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II Reinado brasileiro

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II Reinado brasileiro
Partidos liberal e conservador. 
As disputas políticas entre progressistas (Feijó) e regressistas (Araújo Lima), durante as regências, resultaram posteriormente
no Partido Liberal e no Partido Conservador, que se alternaram no governo ao longo do Segundo Reinado. O Partido Conservador,
constituído pelos regressistas e apelidado de Saquarema e o Partido Liberal, formado pelos progressistas e chamado de Luzia.
Luzias e Saquaremas dominaram o cenário político do Segundo Reinado. Os conservadores defendiam um governo imperial
forte e centralizado, enquanto os liberais lutavam por uma descentralização, concedendo certa autonomia às províncias. No entanto,
quando conquistavam o poder, liberais e conservadores não apresentavam atitudes muito diferentes.
Administração de D. Pedro II
D. Pedro II formou seu primeiro gabinete com a maioria dos políticos do Partido Liberal que lutaram por sua maioridade. O retorno
dos liberais ao governo atiçou a rivalidade com os conservadores, acendendo uma disputa violenta entre os dois.
Na primeira eleição para a Câmara dos Deputados, os liberais contrataram capangas que distribuíram “cacetadas”, ameaçaram
de morte seus adversários políticos e fraudaram a apuração dos votos. Este episódio ficou conhecido como "Eleições do Cacete.
D. Pedro II substituiu o ministério liberal, em 1841, por um de maioria saquarema. Os conservadores obtiveram, assim, mais
força para exigir que o imperador anulasse o resultado das eleições e foram atendidos. Os liberais de São Paulo e Minas Gerais
promoveram a Revolta Liberal de 1842, contra a centralização promovida pelos saquaremas. As tropas imperiais dominaram a
revolta e prenderam seus líderes que foram anistiados em 1844, quando retornaram ao poder.
Em 1847, teve início no Brasil o parlamentarismo. Criou-se o cargo de presidente do Conselho de Ministros que era nomeado
pelo imperador. O eleito montava o gabinete ministerial, que, em seguida, era submetido à Câmara dos Deputados para obter o voto
de confiança. Se aprovado, o gabinete começava a governar o país; se rejeitado, cabia ao imperador demiti-lo ou dissolver a Câmara,
convocando novas eleições. Ao todo foram 36 gabinetes: 21 liberais e 15 conservadores. Todavia, os conservadores, por serem mais
alinhados aos interesses do imperador, permaneceram dez anos a mais no poder.
A unidade da aristocracia rural. 
Apesar das disputas políticas violentas, os partidos Conservador e Liberal eram diferentes apenas no nome. Um e outro eram
formados por grandes proprietários escravistas e defendiam os mesmos interesses: estavam unidos contra a participação do povo nas
decisões políticas. Liberal ou Conservador - não importava -, a aristocracia rural era a favor de uma política antidemocrática e
antipopular. 
Essa evolução no sentido da maior unidade de interesse e na defesa de uma política conservadora foi, em grande parte,
motivada pelo fortalecimento econômico da aristocracia rural. Desde a década de 1830, a cafeicultura havia se deslocado para o vale
do Paraíba, onde rapidamente se tornaria a principal atividade agroexportadora brasileira, beneficiando particularmente as três
províncias do sudeste: Rio de janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A projeção política dessas três províncias, as mais ricas e poderosas
do Brasil, já se fazia sentir desde a transferência da Corte, em 1808. Representadas agora pelos "barões do café", elas fortaleceram
ainda mais as suas posições relativas, tornando-se capazes, efetivamente, de impor nacionalmente a sua política. 
Como segmento mais rico e próximo do poder central, os barões do café estavam em condições de submeter à sua liderança a
aristocracia rural das demais províncias. Formando então um bloco cada vez mais poderoso, imprimiram uma direção precisa à
política nacional: o centralismo e a marginalização dos setores radicais e democráticos. 
Crise do Império
A partir de 1870, o Império já não conseguia atender aos diversos setores sociais. Movimentos políticos republicanos
ganharam força no período (Monarquia x República).
A abolição da escravidão, que começava a tomar o governo, devido a pressões de grupos abolicionistas e da Inglaterra, abalou
suas relações políticas com os latifundiários escravistas que, sentindo-se abandonados pela Monarquia, acabaram por abandoná-la
também, depois de terem sido seu principal sustentáculo desde o início do Império.
Além desses pontos, o governo monárquico perdeu dois importantes apoios: A Igreja Católica e o Exército. A primeira se
opôs à maçonaria, grupo que possuía ligações com D. Pedro II. O imperador chegou a decretar a prisão de padres que puniram
religiosos à maçonaria. Estes episódios abalaram definitivamente as relações entre a Igreja e o imperador. 
Após a Guerra do Paraguai, o Exército brasileiro adquiriu força e expressão política. O governo monárquico, no entanto, não
valorizava essa mudança, pois até então não precisara desse corpo militar organizado para se manter no poder, pois podia contar com
a Guarda Nacional, criada em 1831. Nas decisões políticas, o poder dos civis era enorme em relação ao dos militares. Foi em meio a
essa situação que, em 1884, altos chefes do Exército revoltaram-se contra as punições aos oficiais que expressavam suas opiniões
políticas publicamente.

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