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Contexto sócio histórico da Psicologia Humanista • Os anos de 1960 foram marcados por revoltas políticas, onde os jovens foram os protagonistas; • Crítica ao ideal de racionalização e modernização em detrimento aos aspectos sociais e humanos; • Contestação de toda a cultura vigente, sobretudo dos regimes repressivos e totalitários; • Recusa generalizada ao sistema, tanto capitalista quanto socialista; • Período em que nasceram os movimentos ecológicos e pacifistas, as religiões orientais ganham visibilidade no ocidente, revolução sexual, experiências alucinógenas; • A moda foi usada como expressão de liberdade; • As drogas eram usadas para a expansão da consciência; Hebert Marcuse e a Escola de Frankfurt • Um dos mais influentes pensadores da época; • Considerava a sociedade “irracional como um todo” – o desmonte da imaginação, a busca implacável pela eficiência, ordem e controle só pode ser irracional; • O Homem Unidimensional: a forma como a sociedade estava organizada condicionava o homem a um pensamento uniforme e as ideias contrárias eram repelidas em nome da razão; Massificação da sociedade Busca pela individualidade Encontro com a psicologia... Política da consciência A mudança social é uma tarefa primordialmente psíquica A grande recusa • Era urgente a construção de novos significados para a existência, novas formas de viver e de se relacionar consigo e com os outros; • Recusa à racionalidade científica e à sociedade industrial; • Mudança de valores; • Construção de um novo modelo de vida baseado especialmente na natureza; • Estabelecimento de uma nova concepção de vida e sociedade CONTRACULTURA Movimento do Potencial Humano • Nasceu nos EUA na década de 1960; • Influenciado pela filosofia oriental, tinha como objetivo a melhora do potencial humano; • Utiliza as mais diversificadas técnicas grupais, corporais, psicodramáticas, bioenergéticas...tendo grande imersão no campo terapêutico. • No entanto, segundo Coimbra, este movimento ocasionou um esvaziamento das questões políticas, sendo rapidamente assimilado pelo sistema. A psicologia humanista: a terceira força • Declaração Universal dos Direitos do Homem (ONU-1948) Igualdade de direitos A Psicologia Humanista surgiu durante a década de 1960 nos EUA. Principais autores: Abraham Maslow, Gardner Murphy, Gordon Allport e Carl Rogers. A TERCEIRA FORÇA EM PSICOLOGIA Propunha uma alternativa ao Behaviorismo e a Psicanálise Pontos importantes 1. Ênfase na experiência consciente 2. Crença na integralidade da natureza; e da conduta do ser humano; 3. Concentração no livre-arbítrio, na espontaneidade e no poder de criação do indivíduo; 4. Estudo de tudo o que tenha relevância para a condição humana Creditavam à personalidade humana o poder de moldar a si mesmo • Refletia a insatisfação e o desgosto veiculado pelos jovens dos anos 60 contra os aspectos mecanicistas e materialistas da cultura ocidental contemporânea; • Acreditavam que o comportamentalismo era uma abordagem estreita, artificial e relativamente estéril da natureza humana; • Oposição à ideia de que a personalidade é determinada por forças biológicas, eventos passados e forças inconscientes; • Os seres humanos são muito mais do que ratos brancos, robôs ou computadores, não podendo ser objetificados, quantificados e reduzidos a unidades de estímulo e resposta; • Criticavam os freudianos por estudarem somente pessoas perturbadas – neuróticos e psicóticos. Todos os aspectos da experiência humana são levados em consideração pela psicologia humanista: o amor, o ódio, o medo, a esperança, a felicidade, o bom humor, a afeição, a responsabilidade e o sentido da vida... • Ponto de partida dos psicólogos humanistas: visão positiva do homem e das suas potencialidades. • Buscavam tornar a psicologia mais humana, mais interessada nos problemas do homem; • Vertente fenomenológica e existencial. O discurso teórico girou em torno de alguns tópicos fundamentais: qualidades e capacidades humanas, , valores, criatividade, sentimento, identidade, coragem, vontade, liberdade, auto realização. Privilegiavam a experiência consciente e o vivenciar na experiência presente. A Psicologia Humanista é marcada por um compromisso de engajamento em favor da mudança social e cultural, em direção a uma sociedade de valores mais humanos, menos controladora, mais atenta às necessidades intrínsecas de autorrealização, mais criativa e lúdica, envolvendo relações pessoais mais abertas, autênticas, autoexpressivas e prazerosas, em que a exploração alternativa das dimensões humanas da intimidade corporal e emocional fosse sancionada ao invés de reprimida; enfim, onde a pessoa, em sua liberdade e autodeterminação no desenvolvimento de suas possibilidades, fosse o valor supremo, contra todos os dogmas, valores e autoridades externamente constituídos. A visão de homem • Visão Holística – o todo é maior que a soma de suas partes; • Autorrealização – sua natureza consiste me criar sua própria natureza; • O homem está implicado e é indissociável do seu meio, mas não é determinado por ele; • É um ser livre e intencional. É auto orientado pelos propósitos e sentidos que dá à própria existência, não pode eximir-se de se responsabilizar plenamente pelo que é; • Possui uma tendência para crescer, um movimento de sair de si, um projetar-se, um devir, um incessante tornar-se, um contínuo processo de vir a ser; • É sempre um projeto, o que causa angústia (Sartre). • O homem é um ser em busca constante de si mesmo, que vive um contínuo processo de vir a ser e que apresenta uma tendência natural para se desenvolver. É a dimensão subjetiva dos sentimentos, das emoções, dos valores, das relações que deve ser o tema central da psicologia. • Se concentrou mais em pessoas psicologicamente saudáveis do que emocionalmente perturbadas. Principais representantes • Abraham Maslow (1908-1970): trabalhou com pessoas psicologicamente saudáveis. Sua teoria da personalidade se concentra na motivação para crescer, para se desenvolver e realizar o eu a fim de concretizar de modo pleno nossas capacidades e potencialidades humanas. Teoria da auto- realização. • Carl Rogers (1902-1987): Criou a Abordagem Centrada na Pessoa. Trabalhou com pessoas emocionalmente perturbadas. Propôs que cada pessoas possui uma tendência inata para atualizar as capacidades e potenciais do eu. A responsabilidade da mudança está no cliente e não no terapeuta. Algumas considerações • Infelizmente, o movimento do potencial humano atraiu muitos charlatães, o que fez com que todo o movimento da psicologia humanista recebesse críticas, sendo desacreditado por alguns profissionais. No entanto, trata-se de um sério estudo sobre a natureza e a conduta humana. Psicologia Transpessoal: a quarta força • Valorização das potencialidades humanas relacionadas à espiritualidade, auto transcendência e ampliação da consciência; • Associado ao movimento da Psicologia Humanista; • Representantes: Abrahan Maslow, Viktor Frankl, Ken Wilber e Stanislav Grof. Referências • CAMPOS, R. F. Ética Contemporânea: os anos 60 e o projeto de psicologia humanista. Epistemo-Somática, Belo Horizonte. V. III, n. 2, set/dez 2006. • SCHULTZ, D. P.; SCULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. Cultrix, São Paulo, 2002.
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