poder público ou privado. São exemplos as fundações, os sindicatos, as fundações com fins educacionais, intelectuais, esportivos, e o próprio Estado; e - Aziendas particulares: São as propriedades particulares pertencentes a uma pessoa ou a um grupo de pessoas, como as sociedades civis ou comerciais ou o próprio patrimônio de uma família. 0.4. Princípios de Contabilidade (aprovados pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC – no 750/93) Há que se ressaltar que a Resolução CFC no 750/93 foi alterada pela Resolução CFC no 1.282/10 e que os conceitos a seguir estão de acordo com as alterações trazidas pela Resolução CFC no 1.282/10. Os Princípios de Contabilidade (*) representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, segundo o entendimento predominante nos universos científico e profissional do Brasil. (*) Até a publicação da Resolução CFC no 1.282/10 o nome adotado era “Princípios Fundamentais de Contabilidade”. A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). São exemplos de usuários da informação contábil: investidores, credores por empréstimo, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governo e suas agências, entre outros. O principal objetivo da adoção dos Princípios de Contabilidade é tornar as informações contábeis divulgadas uniformes, confiáveis e úteis para os usuários internos e externos. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 8 Vamos estudar os principais conceitos sobre os usuários da informação contábil: Investidores: Necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de pagar dividendos. Credores por empréstimos: Estão interessados em informações que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no vencimento. Fornecedores e outros credores comerciais: Estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos. Clientes: Têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante. Governo e suas agências: Estão interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades e necessitam também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes. Agora, vamos memorizar os Princípios de Contabilidade da seguinte maneira: ECOPRC. Repita comigo: “ECO PÊ ERRE CÊ”, eu vou ter que saber, para a questão não perder...Tudo bem, sei que não sou bom rapper mesmo, mas o importante é que você guarde quais são Princípios de Contabilidade ☺. São Princípios de Contabilidade: Na aplicação dos Princípios de Contabilidade a situações concretas a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.Entidade Competência Oportunidade Prudência Registro pelo Valor Original Continuidade Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 9 Isto significa que, independentemente da forma jurídica aplicada, a Contabilidade deve traduzir, primordialmente, o efeito econômico da transação, isto é, aquilo que, de fato, as transações representam para o patrimônio (essência das transações) deve prevalecer sobre os seus aspectos formais ou aparentes. Exemplo: A empresa aérea J4M2 possui 10 aviões, todos eles obtidos por meio de arrendamento mercantil financeiro com a Kaprisma, ou seja, a propriedade jurídica dos aviões continua com a empresa arrendadora (Kaprisma). Contudo, como o controle, os benefícios e os riscos em relação aos aviões são da empresa arrendatária (J4M2), esses aviões devem ser registrados como bens no patrimônio da empresa J4M2. É a famosa “essência sobre a forma” ☺! Ainda não entendeu o que seria essa tal de “essência sobre a forma”? Está em dúvida? Então vamos ver mais um exemplo com a empresa J4M2. Antes vou contar uma história rápida. Normalmente, utilizo em minhas aulas empresas da minha família. Na verdade, são ex-empresas, pois nenhuma deu certo ☺. São elas: J4M2: minha ex-empresa de informática. O nome saiu de José Jayme Moraes (meu pai) e José Jayme Moraes Junior, ou seja, 4 jotas (sem contar o Junior) e 2 emes. Kaprisma: ex-gráfica do meu cunhado. O nome vem de Katya (minha irmã), Priscilla (minha sobrinha) e Mar´Junior (meu cunhado). Esse foi criativo, não acha? Linotécnica: ex-gráfica do meu tio. O nome dele é Eugênio e não tem relação com Lino e nem com Técnica. Sinceramente, não sei de onde saiu esse nome ☺. Foi só para descontrair. Vamos voltar para a aula. A essência das transações deve prevalecer sobre os seus aspectos formais ou aparentes. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 10 Exemplo: A empresa J4M2 vendeu, à vista, um imóvel de sua propriedade, na Av. Rio Branco, 100, no Rio de Janeiro, para a empresa Kaprisma, por R$ 120.000,00. Logo em seguida, a empresa Kaprisma alugou o referido imóvel para a empresa J4M2, por um ano, com um aluguel mensal no valor de R$ 1.200,00. No contrato de aluguel havia uma cláusula que previa a possibilidade de a empresa J4M2 efetuar a recompra do imóvel ao final do seu prazo de vigência, pelo valor de R$ 120.000,00. Repare que, neste exemplo, a forma jurídica da transação é uma venda do imóvel da J4M2 para Kaprisma, seguida de um aluguel do mesmo imóvel, agora pertencente à empresa Kaprisma, para a empresa J4M2. Vou detalhar melhor: Venda do Imóvel (J4M2 para Kaprisma) = R$ 120.000,00 Aluguel do Imóvel (Kaprisma para J4M2) = R$ 1.200,00 mensais por um ano (R$ 14.400,00 no total) O contrato de aluguel possuía uma cláusula com a previsão de recompra do imóvel, ao final do prazo de vigência. Repare que o valor final desembolsado pela J4M2, caso efetuasse a recompra, seria de R$ 134.400,00, que corresponde ao valor da recompra do imóvel pela J4M2 (R$ 120.000,00), somado ao valor que foi pago pela J4M2, como aluguel, por um ano de contrato (R$ 14.400,00). Portanto, qual foi a essência da transação? Vamos lá! O que você acha? A essência da transação foi exatamente um empréstimo obtido pela J4M2 com a Kaprisma. Veja: Na aquisição do empréstimo, a empresa J4M2 recebeu R$ 120.000,00. Além disso, a empresa J4M2 pagou R$ 1.200,00 de “juros” durante um ano e, no final do período de vigência do “suposto” contrato de aluguel, recomprou o imóvel por R$ 120.000,00. Viu? Essa é a essência da transação. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 11 0.4.1. Princípio da Entidade O primeiro princípio que iremos estudar é o Princípio da Entidade. Pense em uma entidade como uma empresa, por exemplo. De acordo com o artigo 4o da Resolução CFC no 750/93: Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Características do Princípio da Entidade: I – Reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade. II – Afirma a autonomia patrimonial, ou seja, há a necessidade de diferenciar o patrimônio de uma entidade dos patrimônios das demais entidades e vice-versa. Esse reconhecimento independe de o patrimônio pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou uma instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. III – O patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Exemplo: Se a empresa J4M2 é proprietária de um veículo, esse veículo é da J4M2 e não dos sócios da empresa. Por outro lado, se um dos sócios é proprietário de um imóvel, esse imóvel é dele e não da J4M2. Os patrimônios da empresa e dos sócios não se misturam. Exemplo: A empresa J4M2 recebe a sua conta de luz, no valor de R$ 1.000,00 e seu sócio, Eugênio, retira dinheiro de sua conta particular e paga a conta de luz. Nessa situação, Eugênio descumpriu o Princípio da Entidade, pois misturou o seu patrimônio com a da empresa, ao pagar com o seu dinheiro uma despesa (conta de luz) que era da empresa e não sua. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 12 IV – O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. Portanto, o patrimônio pode ser decomposto em partes segundo os mais variados critérios, mas nenhuma classificação resultará em novas entidades. Exemplo: As divisões ou departamentos de uma entidade não representam novas entidades, pois não são autônomas. Uma nova entidade pode surgir, por exemplo, no caso de uma cisão parcial, onde parte do patrimônio de uma entidade é transferida para outra entidade criada naquele momento. Nessa situação, há um novo patrimônio, autônomo, pertencente a uma nova entidade. V – A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Exemplo: As entidades cujas demonstrações contábeis são consolidadas mantém sua autonomia patrimonial, pois seus patrimônios permanecem de sua propriedade. Como não há transferência de propriedade, não pode haver formação de novo patrimônio, que é a primeira condição da existência jurídica de uma entidade. Além disso, a consolidação se refere às demonstrações contábeis, mantendo-se a observância dos princípios de contabilidade no âmbito das entidades consolidadas, resultando em uma unidadede natureza econômico-contábil. 0.4.2. Princípio da Continuidade O nome deste princípio é intuitivo. Indica continuidade! Indica que a empresa irá continuar as suas operações por tempo indeterminado, de preferência com muito lucro, pois este é o sonho de todo empresário. De acordo com o artigo 5o da Resolução CFC no 750/93: Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Postulado da Continuidade das Entidades: “Para a Contabilidade, a Entidade é um organismo vivo que irá viver (operar) por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências em contrário...” Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 13 Características do Princípio da Continuidade: I - A entidade continuará em operação no futuro (por um longo período de tempo) e a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Exemplo: A empresa Kaprisma obteve um empréstimo que começará a ser pago após três anos. Portanto, este empréstimo será registrado no patrimônio como empréstimos a pagar de longo prazo, pois, pelo Princípio da Continuidade, a empresa continuará em operação por um longo período. II - A situação limite na aplicação do Princípio da Continuidade é aquela em que há a completa cessação das atividades da entidade. Exemplo: A empresa Kaprisma obteve um empréstimo que começará a ser pago após três anos. Contudo, um ano após a obtenção do empréstimo, a empresa cessa suas atividades. Nessa situação, a empresa Kaprisma terá que quitar suas obrigações a pagar, ou seja, a cessação das atividades causou uma alteração do prazo de vencimento do empréstimo. 0.4.3. Princípio da Oportunidade Mais um princípio. Este princípio lembra algo “oportuno”, ou seja, que deve ser registrado no momento em que ocorre. Vejamos o que diz a resolução. De acordo com o artigo 6o da Resolução CFC no 750/93: Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 14 Características do Princípio da Oportunidade: I - A mensuração e a apresentação dos componentes patrimoniais deve produzir informações íntegras e tempestivas. Portanto, o Princípio da Oportunidade exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma entidade, no momento em que elas ocorrerem. Exemplo: Se a empresa Linotécnica adquiriu mercadorias à vista, por R$ 4.800,00, em 22 de abril de 2013, o registro de tal fato deve ser feito nos livros contábeis na mesma data e pelo valor da operação (R$ 4.800,00). II - A integridade diz respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, isto é, sem qualquer falta ou excesso. Exemplo: No exemplo anterior, as mercadorias adquiridas devem ser registradas no patrimônio por R$ 4.800,00 (de forma íntegra). III - A tempestividade obriga que as variações sejam registradas no momento em que ocorrerem, mesmo na hipótese de alguma incerteza. Exemplo: No exemplo anterior, as mercadorias adquiridas devem ser registradas no patrimônio por R$ 4.800,00 em 22 de abril de 2013 (de forma tempestiva). IV - A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância. Por isso, é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. Para serem úteis, as informações devem ser relevantes para as necessidades dos usuários na tomada de decisões. As informações são consideradas relevantes quando podem influenciar na tomada de decisões dos usuários, permitindo que avaliem o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou que corrijam avaliações feitas anteriormente. V – O Princípio da Oportunidade abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a tempestividade, sendo também conhecido como Princípio da Universalidade. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 15 Já caiu em prova! (Bacharel em Ciências Contábeis-Exame de Suficiência-CFC-2011-2) Em relação à aplicação do Princípio da Oportunidade, assinale a opção INCORRETA. a) A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância. b) É necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação, de forma a tentar equilibrar as duas qualidades. c) É necessário considerar que a confiabilidade tem prioridade em relação à tempestividade da informação produzida, sendo sempre preferível sacrificar a tempestividade em prol da confiabilidade. d) Este Princípio de Contabilidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Resolução: Repare que a questão pede a alternativa incorreta. O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Logo, a alternativa “d” está correta. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância. Por isso, é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. Portanto, as alternativas “a” e “b” estão corretas. Vamos analisar a alternativa “c”: É necessário considerar que a confiabilidade tem prioridade em relação à tempestividade da informação produzida, sendo sempre preferível sacrificar a tempestividade em prol da confiabilidade. Cuidado, pois a confiabilidade não tem prioridade sobre a tempestividade. É necessário ponderar a relação entre a oportunidade (tempestividade e integridade) e a confiabilidade para não gerar a perda da relevância da informação. Ou seja, há uma ponderação e não uma prioridade de uma sobre a outra, ou vice-versa. A alternativa “c” está incorreta e é a resposta da questão. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 16 0.4.4. Princípio do Registro pelo Valor Original De acordo com o artigo 7o da Resolução CFC no 750/93: Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixaou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 17 d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. Características do Princípio do Registro pelo Valor Original: I - Os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Exemplo: Se a empresa Linotécnica adquiriu mercadorias à vista, por R$ 4.800,00, em 22 de abril de 2013, o registro de tal fato deve ser feito pelo valor original das transações, expresso em moeda nacional (R$ 4.800,00). Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 18 II – No caso de doações recebidas pela entidade, também existe a transação com o mundo exterior. Como a doação resulta em inegável aumento do patrimônio, cabe o registro pelo valor efetivo da coisa recebida, no momento do recebimento, segundo o valor de mercado. Exemplo: Se a empresa Linotécnica recebeu a doação de um terreno, cujo valor de mercado é R$ 100.000,00, em 22 de abril de 2013, o registro de tal fato deve ser feito pelo valor de mercado do terreno (R$ 100.000,00). III – O registro em moeda nacional decorre da necessidade de homogeneização quantitativa do patrimônio, a fim de se obter a necessária comparabilidade. IV – As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: Custo histórico: - Ativos: são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição, podendo ou não ser atualizados pela variação na capacidade geral de compra da moeda; e Valores pagos ou a serem pagos: o ativo pode ser adquirido à vista (valores pagos) ou a prazo (valores a serem pagos). Valores pagos em caixa: valores pagos à vista em dinheiro. Valores a serem pagos em caixa: valores a serem pagos em dinheiro. Equivalentes de caixa: são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. Valor justo: valor de mercado do ativo a ser adquirido. Exemplo: Se a empresa Linotécnica adquiriu um veículo, à vista, por R$ 50.000,00, em 23 de abril de 2013, esse veículo, que é um bem (ativo), será registrado no patrimônio da empresa pelo valor pago em caixa (em dinheiro) na data da sua aquisição. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 19 - Passivos: são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (por exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações, podendo também, em certas circunstâncias, ser atualizados monetariamente. Valores dos recursos recebidos em troca de uma obrigação: representam, por exemplo, o recebimento do valor relativo a um empréstimo obtido junto a uma instituição financeira, em troca de uma obrigação, que é o pagamento do empréstimo em determinada data (empréstimo a pagar). Valor em caixa ou equivalentes de caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações: representam, por exemplo, o valor necessário para pagar uma dívida. Exemplo: A empresa J4M2 adquiriu um veículo, a prazo, por R$ 50.000,00, em 23 de abril de 2013. Esse veículo (ativo) será registrado no patrimônio pelo valor a ser pago (R$ 50.000,00) e gerará um passivo (uma obrigação a pagar) para a empresa no mesmo valor (R$ 50.000,00), tendo em vista que o veículo será pago a prazo. A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidades na preparação de suas demonstrações contábeis é o custo histórico. Variação do custo histórico: Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: Custo corrente: - Ativos: são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço patrimonial; e - Passivos: são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data do balanço patrimonial. Não descontados: significa não trazeros valores para data atual utilizando uma determinada taxa juros. Não entendeu? Suponha que a empresa tenha uma obrigação a pagar, com vencimento daqui a um mês, no valor R$ 10.000,00. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 20 O valor não descontado da obrigação a pagar na data atual é R$ 10.000,00. Contudo, considerando, por exemplo, uma taxa de juros de 10% ao mês, o valor descontado da obrigação na data atual será de: Valor Descontado = Obrigação a Pagar/(1 + Taxa de Juros) ⇒ ⇒ Valor Descontado = 10.000/(1 + 10%) ⇒ ⇒ Valor Descontado = 10.000/(1 + 0,10) ⇒ ⇒ Valor Descontado = 10.000/(1,10) ⇒ ⇒ Valor Descontado = R$ 9.090,91 Você percebeu a diferença entre o custo histórico e o custo corrente? Veja o caso dos ativos: Custo Histórico: Valor justo na data de aquisição do ativo. Custo Corrente: Valor caso o ativo fosse adquirido na data de confecção do balanço patrimonial. Percebeu agora? Vamos fazer um exemplo numérico. Exemplo: Suponha que a empresa J4M2 adquiriu um veículo, para utilizar na entrega de suas mercadorias vendidas, em 01/07/2012, por R$ 40.000,00. Suponha que, caso o veículo fosse adquirido em 31/12/2012 (data do balanço patrimonial), a empresa pagaria R$ 50.000,00. Custo Histórico do Veículo = R$ 40.000,00 (valor da aquisição) Custo Corrente do Veículo = R$ 50.000,00 (valor na data do balanço patrimonial) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação): - Ativos: são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda numa forma ordenada; Venda em uma forma ordenada: são vendas que ocorrem de forma justa para ambos os lados (comprador e vendedor). - Passivos: são mantidos pelos seus valores de liquidação, isto é, pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade. Exemplo: Suponha que a empresa J4M2 vendeu o seu veículo por R$ 30.000,00, em 15/12/2012, incorrendo em despesas para concretizar a venda no valor de R$ 1.000,00. Valor da Venda 30.000 (valor realizável) (-) Despesas Relacionadas (1.000) Valor Realizável Líquido 29.000 Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 21 Exemplo: Suponha que a empresa J4M2 tenha uma obrigação a pagar, em 13/04/2013, no valor de R$ 100.000,00. Portanto, o valor realizável dessa obrigação (passivo) será R$ 100.000,00. Valor presente: - Ativos: são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da entidade; e - Passivos: são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade. Exemplo: A empresa J4M2, em 02/01/2010 adquiriu um equipamento, no valor de R$ 300.000,00, para fabricação de produtos para venda futura. A J4M2 espera que esse equipamento gere uma receita bruta anual, durante 5 anos, no valor de R$ 100.000,00, com gastos incorridos na produção e venda dos produtos estimados em R$ 80.000,00 por ano. Receita Bruta Total (5 anos) = 5 x 100.000 500.000 (-) Gastos Incorridos na Produção e Venda (5 anos) = 5 x 80.000 (400.000) Fluxo Futuro de Entrada de Líquida 100.000 Valor de Aquisição do Equipamento 300.000 (-) Fluxo Futuro de Entrada de Líquida (100.000) Valor Presente do Equipamento 200.000 Valor justo: É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos. Exemplo: Se a empresa Linotécnica vendeu um veículo à vista, em 20 de outubro de 2012, por R$ 20.000,00 (valor de mercado), o valor justo desse veículo em 20 de outubro de 2012 é R$ 20.000,00. Atualização monetária: Representa o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período, não representando um descumprimento ao Princípio do Registro pelo Valor Original. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 22 As características principais da atualização monetária são: - Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis. - A moeda não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo. - A atualização monetária não representa nova avaliação. Exemplo: Considere que a empresa J4M2 contraiu um empréstimo no valor de R$ 100.000,00, em 01/01/2011, a ser pago em 01/01/2012, indexado pela inflação. Caso, em 2011, a inflação tenha sido de 10%, o valor do empréstimo atualizado pela taxa de inflação seria: Valor do Empréstimo (atualizado pela inflação) = 100.000 x (1 + 10%) ⇒ ⇒ Valor do Empréstimo (atualizado pela inflação) = 100.000 x (1 + 0,10) ⇒ ⇒ Valor do Empréstimo (atualizado pela inflação) = 100.000 x 1,10 ⇒ ⇒ Valor do Empréstimo (atualizado pela inflação) = R$ 110.000,00 Já caiu em prova! (Bacharel em Ciências Contábeis-Exame de Suficiência-CFC-2011-1) A respeito dos Princípios de Contabilidade, julgue os itens abaixo e, em seguida, assinale a opção CORRETA. I. A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. II. Os ativos avaliados pelo seu valor de liquidação baseiam-se no Princípio da Continuidade, pressupondo que a Entidade continuará em operação no futuro. III. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. Está(ao) CERTO(S) apenas o(s) item(ns): a) I e II. b) I e III. c) II. d) III. Resolução: Vamos analisar os itens. I. A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. Conforme a Resolução CFC no 750/93, o item está certo. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 23 II. Os ativos avaliados pelo seu valor de liquidação baseiam-se no Princípio da Continuidade, pressupondo que a Entidade continuará em operação no futuro. Os ativos avaliados pelo seu valor de liquidação baseiam-se no Princípio do Registro pelo Valor Original. O item está errado. III. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. Conforme a Resolução CFC no 750/93 (Princípio da Oportunidade), o item está certo. A alternativa “b” é a correta. Já caiu em prova! (Técnico em Contabilidade-Exame de Suficiência-CFC- 2011-2) Em relação aos Princípios de Contabilidade e sua respectivaconceituação, relacione a primeira coluna à segunda e, em seguida, assinale a opção CORRETA. (1) Princípio da Entidade (2) Princípio da Continuidade (3) Princípio da Oportunidade (4) Princípio do Registro pelo Valor Original ( ) Pressupõe que a Entidade foi constituída para operar por tempo indeterminado e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. ( ) Determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. ( ) Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. ( ) Refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. A sequência CORRETA é: a) 1, 3, 2, 4. b) 2, 4, 1, 3. c) 4, 2, 1, 3. d) 1, 3, 4, 2. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 24 Resolução: Princípio da Continuidade (2): Pressupõe que a Entidade foi constituída para operar por tempo indeterminado e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Princípio do Registro pelo Valor Original (4): Determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Princípio da Entidade (1): Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Princípio da Oportunidade (3): Refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. A alternativa “b” é a correta. Já caiu em prova! (Bacharel em Ciências Contábeis-Exame de Suficiência-CFC-2011-1) Classifique os métodos de avaliação do Ativo a seguir enumerados, como valor de entrada ou saída: - Custo Histórico - Valor de Liquidação - Valor Realizável Líquido - Custo Corrente de Reposição A sequência CORRETA é: a) entrada, saída, entrada, entrada. b) entrada, saída, saída, entrada. c) saída, entrada, saída, entrada. d) saída, saída, saída, entrada. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 25 Resolução: Vamos analisar as opções: Custo Histórico: Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição, podendo ou não ser atualizados pela variação na capacidade geral de compra da moeda. Portanto, representa um valor de entrada. Valor de Liquidação: Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda numa forma ordenada. Portanto, representa um valor de saída. Valor Realizável Líquido: É o valor a ser obtido pela venda de um ativo, menos as despesas estimadas de venda. Portanto, representa um valor de saída. Custo Corrente de Reposição: Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço patrimonial. Portanto, representa um valor de entrada. A alternativa “b” é a correta. Já caiu em prova! (Bacharel em Ciências Contábeis-Exame de Suficiência-CFC-2011-2) Relacione a base de mensuração na primeira coluna com a descrição respectiva na segunda coluna e, em seguida, assinale a opção CORRETA. (1) Custo Histórico ( ) Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. (2) Custo Corrente ( ) Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. (3) Valor de Realização ou Liquidação ( ) Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. A sequência CORRETA é: a) 2, 1, 3. b) 2, 3, 1. c) 3, 2, 1. d) 3, 1, 2. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 26 Resolução: (1) Custo Histórico (2) Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. (2) Custo Corrente (1) Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. (3) Valor de Realização ou Liquidação (3) Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. A alternativa “a” é a correta. Já caiu em prova! (Bacharel em Ciências Contábeis-Exame de Suficiência-CFC-2011-2) Em relação à aplicação do Princípio do Registro pelo Valor Original, assinale a opção CORRETA. a) A aplicação do Princípio do Registro pelo Valor Original implica que os ativos e passivos sejam registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa, não sendo admitidas outras bases de mensuração, tais como valor realizável, valor presente e valor justo. b) A atualização monetária representa nova avaliação, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda em um dado período, constituindo-se, portanto, em um descumprimento do Princípio do Registro pelo Valor Original. c) A atualização monetária representa o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período, não representando um descumprimento ao Princípio do Registro pelo Valor Original. d) A redação atualizada da Resolução CFC n.º 750/93, que trata dos Princípios de Contabilidade, feita pela Resolução n.º 1.282/10, aboliu o Princípio do Registro pelo Valor Original por estar em desacordo com as novas normas contábeis brasileiras, convergentes às normas internacionais de contabilidade. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 27 Resolução: Vamos analisar as alternativas: a) A aplicação do Princípio do Registro pelo Valor Original implica que os ativos e passivos sejam registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa, não sendo admitidas outras bases de mensuração, tais como valor realizável,valor presente e valor justo. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio (ativos e passivos) devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Contudo, são admitidas outras bases de mensuração, tais como valor realizável, valor presente e valor justo. A alternativa está incorreta. b) A atualização monetária representa nova avaliação, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda em um dado período, constituindo-se, portanto, em um descumprimento do Princípio do Registro pelo Valor Original. A atualização monetária não representa nova avaliação e não é um descumprimento do Princípio do Registro pelo Valor Original. A alternativa está incorreta. c) A atualização monetária representa o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período, não representando um descumprimento ao Princípio do Registro pelo Valor Original. A atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. Portanto, não representa um descumprimento ao Princípio do Registro pelo Valor Original. A alternativa está correta. d) A redação atualizada da Resolução CFC n.º 750/93, que trata dos Princípios de Contabilidade, feita pela Resolução n.º 1.282/10, aboliu o Princípio do Registro pelo Valor Original por estar em desacordo com as novas normas contábeis brasileiras, convergentes às normas internacionais de contabilidade. A redação atualizada da Resolução CFC n.º 750/93, que trata dos Princípios de Contabilidade, feita pela Resolução n.º 1.282/10, não aboliu o Princípio do Registro pelo Valor Original. A Resolução n.º 1.282/10 aboliu o “Princípio da Atualização Monetária”, que passou a ser considerado com um dos itens do Princípio do Registro pelo Valor Original. A alternativa está incorreta. A alternativa “c” é a correta. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 28 Já caiu em prova! (Técnico em Contabilidade-Exame de Suficiência-CFC- 2011-2) O Princípio de Contabilidade que afirma que, uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos podem sofrer variações decorrentes da aplicação do custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo e atualização monetária é o Principio do(a): a) Competência. b) Continuidade. c) Entidade. d) Registro pelo Valor Original. Resolução: E aí? Alguma dúvida? O Princípio de Contabilidade que afirma que, uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos podem sofrer variações decorrentes da aplicação do custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo e atualização monetária é o Principio do Registro pelo Valor Original. A alternativa “d” é a correta. 0.4.5. Princípio da Competência Chegamos ao penúltimo princípio: Princípio da Competência, que está diretamente relacionado ao reconhecimento das receitas e das despesas da entidade. De acordo com o artigo 9o da Resolução CFC no 750/93: Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 29 Características do Princípio da Competência: I – Determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Exemplo: Os salários do pessoal administrativo de uma empresa são reconhecidos como despesa no final do mês correspondente aos salários, ainda que os salários sejam pagos no início do mês seguinte. Ou seja, o fato gerador da despesa de salários do pessoal administrativo, pelo Princípio da Competência, ocorre no encerramento do mês, pois, ao final do mês, os empregados terão trabalhado durante todo o mês (prestado serviço para a empresa) e a empresa deve reconhecer no resultado a despesa com os salários desses empregados. II - O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. Exemplo: Quando a empresa vende mercadorias, ela deve reconhecer a receita de vendas no momento da entrega das mercadorias e, simultaneamente, deve reconhecer a despesa correlata, que seria o custo das mercadorias vendidas (valor de aquisição dessas mercadorias). III - São exemplos de receitas realizadas, pelo regime de competência (o fato gerador das receitas ocorreu pelo princípio da competência): – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados. Exemplo: Na venda de mercadorias a prazo, o dinheiro ainda não foi recebido, mas a receita é considerada realizada, pelo princípio da competência, no momento da entrega das mercadorias. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 30 – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior. Exemplo: A empresa possuía um determinado tributo a pagar, mas o governo fez uma remissão, ou seja, não há mais a necessidade pagamento do tributo por parte da empresa. Portanto, houve a extinção de um passivo (tributo a pagar) sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior, fato que caracteriza uma receita. Repare que, se houvesse o pagamento do tributo, sumiria o passivo (tributo a pagar) e haveria o desaparecimento de um ativo (dinheiro) no mesmo valor. Neste caso, não seria receita. – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros. Exemplo: Nascimento de bezerro em uma empresa de pecuária. Ou seja, não houve a intervenção de ninguém (exceto do boi e da vaca ☺), mas a empresa ganhou um novo ativo (bezerro). – no recebimento efetivo de doações e subvenções. Exemplo: Doação de um terreno pelo governo de determinada localidade, para que a empresa construa uma fábrica como uma forma de desenvolvimento da região ou, subvenção de determinado tributo, por um período de tempo, para a empresa se instalar em uma região específica (a empresa pagará uma alíquota diferenciada – menor - daquele tributo). IV – São exemplos de despesas incorridas, pelo regime de competência: – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro. Exemplo: Na venda de mercadorias para terceiros, há a saída da referida mercadoria do estoque e, com isso, o custo destas mercadorias é uma despesa incorrida no período. – pela diminuiçãoou extinção do valor econômico de um ativo. Exemplo: A legislação permite que determinados bens sejam depreciados ao longo de sua vida útil em virtude de desgaste ou obsolescência. Esta depreciação é uma despesa incorrida no período (o valor econômico do ativo sofre uma redução, pois é calculado como: Custo de Aquisição – Depreciação Acumulada). Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 31 – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Exemplo: Ao pagar uma dívida com atraso (após o vencimento), há a incidência de juros e multa, ou seja, surgiram novos passivos sem os ativos correspondentes, fato que caracteriza uma despesa pelo Princípio da Competência. Já caiu em prova! (Técnico em Contabilidade-Exame de Suficiência-CFC- 2012-2) Considerando uma empresa que apura o resultado de janeiro a dezembro, de acordo com a Resolução CFC n.º 750/93 – Princípios de Contabilidade e alterações posteriores, julgue os itens abaixo e, em seguida, assinale a opção CORRETA. I. Os salários correspondentes ao pessoal da administração do mês de dezembro pagos em janeiro foram considerados como despesa em janeiro. II. O salário do pessoal da produção do mês de janeiro, pago em fevereiro e cujos produtos foram vendidos no mês de fevereiro, foi considerado na apuração do resultado da empresa em janeiro. III. Um contrato de seguro com cobertura para os meses de setembro a agosto foi considerado como despesa no mês de contratação e pagamento. Estão em DESACORDO com a Resolução CFC n.º 750/93 – Princípios de Contabilidade e alterações posteriores, as situações descritas nos itens: a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. Resolução: Vamos analisar os itens: I. Os salários correspondentes ao pessoal da administração do mês de dezembro pagos em janeiro foram considerados como despesa em janeiro. Repare que devemos reconhecer as receitas ou despesas, pelo Princípio da Competência, no momento em que ocorrerem, independentemente de recebimento ou pagamento. No caso concreto do item, os salários são referentes ao mês de dezembro. Portanto, ainda que sejam pagos somente em janeiro, a despesa de salários deve ser reconhecida em dezembro. O item está em desacordo com a Resolução CFC no 750/93. II. O salário do pessoal da produção do mês de janeiro, pago em fevereiro e cujos produtos foram vendidos no mês de fevereiro, foi considerado na apuração do resultado da empresa em janeiro. Nessa situação, o salário do pessoal da produção faz parte do custo do produto vendido. Portanto, esse salário, ainda que seja de meses anteriores, será considerado na apuração do resultado do mês da venda dos produtos (fevereiro). O item está em desacordo com a Resolução CFC no 750/93. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 32 Vai! Pode perguntar! Professor, você mudou a regra em relação ao item anterior? Não era para considerar como despesa de salários no momento de sua ocorrência? Excelente pergunta! Vejamos: Salários do pessoal da administração: são despesas do período em que ocorrerem. Por exemplo, o salário do pessoal da administração de janeiro será considerado como despesa de janeiro, ainda que sejam pagos somente em fevereiro. Salários do pessoal da produção: pela Contabilidade de Custos, o salário do pessoal da produção deve ser adicionado ao custo do produto. Com isso, a despesa somente será incorrida no momento da venda do produto. III. Um contrato de seguro com cobertura para os meses de setembro a agosto foi considerado como despesa no mês de contratação e pagamento. Novamente, a despesa do período deve ser reconhecida do momento de sua ocorrência, independentemente de pagamento. Portanto, se o contrato de seguro tem cobertura para os meses de setembro de um ano a agosto do ano seguinte, a despesa de seguros deve ser considerada como incorrida no decorrer desses meses e não no mês da contratação e pagamento. Não entendeu? Vamos ver um exemplo. Exemplo: A empresa J4M2 contratou um seguro com cobertura anual, de setembro de 2012 a agosto de 2013, pagando o prêmio relativo ao seguro no momento da contratação, em julho de 2012, no valor de R$ 2.400,00. Nessa situação, a despesa será incorrida mensalmente, de setembro de 2012 a agosto de 2013, no valor de R$ 200,00, que corresponde à divisão do prêmio pago relativo ao seguro (R$ 2.400,00) pelo número de meses de vigência do contrato de seguro (12 meses = de setembro de 2012 a agosto de 2013). Despesa Incorrida Mensal = R$ 2.400,00/12 meses = R$ 200,00 O item está em desacordo com a Resolução CFC no 750/93. A alternativa “a” é a correta. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 33 Já caiu em prova! (Agente Fiscal de Rendas-Gestão Tributária-Sefaz/SP- 2013-FCC) O Princípio I. da Entidade estabelece que o patrimônio pertence à entidade e que não se confunde com o patrimônio dos seus sócios ou proprietários. II. da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio não precisam levar em conta esta circunstância. III. do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. IV. da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos em que ocorrem os respectivos recebimentos ou pagamentos. Está correto o que se afirma em (A) I, II, III e IV. (B) I, II e III, apenas. (C) II e IV, apenas. (D) I, II e IV, apenas. (E) I e III, apenas. Resolução: Vamos analisar os itens. I. da Entidade estabelece que o patrimônio pertence à entidade e que não se confunde com o patrimônio dos seus sócios ou proprietários. O item está certo. II. da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio não precisam levar em conta esta circunstância. O item está errado, pois o Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio precisam levar em conta esta circunstância. III. do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. O item está certo. IV. da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos em que ocorrem os respectivos recebimentos ou pagamentos. O item está errado, pois o Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. A alternativa “e” é a correta. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 34 0.4.6. Princípio da Prudência Finalmente, o último princípio! De acordo com o artigo 10o da Resolução CFC no 750/93: Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoçãodo menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. Características do Princípio Prudência: I – Determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. A equação fundamental do patrimônio é definida conforme abaixo: Ativo = Patrimônio Líquido + Passivo; ou Patrimônio Líquido = Ativo - Passivo Portanto, para aplicar o Princípio da Prudência, a empresa deve adotar a hipótese de menor patrimônio líquido (menor ativo e maior passivo). A empresa deve ser prudente ☺. Exemplo: Suponha que uma empresa tenha valores a receber de seus clientes (direitos) no valor de R$ 100.000,00. Suponha ainda que, tradicionalmente, 10% dos clientes não pagam a empresa ou atrasam o pagamento por muito tempo. Para a empresa ser “prudente”, ele deve registrar uma “perda estimada com créditos de liquidação duvidosa” no valor de R$ 10.000,00 (10% x R$ 100.000,00). Essa perda estimada reduzirá o valor de seus direitos (ativos). Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 35 II – O exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis. As demonstrações devem refletir a realidade. Não vamos inventar despesas para reduzir o lucro. Isso não é prudente ☺! A Receita Federal do Brasil está de olho! 0.5. Importante para a Prova Princípios de Contabilidade: ECOPRC Essência sobre a forma: A essência das transações deve prevalecer sobre os seus aspectos formais ou aparentes. Princípio da Entidade: - Objeto da Contabilidade: Patrimônio, - O Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. - O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. - A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico- contábil. Princípio da Continuidade: - A Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Princípio da Oportunidade: - Processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. - Falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil: pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. - Abarca dois aspectos distintos, mas complementares: a integridade e a tempestividade, sendo também conhecido como Princípio da UNIVERSALIDADE. Entidade Competência Oportunidade Prudência Registro pelo Valor Original Continuidade Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 36 Princípio do Registro pelo Valor Original: - Os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. - Bases de mensuração: Custo histórico e Variação do custo histórico (custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo e atualização monetária). - Atualização Monetária: a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; - A atualização monetária não representa nova avaliação. Princípio da Competência: - Determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. - Pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. - Exemplos de receitas realizadas: – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados; – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; e – no recebimento efetivo de doações e subvenções. - Exemplos de despesas incorridas: – quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; e – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. Princípio da Prudência: - Determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. - Pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. Contabilidade Geral Teoria e Exercícios Comentados Analista Judiciário – Área Administrativa – Contabilidade – TRT/5R prof. Moraes Junior prof. Moraes Junior www.pontodosconcursos.com.br 37 Bibliografia Lei das Sociedades Anônimas com as alterações trazidas pela Lei no 11.638/07 e pela Lei no 11.941/09. Normas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). www.cpc.org.br Normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). www.cfc.org.br Normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). www.cvm.gov.br FIPECAFI, Manual de Contabilidade Societária (aplicável a todas as sociedades). São Paulo. Editora Atlas. 2010. MORAES JUNIOR, José Jayme. Contabilidade Geral. Rio de Janeiro. Elsevier Editora. 4a Edição. 2013.
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