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EFA E INCLUSÃO Desafios encontrados pelos prof no trabalho com alunos com deficiência

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— 1 —
ISSN 2238-300X
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E INCLUSÃO: 
Desafios encontrados pelos professores de educação 
física no trabalho com alunos com deficiência.
ADAPTED PHYSICAL EDUCATION AND INCLUSION: CHALLENGES ENCOUNTERED BY TEACHERS 
OF PHYSICAL EDUCATION IN WORKING WITH STUDENTS WITH DISABILITIES.
Raull Felippe de Almeida Brito1
João Franco Lima2
Resumo: O presente artigo aborda como temática central a 
inclusão e a Educação Física adaptada, focando especificamente 
nos desafios encontrados pelos professores de Educação Física 
no trabalho com alunos deficientes. O estudo visou analisar 
os desafios encontrados pelos professores diante a inclusão 
de pessoas com alguma deficiência. Além disso, procuramos 
evidenciar as necessidades desses profissionais no trabalho com 
indivíduos portadores necessidades especiais, e estabelecer 
uma relação entre a formação profissional e a prática docente 
com os alunos. Participaram do estudo cinco professores de 
Educação Física do Colégio Estadual Vitor Soares, os quais 
responderam a um questionário com questões estruturadas 
acerca dos principais desafios enfrentados pelo profissional diante 
do processo de inclusão. Os resultados mostraram que boa parte 
dos professores não teve, em sua formação inicial, disciplinas 
referentes à Educação Física adaptada ou à inclusão e que a 
capacitação profissional surgiu como forma de preencher essa 
carência. Verificou-se também que os maiores desafios citados 
pelos professores estão diretamente ligados com a formação 
inicial. Concluiu-se que é necessário que os professores de 
Educação Física busquem qualificação para enfrentar os desafios 
no processo de inclusão de alunos com algum tipo de deficiência 
em suas aulas, já que é uma realidade encontrada nas escolas.
Palavras-chave: Educação física adaptada, professores, inclusão.
1 Licenciado em Educação Física pela UNIJORGE – (E-mail: raull_felippe@hotmail.com )
2 Licenciado em Educação Física pela UCSAL, Mestre pela UFMG, Professor da UNIJORGE
— 2 —
Abstract: This article discusses how central theme of inclusion 
and adapted physical education, focusing specifically on the 
challenges faced by physical education teachers to work with 
students with disabilities. The paper examines the challenges 
faced by physical education teachers on the inclusion of people 
with disabilities. In addition, we sought to highlight the needs 
of professionals working with disabled students, and establish a 
relationship between training and practice of teaching students. 
The study included five physical education teachers of the 
State College Vitor Soares, which answered a questionnaire 
with structured questions about the main challenges faced 
by the professional before inclusion. The results showed that 
most of the teachers had no training in their disciplines related 
to adapted physical education, inclusion and the professional 
training emerged as a way to fill this deficiency. It was also found 
that major challenges cited by teachers are directly connected 
with the initial training. It was concluded that it is necessary 
for physical education teachers seek to prepare for the process 
of inclusion of students with disabilities in their classes, since it 
is a reality found in schools.
Keywords: Adapted physical education, teachers, inclusion.
INTRODUÇÃO
A Educação Física Escolar por vários anos foi, e ainda é 
bastante excludente na sua prática educativa; nos últimos tempos 
tem crescido o número de pessoas com deficiência que estão 
frequentando as aulas de Educação Física, em especial no Ensino 
Regular. A Constituição Federal de (1988) e a lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional (lei nº 9394/96) obrigam as escolas 
a receberem todos os indivíduos portadores de deficiência. Este 
fato nos leva a alguns questionamentos, tais como: será que 
realmente os professores de Educação Física foram preparados 
para lidar com o processo de inclusão? Ou, até mesmo, as escolas 
no seu planejamento arquitetônico estão preparadas? Os cursos de 
Graduação em Educação Física fornecem subsídios aos professores 
para trabalhar junto a pessoas com deficiência? Essas inquietações 
nos levam a pensar que não basta à lei apenas garantir o direito 
das pessoas com deficiência de frequentar a escola e sim garantir 
as condições necessárias de aprendizagem.
Neste sentido, esta pesquisa tem como objeto a inclusão e a 
Educação Física adaptada, focando especificamente nos desafios 
encontrados pelos professores de Educação Física no trabalho com 
— 3 —
alunos com deficiência. A abordagem dessa temática é bastante 
importante, pois trará para o professor de Educação Física a realidade 
encontrada na lida diária com alunos deficientes, para que, a partir daí, 
estes profissionais possam criar possibilidades para superar as barreiras 
da exclusão. Sendo assim, são imprescindíveis estudos voltados à área 
de Educação Física adaptada e inclusão, já que as escolas estão, cada 
vez mais, abrindo suas portas para atender essa nova demanda de 
alunos, baseadas nas leis que asseguram seus direitos.
Partindo desses princípios, acima mencionados, surgiu o problema 
desta pesquisa que se apresenta na seguinte questão: Quais os 
desafios encontrados pelos professores de Educação Física em lidar 
com a inclusão de alunos com deficiência? Buscando a resposta a 
essa questão, este estudo visou evidenciar as necessidades desses 
profissionais, bem como conhecer e analisar os desafios enfrentados 
pelos professores de Educação Física diante a inclusão de pessoas 
com deficiência e estabelecer uma relação entre a formação 
profissional e a prática docente com alunos com deficiência.
O trabalho foi desenvolvido por meio de uma Pesquisa de Campo 
que buscou identificar os desafios encontrados pelos professores de 
Educação Física no trabalho com alunos com deficiência, no qual 
os professores de Educação Física do colégio estadual Vitor Soares 
apontaram seus principais desafios em relação á inclusão de alunos 
com deficiência nas aulas. O instrumento de coleta de dados foi 
um questionário com questões estruturadas, acerca dos principais 
desafios enfrentados pelo profissional diante a inclusão.
INCLUSÃO
A sociedade atual vem discutindo muito a respeito da Inclusão no 
contexto escolar. As várias discussões são em torno das possibilidades 
e desafios para a concretização da Inclusão e é imprescindível 
que haja por parte da sociedade a concepção de que a verdadeira 
Inclusão deve, necessariamente, permitir o princípio da igualdade de 
direito. Segundo Sassaki (1997) apud Cidade e Freitas (2002, p. 26):
A inclusão é um processo que exige transformações, pequenas 
e grandes nos ambientes físicos e na mentalidade de todas as 
pessoas, inclusive da própria pessoa com necessidades especiais, 
com o objetivo de se alcançar uma sociedade que não só aceite 
e valorize as diferenças individuais humanas, por meio da 
compreensão e da cooperação.
Já para Mantoan (2003), apud Junqueira e Bacciotto (2004, 
p.1), “A inclusão é a modificação da sociedade, sendo ela adaptada 
— 4 —
para receber as pessoas com deficiência”. Para a autora, não basta 
somente a preparação do ambiente escolar para a inclusão dos 
alunos, ou seja, os alunos se adaptarem para serem incluídos na 
escola, é preciso também que a escola mude para receber os alunos.
Ainda conforme a autora, as Escolas Inclusivas propõem um 
modo de organização do Sistema Educacional que considera as 
necessidades de todos os alunos. Percebe-se nessa concepção que 
a Inclusão deve causar uma mudança de perspectiva educacional, 
haja vista que não se limita a ajudar tão somente os alunos que 
apresentam dificuldade na escola, mas esse apoio deve ser extensivo 
a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que todos 
obtenham de fato, o sucesso na corrente educativa.Dessa forma, a Inclusão passa a ser vista como um Sistema que 
estabelece a inserção do aluno com deficiência a um grupo de outros 
alunos que não foram anteriormente excluídos. Assim a meta da 
inclusão é, desde o início, não deixar ninguém de fora do sistema 
escolar, o qual, necessariamente terá que se adaptar às particularidades 
de todos os alunos para que realmente haja a Inclusão.
Nesse contexto, os recursos físicos e materiais para a 
concretização de um processo escolar devem ceder espaço para o 
desenvolvimento de procedimentos atitudinais na escola exigindo 
novas formas de relacionamento pessoal e social de maneira de 
que seja possível efetivar os processos de ensino e aprendizagem.
Dentro dessa perspectiva, a formação de todos os envolvidos na 
Inclusão é condição indispensável para o sucesso da proposta, aliado 
evidentemente à assistência às famílias para que haja de fato uma 
sustentação aos que estão diretamente implicados com as mudanças. 
A preparação do professor na sua formação inicial muitas das vezes 
é falha, pois, há um choque do que foi aprendido pelo professor, 
na teoria, e sua aplicação na prática, já que os futuros professores 
esperam que, em seus cursos de formação, lhes ensinem receitas 
prontas de como trabalharem na sala de aula.
Segundo Mantoan (2003, p. 43) “Todos os níveis de cursos de 
formação de professores devem sofrer modificações nos seus 
currículos, de modo que os futuros professores aprendam práticas 
de ensino adequadas ás diferenças”. Outra questão importante é 
a participação ativa dos familiares, já que na maioria das vezes os 
próprios pais representam obstáculos devido à superproteção ou 
até mesmo a negação da deficiência, sendo que os mesmos são a 
peça-chave para que a Inclusão alcance seus objetivos no processo 
de ensino e aprendizagem. Para Mantoan (2003, p. 53);
Os pais podem ser nossos grandes aliados na reconstrução 
da nova escola brasileira. Eles são uma força estimuladora e 
— 5 —
reivindicadora dessa tão almejada recriação da escola, exigindo 
o melhor para seus filhos, com ou sem deficiência, e não se 
contentando com projetos e programas que continuem batendo 
nas mesmas teclas e maquinando o que sempre existiu.
A garantia à educação e ao acesso à escola sem descriminação 
é uma questão de direito, dada pela Constituição Federal (1988) e 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei n 9394/96), 
para o qual as escolas e os professores devem estar preparados 
para desenvolver de forma altamente especializada o atendimento 
a pessoas com deficiência, respeitando as necessidades especiais 
de forma individualizada.
Mesmo diante dessa garantia, sabemos que as escolas do Ensino 
Regular ainda não estão preparadas para receber alunos com 
deficiências, partindo da falta de preparo dos professores, que não 
se sentem capacitados para desenvolver o trabalho de Inclusão 
e até mesmos a própria sociedade, onde os colegas de sala não 
aceitam esse processo de interação entre os alunos, refletindo na 
não aceitação dos alunos com deficiência, expondo na maioria das 
vezes esses indivíduos como motivo de chacotas.
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
A Educação Física Adaptada é uma área de conhecimento da Educação 
Física que tem como ideia principal incluir as pessoas com deficiência 
em um conjunto de atividade, jogos, esportes e exercícios. Pois, muitas 
vezes, esses indivíduos são excluídos devido a suas condições. Segundo 
Duarte e Werner (1995), apud Cidade e Freitas (2002, p. 27):
A Educação Física Adaptada é uma área da educação física que tem 
como objeto de estudo a motricidade humana para as pessoas com 
necessidades educacionais especiais, adequando metodologias de 
ensino para o atendimento ás características de cada aluno com 
deficiência, respeitando suas diferenças individuais.
Para o autor, o processo de ensino aprendizagem deve ser adequado 
às características individuais de cada pessoa com deficiência.
Já para Martins (1995), apud Filus e Martins Junior (2004, p.79), 
refere que a “Educação Física Adaptada é um campo emergente da 
educação física, onde o professor deve ser paciente, observador e 
criativo”. O autor destaca a importância do professor, pois, para 
lidar com esses indivíduos, as dificuldades são sempre maiores.
A Educação Física esbarra em históricas dificuldades, onde são 
selecionados os mais aptos e os melhores para sua prática, sendo que 
os demais alunos, aqueles considerados anormais ficam de fora. Dessa 
— 6 —
forma o surgimento da Educação Física Adaptada vem contribuindo 
para minimizar esta visão da disciplina, fazendo com que as escolas 
repensem sobre as necessidades dos alunos com deficiência.
Conforme Pedrinelli (1994) apud Costa e Sousa (2004, p. 29):
A Educação Física Adaptada surgiu na década de 1950 e foi 
definida pela American Associanton, como um programa 
diversificado de atividades desenvolvimentistas, jogos e ritmos 
a interesses, capacidades e limitações de estudantes com 
deficiência que não podem se engajar com participação irrestrita, 
segura e bem-sucedida em atividades vigorosas de um programa 
de Educação Física Geral. 
Dessa forma, cabe aos professores de Educação Física que 
trabalham com as pessoas com deficiência ou não, terem 
conhecimentos básicos relativos ao seu aluno, bem como 
competência para organizar os ambientes que permitem a execução 
das tarefas, conforme o aluno for se adaptando às aulas, o nível vai 
aumentando. O professor tem que respeitar a individualidade dos 
alunos sabendo explorar seus potenciais.
Para Bueno e Rose (1995), apud Cidade e Freitas (2002, p.27), 
“A Educação Física Adaptada para pessoas com deficiência não se 
diferencia da Educação Física em seus conteúdos, mas compreende 
técnicas, métodos e formas de organização que podem ser 
aplicados ao individuo deficiente”. Para a autora, o professor 
precisa ter planejamento que vise atender às necessidades de seus 
alunos, combinando procedimentos para romper as barreiras da 
aprendizagem; é preciso que o professor seja criativo, adaptando as 
aulas de acordo com nível de deficiência do seu aluno. Nas palavras 
de Cidade e Freitas (2002, p. 30): 
Não existe nenhum método ideal ou perfeito da Educação Física 
que se aplique no processo de inclusão, porque o professor sabe 
e pode combinar inúmeros procedimentos para remover as 
barreiras e promover a aprendizagem dos seus alunos.
O professor que trabalha com a Educação Física Adaptada na 
escola, muitas vezes encontra desafios em desenvolver Programas 
de Atividades Físicas para alunos com deficiência, estes desafios 
estão diretamente ligados por uma formação inicial deficiente, já 
que no Brasil só a partir da década de 80 começou a ocorrer estudos 
sobre pessoas com deficiência e possíveis intervenções nos cursos 
de Educação Física, por meio de disciplinas específicas, como a 
Educação Física Especial e a Educação Física Adaptada.
Segundo Cidade e Freitas (2002, p. 27) “A Educação Física 
Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de Graduação através 
— 7 —
da resolução 03/87 do Conselho Federal de Educação, prevendo 
a atuação do professor de Educação Física junto às pessoas com 
deficiência e outras necessidades especiais”.
Portanto, muitos dos professores de educação física que atuavam 
nas escolas antes da década de 80, não tiveram durante o processo 
de formação inicial matérias ou assuntos relacionados à Educação 
Física Adaptada. Atualmente quase todos os cursos de Educação 
Física disponibilizam nas grades curriculares conteúdos relacionados 
à Educação Física Adaptada e à Inclusão, mas isso não certifica que 
os professores, ao saírem da instituição de ensino, estejam prontos 
para desenvolver atividades junto com as pessoas com deficiência.
A formação dos professores de Educação Física para lidar com 
alunos com deficiência é de extrema importância,mas não basta 
somente uma boa formação inicial, e sim mudanças em toda a 
esfera educacional, pois nem todas as escolas estão prontas para 
acolher o aluno com deficiência. Todos estes problemas, sejam 
na formação dos profissionais ou no ambiente educacional, vêm 
tornando-se fundamental no momento em que a inclusão é um 
assunto importante no âmbito escolar.
METODOLOGIA
O CAMPO DE ESTUDO
O campo de investigação desta pesquisa foi o Colégio Estadual 
Vitor Soares, localizado no bairro da Ribeira, em Salvador, Bahia. 
A Ribeira é um tradicional bairro de Salvador que fica situado na 
península Itapagipana, na cidade baixa, banhado pelas águas da 
Baia de Todos os Santos. O Colégio Vitor Soares tem como objetivo 
educacional a inclusão de alunos com deficiência. O número de 
alunos com deficiência chega a quatrocentos, a classificação das 
turmas é feita através de um critério de avaliação do grau e tipo 
da deficiência, sendo cada turma composta por vinte alunos com 
idades aproximadas de 14 a 62 anos. O colégio possui uma ótima 
estrutura física com disponibilidade de 26 salas equipadas com 
audiovisual, 01 sala de Pintura, 01 de Dança, 01 Biblioteca, 01 sala de 
Informática e 02 banheiros adaptados, uma variedade de materiais 
que permite o trabalho adequado da equipe de profissionais. O 
Colégio Vitor Soares é o único Colégio Estadual do bairro da Ribeira 
que trabalha com a perspectiva inclusiva de alunos com deficiência, 
sendo considerada uma referência na cidade de Salvador no que diz 
respeito à Educação Inclusiva.
— 8 —
OS SUJEITOS
Foram sujeitos a esta pesquisa cinco professores de Educação 
Física do Colégio Vitor Soares que atuam com alunos com deficiência 
nas aulas, sendo um do sexo feminino e quatro do masculino, com 
as idades entre 35 a 59anos. São cerca de vinte alunos por turma 
que são classificadas de acordo com o grau e tipo de deficiência. Os 
professores têm mais de cinco anos de formação na área e todos são 
licenciados em Educação Física. Os professores foram selecionados 
por terem uma grande experiência em trabalhar com alunos com 
deficiência, além de estarem trabalhando em um Colégio que 
coleciona bons exemplos na prática educacional.
OS INSTRUMENTOS
Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um 
questionário. O questionário contou com perguntas acerca dos 
principais desafios encontrados pelos professores diante a Inclusão 
de alunos com deficiência. Esboço do questionário com professores:
• Formação inicial insuficiente (Não ter cursado Educação Física 
Adaptada);
• Estrutura arquitetônica (Falta de recurso);
• Participação familiar (Falta de apoio dos pais);
• Crença no sucesso da Inclusão escolar;
• Capacitação profissional;
• Os maiores desafios.
ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram coletados através de questionários aplicados para 
cinco professores de Educação Física que atuam no Colégio Estadual 
Vitor Soares. O questionário conteve perguntas acerca da formação 
inicial insuficiente e estrutura arquitetônica, participação familiar, 
crença no sucesso da inclusão escolar, capacitação profissional e os 
maiores desafios citados pelos professores.
Perguntado aos professores se no curso de Graduação em 
Educação Física, tiveram alguma disciplina voltada a área de 
Educação Física Adaptada ou referente à Inclusão. Dos cinco 
professores que participaram da pesquisa, quatro deles não tiveram 
disciplinas voltadas à área da Inclusão ou da Educação Física 
Adaptada; somente um teve, no processo de formação inicial, uma 
disciplina referente à Ginástica Especial. Observa-se que, durante 
— 9 —
o processo de formação inicial, não houve uma preocupação em 
discutir a deficiência e a inclusão. Considerando que quatro os 
professores, que não tiveram disciplinas na área da Educação 
Física Adaptada, têm mais de vinte anos de atuação e conforme 
Cidade e Freitas (2002, p, 27), “A educação física adaptada surgiu 
oficialmente nos cursos de Graduação através da resolução 03/87 
do Conselho Federal de Educação, prevendo a atuação do professor 
de Educação Física junto às pessoas com deficiência e outras 
necessidades especiais”. Percebe-se que muitos dos professores 
de Educação Física, hoje atuantes nas escolas, não receberam em 
sua formação inicial matérias ou assuntos relacionados à Educação 
Física Adaptada ou a Inclusão.
A capacitação após a formação inicial foi uma realidade 
encontrada entre os professores de Educação Física do Colégio 
Vitor Soares, já que o estudo mostrou que dos cinco professores de 
Educação Física apenas um não teve alguma capacitação. Percebe-se 
que a capacitação supriu a falta da formação insuficiente durante 
o curso de formação inicial. Observa-se que é indispensável uma 
qualificação para ter maior conhecimento a respeito das pessoas 
com deficiência de forma que ampliará as possibilidades de práticas 
durante o processo de trabalho.
ESTRUTURA ARQUITETÔNICA E A PARTICIPAÇÃO FAMILIAR 
Os professores de Educação Física do Colégio Estadual Vitor 
Soares, diferentemente da realidade de outras instituições públicas, 
no que diz respeito à precariedade dos ambientes escolares, não 
enfrentam dificuldades em relação aos recursos materiais e físicos 
para desenvolverem trabalhos junto aos alunos com deficiência. 
Perguntado se o Colégio Vitor Soares fornece recursos necessários para 
trabalhar com alunos com deficiência. Os 05 professores entrevistados 
foram unânimes. O colégio fornece aos professores uma ótima 
estrutura física com disponibilidades de salas, quadras, equipamentos 
esportivos, arcos, bolas de: basquete, handebol, futsal; som, sala 
especial para dança. Todos esses materiais pedagógicos permitiram 
o trabalho adequado da equipe de profissionais.
Questionado aos professores de Educação Física do Colégio 
Vitor Soares se existe a participação dos familiares dos alunos 
com deficiência. Dos cinco professores entrevistados apenas um 
relatou que não houve participação dos pais. A participação ativa 
dos familiares é de suma importância já que, na maioria das vezes, 
os próprios pais representam obstáculos devido à superproteção 
— 10 —
ou até mesmo reações de negação da deficiência. Caso não tenha 
uma interação entre a proposta da Instituição com os familiares, 
corre-se o risco para a não concretização da Inclusão. Segundo 
Mantoan (2003, p. 53):
Os pais podem ser nossos grandes aliados na reconstrução 
da nova escola brasileira. Eles são uma força estimuladora e 
reivindicadora dessa tão almejada recriação da escola, exigindo 
melhor para seus filhos, com ou sem deficiência, e não se 
contentando com projetos e programas que continuem batendo 
nas mesmas teclas e maquinando o que sempre existiu. 
MAIORES DESAFIOS E CRENÇA NO SUCESSO DA INCLUSÃO
Observou-se que muito dos desafios, encontrados pelos 
cinco professores de Educação Física do Colégio Estadual Vitor 
Soares, estiveram relacionados ao planejamento das aulas, à 
heterogeneidade da turma, ao pouco tempo para desenvolver 
as habilidades e fundamentos, comunicação com alunos surdos, 
o processo de aprendizagem, a falta de apoio de alguns pais e a 
formação inicial insuficiente. A professora Ivete Lira afirma que os 
seus maiores desafios em lidar com alunos com deficiência são: “As 
diferenças nas deficiências, as vezes a própria família não aceita 
as atividades físicas, o aluno às vezes se nega a praticar, por que 
disseram para o mesmo a vida toda que eles não são capazes”. Já 
para o Professor Luciano Bonfim: “Os maiores desafios estão em 
ministrar uma aula de forma que todos participem, além de adaptar 
o Tai Chi Chuan para alunos com deficiência”. 
Verificamos ainda que quatro dos professores entrevistados 
acreditam no sucesso da Inclusão, sendo que apenas um não acredita 
no processo da Inclusão. Segundo o Professor Benilton Barreto 
“Acredito e tenho certezade que as escolas que atuam desta forma 
contribuem mais para sociedade, temos que apreender a respeitar 
as diferenças”. Conforme a professora Ivete Lira, que também crê 
no sucesso da inclusão,“Com muita dificuldade e compromisso por 
parte dos profissionais, todos juntos podem e estão começando a 
fazer a diferença.” Já para o professor Luiz Gonzaga, que não crê 
no sucesso da Inclusão.” É muito difícil, mas daqui a alguns anos 
pode ser possível a inclusão escolar nas redes escolares.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo sobre os desafios encontrados pelos professores de 
educação física no trabalho com alunos com deficiência no Colégio 
Estadual Vitor Soares, permitiu identificar que uma grande parte dos 
— 11 —
professores não teve em sua formação inicial disciplinas voltadas 
à área da Educação Física Adaptada ou referente à Inclusão e a 
capacitação profissional surgiu como uma forma de preencher a 
formação inicial insuficiente. Foi possível verificar que os professores 
não enfrentam dificuldades em relação aos recursos materiais e 
físicos para desenvolverem trabalhos junto aos alunos, pois o colégio 
fornece uma ampla variedade de disciplinas que permitem o trabalho 
adequado dos profissionais.
Foi demonstrado que a participação dos familiares dos alunos 
com deficiência é uma realidade encontrada pelos professores, a 
colaboração familiar é de extrema importância já que a família é a 
peça chave para que a inclusão alcance seus objetivos no processo de 
ensino e aprendizagem. Observou-se que os maiores desafios citados 
pelos professores estão relacionados ao planejamento das aulas, 
heterogeneidade da turma, comunicação, processo de aprendizagem 
e tempo da aula, todos estes desafios estão diretamente ligados 
com uma formação inicial deficiente.
Diante de todos os desafios encontrados pelos professores de 
Educação Física, frente à inclusão de alunos com deficiência, 
observamos que é necessário que os professores busquem se preparar 
para o processo da Inclusão de alunos com deficiência, já que é 
uma realidade encontrada nas escolas. Para finalizar, sugere-se que 
esse estudo seja ampliado para um número maior de professores 
de Educação Física, a fim de que os resultados obtidos identifiquem 
as necessidades dos alunos com deficiência frente ao processo de 
ensino e aprendizagem.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República Federativa do 
Brasil. Brasília: Senado, 1988.p.168.
BRASIL. Lei de diretrizes e bases da Educação Nacional. Nº9. 394/96 de 
20/12/96. Brasília: Ministério da Educação e Desporto, 1996.
CIDADE, R, E, FREITAS, P, S. Educação Física e Inclusão: considerações para 
a prática pedagógica na escola. Revista Integração. Ministério da Educação. 
Secretaria de Educação Especial. Ano14. Edição especial 2002 pg.26 – 30.
COSTA, Alberto Martins; SOUSA, Sônia Bertoni.Educação física e esporte 
adaptado: historia, avanços e retrocessos em relação aos princípios da 
integração/inclusão e Perspectivas para o século XXI. In: Revista Brasileira 
de Ciências do Esporte, Campinas, v. 25, n. 3, p. 7-160, maio 2004. (Temática 
Educação Física Adaptada). p. 27-42.
FILUS, J. F, e MARTINS, J. Reflexões sobre a formação em educação física 
e a sua aplicação no trabalho junto às pessoas com deficiência. Curso de 
mestrado em educação, Maringá, V.15, p. 79-82,Ano 2004.
JUNQUEIRA. F.J;BACCIOTTO.S.M.Educação física adaptada:As dificuldades 
— 12 —
encontradas pelos professores de educação física de Campo Grande/MT 
frente á inclusão,Mato grosso,p. 1- 8 ,2004.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? 
Editora Moderna 2003.

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