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ROTEIRO DE AULA DISCIPLINA: Direito Tributário I PROF: Salatiel Ferreira Lúcio AULA Nº. 1 e 2 FRASE: As obras públicas não são construídas com o poder miraculoso de uma varinha mágica. São pagas com os fundos arrecadados dos cidadãos Tema de Estudo: 1. NOÇOES INTRODUTORAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 1.1 A tributação e o fenômeno tributário. Para melhor compreensão do fenômeno tributário é importante destacar que, o estudo do direito tributário tem que levar em consideração a organização do Estado, ou melhor, a sua estrutura e o funcionamento dos seus órgãos. 1.2. A ORGANIZACAO DO ESTADO BRASILEIRO O estudo da forma de Estado é de suma importância para compreensão do Direito Tributário, principalmente no que tange a competência tributaria. Vê-se, portanto, que a atual Constituição adotou a forma federativa de Estado, o Estado brasileiro esta dividido em entes federativos que possuem autonomia politica, financeira e administrativa. Assim sendo, os entes federativos: União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios, possuem competência para instituir e arrecadar os tributos que foram destinados a eles por meio da constituição Federal de 1988. A propósito vale destacar as lições de Schuber de Faria Machado e Hugo de Brito Machado nesse sentido: Competência tributária – é a aptidão, atribuída pela Constituição Federal, as pessoas jurídicas de direito público, para a instituição e cobrança de tributos. É o poder de tributar juridicamente delimitado e, nos Estados descentralizados, repartido entre as diversas pessoas jurídicas que o integram. É preciso que fique bem claro, se a nossa opção constitucional foi a de adotar a forma federativa de Estado, e o que caracteriza a federação é autonomia politica, financeira e administrativa, é imprescindível que esses entes federativos tenham competência para instituir e arrecadar os tributos que a Constituição brasileira lhe outorgou. 1.2.2 ESTADO DE DIREITO O Estado de Direito que vamos estudar, é aquele que nos interessa para a compreensão do direito tributário, o Estado titular do poder de tributar. Segundo Hugo de Brito Machado, “Estado de Direito, a rigor, é somente aquele que atende a determinadas exigências do constitucionalismo moderno, no qual o poder é controlado. E que esse controle é muito difícil, posto que as autoridades que corporificam o Estado, que nele exercitam o poder, tendem a fugir de alguma forma, dos controles estabelecidos pela ordem jurídica. Existem as normas delimitadoras do poder, mas essas normas geralmente não são observadas”. Neste sentido é muito importante destacar a necessidade do controle do poder, uma das características do constitucionalismo moderno, a separação dos poderes, que no melhor entendimento na verdade trata-se de separação das funções do poder, uma vez que, o poder é uno, indivisível. É através da separação de Poderes do Estado que se exerce o controle dessas funções. A importância dessa separação de funções é destaca por Hugo de Brito Machado, in verbis: “A separação de Poderes do Estado, tal como idealizada por Montesquieu, é que nos permite ver na relação tributária uma relação jurídica. Quem tem interesse na arrecadação do tributo é o Executivo. Quem criou ou aumenta o tributo, todavia, é o legislativo, e quem decide os conflitos surgidos na relação tributária é o judiciário.” O que se busca na separação de Poderes do Estado é o controle, uma fiscalização recíproca. A passagem do Absolutismo monárquico para o Estado de Direito se verifica também na relação de poder entre o Estado e os cidadãos. No Estado Absoluto prevalece à vontade do Monarca, já no Estado Direito prevalece à vontade da lei. Neste sentido, em obediência aos princípios constitucionais norteadores do Direito Tributário, a instituição de tributos e sua majoração, só são possíveis por lei. Uma vez que para sua instituição além de ter que obedecer outros princípios constitucionais, que abordaremos em capítulo próprio, a que se considerar o princípio da legalidade tributária. No Direito Tributário nos vamos tratar dos entes federativos, também denominados de entes tributantes ou sujeito ativo da relação tributária, e dos entes tributados, denominados de sujeito passivo da relação tributária. Esquematicamente temos: ENTES TRIBUTANTES ENTES TRIBUTADOS SUJEITO ATIVO FISCO União/Estados/D.F/Municípios Rel. Jur. SUJEITO PASSIVO CONTRIBUINTE Pessoas físicas e jurídicas 1.2.3 ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO A atividade financeira do Estado é, pois, a arrecadação de receitas, sua gestão, fiscalização e a realização do gasto. A atividade financeira do Estado desenvolve-se nos seguintes tópicos: RECEITA, ORÇAMENTO E DESPESA. O Estado tem como competência a gerência dos seus recursos financeiros para atingir os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, previstos no artigo 3º e inciso da atual Constituição Federal. Para melhor comodidade, transcrevemos o art. 3º da CF/88: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Fica então evidente que o Estado realiza gastos para a manutenção de sua existência, e para oferecer uma vida digna aos seus cidadãos, garantindo-lhes segurança, saúde, e educação e outros. Assim sendo, para que o Estado atinja seus objetivos, é necessário que ele disponha de recursos, de dinheiro. Atualmente consideramos que a maior fonte de geração de receitas para o Estado brasileiro é a tributaria. Basicamente a atividade financeira do Estado se desenvolve em três áreas: A receita (obtenção de recursos) A gestão (administração desses recursos e do patrimônio do Estado) A despesa (a aplicação de recursos no pagamento das verbas autorizadas no orçamento anual). Em síntese, o Estado visa obter recursos, gerencia-los e aplicá-los de acordo com a lei. Para melhor compreensão observe o gráfico abaixo: RECEITA ORÇAMENTO DESPESA Esquematicamente podemos reproduzir o que foi dito da seguinte forma: RECEITA Originária Derivadas Reparação de Guerra Penalidades Tributos Imp. Taxas Cont. de Melhoria Emp. Compul Cont. Esp.
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