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Teoria geral do Direito Tributário Ao analisarmos todos os pontos referentes à disciplina Direito Tributário e Direito Fiscal, observamos um estudo acerca das normas que regulam a tributação bem como as relações jurídicas entre tributantes e tributados. Sempre ressaltando a ótica do Estado no dever de arrecadar dinheiro aos cofres públicos com o objetivo de realizar o Bem Comum. Mas, o ponto a ser estudado é em relação à natureza jurídica da relação tributária, que se origina e se desenvolve em torno de um vínculo jurídico estabelecido entre dois sujeitos, através do qual um deve dar, fazer ou não fazer alguma coisa em relação ao outro, tratando-se de uma relação jurídica obrigacional. Dentro dessa relação é necessário entender que todo direito obrigacional consiste em uma prestação vinculando as pessoas. Ao surgir a relação obrigacional, aparece também a responsabilidade no cumprimento, entre os sujeitos. A partir da ocorrência de um fato gerador pode-se entender a existência de um tributo, mas que ainda não é exigível. A relação jurídica tributária que se estabelece a partir da ocorrência do fato gerador, desenvolve-se ao longo do tempo em níveis crescentes de exigibilidade. Para que o Crédito Tributário seja exigível, faz-se necessária a existência de um procedimento administrativo denominado de Lançamento Tributário. O Lançamento Tributário é ato privativo da autoridade tributária que tem por objetivo constituir o Crédito Tributário (identificar o sujeito, o fato gerador, a matéria tributável, calcular o montante devido e, se necessário, calcular as penalidade pecuniárias). Com base na teoria geral das obrigações, entende-se que a Obrigação Tributária constitui-se em obrigação de dar (principal), fazer e não fazer (acessória). Por isso, devemos acompanhar as principais características em relação à Obrigação Tributária. O estudo compreende então que a relação entre o Estado e os particulares sujeitos à tributação não é simplesmente relação de poder, mas uma relação jurídica, que é de natureza obrigacional. O particular não tem a liberdade de escolha, de decisão, de dizer não vou pagar o tributo, não cumprirei com a obrigação de pagar ao Estado. A relação tributária surge da ocorrência de um fato previsto em uma norma. A lei descreve um fato e atribui a este o efeito de criar uma relação entre alguém e o Estado. Por exemplo: Uma pessoa comprou um carro, o fato gerado por ela, foi a compra, que desencadeia uma Obrigação Tributária sobre o objeto. Ocorrido, recebe o nome de fato gerador ou fato imponível – nasce a relação tributária - que compreende o dever de alguém (sujeito passivo da Obrigação Tributária) e o direito do Estado (sujeito ativo da Obrigação Tributária). Um tem que pagar e o outro informar o que devemos pagar. A Obrigação Tributária pode ser: Obrigação Tributária Principal: prestação a qual se obriga o sujeito passivo é de natureza patrimonial. É sempre uma quantia em dinheiro. Obrigação de dar dinheiro, de pagar; o não pagamento enseja em uma penalidade pecuniária. Obrigação Tributária Acessória: é sempre não patrimonial. É uma obrigação de fazer. Exemplo: emitir nota fiscal, escriturar livros, inscrever-se no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ. Surge um obrigação de dever. O Código Tributário Nacional diferencia Obrigação Tributária e Crédito Tributário. A Obrigação Tributária é o primeiro momento da relação tributária. Seu conteúdo ainda não é determinado e o sujeito passivo não está formalmente identificado. Por isto mesmo, ainda não é exigível. O campo da Obrigação Tributária, é um campo abstrato. Já o Crédito Tributário decorre da Obrigação Tributária e tem a mesma natureza desta, surge com o lançamento, que confere à relação tributária liquidez e certeza. O campo do Crédito Tributário é o materializado, então torna-se aquilo que era ilíquido e incerto, em líquido e certo. Na Obrigação Tributária existe o dever do sujeito passivo de pagar o tributo ou a penalidade pecuniária (obrigação principal), ou ainda de fazer, de não fazer ou de tolerar tudo aquilo que a legislação tributária estabelece no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (obrigação acessória). É o que se verifica no artigo 113 do CTN. Essas prestações não são imediatamente exigíveis, tem o sujeito ativo o direito de fazer um lançamento, criando, assim, um crédito. O crédito sim é exigível. Observamos então as seguintes características: Obrigação Principal: pagar o IPVA, o IPTU, o ITR; Obrigação Acessória: de fazer: emitir notas fiscais; de não fazer: não receber mercadorias desacompanhadas de documentação legalmente exigida; de tolerar: permitir a análise dos livros pelas autoridades fiscais. A Obrigação Principal sempre será instituída por lei, enquanto a Obrigação Acessória será instituída pela “legislação tributária”. Por isso, a observância do Código Tributário Nacional, bem como por leis que complementam o sistema Tributário, podemos encontrar por exemplo, a Lei Kandir, os Regulamentos do IPI etc. O artigo 113, §3°do CTN, traz que “a obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.” A obrigação acessória descumprida é fato gerador de uma obrigação principal. A Obrigação Tributária decorre de lei, a vontade não interfere no nascimento. As fontes da Obrigação Tributária são: a lei (fonte formal) e o fato gerador (fonte material).
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