Buscar

data show Rosana Ricalde Intervenções Urbanas parceria com Felipe Barbosa por Célia Ribeiro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
Foto de Jens Hausherr: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fe/Panorama_from_Rio_de_Janeiro.jpg
Intervenções Urbanas
Realização do data show: Célia Ribeiro
FELIPE BARBOSA & ROSANA RICALDE
O casal de artistas fluminenses tem uma longa
trajetória de ações e trabalhos de arte pública
feitos em colaboração. Entre eles "Muro de
sabão" (2000), que venceu o 1o. Prêmio
Interferências Urbanas do Rio de Janeiro,
"Exatidão" (2003), partida de damas disputada
em um cruzamento nas ruas de Madri;), em que
criavam um fluxo de doações de garrafas d´água
a partir de uma estação de trem em Rotterdam,
na Holanda; e "Trocas de cartões" (2006),
realizada numa praça de Fortaleza, em que
produziam e imprimiam cartões para pessoas à
procura de emprego; "Jardines móviles",
montada em 2007 nos jardins da Casa del Lago,
na Universidad Autonoma de México, na Cidade
do México.
Apartir de texto de Daniela Name
http://www.novoscuradores.com.br/artigo-blog/felipe-barbosa-
rosana-ricalde/5/2011
Nosso trabalho no espaço urbano vem se
desenvolvendo desde 2000.
Iniciou com "muro de sabão", uma
experiência feliz que nos deu respaldo para
estabelecer essa parceria.
Sempre paira a pergunta de quem foi a idéia.
Para que nem em nós mesmos exista essa
suspeita, procuramos desenvolver cada passo
do trabalho juntos.
Desde a eleição do local, onde caminhamos
pela cidade levantando as possibilidades dos
diversos sítios, onde discutimos as idéias sem
abolir a princípio nenhuma possibilidade.
Num segundo momento começamos a aparar
as idéias vendo o que é realmente viável e
qual o conceito das mesmas. O próximo passo
é formatar a idéia com projetos, textos, cartas
para pedidos de patrocínio.
A partir de texto de Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/visibilidade.htm
Muro de Sabão, 2000
Prêmio de Interferências Urbanas – Rio de Janeiro - 2000
O MURO DE SABÃO
No vazio deixado por um desabamento foi
construído um muro com barras do sabão Rio,
onde estão calcadas a imagem do Cristo
Redentor e a palavra "Rio".
Ele estabeleceu um jogo de tensões e
substituições entre a paisagem, o lugar e a
memória: onde havia um lugar, uma casa,
abriu-se uma paisagem. Onde havia uma
paisagem, com um muro. Onde havia um muro,
a imagem e a palavra demarcadas no sabão
devolvem a paisagem da cidade como signo.
Onde havia um monumento como signo - e
supondo sua lógica vinculada à memória e ao
lugar - , o muro interdita o acesso, e a
efemeridade do sabão devolve o esquecimento.
A partir de textode Marisa Flórido 2003
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/muro_de_sabao.htm
Muro construído com 3500 barras de sabão Rio.
A obra contou com a colaboração da artista
Andréia Bernardi e o apoio da fábrica UFE
Rapunzel, 2001
corda pintada e tecido em fita - CEAT - Rua Alm. Alexandrino 4098
Fotos: Andres Olero e Felipe Barbosa
http://www.rosanaricalde.com
Erguido no morro de Santa Teresa em
1942 por iniciativa do banqueiro Oscar
Sant'Anna, que se apaixonou pelo Palazzo
Vecchio em Florença.
Sant'Anna fotografou todos os ângulos do
Castelo italiano e quando voltou ao Brasil
encomendou algo inspirado no original ao
arquiteto Faro Filho. A obra durou quatro
anos.
Tempos depois, o Castelo foi vendido ao
governo do Vaticano, que o transformou
em sua Nunciatura Apostólica, espécie de
Embaixada no Brasil.
Tombado pelo Patrimônio Cultural da
cidade do Rio de Janeiro, o prédio está
preservado como área de proteção
ambiental. Atualmente abriga o Centro
Educacional Anísio Teixeira – CEAT.
Texto a partir de: http://ceat.org.br/casteloflorentino/2pagina.htm e 
http://www.faperj.br/interna.phtml?obj_id=2055
Castelo da rua 
Almirante Alexandrino
Pisando em nuvens – 2001
Prêmio de Interferências Urbanas Rio de Janeiro – 2001
Largo das Neves s/n- fotografia de Faixa de
pedestre feita com rolos de algodão.
40 x 60cm.
http://www.rosanaricalde.com/menuport.html e 
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/pisando_em_nuvens.htm
Uma cama de casal semeada é inusitado e,
(in)seguramente, pode significar idéias mil para
além da desassociação entre forma, função e
objeto.
Mas também pode somente querer ser uma
cama semeada e ponto, algo para o que não há
razão de conceituar.
Qual questão se desenha, portanto? A "cama
viva" acaba incorrendo no velho enclave
arte/vida, sem renunciar ao caráter de coisa
detido/retido no objeto.
Mudando o foco, vale dizer que o caráter
mutável, "crescente", "evolutivo" permite a
reinvenção permanente da obra, guardando
consigo seu calor próprio e o sopro vital do
projeto como algo quase indicial, seu "código
genético".
A partir do texto de Guilherme Bueno
ttp://www.muvi.advant.com.br/textos/r/rosanaricalde/ninho.htm 
Vento Contentamento – Galeria do Centro de Artes UFF, Niterói - 2001
Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
Vento Contentamento - 2001
Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
Um ovo repousa sobre um monte de
pedras.
Como não reportar à fragilidade de sua
situação aos percalços da escalada da
vida? A própria diferença entre a natureza
transitória e insegura contraposta à dureza
final e peremptória das pedras, somada
aos seus simbolismos (o ovo simbolizando
a vida, a pedra, como os fósseis, o lugar
da morte) enunciam o aspecto tênue e
breve da existência.
A sensação de vitória fugaz do ovo sobre
as pedras confere monumentalidade ao
trabalho,
A partir de texto de Guilherme Bueno
Texto: http://www.muvi.advant.com.br/textos/r/rosanaricalde/ninho.htm
foto: http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/ninho/b.jpgNINHO -100 x 150cm
O mar, a escada e o homem, 2002
IV prêmio de Interferências Urbanas, Rio de Janeiro - 2002
Impressão em cimento com molde de madeira do
poema de mesmo nome de Augusto dos Anjos,
na escadaria de 180 degraus que liga a rua
Oriente à rua Cardeal Sebastião Leme.
Foto: http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/o_mar_a_escada.htm
O MAR, A ESCADA E O HOMEM
Augusto dos Anjos
Olha agora, mamífero inferior,
À luz da epicurista ataraxia,
O fracasso de tua geografia
E do teu escafandro esmiuçador!
Ah! Jamais saberás ser superior,
Homem, a mim, conquanto ainda hoje em dia,
Com a ampla hélice auxiliar com que outrora ia
Voando ao vento o vastíssimo vapor.
“Rasgue a água hórrida a nau árdega e singre-me!”
E a verticalidade da Escada íngreme:
“Homem, já transpuseste os meus degraus?!”
E Augusto, o Hércules, o Homem, aos soluços,
Ouvindo a Escada e o Mar, caiu de bruços
No pandemônio aterrador do Caos!
Fonte:
ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 1998.
Anjos, Augusto dos (1884 - 1914)
Biografia
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Cruz do Espírito Santo PB 1884 -
Leopoldina MG 1914). Poeta e professor. Nascido no engenho Pau d'Arco,
propriedade de seus pais, o advogado Alexandre Rodrigues dos Anjos e Córdula
Carvalho Rodrigues dos Anjos (Sinhá Mocinha),
Augusto dos Anjos é alfabetizado em casa e acompanha de perto a lenta e
agônica decadência da família. Matricula-se, em 1903, na Faculdade de Direito
do Recife, onde toma contato com as doutrinas do cientista alemão Ernest
Haeckel (1834 - 1919), um dos expoentes do cientificismo positivista, que
influenciaria profundamente sua poesia. Formado, em 1907, volta para a Cidade
da Paraíba (atual João Pessoa), onde passa a dar aulas de português no Liceu
Paraibano. Nessa época, publica poemas em jornais locais. Em 1910, casa-se
com Esther Fialho, e, após desentender-se com o governador, muda-se para o
Rio de Janeiro. Noano seguinte, seu primeiro filho morre prematuramente, o que
abala ainda mais sua frágil saúde. Em 1912, financiado pelo irmão Odilon, é
publicado seu único livro, Eu. É nomeado diretor de um grupo escolar em
Leopoldina e, em julho de 1914, muda-se para Minas Gerais. Morre em
novembro do mesmo ano, vítima de pneumonia. Em 1920, seu amigo e biógrafo
Órris Soares (1884 - 1964) publica a segunda edição de Eu, com vários poemas
inéditos.
http://itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5040&lst_palavras=&cd_item=35
Anjos, Augusto dos (1884 - 1914)
Comentário crítico
Com a publicação de Eu, em 1912, a poesia de Augusto dos Anjos tem consagração imediata.
Estranho e novo: essa é a tônica da primeira recepção.
Anatol Rosenfeld busca um paralelo entre sua poesia e a do expressionista alemã de Gottfried Benn,
Georg Heym e Georg Trakl, Observa também o emprego do jargão clínico-científico (especialmente da
biologia e da fisiologia) para traduzir, materialmente, uma visão de mundo pessimista em termos de
doença e decomposição ou negra putrefação. Diz tratar-se de uma "poesia de necrotério na qual se
disseca e desmonta 'a glória da criação' e lança o desafio do radicalmente feio à face do pacato
burguês, desmascarando, pela deformação hedionda, a superfície harmônica e açucarada de um
mundo intimamente podre.
A poesia de Augusto dos Anjos não encontra paralelo no Parnasianismo nem no Simbolismo, que lhe
são contemporâneos no Brasil. As matrizes filosóficas que sustentam sua visão de mundo pessimista
são características do meio intelectual em que se forma: o Monismo da biologia evolucionista, o
darwinismo de Herbert Spencer; a filosofia do inconsciente de Karl von Hartmann e a niilista da dor e
da vontade cega e insatisfeita como fundamento da existência, de Arthur Schopenhauer , entre outros.
Francisco Foot Hardman fala que da poesia de Augusto dos Anjos emana uma estética anti-tropicalista.
A natureza tropical nunca inspirou seus versos. As paisagens lhe aparecem marcadas por signos da
morte. A exuberância animal ou vegetal antecipa seus sinais de decrepitude e fim.
Num livro cujo título enfatiza a primeira pessoa do singular que constitui a própria matéria do gênero
lírico, nota Sérgio Alcides que, paradoxalmente, "o tema da poesia de Augusto dos Anjos é
precisamente o fracasso do 'Eu' e a desagregação da subjetividade como valor fundamental da
chamada 'civilização' ocidental".
A partir de texto in 
http://itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5040&cd_item=226
Largo das neves s/nº – 2002
trabalho realizado dentro do evento Arte de portas abertas, Santa Teresa, RJ
A CASA ENTERRADA
O caminhante distraído vê-se confrontado a algo que não está na ordem habitual de seu trânsito
diário: uma casa enterrada em meio à praça pública. O estranhamento confunde as fronteiras
entre casa e mundo.
Situada na encruzilhada, a casa se impregna de quietudes e embaraços. Público e privado,
indiscriminados, forçam um olhar tão desconexo quanto desorientado.
A partir do texto de Marisa Flórido 2003 http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/largo_das_neves.htm
A casa domesticava o tempo e o espaço nos
ciclos das estações e das famílias, nas colheitas
e nos costumes que se repetiam, na memória
que se reescrevia a cada geração, em cada lugar,
em cada nome. Mas a casa está perdida nas
desterritorializações contemporâneas: o ciclo
doméstico foi substituído pelas rotinas
mecânicas e pelos transtornos do tempo e do
espaço das novas tecnologias.
A casa enterrada não é assombrada por
fantasmas do passado. Exibe-se a si mesma
como a assombração de uma presença que não
pode ser de outro modo que fantasmática.
A partir de texto de Marisa Flórido 2003
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/largo_das_neves.htm
Casa secionada à altura do telhado, construída
no Largo das Neves. Propusemos um diálogo
direto com a arquitetura local, onde grande parte
das casas se encontram num nível abaixo da rua.
Largo das neves - 2002
Largo das Neves s/nº
Uma casa enterrada no meio da praça com alguns centímetros de parede e o telhado à mostra. 
Público e privado estão no mesmo espaço, disputando um lugar que não pode pertencer aos dois ao
mesmo tempo. A função de ser “casa” muda de sentido: deixa de ser abrigo para ser invasora de
espaço.
Perde o seu entendimento como abrigo (porque é inabitável), lugar das práticas domésticas, para
traduzir-se na impossibilidade de ser uma “terra para si”, o solo fundador e acolhedor do descanso e da
privacidade. Não pertence ao morador/proprietário, nem muito menos ao coletivo, já que a sua “única”
função está desprovida de uso: não possui entradas; é uma caixa intransponível que não oferece
acolhimento. E pior: ocupa um dos poucos espaços de lazer do bairro.
A questão moral impõe-se no trabalho de Barbosa e Ricalde:
“nos despertou para a questão moral do trabalho, que é a noção do desperdício. Então, quando o
material é muito caro, isto incomoda bastante as pessoas. O fato de um artista gastar, na época, pouco
mais de R$1.000 para fazer um telhado e tendo várias pessoas desabrigadas na cidade é um fato que
pode ser encarado como desperdício. Passa a ser algo questionado pelo público. Eles perguntam:
„Qual é o objetivo disso?‟”
O processo de produção da “casa” passa a ser tão vital para o seu conceito de experiência artística
quanto o resultado final do trabalho: os fatores de desagregação, o conflito entre os artistas e os
frequentadores da praça, torna-se um elemento que a obra passa a incorporar e por isso mesmo deve
ser levado em conta quando nos referimos ao processo da “casa” como um todo.
A partir de Entre a ironia e a falsa aparência de Felipe Scovin http://www.puro.uff.br/almanaque/entreIronia_falsaAparencia.pdf 
visibilidade (convite), 2002
A partir de texto de Rosana Ricalde e 
Felipe Barbosa 
A relação de questionamento por parte
do público se a instalação constitui uma
obra de arte também acontece em
Visibilidade, talvez de uma maneira mais
cruel, pois a barreira de pães não está
próximo a nenhum "museu" o que de
certa forma a descaracteriza como “obra
de arte".
É a sensação de alimento desperdiçado
que provoca os passantes: porque seria
arte algo feito de pães?
Na realidade a obra invocará o que é
invisível, a impossibilidade sócio-
econômica, onde podemos ver mas não
tocar/ter.
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/visibilidade.htm
Visibilidade, 2002
A partir de texto de Rosana 
Ricalde e Felipe Barbosa 
Obstrução de uma passagem
com cerca de 6000 pães,
impedimos o trânsito de um
lado para o outro, mas não o
olhar do transeunte.
A barreira explicitava em sua
beleza surpreende a miséria
local, discutindo através de sua
ambigüidade a necessidade da
arte.
Barreira construída com 6.000 pães
medindo 1,5m x 9m -
Interferência Urbana realizada em Belo
Horizonte Projeto Rumos Visuais
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/visibilidade.htm
.
Visibilidade, 2002
texto Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
Saindo do espaço da galeria, propusemos um
enfrentamento arte/público, através de elementos
cotidianos, básicos à existência. Instigando a curiosidade, ao
produzir arte com pão e água. Provocando o público, já que
a idéia de miséria e esbanjamento é explícita nesse choque
que se dá ao ver tantos pães "inutilizados" enquanto tantos
estão famintos.
O desmanche é o destino das obras Leveza e Visibilidade,
aliás sem este, elas não completariam seu ciclo, onde objeto
de arte é consumido, onde água e pão alimentarão agora o
corpo.
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/visibilidade.htm
Jogo daVelha – 1ª Bienal Ceará - América – 2002
Disputa de um jogo-da-velha em pleno cruzamento de
duas ruas. Trabalho realizado na cidade de Fortaleza e
apresentado em vídeo.
Facebook da artista
Em Jogo da velha, Barbosa e Ricalde
apropriam-se da faixa sinalizadora de um
cruzamento de trânsito, e transformam esse
quadrilátero com feixes cruzados num tabuleiro
de jogo. É um trabalho “entre-tempos”.
No pequeno intervalo entre o fechamento de
um dos sinais de trânsito e a abertura do outro,
os artistas disputam uma partida do jogo da
velha.
Tudo gira em torno do tempo, desse momento
de parada no tráfego. Operam, portanto, no
vermelho, no débito, na falta... de tempo.
Arriscando suas vidas e a dos motoristas, essa
tática irônica não significa divertimento, mas
recusa ao usufruto cotidiano e justificável
daquele espaço, reconhecendo-o como terreno
de vivência móvel, volátil, na cidade.
A partir do texto Entre a ironia e a falsa aparência de Felipe 
Scovin http://www.puro.uff.br/almanaque/entreIronia_falsaAparencia.pdf 
Jogo da Velha– 1ª Bienal Ceará - América 
2002
A cena dá lugar ao absurdo. Não se coloca mais a
questão do olhar: ocorre uma dissolução da cidade
como palco do espetáculo, impossibilitando percorrer os
espaços e articulá-los pela visão.
Felipe Barbosa e Rosana Ricalde interferem no tecido
urbano, e mais do que nisso nas leis desse tecido.
Aproveitando o próprio diagrama matemático que a
cidade oferece ao cidadão (pedestre, motorista),
constroem um organograma que se mantém re-
atualizado a cada ação do jogo: os movimentos
contínuos, horizontais e verticais, dinamizam toda a
área, transferem potência para algo amorfo, modificam o
sentido daquele “sinal” e instauram a “surpresa”. A dupla
entende a cidade como um organismo, vivo, justamente
porque mantém os seus fluxos ativos, evitando o seu
repouso absoluto.
In Entre a ironia e a falsa aparência de Felipe Scovin
http://www.puro.uff.br/almanaque/entreIronia_falsaAparencia.pdf
Foto TV:http://www.bojoga.com.br/blog/?paged=3
Foto rua: facebook de Rosana Ricalde
Vídeo da ação: http://www.youtube.com/watch?v=UD52iDvqX8c
texto Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
"É preciso ser leve como o pássaro, e não como a 
pluma.“
Paul Valery
Evocamos uma das Seis Propostas para o
Próximo Milênio (Ítalo Calvino).
Pensando Leveza como movimento,
possibilidade de deslocamento e suavidade,
apresentamos sob esse título um espelho
d'água coberto por 9.500 garrafas de água
mineral rememorando a história contada pelo
autor ao se referir a Leveza, onde relata os
feitos do herói Perseu - que não abandona a
horrível cabeça da medusa, mas que carrega
seu fardo pessoal com a leveza de uma
sensibilidade sábia de um herói.
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/visibilidade.htm
Leveza, Palácio das Artes – BH 
2002
texto Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
O espelho d'água trata justamente de definir como esse espaço pode ser proveitoso ao mesmo tempo
em que perigoso. Aproveitando dados da arquitetura, tomamos o espelho como lugar de atuação,
pensando nele como reflexo dessa instituição/prédio. A água embalada, comercializada, asséptica,
como alegoria da arte, e a pré-disposição da instituição, em emoldurá-la, filtrá-la antes de oferecê-la ao
público.
Outra questão que assume um papel importante, é a posição do público diante da obra, de como este
vem determinar até onde aquilo que vêem é uma obra de arte, e até onde são garrafas que no caso
poderiam ser tomadas de assalto e vendidas, gerando um lucro líquido de cerca de 9.000 mil reais.
Substituição do espelho d'água do Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG, por garrafas de água mineral, visíveis 
apenas no momento em que se percorre a rampa de acesso ao edifício
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/visibilidade.htm
Leveza, Palácio das Artes – BH, 2002
VISIBILIDADE e LEVEZA
A algumas quadras da intervenção Visibilidade, garrafas de água mineral cobriam toda a extensão do chafariz na
fachada do Palácio das Artes.
As garrafas, levadas na madrugada de sua instalação, foram vendidas nas esquinas anônimas da cidade: a
proximidade da galeria não intimidou seu câmbio em mercadoria.
Intocada, a barreira de pães permaneceu por alguns dias até ser ingerida. O descomedimento da arte alimenta
corpos famintos. Se para alguns é arte, para outros, apenas pão. Como então conceber a arte como o domínio
exclusivo de um olho desencarnado, do universo da límpida Visibilidade? Como aceitar a fruição estética como
um juízo autônomo, purificado e ascético em sua Leveza, dissociado das necessidades da existência,
desvinculado de um corpo que tem fome e sede?
A partir de texto de Marisa Flórido 2003
Leveza, 2002. Espelho d'água - Interferência realizada com 10.000 garrafas de água mineral no espelho d'água do Palácio das
Artes, Belo Horizonte. 100m x 3m
Visibilidade, 2002
Leveza
E pensando também nas propriedades
dessa cabeça, que serve ao herói como
arma contra seus mais terríveis inimigos,
além de seu toque, que diferente de seu
olhar, pode produzir feitos maravilhosos.
Fizemos um paralelo com a
instituição/institucionalização, pensando
nesta como essa medusa, e como
devemos tratá-la em proveito da arte.
texto Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
Leveza, Palácio das Artes – BH, 2003
Perseus com a Cabeça da Medusa, de Benvenuto
Cellini,, 1554
Italo Calvino
Nasceu em 1923, em Cuba, por onde seus pais, cientistas
italianos, estavam de passagem. Sua infância foi em San
Remo, na Itália. Em 1941, matricula-se na Faculdade de
Agronomia de Turim, que abandona ao engajar-se na
Resistência Italiana contra o exército nazista. Ao final da
guerra vai morar em Turim, onde se doutora em letras.
Em 1947, lança seu primeiro livro, inspirado em sua
participação na Resistência. Passa a trabalhar para o jornal
comunista L‟Unità e a editora Einaudi. Em 1957 desliga-se
do Partido Comunista.
A partir dos anos 1950 Calvino começa a escrever as obras
que o tornaram famoso internacionalmente: O Visconde
Partido ao Meio (1952), O Barão nas Árvores (1957) O
Cavaleiro Inexistente (1959), Cidades Invisíveis (1972),
Se um Viajante numa Noite de Inverno (1979), e Palomar
(1983), dentre outros.
Morreu em 1985, consagrado como um dos mais
importantes escritores italianos do século 20. Entre seus
muitos outros livros incluem-se Seis Propostas para o
Próximo Milênio, Amores Difíceis e O Castelo dos
Destinos Cruzados.
http://studioamora.com/blog/?p=67
Em 1984 Italo Calvino foi convidado para proferir um ciclo de
conferências na Universidade de Harvard . Terminava de
prepará-las quando faleceu. As "Seis propostas para o
próximo milênio" contêm apenas cinco, a última se intitularia
"Consistência".
Consistência, Leveza, Rapidez, Exatidão, Visibilidade e
Multiplicidade são, para Calvino, valores literários que devem
ser preservados pela literatura, por ele considerada perene:
"Minha confiança na literatura consiste em saber que há
coisas que só a literatura com seus meios específicos pode
nos dar", diz ele.
Seis propostas para o próximo milênio é um livro fundamental
para se entender o que é a literatura, porque é imprescindível
e como pode atingir uma qualidade elevada. É um livro
importante também para nosso autoconhecimento:
“...quem somos nós, quem é cada um de nós senão uma
combinatória de experiências, de informações, de leituras,
de imaginações? Cada vida é uma enciclopédia, uma
biblioteca, um inventário de objetos, uma amostragem de
estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e
reordenado de todas as maneiras possíveis.” (p. 138).
A partir do texto de Valdemir Pires
http://www.letraselivros.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=648&Itemid=65CALVINO, Ítalo.
Seis Propostas para o próximo
milênio. São Paulo: 2ª
Ed.Companhia das Letras, 1998.
árvores ajudadas, 2002 / 2007
Série de fotografias de árvores ajudadas pela ação do homem, dimensões variadas
Exatidão, 2003
MADO3 – 2º encontro de Arte Experimental de Madri
Instalação de uma mesa de jogo de Damas em uma pequena área no meio do trânsito da cidade de Madri.
“O ineditismo do jogo no local escapa à mentalidade executiva reguladora do deslocamento,
do tráfego, da cidade.“
Poéticas compartilhadas / poéticas expandidas” de Guilherme Bueno. Fotos: facebook de Rosana Ricalde
projeto InSite_05 hospitalidade / hospitality
Tijuana, México, 2003 / 2005
Rosana Ricalde e Felipe Barbosa
participaram em Tijuana,
cidade mexicana que faz
fronteira com os Estados
Unidos, da quinta edição do
InSite 05, um projeto com o
objetivo de promover a
investigação e intervenção
artística no espaço urbano.
Segundo Rosana foi a primeira
experiência do casal em que o
trabalho foi planejado com
muita antecedência.
http://www.youtube.com/watch?v=zQOnB6Gdvy4&feature=share
hospitalidade / hospitality, 2003 / 2005
Foram dois anos entre pesquisas, observação e discussões entre si e com os curadores até a aprovação e
execução do projeto. A situação de fronteira é o ponto de partida de Hospitalidad (Hospitalidade). "Em Tijuana
fica muito claro que a fronteira só existe na direção do México para os Estados Unidos. Os americanos não
enfrentam nenhum tipo de barreira para entrar no México", explica Felipe. "O que a gente estava querendo
colocar era justamente que as fronteiras estão aí, no mundo, e inclusive no México. Porque o México impõe as
mesmas barreiras à Guatemala", completa Rosana.
Hospitalidad ocupa a Ponte México, ponte de pedestre utilizada por quem cruza a fronteira à pé. Letreiros
profissionais pintaram no chão nomes próprios de homens e mulheres que passam pela ponte, utilizando cores
características das cidades mexicanas, como o rosa, o verde e o roxo. "A gente trabalhou com a idéia de
hospitalidade incondicional do Jacques Derrida, que é aquela que não pede o nome de família, que não
pergunta de onde vem", aponta Rosana.
A partir de texto de Fernanda Lopes - http://www.muvi.advant.com.br/artistas/f/felipe_barbosa/hospitalidade.htm
Distribuição de garrafas de água mineral holandesa em uma estação
de trens internacionais em Roterdam para que os viajantes levassem a
água excedente da Holanda para fora do país.
http://www.rosanaricalde.com/obrasport.html
Changing the flow , 2005
troca de cartões, 2006
Instalados numa tenda em uma praça no centro de Fortaleza, Rosana Ricalde e Felipe Barbosa, munidos de
computador e impressora, convidavam os passantes a deixarem seus dados profissionais para que o casal
de artista imprimisse cartões de visita gratuitos, contendo em seu verso o serviço a fim de outro participante
do projeto. Foto: facebook de Rosana Ricalde
Proposta poética para a redistribuição das águas no mundo, irrigando áreas desérticas
com a água de regiões que tem excesso através de grandes aquedutos.
Foto: Marcelo De Focatii http://noktambularte.blogspot.com/2006/05/pintura-subyacente-en-el-cceba.html
Cambiando el curso de las aguas, 2006
Centro Cultural da Espanha em Buenos Aires
casa para pássaros, 2007
Casa para pássaros camuflados instaladas em árvores
Jardines Móviles, 2007
Universidade Autônoma do México, Cidade do México
Animais construídos com brinquedos infláveis nos jardins da Casa Del Lago no
bosque Chapultepec na cidade do México.
http://novoscuradores.com.br/artigo-blog/felipe-barbosa-rosana-ricalde

Outros materiais