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CINEMA´TICA E DINAˆMICA DO CORPO RI´GIDO 1. Forc¸a sobre uma partı´cula. Resultante de duas forc¸as. • Vamos estudar inicialmente o efeito de forc¸as atuando sobre partı´culas. • Primeiramente, vamos entender como substituir duas ou mais forc¸as que atuam sobre uma partı´cula por uma u´nica forc¸a, cujo efeito e´ o mesmo das forc¸as originais. • Essa forc¸a u´nica equivalente e´ a resultante das forc¸as originais que atuam sobre a partı´cula. • Ao estudarmos o movimento ou o equilı´brio de um corpo, podemos trata´-lo como uma partı´cula. Isso na˜o significa que nosso estudo es- tara´ limitado a pequenos corpos, e sim que as dimenso˜es e as for- mas dos corpos em considerac¸a˜o na˜o ira˜o afetar significativamente 1 as soluc¸o˜es dos problemas. Ale´m disso, podemos assumir que todas as forc¸as atuam no mesmo ponto. • Forc¸as sa˜o grandezas vetoriais. • Uma forc¸a representa a ac¸a˜o de um corpo sobre outro e geralmente e´ caracterizada pelo seu ponto de aplicac¸a˜o, sua magnitude e sua direc¸a˜o. • Forc¸as que atuam sobre a mesma partı´cula teˆm, no entanto, o mesmo ponto de aplicac¸a˜o. Assim, neste primeiro momento, todas as forc¸as consideradas sera˜o completamente definidas por sua magnitude e direc¸a˜o. • A unidade de forc¸a no S.I. (Sistema Internacional de Unidades) e´ o Newton (N). • A direc¸a˜o de uma forc¸a e´ definida por sua linha de ac¸a˜o e seu sentido. A linha de ac¸a˜o e´ a linha reta infinita ao longo da qual a forc¸a atua. • Evideˆncias indicam que duas forc¸as ~P e ~Q atuando sobre uma partı´cu- la A podem ser substituı´das por uma u´nica forc¸a ~R que tem o mesmo efeito sobre a partı´cula. Esta forc¸a e´ chamada de resultante das forc¸as ~P e ~Q. • A adic¸a˜o de vetores obedece a` lei do paralelogramo e a` regra do triaˆngulo. • Regras utilizadas na determinac¸a˜o dos mo´dulos de vetores: – Lei dos cossenos: – Lei dos senos: • Como vimos, duas ou mais forc¸as atuando sobre uma partı´cula po- dem ser substituı´das por uma u´nica forc¸a, a qual tera´ o mesmo efeito sobre a partı´cula. Do mesmo modo, uma forc¸a u´nica ~F atuando so- bre uma partı´cula pode ser substituı´da por duas ou mais forc¸as, as quais tera˜o, juntas, o mesmo efeito sobre a partı´cula. Essas forc¸as sa˜o chamadas de componentes de ~F . • Para cada forc¸a ~F existe um nu´mero infinito de possı´veis conjuntos de componentes (figura). Exemplo 1: As forc¸as ~P e ~Q atuam sobre um parafuso (A). Determine a forc¸a resultante. A resultante ~R dos dois vetores e´ desenhada na figura a seguir. Para determinar o seu mo´dulo podemos utilizar as lei dos cossenos: R2 = P2 +Q2 − 2PQ cos θ, (1) onde θ e´ o aˆngulo oposto ao vetor resultante. Percebemos pela figura que θ = 180◦ − α = 180◦ − 25◦ = 155◦. Logo: R2 = (40)2 + (60)2 − 2.(40).(60) cos(155◦)→ R = 97,73 ou R ≈ 97,7 N. Para determinar o aˆngulo formado entre o vetor resultante e o vetor ~P podemos utilizar a lei dos senos: sinφ Q = sin θ R → sinφ = sin(155 ◦).(60) 97,73 = 0,26. Logo, φ = 15,04◦ e o aˆngulo que ~R faz com a horizontal e´ 35,04◦, i.e., aproximadamente 35,0◦. Exemplo 2: Uma barcac¸a (vista de cima) desliza ao ser puxada em duas direc¸o˜es com forc¸as de trac¸a˜o ~T1 e ~T2, cuja resultante esta´ ao longo do eixo do corpo e tem mo´dulo 22,25 N. Determine as forc¸as de trac¸a˜o sabendo que α = 45◦. Pela lei dos senos, temos: T1 sinα = T2 sinβ = R sinφ → T1 sin(45◦) = T2 sin(30◦) = 22,25 sin(105◦) . Logo: T1 = 16,3 N e T2 = 11,5 N. 2. Componentes retangulares de uma forc¸a. Vetores unita´rios. • Em muitos problemas sera´ necessa´rio decompor forc¸as em suas com- ponentes, as quais devem ser perpendiculares entre si. • Na figura a seguir (letra (a)), a forc¸a ~F foi decomposta em suas com- ponentes ~Fx (ao longo do eixo dos x) e ~Fy (ao longo do eixo dos y). ~Fx e ~Fy sa˜o chamadas de componentes retangulares. • Os eixos x e y sa˜o geralmente escolhidos nas direc¸o˜es horizontal e vertical, respectivamente (letra (a)). No entanto, eles podem ser escolhidos em duas direc¸o˜es perpendiculares quaisquer (letra (b)). • Utilizando os vetores unita´rios, as componentes ~Fx e ~Fy podem ser escritas na forma ~Fx = Fxˆı e ~Fy = Fyˆ, onde Fx e Fy sa˜o as com- ponentes escalares de ~F , e ıˆ e ˆ sa˜o os unita´rios nas direc¸o˜es x e y positivo, respectivamente. • Assim, ~F = ~Fx + ~Fy = Fxˆı + Fyˆ, (2) onde Fx = F cos θ, Fy = F sin θ, (3) onde θ e´ o aˆngulo indicado na figura acima. Exemplo 3: Um homem puxa com a forc¸a de 300 N uma corda amar- rada a um edifı´cio, como mostra a figura abaixo. Quais sa˜o os com- ponentes horizontal e vertical da forc¸a exercida pela corda no ponto A? Atrave´s da figura verificamos que: cosα = Fx/F = 8/AB e sinα = Fy/F = 6/AB, onde AB pode ser determinado atrave´s do Teorema de Pita´goras: (AB)2 = (6)2 + (8)2 = 100 → AB = 10 m. Logo: Fx = 300.(4/5) = 240N e Fy = 300.(3/5) = 180 N e podemos escrever ~F como ~F = (240 N)ˆı − (180 N)ˆ. Tambe´m podemos determinar o mo´dulo de ~F usando o Teorema de Pita´goras: F = √ F2x + F 2 y . Exemplo 4: Uma forc¸a de 800 N e´ exercida sobre um parafuso local- izado em A. Determine as componentes horizontal e vertical da forc¸a. Podemos escrever ~F = −|Fx|ˆı + Fyˆ, onde cosα = |Fx| F → |Fx| = (800) cos(35◦) = 655 N, e sinα = Fy F → Fy = (800) sin(35◦) = 459 N. Logo, ~F = −655ˆı + 459ˆ N. • Quando duas ou mais forc¸as atuam sobre um corpo, as componentes x e y da resultante ~F sera˜o dadas pela soma das componentes x e y de cada forc¸a, i.e., ~F = ~F1 + ~F2 + . . . , (4) onde ~F1 = ~F1x + ~F1y, ~F2 = ~F2x + ~F2y, . . . (5) Logo, ~F = ~Fx + ~Fy, onde ~Fx = ~F1x + ~F2x + . . . (6) e ~Fy = ~F1y + ~F2y + . . . (7) • Se o problema a ser resolvido envolve treˆs dimenso˜es, a discussa˜o acima deve ser reformulada para incluir a direc¸a˜o z, designada pelo unita´rio kˆ. • Assim, dada a forc¸a ~F da figura a seguir, a mesma pode ser decom- posta em duas componentes, ~Fy e ~Fh (letra (b)), onde Fy = F cos θy, Fh = F sin θy. (8) • No entanto, a componente ~Fh tambe´m pode ser decomposta em duas componentes retangulares, ~Fx e ~Fz (letra (c)), Fx = Fh cosφ, Fz = Fh sinφ. (9) • A forc¸a ~F pode enta˜o ser decomposta em treˆs componentes retangu- lares x, y e z, dadas por Fx = F sin θy cosφ, Fy = F cos θy, Fz = F sin θy sinφ, (10) com F = √ F2x + F 2 y + F 2 z , (11) e ~F = Fxˆı + Fyˆ + Fzkˆ. (12) • Se os aˆngulos formados pelo vetor ~F com cada um dos eixos carte- sianos forem conhecidos, podemos escrever (figura a seguir) Fx = F cos θx, Fy = F cos θy, Fz = F cos θz. (13) 3. Equilı´brio de uma partı´cula • Ja´ discutimos alguns me´todos utilizados determinar a resultante de va´rias forc¸as que atuam sobre uma partı´cula. Quando a resultante de todas as forc¸as que atuam sobre uma partı´cula e´ igual a zero, a partı´cula esta´ em equilı´brio. • Para expressar algebricamente as condic¸o˜es de equilı´brio de uma partı´cula, escrevemos: ~R ≡ ~FR = ∑ ~F = 0, (14) ou Rx ≡ FRx = ∑ Fx = 0, Ry ≡ FRy = ∑ Fy = 0. (15) • De acordo com a primeira lei de Newton, se a forc¸a resultante que atua sobre uma partı´cula e´ nula, a partı´cula permanecera´ em repouso (se originalmente em repouso) ou se movera´ com velocidade constante em linha reta (se originalmente em movimento). • Um esboc¸o mostrando as condic¸o˜es fı´sicas do problema e´ conhecido como diagrama espacial ; um diagrama mostrando a partı´cula em es- tudo e todas as forc¸as que atuam sobre ela e´ denominado diagrama de corpo livre. Exemplo 4: Considere o caixote de 75 kg da figura abaixo. Esse caixote se encontrava entre dois edifı´cios e agora esta´ sendo car- regado em um caminha˜o que ira´removeˆ-lo. O caixote e´ sustentado por um cabo vertical, que esta´ fixado emA a duas cordas que passam por roldanas presas aos edifı´cios em B e C. Queremos determinar a trac¸a˜o em cada uma das cordas AB e AC. O caixote esta´ em equilı´brio sob a ac¸a˜o das treˆs forc¸as: seu peso (mg = (75)(9,81) = 736 N) e as trac¸o˜es TAB e TAC . Para faci- litar, podemos considerar as forc¸as atuando no ponto A. Utilizando o diagrama de corpo livre e o triaˆngulo de forc¸as equivalente, podemos escrever: TABsin(60◦) = TAC sin(40◦) = (736) sin(80◦). Logo TAB = 647 N e TAC = 480 N. Figuras: • https://physics.stackexchange.com/questions/244337/vector-addition-forces-with-law-of-cosine • http://www.mathwarehouse.com/sheets/trigonometry/advanced/law-of-sines-and-cosines/worksheet.php Refereˆncias: • Beer, F. P., Johnston, E. R., Mazurek, D.F., Cornwell, P.J e Eisenberg, E.R. Mecaˆnica Vetorial para Engenheiros: esta´tica e dinaˆmica. 9. ed. McGrawHill, 2010.
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