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10 03 15 INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL – FONTES DO DIREITO PENAL

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INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL - FONTES DO 
DIREITO PENAL 
 
CONCEITO DE DIREITO PENAL: é o conjunto de normas jurídicas que regulam o 
poder punitivo do estado, tendo em vista os fatos de natureza criminal e as medidas 
aplicáveis a quem os pratica. 
 
CARACTERISTICAS DO DIREITO PENAL 
 
RAMO DO DIREITO PÚBLICO – regula as relações entre o particular e o estado – 
princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. 
 
CIÊNCIA CULTURAL – o direito penal cuida do “dever ser” (regras de conduta e 
comportamento) e não do “ser” (ciência natural). 
 
CIÊNCIA FINALISTA – o direito penal tem por finalidade garantir a sobrevivência e 
a paz da sociedade pela tutela de seus bens fundamentais. 
 
CIÊNCIA DOGMÁTICA – o direito penal tem por fundamento o direito positivo – é 
um conjunto de normas jurídicas positivadas e vigentes – é um direito legislado e não 
um conjunto de decisões. 
 
SANCIONADOR – o direito penal estabelece sanções para o descumprimento de sua 
norma. 
 
DIREITO PENAL OBJETIVO E SUBJETIVO 
 
DIREITO PENAL OBJETIVO: conjunto de normas jurídicas vigentes que definem 
ou descrevem, abstratamente, a conduta criminosa e cominam a respectiva pena, 
estabelecendo as regras de sua aplicação. 
 
DIREITO PENAL SUBJETIVO: JUS PUNIENDI – é o direito de punir, também 
chamado por alguns doutrinadores de poder de punir do estado – consiste no poder do 
estado de criar normas e a possibilidade de, a partir delas, impor e executar penas. O jus 
puniendi é monopólio estatal. O direito de punir do estado não é absoluto, é limitado por 
princípios constitucionais e legais que estudaremos mais adiante como o principio da 
reserva legal. 
 
FONTE DO DIREITO PENAL 
 
É o lugar de onde o direito penal provém. 
 
FONTE MATERIAL, DE PRODUÇÃO OU SUBSTANCIAL: é aquela que se refere 
ao órgão incumbido de sua elaboração. De acordo com a Constituição Federal, a União 
(Congresso Nacional) é a fonte de produção do Direito Penal no Brasil (art. 22, I). 
Conforme previsão do parágrafo único do art. 22 da CF, lei complementar federal 
poderá autorizar os Estados a legislar em matéria penal sobre questões específicas, ou 
seja, matérias relacionadas em lei complementar que tenham interesse meramente local. 
Trata-se de competência suplementar, que pode ou não ser delegada aos Estados-
Membros, os quais não podem legislar sobre matéria fundamental de Direito Penal. 
 
FONTE FORMAL, DE COGNIÇÃO OU DE CONHECIMENTO: é a que se refere 
ao modo pelo qual o Direito Penal se exterioriza, a lei, inclusive tratados e convenções. 
(medida provisória não é fonte imediata do direito penal, pois não é lei). 
 
DIFERENÇA ENTRE NORMA E LEI 
 
A norma é o mandamento de um comportamento normal, retirado do senso 
comum de justiça de uma coletividade, como, por exemplo, não matar. Desse modo, a 
norma é uma regra proibitiva não escrita, extraída do espírito dos membros da 
sociedade. A lei, por sua vez, é a regra escrita, expressa, que funciona como veiculo 
da norma. O legislador, levando em conta que o normal é não praticar determinado ato, 
descreve-o como crime, associando-lhe uma pena. Assim, a lei é DESCRITIVA e 
NÃO PROIBITIVA, ao contrário da norma, que proíbe. Nem toda norma é lei. Assim 
a principal característica da lei penal consiste no fato de não ser proibitiva e sim 
descritiva. 
 
 
A LEI PENAL É COMPOSTA DE DUAS PARTES 
 
a) preceito primário: descrição da conduta 
b) preceito secundário: sanção. 
 
Exemplo: 
 
Artigo 121 código penal: 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: (preceito primário) 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. (preceito secundário) 
 
CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
A lei penal se classifica em duas espécies: 
 
a) leis incriminadoras – define ou descreve abstratamente as condutas incriminadoras e 
comina as respectivas penas. 
 
b) leis não incriminadoras - As leis não incriminadoras, por sua vez, subdividem-se 
em: 
a) leis não incriminadoras permissivas - são aquelas que tornam lícitas determinadas 
condutas tipificadas (descritas) em leis. Exemplo artigo 23 do código penal. 
b) leis não incriminadoras finais, complementares ou explicativas. são aquelas que 
esclarecem o conteúdo de outras leis e delimitam o âmbito de sua aplicação., Exemplo 
Art. 150 § 4º do CP e art. 327 do CP. 
 
CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS PENAIS 
 
a) Exclusividade: somente as normas penais definem crimes e cominam penas; 
b) Imperatividade: impõem-se coativamente a todos; 
c) Generalidade: têm eficácia erga omnes, dirigindo-se inclusive aos inimputáveis; 
d) Impessoalidade: dirigem-se impessoal e indistintamente a todos. 
NORMA PENAL EM BRANCO 
 
É aquela cujo preceito secundário está completo (a sanção), permanecendo 
indeterminado o seu conteúdo (a definição legal do crime está incompleta). 
 
Exemplo: artigo 237 do código penal. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS EM BRANCO 
 
a) Normas penais em branco em sentido lato ou homogêneas: o complemento 
provém da mesma fonte formal, isto é, emana da mesma fonte legislativa; (237-CP). 
b) Normas penais em branco em sentido estrito ou heterogêneas: o complemento 
provém de fonte formal diversa, ou seja, há diversificação quanto ao órgão de 
elaboração da norma. – Ex. – LEI DE DROGAS, ART 33. 
 
COSTUME 
 
É o conjunto de normas de comportamento a que as pessoas obedecem de 
maneira uniforme e constante, pela convicção de sua obrigatoriedade jurídica. 
 
ESPÉCIES DE COSTUME: 
a) contra legem: inaplicabilidade da norma jurídica em face do desuso, da 
inobservância constante e uniforme da lei; 
b) secundum legem: traça regras sobre a aplicação da lei penal, estabelece 
uniformidade na interpretação ou aplicação da lei; 
c) praeter legem: preenche lacunas da lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES IMPORTANTES 
 
NO BRASIL, O COSTUME “CONTRA LEGEM” REVOGA A LEI? 
 
Não, em face do que dispõe o art. 2º, § 1º, da Lei de Introdução ao Código Civil, 
segundo o qual uma lei só pode ser revogada por outra. 
 
 
EM NOSSO PAÍS, PODE O COSTUME “PRAETER LEGEM” CRIAR 
DELITOS? 
 
Tendo em vista o princípio da reserva legal, o costume não cria delitos, nem 
comina penas. 
 
QUAL A DIFERENÇA ENTRE HÁBITO E COSTUME? 
 
A diferença é que, ao contrário do costume, no hábito inexiste a convicção da 
obrigatoriedade jurídica do comportamento. 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 
 
São princípios que se fundam em premissas éticas extraídas do material 
legislativo, isto é, do ordenamento jurídico. São o alicerce do ordenamento jurídico. 
Dispõe o art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil que, “quando a lei for omissa, o 
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de 
direito”. 
 
OBS: A analogia não é fonte do direito, é apenas método pelo qual se aplica a 
fonte formal imediata, isto é, a lei do caso semelhante, ao fato não regulado 
expressamente pela norma jurídica. Na lacuna da legislação aplica-se em primeiro lugar 
outra lei (a do caso análogo), através da atividade conhecida como analogia, de modo 
que, não existindo lei de caso parecido aplicável por semelhança, recorrer-se-á então às 
fontes formais mediatas, que são os costumes e os princípios gerais do direito. 
 
FORMAS DE PROCEDIMENTO INTERPRETATIVO 
 
a) eqüidade: é a correspondência jurídica e ética da norma ao caso concreto – o Juiz 
deve procurar a solução mais justa possível, tratando as partes com igualdade; 
b) doutrina: consiste nos estudos, nas investigações e reflexões teóricas dos cultores do 
direito; 
c) jurisprudência: é a repetição constante de decisõesno mesmo sentido em casos 
semelhantes. 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
 
Princípio de legalidade, da anterioridade ou da reserva legal – art. 1º CP – art. 5º 
XXXIX - CF – não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem prévia 
cominação legal. 
 
Princípio da intranscendência ou da pessoalidade da a pena – art. 5º, XLV – CF – 
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano 
e a decretação ou perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e 
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 
 
Princípio da irretroatividade da lei penal – art. 5º, XL CF – A lei penal não 
retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
 
Princípio da individualização da pena – art. 5º XLVI CF – A lei regulará a 
individualização da pena – vide art. 59 CP. 
 
Princípio da não extradição de brasileiro p art. 5º LI, CF – nenhum brasileiro será 
extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei. 
 
Princípio da presunção de inocência – art. 5º LVII – CF – ninguém será considerado 
culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
 
Princípio da insignificância ou bagatela – O direito penal não deve se preocupar com 
bagatelas, do mesmo modo não podem ser criados tipos incriminadores que descrevam 
condutas incapazes de lesar o bem jurídico. 
 
Princípio da alteridade – O fato típico pressupõe uma atitude que transcenda a esfera 
individual do autor e seja capaz de atingir o interesse do outro (altero). 
Ninguém pode ser punido por ter feito mal só a si mesmo. 
 
Princípio da intervenção mínima do direito penal – A lei só deve prever as penas 
estritamente necessárias. 
Somente haverá direito penal naqueles raros episódios em que a lei descreve um fato 
como crime. 
 
Princípio da humanidade – Proibição de tortura e de tratamento desumano ou 
degradante (art. 5º III CF), de pena de morte, de banimento, de trabalhos forçados e de 
penas cruéis (art. 5º XLVII CF)

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