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ALCANOS Aula 3 UFOP-ICEB-QUI-220 Química Orgânica para Biologia Aula dos dias 24 e 25 de maio de 2017 1. Introdução aos Alcanos e Cicloalcanos (cicloalcanos) 1. Introdução aos Alcanos e Cicloalcanos São compostos amplamente encontrados na natureza. Outra fonte de metano: gado (gado pode liberar até 500 litros do gás por dia, a maior parte disso ao arrotar) Alcanos: Fórmula geral CnH2n+2 Cicloalcanos: que contêm um anel simples: Fórmula geral CnH2n Onde n representa o número de átomos de carbono na cadeia 1. Introdução aos Alcanos e Cicloalcanos 1.a. As Fontes dos Alcanos → Gás natural: → Petróleo: - 95% de alcanos com até 4 átomos de carbono - 5% de N2, CO2 e H2S - mistura complexa de alcanos, alquenos e hidrocarbonetos aromáticos 1.b. O Refino do Petróleo • destilação fracionada → objetivo: separar o petróleo em frações ⇓ Volatilidade dos componentes Tabela 1: Frações Típicas Obtidas pela Destilação do Petróleo Cera de parafina, asfalto, alcatrão C20 e maisSólidos não-voláteis Óleo mineral refinado, óleo lubrificante, graxaC20 e maisLíquidos não-voláteis Gasóleo, óleo combustível e óleo dieselC12 e mais250-400 Querosene e combustível de motor a jatoC12−C18175-325 Gasolina C5−C1040-200 Ligroína, solventesC6−C760-100 Éter de petróleo, solventesC5−C620-60 Gás natural, gás engarrafado, indústria petroquímicaC1−C4Abaixo de 20 UtilizaçãoNúmero de átomos de Carbono por Molécula Intervalo de Ebulição da Fração (oC) Separação completa é economicamente impraticável. Misturas são adequadas para serem usadas como solventes, combustíveis e lubrificantes. 1.b. O Refino do Petróleo Craqueamento catalítico: Alcanos C12 e mais ∆ Alcanos menores, mais ramificados catalisadores Craqueamento térmico: Alcanos C12 e mais ∆ Alcanos menores, sem ramificação ~500oC ~500oC 1.c. Craqueamento Pirólise ⇒ decomposição de um composto por ação do calor Pirólise dos alcanos (petróleo) = Craqueamento - A demanda por gasolina é maior do que a fração de gasolina do petróleo - Indústria trata da conversão de outras frações em gasolina 2. Forma dos Alcanos - Alcanos e cicloalcanos Hibridização sp3 para todos os átomos de C Alcanos: - de cadeia não-ramificada - de cadeia ramificada CH3CH2CH2CH3 CH3CH2CH2CH2CH3 butano pentano • Alcanos de cadeia não-ramificada: - alcanos “normais“ ou n-alcanos 2. Forma dos Alcanos • Alcanos de cadeia ramificada: H3C CH CH3 CH3 H3C CH CH2 CH3 CH3 H3C C CH3 CH3 CH3 - Prefixo iso ⇒ alcanos que apresentam (CH3)2CH−−−− isobutano isopentano neopentano 3. Nomenclatura IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry) - desenvolvido em 1892; - revisado (atualizado) Antes de 1892 - vários compostos orgânicos já haviam sido descobertos; - nomes refletiam a fonte dos compostos; - “triviais” ou “comuns” Tabela 2: Nomes de alcanos a) Dos alcanos de cadeia não-ramificada - Sulfixo ano; - 4 primeiros membros derivam-se dos nomes dos álcoois correspondentes; - a partir do 5o membro derivam-se de prefixos gregos ou latinos OctanoC8H18ButanoC4H10 HeptanoC7H16PropanoC3H8 HexanoC6H14EtanoC2H6 PentanoC5H12MetanoCH4 5 átomos de C 6 átomos de C 7 átomos de C 8 átomos de C 3. Nomenclatura b) Dos grupos alquila não-ramificados Pr-H3C-CH2-CH2- Grupo propila Se converte emH3C-CH2-CH2-H propano Et-H3C-CH2- Grupo etila Se converte emH3C-CH2-H etano Me-H3C- Grupo metila Se converte emH3C-H metano AbreviaturaGrupo AlquilaAlcano 3. Nomenclatura c) Dos alcanos com cadeia ramificada 1) Localiza-se a cadeia carbônica mais comprida. H2C CH CH3 CH2 H2CH2CH3CH2C CH CH3 CH3 H2CH2CH3C CH3 6 átomos de C 7 átomos de C 3. Nomenclatura 2) Cadeia carbônica mais comprida é numerada de tal forma que às ramificações correspondam os menores números. Números → indicam a posição do substituinte 2-Metilexano (correto) 3-Metileptano 5-metilexano (incorreto) c) Dos alcanos com cadeia ramificada 3) 2 ou mais substituintes → é atribuído a cada substituinte um número Substituintes são listado em ordem alfabética 4-Etil-2-metilexano 3. Nomenclatura 4) 2 substituintes no mesmo átomo de C → usa-se o mesmo número duas vezes 3-Etil-3-metilexano c) Dos alcanos com cadeia ramificada 5) substituintes iguais → di-, tri-, tetra-, e assim por diante 2,2,4,4-Tetrametilpentano 2,3-Dimetilbutano 2,3,4-Trimetilpentano 3. Nomenclatura c) Dos alcanos com cadeia ramificada 6) 2 possibilidades para cadeia → é escolhida a que tiver maior número de substituintes 2,3,5-Trimetil-4-propileptano 3. Nomenclatura c) Dos alcanos com cadeia ramificada 7) 3. Nomenclatura Quando uma série de grupo substituinte estiver presente na cadeia principal, o sentido da numeração a ser escolhido será o que fornecer a menor seqüência de números, independente da natureza dos grupos. d) Dos grupos alquila ramificados Alcanos com mais de 2 átomos de C → mais de um derivado é possível 3. Nomenclatura d) Dos grupos alquila ramificados Butano→ 2 derivados Isobutano→ 2 derivados Existem quatro grupos C4 3. Nomenclatura d) Dos grupos alquila ramificados 3. Nomenclatura terc-butil(a) c e) Dos grupos alquila ramificados univalentes 3. Nomenclatura 3. Nomenclatura - Substituídos → alquilcicloalcanos f) Dos cicloalcanos: compostos monocíclicos OBS: se apenas um substituinte está presente não é necessário atribuir sua posição - Só um anel → prefixo ciclo- ligado ao nome do alcano 3. Nomenclatura f) Dos cicloalcanos: compostos monocíclicos - Dois ou mais substituintes → numera-se o anel de tal forma a obter a menor soma de números (não 1,5-dimetilciclopentano) 1 2 3. Nomenclatura - Cicloalquilalcanos f) Dos cicloalcanos: compostos monocíclicos Anel ligado a uma cadeia com maior número de átomos de carbono 3. Nomenclatura g) Dos cicloalcanos: compostos bicíclicos biciclo[2.2.1]heptano 3. Nomenclatura g) Dos cicloalcanos: compostos bicíclicos - substituintes → numera−se começando com um cabeça de ponte → continua−se ao longo da ponte mais comprida até o outro cabeça de ponte → depois ao longo da ponte mais comprida seguinte 8-Metilbiciclo[3.2.1]octano 8-Metilbiciclo[4.3.0]nonano - metano - butano (C1-C4) → gases - pentano - heptadecano (C5-C17) → líquidos - octadecano (C18) → sólidos - Insolúveis em água, mas são miscíveis com outros solventes - Menos densos do que água 4. Propriedades Físicas 4. Propriedades Físicas a) Pontos de Ebulição - alcanos não-ramificados → elevação regular do PE com o aumento da massa molecular - alcanos ramificados: as ramificações → reduzem o P.E. CH3CH2CH2CH2CH2CH3 Hexano P.E. = 68,7 oC P.E. = 60,3 oC P.E. = 49,7 oC 2-metilpentano 2,2-dimetilbutano Ramificação → torna a molécula mais compacta diminui forças de van der Waals ou dipolo induzido-dipolo induzido b) Pontos de Fusão - alcanos não-ramificados → não mostram elevação regular com o aumento da massa molecular ↓ alternância CH3CH2CH3Etano Propano P.F. = - 183oC P.F. = -188 oC CH3CH3 No par de átomos de C No ímpar de átomos de C Cadeias se agrupam de forma mais compacta no estado cristalino Forças atrativas maiores P.F. mais elevados 4. Propriedades Físicas 4. Propriedades Físicas b) Pontos de Fusão - Alcanos ramificados: se as ramificações→ produzem estruturassimétricas resulta em P.F. altos H3C C CH3 CH3 C CH3 CH3 CH3 2,2,3,3-tetrametilbutano P.F. = 100,7 oC P.E. = 106,3 oC 5. Ligações Sigma e Rotação da Ligação •••• Grupos ligados apenas por uma ligação sigma (ligação simples), podem sofrer rotações em torno daquela ligação. •••• Conformação: qualquer arranjo de átomos que resulta da rotação em torno de uma ligação sigma. •••• Uma análise da variação da energia que a molécula sofre com grupos girando em torno de uma ligação sigma é chamada de análise conformacional. 5. Ligações Sigma e Rotação da Ligação Projeção ⇒ útil para a representação de conformações 5. Ligações Sigma e Rotação da Ligação 5.a. Análise Conformacional do Etano Para o etano por exemplo, um número infinito de conformações diferentes poderia resultar das rotações de grupos CH3 sobre a ligação carbono-carbono. Podemos imaginar duas conformações extremas para o etano: eclipsada e alternada eclipsada alternada 5.a. Análise Conformacional do Etano Diferença de energia entre as duas conformações do etano: 12 kJ/ mol. Essa pequena barreira à rotação é chamada de barreira torsional. Barreira torsional é causada pela → tensão torsional→ átomos de H eclipsados alternada eclipsada 5.a. Análise Conformacional do Etano Diferença de energia entre as duas conformações do etano: 12 kJ/ mol. 5.a. Análise Conformacional do Etano Os cicloalcanos diferem em suas estabilidades relativas. O cicloalcano mais estável é o cicloexano⇒ zero tensão de anel. 6. Estabilidade Relativa dos Cicloalcanos: Tensão de Anel Cicloalcano n calor de combustão calor de combustão tensão de (kJ/mol) por grupo CH2 (kJ/mol) anel (kJ/mol) Ciclopropano 3 2091 697,0 115 Ciclobutano 4 2744 686,0 109 Ciclopentano 5 3320 664,0 27 Cicloexano 6 3952 658,7 0 Cicloeptano 7 4637 662,4 27 7. Origem da Tensão de Anel: Tensão Angular e Tensão Torsional Ciclopropano→ ângulos internos 60o ∴ afastam-se do valor ideal por 49,5o → Tensão angular A tensão angular: 7. Origem da Tensão de Anel: Tensão Angular e Tensão Torsional Ciclobutano→ ângulos internos são de 88o ∴ afastam-se do valor ideal por 21,5o Anel é dobrado → a distorção da planaridade diminui a tensão torsional Planar → a tensão angular seria menor (19,5o) mas a tensão torsional seria muito maior Ciclopentano ⇒ tensão angular é muito menor do que no ciclopropano e ciclobutano⇒ angulos internos são de 108o, um valor muito próximo ao ângulo de ligação tetraédrica normal 7. Origem da Tensão de Anel: Tensão Angular e Tensão Torsional 8. Conformações do Cicloexano Como desenhar a conformação tipo cadeira do cicloexano 8. Conformações do Cicloexano Conformação em cadeira ⇒ conformação em bote: Interação do mastro Tensões torsionais e interações do mastro ⇒ 8. Conformações do Cicloexano Conformação torcida ⇒ conformação em bote pode aliviar: sua tensão torsional e interações do mastro Conformação torcida Conformação torcida não é mais estável do que a conformação cadeira ⇒ Em virtude da maior estabilidade da conformação em cadeira, mais de 99% das moléculas estão na conformação cadeira. 8. Conformações do Cicloexano 9. Cicloexanos Substituídos: Átomos de Hidrogênio Axiais e Equatoriais No cicloexano os átomos de hidrogênio se encontram em duas posições: a) Seis dispõem-se sobre o plano do anel b) Seis dispõem-se acima ou abaixo do plano do anel À temperatura ambiente, o anel do cicloexano oscila. Ligações axiais se tornam equatoriais e vice-versa 9. Cicloexanos Substituídos: Átomos de Hidrogênio Axiais e Equatoriais Em um derivado do cicloexano monossubstituído, qual seria a conformação mais estável? Por exemplo: CH3 metilcicloexano 9. Cicloexanos Substituídos: Átomos de Hidrogênio Axiais e Equatoriais Metilcicloexano possui duas conformações em cadeira possíveis: 9. Cicloexanos Substituídos: Átomos de Hidrogênio Axiais e Equatoriais 9. Cicloexanos Substituídos: Átomos de Hidrogênio Axiais e Equatoriais 10. Cicloalcanos Dissubstituídos: Isomerismo Cis-Trans - Dois substituintes sobre o anel de qualquer cicloalcano permite a possibilidade de isomerismo cis-trans - Exemplo: 1,2-dimetilciclopentano Os 1,3-dimetilciclopentanos também mostram isomerismo cis-trans: Cicloexano trans-dissubstituído: um grupo é preso por uma ligação de cima e o outro pela ligação de baixo Exemplo: trans-1,4-dimetilcicloexano → duas conformações em cadeira possíveis 10. Cicloalcanos Dissubstituídos: Isomerismo Cis-Trans Trans-1,3-dimetilciclohexano existe em duas conformações que possuem igual energia e são igualmente povoadas em equilíbrio. 10. Cicloalcanos Dissubstituídos: Isomerismo Cis-Trans Cicloexanos trans-1,3-dissubstituídos nos quais um grupo alquila é maior que o outro, a conformação de mais baixa energia será aquela com o grupo maior na posição equatorial. 10. Cicloalcanos Dissubstituídos: Isomerismo Cis-Trans 11. Reações Químicas dos Alcanos Parafinas ⇒ palavra derivada do latim e que significa “com pouca afinidade” As duas reações mais relevantes dos alcanos são: combustão e a halogenação 11.a. Combustão Na combustão os alcanos reagem com O2, produzindo CO2 e liberando grandes quantidades de energia. CH4 + 2O2 CO2 + H2O + calorchama 11. Reações Químicas dos Alcanos 11.b. Halogenação Os alcanos podem reagir com halogênios através de reações de substituição de radicais livres dando origem a produtos halogenados. 11. Reações Químicas dos Alcanos 11.b. Halogenação 11. Reações Químicas dos Alcanos 11.b. Halogenação 11. Reações Químicas dos Alcanos 11.b. Halogenação
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