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Modelo TCC 2de2++completo FINAL PDF

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Jundiaí 
2017 
 
 
ÉRICA MARIA APARECIDA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
CRIME PASSIONAL 
PAIXÃO, AMOR, CIÚMES, EMOÇÃO E VIOLÊNCIA 
 
 
 
 
Jundiaí 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIME PASSIONAL 
PAIXÃO, AMOR, CIÚMES, EMOÇÃO E VIOLÊNCIA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à (Anhanguera), como requisito parcial para a 
obtenção do título de graduado em( Direito). 
Orientador: Paula Barduco 
 
 
 
ÉRICA MARIA APARECIDA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉRICA MARIA APARECIDA DOS SANTOS 
 
 
CRIME PASSIONAL 
PAIXÃO, AMOR, CIÚMES, EMOÇÃO E VIOLÊNCIA. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à (Anhanguera), como requisito parcial para a 
obtenção do título de graduado em (Direito). 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Jundiaí, de de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Deus, que sempre 
me fortaleceu nos momentos mais difíceis 
dessa jornada e ao meu companheiro 
Mauricio, que sempre me incentivou a 
lutar e nunca desistir dos meus sonhos. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A vida sempre foi feita de escolhas, boas ou ruins, e a minha não foi diferente, 
escolhi me graduar em direito e isso mudou a minha vida. Para melhor é claro! Foi a 
melhor escolha que fiz até agora, pois é essa quem vai me proporcionar um extenso 
leque de oportunidades ao longo da minha vida a partir de agora. Hoje posso dizer 
que vivo uma realidade que há tão pouco tempo atrás era somente um sonho, que 
se tornou possível devido a muito esforço, paciência determinação, perseverança 
ousadia e amor, mais é claro que eu não conseguiria nada disso sozinha. Gostaria 
de agradecer a todos que colaboraram de alguma forma para que eu pudesse 
chegar até aqui. 
Agradeço em especial á Deus, pela força, paciência, determinação, sabedoria e o 
mais importante o amor que ele me concedeu, sempre iluminando a minha mente e 
o meu coração durante toda essa caminhada. 
Sou grata a todos os meus professores, pela paciência, incentivo, e principalmente 
pela dedicação que foi essencial para minha formação. Agradeço por me ensinarem 
a ter disciplina e comprometimento tanto na vida acadêmica quanto na pessoal, e 
isso me tornou uma pessoa melhor. 
Agradeço a todos da minha família que sempre orou e torceu por mim, em especial a 
minha filha Milena que amo incondicionalmente, e ao meu companheiro Mauricio, 
que com muito amor e carinho sempre esteve do meu lado apoiando e incentivando 
a nunca desistir do meu sonho. Amo você amor da minha vida, e espero poder 
compartilhar contigo muitas outras vitórias como essa. 
E não posso deixar de agradecer aos colegas de classe, principalmente aos amigos 
que conquistei em especial Carine e Amanda que sempre estiveram do meu lado 
nos piores e nos melhores momentos, quantas brigas, quantas lagrimas, quantos 
sorrisos compartilhamos durante essa longa e tão esperada vitória desejo tudo de 
melhor a cada um de vocês, e espero poder revê-los para que juntos possamos 
compartilhar nossas conquistas. 
 
 
 
SANTOS, Érica Maria. Crime Passional: Paixão, Amor, Ciúmes, Emoção e 
Violência. 2017. 47 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Direito) – 
Anhanguera, Jundiaí, 2017. 
 
RESUMO 
 
O presente artigo elabora um breve estudo sobre o crime passional e sua evolução, 
em meio á sociedade através dos tempos. O crime que antes era aceito e julgado 
pelos tribunais do júri como, legitima defesa da honra, hoje é tipificado como 
homicídio privilegiado em seu artigo 121 e seus incisos qualificadores do Código 
Penal brasileiro. O estudo irá relatar os principais sentimentos que colaboram para 
prática delitiva, são eles, posse, ódio, vingança e o principal deles a rejeição. O 
trabalho Visa compreender a lógica interna do homicida em obter uma satisfação 
pessoal: matar e logo após o crime, alegar os motivos da paixão. 
 
 
Palavras-chave: Crime passional; Paixão; Posse; rejeição; Violência. 
 
 
 
 
 
SANTOS, Érica Maria. Passional Crime: Passion, Love, Jealousy, Emotion and 
Violence. 2017.47 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Direito) – 
Anhanguera, Jundiaí, 2017. 
ABSTRACT 
The present and article a brief study of the crime of passion and its evolution, in the 
midst of society through time. The crime that was previously accepted and judged by 
the courts of the jury as, identification defence of honor, today is typed as privileged 
homicide in his article 121 and his incisors of the Brazilian Penal Code. The study will 
report the main sentiments that collaborate for the practice of deli, are they, 
possession, hatred, vengeance and the main one of them rejection. The work aims to 
understand the logic intern of the act in obtaining a personal satisfaction: killing and 
shortly after the crime, alleging the motives of passion. 
 
Key-words: Passion; Love; Jealousy; Emotion and Violence. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9 
2. O CRIME PASIONAL ........................................................................................ 10 
2.1 A HISTÓRIA DO CRIME PASSIONAL. ........................................................... 10 
2.1.2 Elementos subjetivos do homicídio no crime passional ........................... 12 
2.1.3 Ciúme ...................................................................................................... 13 
2.1.4 Paixão ..................................................................................................... 15 
2.1.5 Amor ........................................................................................................ 15 
2.1.6 Rejeição .................................................................................................. 16 
2.1.7 Sentimento de posse ............................................................................... 17 
2.1.8 Honra ....................................................................................................... 17 
2.1.9 Punibilidade do crime .............................................................................. 18 
3. DO JULGAMENTO ............................................................................................ 21 
3.1 AS TESES APRESENTADAS PELA ACUSAÇÃO – MINISTÉRIO PÚBLICO. 21 
3.1.3 Motivo torpe. ............................................................................................ 23 
3.1.4 Motivo fútil ............................................................................................... 24 
3.1.5 Emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum............................... 25 
3.1.6 À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa da vítima. ................................................ 27 
3.1.7 As teses mais apresentadas pela defesa. ............................................... 28 
3.1.8 Legítima defesa da honra ........................................................................ 30 
3.1.9 Homicídio privilegiado............................................................................. 32 
4. OS HOMICIDAS PASSIONAIS ......................................................................... 35 
4.1. PERFIL DOS HOMICIDAS PASSIONAIS. ...................................................... 35 
4.1.2 Casos reais ............................................................................................. 36 
4.1.3 Crime da fera da Penha .......................................................................... 36 
4.1.4 O crime de Lindomar Castilho ................................................................. 37 
4.1.5 O crime Margot Proença Gallo. ............................................................... 38 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 40 
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 42 
 
 
 
 
 
 
9 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho de conclusão de curso tem como objeto de estudo os 
homicídios passionais e suas peculiaridades. O crime passional é um delito que 
sempre causou impacto na história da humanidade, mas nem sempre foi tipificado 
na legislação penal, sendo enquadrado tão somente no delito de homicídio e suas 
tendências. 
 
 
Existem diversos motivos que induzem o crime passional; os mais comuns 
são os sentimentos de posse, de ódio, de vingança, e principalmente de rejeição, 
pois geralmente o crime ocorre pelo simples fato do outro não aceitar o termino do 
relacionamento o que resulta em condutas em que as vítimas afrontam o autor do 
crime, de forma desequilibrada levando a pessoa a cometer o delito do homicídio em 
"nome do amor". 
 
 O Código Penal foi promulgado em 1940 trazendo a punibilidade ao crime 
passional que, até então, era considerado como excludente de ilicitude. A punição 
ao delito passou a ser homicídio privilegiado pela violenta emoção, porém, por 
questões sociais e culturais, essa norma era apenas teórica, pois, na prática, os 
defensores desses homicidas alegavam a tese da "legitima defesa da honra", aceita 
pelos Tribunais do Júri. 
 
A partir da década de 70, devido às várias manifestações feministas contra a 
indulgência com a qual era tratado o crime passional, a sociedade e os Tribunais 
deixaram de aceitar essa tese, tornando a punição mais rígida aos autores dos 
crimes passionais. Todavia, a maior mudança, ocorreu com a Constituição Federal 
de 1988, que determinou a igualdade entre homens e mulheres e, hoje, é inaceitável 
que um defensor alegue a tese da legítima defesa da honra, pois não é mais 
possível deixar que a honra do homem sobreponha-se ao direito à vida garantido as 
pessoas. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
2. O CRIME PASIONAL 
 
2.1 A HISTÓRIA DO CRIME PASSIONAL. 
 
 Durante décadas o homicídio passional ganhou destaque em razão da 
benevolência para com os criminosos, em virtude de uma sociedade machista que 
atestou a mulher como um ser inferior, considerando-a uma propriedade do homem. 
Para que haja um entendimento melhor do assunto, é necessário definir o que 
vem a ser “crime passional”, sob o ponto de vista etimológico e doutrinário. .“Crime”, 
segundo o minidicionário Aurélio, é “a violação da lei penal; delito” – Conceito formal. 
O conceito substancial seria a “ofensa de um bem jurídico tutelado pela lei penal”. E 
no conceito analítico é o “fato típico, antijurídico e culpável”. (Aurélio 2001,p.194). 
Conforme o entendimento jurídico, de Plácido e Silva (1990, p.586), “Crime 
deriva do latim crimen (acusação, queixa, agravo, injúria). Ou seja, é toda a ação 
cometida com dolo, ou infração contrária aos costumes, à moral e à lei, que é 
legalmente punida, ou que é reprovada pela consciência.” 
 
Segundo o minidicionário Aurélio. “Passional é relativo à paixão, suscetível de 
paixão; causado por paixão.” ( Aurélio,2001,p.518). 
De acordo com Plácido e Silva, “É o vocábulo empregado na terminologia 
jurídica, especialmente do Direito Penal, para designar o que se faz por paixão, isto 
é, por uma exaltação ou irreflexão, consequência de um amor desmedido”.( Palácio 
e Silva 2001, p.518). 
O crime passional é aquele cometido por paixão. É necessário ressaltar a 
existência de uma ligação afetiva e/ou sexual entre a vítima e o acusado. Não é 
qualquer situação delitiva entre cônjuges que caracteriza o crime passional. Se por 
 
 
 
11 
exemplo, o marido contrata alguém para matar sua esposa para ficar com o seguro 
de vida ou herança, não fica caracterizado o crime passional. 
Luiza Nagib Eluf afirma que: “A paixão não basta para produzir o crime”. Esse 
sentimento é comum aos seres humanos, que, em variáveis medidas, já o sentiram 
ou sentirão em suas vidas. Nem por isso praticaram a violência ou suprimiram a 
existência de outra pessoa. (ELUF,2009.p.134). 
O sentimento da paixão nunca deve ser utilizado para perdoar o crime, 
podendo ser usada apenas para entendê-lo. Na grande maioria das vezes, quem 
comete um crime tomado por emoções violentas e contraditórias, acaba destruindo 
não só a vida da vítima, mas também a sua própria vida. Todavia, essa conduta não 
perde a característica criminosa e desprezível, não recebe aceitação social. 
 
Ivair Nogueira Itagiba afirma ser o verdadeiro amor: 
 
Resignação e autos sacrifício, ternura e perdão. Transpira animalidade o 
amor que assassina, gerado do egoísmo paroxístico, da sensualidade 
bestial, da ameaça da exclusividade da posse, do despique do amante 
preterido, do ciúme da mulher ofendida na vaidade, da prepotência da 
concupiscência e do ódio, a que chama sentimento de honra. Nada colhe o 
argumento de que o crime, na vida dos passionais, é meramente episódico. 
Esses delinquentes, à verdade, não reincidem. Mas a ameaça de pena 
exerce intimidação sobre todos. A impunidade açularia, ao revés, o 
incremento do passionalismo.( ITAGIBA,1958,p. 334). 
 
 
O amor verdadeiro não mata, não aprisiona, pelo contrario quem ama de 
verdade deseja o bem para a pessoa amada acima de tudo. Já o homicida passional 
vê a outra parte como um objeto, não se trata de um amor e sim de um sentimento 
doente de possessividade, de domínio normalmente esse criminoso não mostra e 
não sente nenhum arrependimento, ele é dominado pelo ódio, pela vingança, pelo 
egoísmo, por uma imagem social (muitas vezes falsa) e por uma necessidade de 
estar no poder. 
 Os homicidas passionais antigamente recebiam uma punição mais branda, 
pois por ser o crime cometido por paixão existia uma associação equivocada com o 
 
 
 
12 
sentimento de nobreza, com a defesa da honra. E que até então, era classificado 
como excludente de ilicitude. Nos dias atuais, desde a promulgação do Código 
Penal de 1890, o que vigora é que a emoção ou a paixão não excluem a 
culpabilidade de quem mata ou fere outra pessoa, trazendo punibilidade ao crime 
passional. 
Tal punição passou a ser aplicada ao delito classificado como homicídio 
privilegiado pela violenta emoção. É correto que a legislação penal beneficie aqueles 
que cometem homicídio por violenta emoção, pois realmente o indivíduo age 
subitamente, por motivo relevante, porém, é uma ofensa aos direitos humanos 
defender que motivos passionais sejam considerados relevantes a ponto de justificar 
a prática de um homicídio. 
Os defensores dos homicidas passionais criaram como tese a da “legítima 
defesa da honra”, não prevista na legislação, mas aceita pelos Tribunais do Júri, na 
sua grande maioria, formado por homens que achavam “natural” esse 
comportamento. Porém, quando a Constituição Federal de 1988 determinou a 
igualdadeentre homens e mulheres, passou então a ser inadmissível um defensor 
alegar essa tese. 
 A sociedade deixou de tolerar esse delito, não podendo ser considerado 
homicídio por relevância social. Para exemplificar a violenta emoção, utiliza-se como 
exemplo, o caso de um pai que, ao ver sua filha ser estuprada, tomado de violenta 
emoção, mata o estuprador. Esse delito não se restringe apenas ao homicídio, 
podendo ser também a lesão corporal e moral. É cometido geralmente por homens, 
são raras às vezes em que uma mulher mata. É um crime machista, pois o homem 
não consegue aceitar que uma mulher deixou de amá-lo, e usa dessa paixão como 
razão para matar. 
 
2.1.2 Elementos subjetivos do homicídio no crime passional 
 
 
 
 
13 
São vários os elementos que compõe o homicídio passional. Mesmo o ser 
humano sendo declarado um ser racional, é indiscutível o poder dos sentimentos 
sobre ele. Trata-se de um crime premeditado, calculado na maioria das vezes. Não é 
um crime impulsivo, muito pelo contrário, é planejado nos mínimos detalhes. 
Na conduta desse criminoso existe uma grande influência social, a existência 
de um domínio sobre a outra pessoa e uma exagerada preocupação com a 
reputação. É estimulado, inúmeras vezes, por uma suspeita de traição. O homicida 
passional muitas vezes usa a força bruta, para ter o reconhecimento do seu “direito” 
e a recuperação da sua autoestima, que entende o mesmo a ter perdida em 
decorrência do abandono ou do adultério. 
Rabinowicz , ressalta. 
 
Curioso sentimento o que nos leva a destruir o objeto de nossa paixão! Mas 
não devemos extasiar-se perante o fato; é, antes, preferível deplorá-lo. 
Porque o instinto de destruição é apenas o instinto de posse exasperado. 
Principalmente quando a volúpia intervém na sua formação. Porque a 
propriedade completa compreende, também o jus abutendi e o supremo ato 
de posse de uma mulher é a posse na morte. ( RABINOWICZ, 2007 p. 54). 
 
 
O homicídio passional é um crime premeditado que não tem nada haver com 
o amor, é uma conduta criminosa, praticada por sentimentos como o ciúme, a raiva, 
a vingança, o egoísmo, a maldade, a rejeição, o sentimento de perda, portanto, 
quem comete esse crime não merece indulgência, não merece clemência pelo que 
fez. Para falar sobre os principais componentes desse crime é importante dissertar 
sobre os elementos subjetivos que o permeiam, sendo eles: o ciúme, a paixão, o 
amor, a rejeição, o sentimento de posse e a honra. 
 
2.1.3 Ciúme 
O ciúme é um sentimento que desde sempre esteve presente na humanidade, 
porém, manifesta-se de forma diferente em cada um, pois as personalidades 
não se repetem. O ciúme anda lado a lado do amor, nasce no mesmo instante 
 
 
 
14 
que ele, porém nem sempre desaparece com ele. É um sentimento natural 
aos seres humanos como a raiva e a paixão. Porém, como tantos outros 
sentimentos possuem o lado bom e o lado ruim. 
O lado bom é aquele ciúme moderado, natural, protetor, o amor presente faz 
com que o casal se lembre sempre que o outro não foi definitivamente conquistado. 
Encoraja o esforço mútuo e consciente para a melhoria da relação. Já o lado ruim é 
aquele ciúme que pode se tornar um incomodo para uma das partes, prejudicando o 
amor, e tornando o ser amado em sua propriedade. 
Conforme Rabinowcz, “o ciúme é o medo de perder o objeto para o qual se 
dirigem os nossos desejos. O ciúme destrói, instantaneamente, a tranquilidade da 
alma”. (Rabinowcz (2007, p.67). 
O ciúme é o sentimento que mais causa insegurança nas pessoas pois, o 
medo da perda causa a dependência, e a síndrome de inferioridade e é capaz de 
destruir a vida dessa pessoa. O homicida ciumento na grande maioria das vezes 
comete o crime passional por não aceitar a perda da posse da pessoa amada. É 
perceber que não é mais “dono” do outro, é sentir-se menosprezado, excluído da 
vida do parceiro. Isso ocorre quando ele deixa de enxergar o outro como uma 
pessoa, e passa a vê-lo como um objeto. 
Quando o ciúme passa a dominar uma pessoa, ela se torna incapaz de 
controlar suas atitudes, o que acontece com frequência, o ciumento, passa a 
acreditar apenas naquilo que ele imagina que aconteceu. O ciúme corrói, destrói 
toda a base do amor, trazendo consigo a dor do fim e saudade do que se foi e 
jamais voltará a ser. 
 
 
 
 
15 
2.1.4 Paixão 
De acordo com o dicionário Michaelis (1998, p.1529) “a paixão é um 
sentimento tão forte, quanto o amor e o ódio; movimento impetuoso da alma 
para o bem ou para o mal; desgosto, mágoa, sofrimento prolongado” 
No primeiro momento esse sentimento pode ser comparado com o amor, 
porém, pode alcançar proporções catastróficas, quando envolta ao ciúme. 
Renata Bonavides afirma: 
 
Nós seres humanos imputáveis, as paixões, como as emoções intensas, se 
tornam muitas vezes elementos perturbadores da inteligência e da vontade, 
reduzindo em muitas oportunidades a racionalidade, podendo levar o 
indivíduo ao cometimento de um crime.(BONAVIDES, 2009, p.77) 
 
 
Esse sentimento tem o poder de atormentar o lado racional de uma pessoa, 
fazendo com que ela perca a noção de moral e da ética, não permitindo que 
enxergue o mundo exterior, deixando que enxergue somente suas inseguranças, 
seus medos. Somente a paixão não é capaz de matar, o que ocorre em relação a 
esses crimes é a obsessão pelo ser amado, é a paixão doentia crônica. É ter em 
mente que se a pessoa amada não pode ser sua não será de mais ninguém. 
 
2.1.5 Amor 
 
De acordo com o Minidicionário Aurélio “o amor é um sentimento que 
predispõe alguém a desejar o bem de outrem; a proteger ou a conservar a pessoa 
pela qual se sente afeição; devoção extrema”( Aurélio,2006,p.118). 
Segundo Rabinowcz. Existe três formas de amor, o platônico, o afetivo e o 
sexual. O amor platônico é um amor não correspondido é um sentimento que em 
nada se relaciona com o desejo do corpo, e pode ter vários gêneros diferentes como 
 
 
 
16 
em um caso de amizade pura entre duas pessoas. É na maioria das vezes é produto 
de uma timidez exagerada. A pessoa que tem um amor platônico e nunca tenta sair 
dessa fase é porque tem medo de se machucar ou medo de verificar que as suas 
fantasias e expectativas não correspondem à realidade. O que a torna incapaz de 
praticar um crime passional. 
O amor afetivo é a melhor forma de amar, é o mais saudável e tranquilo para 
ambos. Nele o desejo está ligado à ternura, ao empenho em fazer com que a outra 
pessoa se sinta amada, são raríssimos os casos em que esse amor dá origem a um 
crime passional. 
Como dizia Jules Lemaître, o amor sexual é o que faz dos homens, idiotas. É 
um amor egoísta, trata o objeto de desejo como propriedade. É a forma de amor 
característica dos crimes passionais, porque é cercado pelo ódio, pela vingança. 
O amor e um sentimento que não pode ser atribuído ao homicida passional, 
pois o mesmo mata por questões opostas a esse sentimento. Mata por não acertar o 
fim do relacionamento, por medo do ridículo e mata para mostrar a sociedade que 
lavou sua honra. 
 
2.1.6 Rejeição 
 
A rejeição é um dos sentimentos mais terrível já vivido pelo homem. Consiste 
em sentir-se menosprezado, discriminado, humilhado. Oque causa uma sensação 
de abandono e solidão. E ela pode ser real ou imaginária. A imaginária pode ser tão 
destrutiva quanto a real. 
A rejeição sentida em um relacionamento amoroso pode desencadear sérias 
consequências. O medo de ser rejeitado faz com que a pessoa desperte o monstro 
que existe dentro de si, monstro esse sedento de vingança, de raiva, de vergonha, 
humilhado pelo comportamento do ser amado, capaz de fazer as piores atrocidadespara recuperar o controle da situação, recuperar sua reputação que considera ter 
perdido. Monstro que não segue as regras estabelecidas pela sociedade. 
 
 
 
17 
Esse sentimento está diretamente associado à insegurança, ao medo de ser 
abandonado, e engana-se quem pensa que a melhor solução para a rejeição é 
encontrar um novo amor, caso isso aconteça, a pessoa continuará cometendo o 
mesmo erro continuará se sentindo inferiorizado, rejeitado. O que deve ser feito 
nesse caso é encontrar a si mesma, é buscar elevar a autoestima, porque somente 
se amando será capaz de amar, de respeitar, de compreender outra pessoa. 
 A pessoa rejeitada poderá, na maioria dos casos, não se conformar com o 
desprezo, passando a se sentir humilhada, desvalorizada, deprimida, sendo 
fundamental para o seu equilíbrio emocional tão somente o reconhecimento e o 
amor da pessoa querida. 
 
2.1.7 Sentimento de posse 
 
O sentimento de posse é conhecido por trazer uma necessidade de controlar 
e dispor das coisas e das pessoas. É a necessidade de ser dono do outro, de 
dominar o que ele pensa. Quando o desejo de dominar os sentimentos do outro foge 
do controle, surge uma inclinação para a posse. 
Hoje em dia, é muito mais importante o ter do que o ser. Para ser alguém 
você precisa ter alguma coisa ou outro alguém. Quando esse sentimento de posse 
acaba, quando você percebe que o outro já não mais te pertence, é como se você 
não existisse mais, a sua existência passa a depender da existência do outro. 
 
2.1.8 Honra 
 
A honra é a imagem social da dignidade, está ligada ao caráter de uma 
pessoa. Pode ser objetiva e subjetiva, sendo esta a opinião pessoal e aquela, o que 
a sociedade pensa sobre determinada pessoa. Essa tese foi bastante utilizada como 
 
 
 
18 
defesa dos homicidas passionais. Durante anos os advogados alegaram que seus 
clientes matavam para defender a honra perante a sociedade. Ligavam a honra ao 
comportamento sexual das mulheres. Uma vez traído, o marido precisaria “lavar sua 
honra”, matando-a, pois somente assim seria respeitado novamente. 
Não haveria motivos para o homicida passional matar para defender sua 
honra se a sociedade não tomasse conhecimento do crime. Nesse tipo de delito, há 
a presença do egoísmo, pois aqueles que praticam o crime passional, o fazem por 
conveniências pessoais, por terem convicção de que, de algum modo, devem 
satisfazer a opinião alheia. 
Atualmente a Constituição Federal não admite nenhum tipo de discriminação 
entre homens e mulheres, o que tornou a tese de legítima defesa da honra 
inconstitucional. A honra é um bem pessoal e intransferível. A mulher não carrega a 
honra do marido ou vice-versa. Um comportamento reprovável por parte de um dos 
cônjuges não afeta o outro. As pessoas só devem ser chamadas a responder por 
aquilo que fizeram, e não pelo que o outro fez. 
 
 
2.1.9 Punibilidade do crime 
 
Para compreendermos a punibilidade de tal delito, faz-se necessário entender 
a definição de culpabilidade. Definição essa feita pela doutrina. 
Conforme Régis Prado, “A culpabilidade é a reprovabilidade pessoal pela 
realização de uma ação ou omissão típica e ilícita. Assim, não há culpabilidade sem 
tipicidade e ilicitude, embora possa existir ação típica e ilícita inculpável.”(Prado 
2006, p.408). 
Em relação aos crimes passionais esse juízo de reprovação merece uma 
atenção especial do operador de direito, porque possui vários elementos subjetivos, 
devendo ser feita uma análise mais minuciosa. 
 
 
 
19 
 
Em consonância Bonavides afirma que. 
 
O olhar do Direito Penal ao criminoso passional deve estar sempre atento 
às características de cada caso concreto. Todos os crimes dolosos contra a 
vida (homicídio, infanticídio, aborto e instigação ao suicídio) são julgados 
pelo Tribunal do Júri, tanto a forma tentada quanto a consumada. 
( BONAVIDES, 2009, p. 92). 
 
O homicídio passional é uma ação penal pública, a acusação é feita por um 
membro do Ministério Público e o julgamento é feito por membros da sociedade e 
não por juízes togados. Normalmente o Ministério Público denuncia o agente pela 
prática de homicídio qualificado, art. 121, § 2° do Código Penal, que é considerado 
um crime hediondo, aonde a pena varia entre 12 (doze) a 30 (trinta) anos de 
reclusão. 
O crime hediondo diz respeito ao delito cuja lesividade é acentuadamente 
expressiva, ou seja, é o crime de extremo potencial ofensivo. Do ponto de vista 
semântico, hediondo significa ato profundamente repugnante, horrendo, sórdido, 
imundo, o que vai contra todos os padrões sociais vigentes. Parte da jurisprudência 
entende que quem mata o cônjuge por vingança, por ciúme ou por ódio, enquadra-
se no motivo torpe, ou seja, é uma conduta qualificada. 
 
 O Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul entende que: 
 
Caracteriza-se a qualificadora do motivo torpe quando o ciúme extravasa a 
normalidade a ponto de tornar repugnável à consciência média, por ser 
propulsionador de vingança ante a recusa da ex-mulher em reconciliar-se 
(apelação n. 2.546/97). Outra parte, como o Tribunal de Justiça do Mato 
Grosso, considera como qualificadora o motivo fútil (art. 121, § 2°, II, 
CP):argumento de ciúmes e por entender estar sendo traído, deixando 
transparecer uma posição machista, hoje inaceitável, por todas as correntes 
jurisprudenciais e doutrinárias do Direito Pátrio. 
 
 
 
 
 
20 
É incabível no nosso direito o reconhecimento de duas qualificadoras como 
motivo torpe e fútil, portanto, cabe ao Ministério Público fazer a denúncia utilizando 
uma ou outra. O que realmente importa é que o crime passional é considerado 
hediondo. Que esse criminoso não merece o perdão, não merece diminuição da 
pena por ter “matado por amor”, e sim uma punição mais severa. 
Conforme entendimento de Capez. 
 
O homicídio passional, na sistemática penal vigente, não merece por si só, 
qualquer contemplação, mas pode revestir-se das características de crime 
privilegiado desde que se apresentem concretamente todas as condições 
dispostas no § 1° do art. 121 do CP. Desse modo, se o agente flagra sua 
esposa com o amante e, dominado por violenta emoção, desfere logo em 
seguida vários tiros contra eles, poderá responder pelo homicídio 
privilegiado, desde que presentes condições muito especiais. Finalmente, se 
a emoção ou a paixão estiverem ligadas a alguma doença ou deficiência 
mental, poderão excluir a imputabilidade do agente. (CAPEZ, 2008,p.40). 
 
 
É por isso que quando se fala em homicídio entre cônjuges não é possível 
afirmar sem a análise do caso concreto que foi um crime passional. O crime 
passional possui características únicas. Somente após uma minuciosa apreciação 
dos fatos é que é possível afirmar com certeza que aconteceu um crime passional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
3. DO JULGAMENTO 
 
3.1 AS TESES APRESENTADAS PELA ACUSAÇÃO – MINISTÉRIO 
PÚBLICO. 
 
O Ministério Público detém um importante papel na defesa dos interesses 
sociais, e seu trabalho só aumenta com a conscientização da sociedade sobre os 
direitos da cidadania. É fundamental à função jurisdicional que o Estado 
desempenha nesse e outros casos, cabe a ele a defesa da ordem jurídica, do 
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
Como afirma Luiza Nagib Eluf, “Quanto mais se torna conhecido, mais o 
Ministério Público recebe apoio da população, que descobriu nele um grande aliado 
na luta pela melhoria da qualidade de vida, tanto no campo quanto nas regiões 
urbanas.”(ELUF, 2009,p.155). 
Um dos papeis desempenhados pelo Ministério Público é dar inicioa ação 
penal pública, logo depois de analisar todas as informações colhidas no inquérito 
policial, após a prática de um delito. 
 
De acordo com entendimento de Agenor Teixeira de Magalhães, Procurador 
de Justiça do Rio de Janeiro: 
 
A importância do Ministério Público é tal que a segurança do nosso regime 
político nele repousa. Quanto mais perfeita for a sua organização; quanto 
maior apoio tiver das autoridades, tanto mais segura será sua atuação em 
defesa da ordem e do império da lei. Com muito acerto disse o Dr. Eduardo 
Cabral que o Promotor de Justiça é a indormida sentinela da sociedade, 
cuja atuação, em defesa da lei e do direito, representa a eterna luta da 
justiça contra as forças do mal. 
 
 Com relação ao Poder Judiciário, esse tem a função de juntar provas suficientes 
para sustentar a acusação para haja a condenação do acusado, pedir o 
 
 
 
22 
arquivamento do inquérito ou ainda a absolvição do réu, caso não obtenha 
provas suficientes em relação à autoria do crime ou considere o acusado inocente. 
A classificação adotada pela doutrina para o crime de homicídio é simples, 
comum, instantâneo, material e de dano. É considerado simples, por, possui um 
único bem jurídico, a vida. É comum, porque pode ser praticado por qualquer 
pessoa. É material, pois se consuma com a morte da vítima ou sua tentativa. E é 
instantâneo com relação ao ato praticado e de dano, pois afeta um bem. 
No crime passional, o réu é denunciado, normalmente, pela prática de 
homicídio qualificado, que é considerado pela nossa legislação como crime 
hediondo, com pena prevista de 12 (doze) a 30 (trinta) anos de reclusão. O crime 
hediondo é aquele que o legislador entendeu merecer maior reprovação por parte do 
Estado. 
 São qualificadoras do crime de homicídio motivo torpe; motivo fútil; emprego 
de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum; à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima; 
cometer o crime mediante paga ou promessa de recompensa; cometer o crime para 
assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime (o 
chamado homicídio por conexão, menos comum nos delitos passionais). 
 
No entendimento de Luiz Regis Prado. 
 
Considera-se qualificado o homicídio impulsionado por certos motivos, se 
praticados com o recurso a determinados meios que denotem crueldade, 
insídia ou perigo comum ou de forma a dificultar ou tornar impossível à 
defesa da vítima; ou, por fim, se perpetrado com o escopo de atingir fins 
especialmente reprováveis (execução, ocultação, impunidade ou vantagem 
de outro crime ) (PRADO, 2002,p.52). 
 
O parágrafo 2º do artigo 121 do código penal cuida das hipóteses do 
homicídio passional. Estudaremos a seguir as hipóteses que mais se enquadram 
nesse crime. 
 
 
 
23 
3.1.3 Motivo torpe. 
 
O motivo torpe elencado no art. 121, § 2º, I, do Código Penal e é uma das 
circunstâncias que tornam a conduta de matar alguém mais reprovável. 
O criminoso passional é acima de tudo egocêntrico, ou seja, é um individuo 
que só pensa nele mesmo e as razões que o levam a prática do crime são sempre 
voltados para satisfazer seus próprios interesses. Para legislação esse motivo é 
considerado, repugnante. 
Segundo entendimento da jurisprudência não pode ser considerado torpe o 
crime cometido por ciúmes, ou seja, o marido ou o amante que mata a mulher por 
vingança, ódio ou ciúme age por motivo torpe, o que qualifica a conduta, o que torna 
sua punição mais severa. 
 
Alguns exemplos de jurisprudência: 
 
É certo que a vingança, por si só, não torna torpe o motivo do delito, já que 
não é qualquer vingança que o qualifica. Entretanto, ocorre a qualificadora 
em questão se o acusado, sentindo-se desprezado pela amásia, resolve 
vingar-se, matando-a (TJSP, AC, Rel. Jarbas Mazzoni, RT 598/310). 
 
O motivo, escreve Maggiore, é o antecedente psíquico da ação, a força que 
põe em movimento o querer e o transforma em ato: uma representação que 
impele à ação (in Euclydes da Silveira, Crime contra a vida, p. 43, 1973). No 
caso, a força que pôs em movimento o querer do agente ativo, o 
antecedente psíquico que o levou ao ato de matar sua ex-companheira, foi 
a vingança, o ódio reprimido, vingança contra quem não mais queria 
sujeitar-se a um companheiro incompreensivo, agressivo, mau, que a 
espancava sem motivo, que a deixava sem meios de subsistência. Justa e 
humana a vontade da ofendida de desejar e efetivar a separação. Lembra o 
jurista Baldassari Corurullo, referindo-se à torpeza do motivo, que „a baixeza 
do fim não está na natureza da necessidade, nem na do sentimento, está, 
precisamente, na antissocialidade que mostra o delinquente, em cujo ânimo 
o sentimento do altruísmo necessário à conservação da sociedade e, 
portanto, de si mesmo, não lograram vencer os impulsos próprios dos seres 
primitivos (TJSP, Rec., Rel. Weiss de Andrade, RJTJSP 73/312). 
 
 
 
 
24 
No homicídio passional o motivo torpe muita das vezes é caracterizado 
quando, o ciúme exagerado do homicida ultrapassa a normalidade a ponto de 
tornar-se repugnante aos olhos da sociedade. É quando estimula o sentimento de 
vingança ante a recusa da ex-mulher em reconciliar-se com o ex-marido. 
 
3.1.4 Motivo fútil 
 
Muitas pessoas acreditam que o crime passional é cometido por motivo fútil e 
não torpe. Porque na maioria das vezes o crime acontece por motivo sem 
importância, insignificante aos olhos da sociedade, mas na mente do homicida esse 
pequeno motivo torna-se uma tortura constante. O motivo fútil está previsto no art. 
121, § 2°, II, do CP. 
O tribunal de justiça de São Paulo, explicou através de um acordão a 
diferença entre futilidade e torpeza e se pronunciou da seguinte maneira. 
 
A futilidade deve ser apreciada segundo quod prelumque accidt. O motivo é 
fútil quando notadamente desproporcionado ou inadequado, do ponto de 
vista do homo medius e em relação ao crime de que se trata. Se o motivo 
torpe revela um grau de particular perversidade, o motivo fútil traduz o 
egoísmo intolerante, prepotente, mesquinho, que vai até a insensibilidade 
moral (JTSP, Rec., Rel. Onei Raphael, RJTJSP 73/310). 
 
O ciúme para alguns julgado sé considerado motivo fútil, porém, a jurisprudência não 
é nada pacífica, em suas decisões consideram o ciúmes um motivo relevante, ou 
seja, torpe. 
 
Segue exemplos de jurisprudência: “Nos casos em que o ciúme é 
mencionado como circunstância qualificadora, sempre é enquadrado como motivo 
fútil e não como motivo torpe” (TJSP, Rec., Rel. Luiz Betanho). 
 
 
 
25 
A separação de um casal induz, constantemente, uma série de traumas, 
todos previsíveis. Qualquer pessoa sabe disso. É cristalino, pois, que um homicídio 
tentado, em tais circunstâncias, há de ser erigido à categoria de fútil (TJSP, Rec., 
Rel. Onei Raphael, RT 577/352). 
 
Para legislação considera-se como motivo fútil, quando uma simples 
discussão familiar provoca a morte de um dos cônjuges. Tratando-se de um motivo 
extremamente insignificante para ceifar a vida de outra pessoa o que torna esse 
motivo uma qualificadora aumentando assim a pena do criminoso passional. Outro 
motivo também considerado como fútil é quando uma pessoa mata outra só por 
matar, ou seja, sem motivo algum, e de acordo com o entendimento dos nossos 
tribunais, esse tipo de crime precisa receber uma sanção mais severa. 
 
3.1.5 Emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou outro meio insidioso 
ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum. 
 
Essa qualificadora está prevista no art. 121, §2°,III, do Código Penal. 
Qualquer um desses meios quando utilizados, garantem maior punibilidade ao 
criminoso, por tratar-se de modo extremamente cruel. 
O emprego de veneno pode ser qualquer substância mineral vegetal e animal 
que introduzida no organismo, seja capaz causar perigo de vida, dano a saúde ou 
morte através de ação química, bioquímica e mecânica 
O fogo é outro meio extremamente cruel e que infelizmente, a mídia tem 
noticiado com frequência, a utilização de fogo em mortes de mendigos, índios além 
de ser um dos meios utilizados por traficantes que se valem desse meio cruel a fim 
de causar a morte de suas vítimas, prendendo-as dentro de pneus de caminhões, 
para logo em seguida, encharca-las em combustível, atear-lhes fogo no corpo. E 
deve ser lembrado que o meio utilizado de maneira cruel coloca em risco a vida da 
vítima como também coloca em risco a vida de outras pessoas. 
 
 
 
26 
Já o explosivo é qualquer substância que opera por meio de detonação 
utilizado pelo criminoso que traz perigo também, a um numero indeterminado de 
pessoas. Os mais conhecidos são: granada, dinamite, bombas dentre outras. 
Asfixiar alguém é impedir que essa pessoa respire, pode ser feita de várias 
formas e é tóxica ou mecânica. A tóxica é em razão de imperfeição do ar ambiental 
produzidas por gases deletérios como óxido de carbono, o cloro, o bromo etc. A 
mecânica pode ocorrer por estrangulamento, sufocação, enforcamento, esganadura, 
afogamento ou soterramento. 
A tortura pode ser física ou moral, e tem como objetivo principal causar à 
vítima um sofrimento intenso, porém desnecessário, antes mesmo da vítima vir a 
óbito. O meio só será insidioso quando desconhecido pela vítima. Só será de risco 
comum quando colocar em risco outras pessoas ou seus bens. Só será torturante ou 
cruel quando causar um sofrimento excessivo e desnecessário à vítima enquanto 
viva. 
Conforme a jurisprudência: 
 
O meio insidioso e cruel são coisas distintas. O meio pode ser insidioso, ser 
cruel ou ambos. A crueldade consiste na reiteração, em forma de agravar o 
sofrimento da vítima. Já a insídia existe no homicídio cometido por 
intermédio de estratagema, perfídia. (TJSP, Rec., Rel. Ary Belfort, RT 
683/303). 
 
 
 No caso das qualificadoras pode haver cumulação entre elas, ou seja, um 
homicídio pode ser cometido por motivo torpe e por um meio insidioso, cruel ou de 
perigo comum. Na maioria dos crimes o homicida passional se vê tomado de tanto 
ódio que, além do motivo que o levou ao crime poder ser considerado torpe ou fútil, 
ainda há a utilização de meio cruel, como na hipótese de a vítima ser morta com 
inúmeros golpes de faca ou ser estrangulada e esquartejada. 
 
 
 
27 
 
3.1.6 À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que 
dificulte ou torne impossível a defesa da vítima. 
 
Em se tratando de crime passional é muito comum que o criminoso prepare 
uma emboscada para dificultar a defesa de sua vitima. Um exemplo bastante comum 
ocorre quando o marido de maneira ardilosa convida sua ex-mulher para conversar e 
decidir sobre a pensão dos filhos, e no momento em que encontra-se sozinho com 
ela, a mata subitamente, com vários tiros, vingando-se do fato de não ter sido 
atendido na tentativa de reconciliação ou fica de tocaia aguardando sua vitima 
passar e a ataca com vários golpes de faca. Tal homicídio é triplamente qualificado. 
É qualificado por motivo torpe, pelo meio cruel empregado e pela dissimulação. 
 
A traição segundo Guilherme de Souza Nucci, 
 
 
Trair significa enganar, ser infiel, de modo que no contexto do homicídio, é a 
ação do agente que colhe a vítima por trás, desprevenida, sem ter esta 
qualquer visualização do ataque. O ataque súbito, pela frente, pode se 
constituir surpresa, mas não traição. ( NUCCI, 2007) 
 
 
Ou seja, a traição ocorre quando existe a quebra da confiança, quando o 
agente usa a confiança que a vítima tinha nele para executar o crime. 
 
Exemplos de jurisprudência: 
 
Caracteriza a surpresa, qualificadora do homicídio, o fato do agente chegar 
sem prévio aviso ou imperceptivelmente ao local em que a vítima, sua ex-
esposa, cantava profissionalmente, matando-a e ferindo com gravidade seu 
acompanhante. (TJSP, Rec., Rel. Prestes Barra, RT 577/346). 
 
 
 
28 
O homicídio à traição (homicídio proditorium) é cometido mediante ataque 
súbito e sorrateiro, atingindo à vítima, descuidada ou confiante, antes de 
perceber o gesto criminoso. Nesse sentido é que o acometimento pelas 
costas é considerado traição, isto é, quando colha a vítima desprevenida, de 
surpresa. Idêntica é a opinião de Frederico Marques (Tratado de Direito 
Penal, vol. 4/106, Saraiva, 1961). A traição indica uma forma de execução 
do crime com que o agente procura evitar a defesa. A perfídia que esse 
procedimento revela é a causa da agravação da pena. (TJSP, Rec., Rel. 
Mendes Pereira). 
 
 
É muito fácil observar que nesses casos o que qualifica o homicídio não é o 
meio escolhido ou utilizado para a prática do delito, e sim a maneira insidiosa com 
que o agente o executa. As qualificadoras do homicídio relacionadas àqueles 
praticados para assegurar à execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de 
outro crime, previstas no art. 121, § 2°, V do Código Penal, não se aplicam 
diretamente aos crimes passionais. 
Já a qualificadora prevista no art. 121, § 2°, I do Código Penal, que trata do 
homicídio cometido mediante paga ou promessa de recompensa não é impossível 
de ser associada ao crime passional. Porém, os casos reais não tem demonstrado a 
ocorrência dessa qualificadora. 
 
3.1.7 As teses mais apresentadas pela defesa. 
 
A Constituição Federal diz que todo acusado precisa de um defensor. O 
advogado desempenha um papel muito importante na defesa do acusado, pois sem 
este, o julgamento poderá ser declarado nulo, então se o réu não possuir condições 
financeiras para pagar um advogado caberá ao Estado fornecer-lhes um, 
gratuitamente. Porém o advogado nem sempre irá buscar a absolvição do réu, e sim 
a diminuição da pena do acusado, quando, por exemplo, não for possível provar a 
inocência deste. 
No momento do julgamento o juiz ouvirá primeiro a acusação e logo em 
seguida a defesa, e ambas terão o mesmo período de tempo para fazer a 
 
 
 
29 
sustentação oral. A defesa é sempre a última a falar, isso acontece para permitir ao 
acusado defender-se de todas as acusações que lhe forem imputadas. 
 
De acordo com o Prof. Manoel Pedro Pimentel: 
 
Um julgamento feito pelo Tribunal do Júri, ao contrário do que muitos 
pensam, não é uma loteria. Depende, é certo, de algumas peripécias, mas 
pode ser o seguro resultado de uma conduta bem planejada e executada 
com rigor, desde a fase do inquérito policial até o plenário do Júri.( 
PIMENTEL,1998, v.628.) 
 
 
Acrescenta o professor em outra passagem, a apresentação dos argumentos 
deve obedecer a um plano previamente traçado, em cuja elaboração o advogado 
observará tudo àquilo que recomendamos ao tratar da defesa escrita. A exposição 
deve ser fluente e clara, sem rodeios e tiradas literárias, ferindo os pontos em 
debate. As proposições devem seguir a forma silogística, e cada conclusão se 
ajustará às outras, formando um tecido único. O tom de voz, as modulações não 
devem seguir o superado critério de exaltação e passionalismo, a não ser que o 
momento do discurso ou a dramaticidade do tema o imponha. 
Não terá o advogado, também, a preocupação de formar frases pomposas, 
bombásticas, geralmente vazias de sentido, cujo único mérito é causar a admiração 
dos que se deixam impressionar pela beleza da forma. As demonstraçõesde cultura, 
quando desnecessárias, soam falso e traem a intenção do orador de se 
autovalorizar, o que, às vezes, é consagrado à custa do direito do constituinte. 
A defesa tem um papel muito importante, porém completamente diferente do 
papel da acusação. No caso da acusação esta defende os interesses da sociedade 
e quando tem convicção da improcedência da ação penal, pode pedir a absolvição 
do réu. 
No caso defensor este se vê obrigado a defender o interesse de seu cliente, 
independentemente das suas convicções pessoais. Não podendo em hipótese 
alguma, pedir a condenação do acusado. O papel do advogado é apresentar teses 
 
 
 
30 
contraditórias a da acusação, ou seja, deve pedir a absolvição do seu cliente, e caso 
não seja esse o entendimento do júri, que reconheçam pelo menos o homicídio 
privilegiado. 
É muito importante ressaltar que, não pode haver nenhuma duvida quanto a 
culpa do acusado ou este será declarado inocente, em razão do princípio do in dúbio 
pro reo. Roberto Lyra afirma que, o nosso sistema judiciário favorece o acusado na 
medida em que lhe dá o benefício da última palavra no debate, o proveito da dúvida 
e a liberdade de afirmação e de orientação perante o público. 
 
3.1.8 Legítima defesa da honra 
 
Durante décadas a legitima defesa da honra foi á tese mais apresentada 
pelos advogados de defesa para assassinos que matavam suas esposas, 
companheiras, amantes e namoradas. Bastavam alegar que estavam lavando sua 
honra com sangue que sua absolvição era certa. Em 1940 houve algumas 
alterações no código Penal e atualmente essa tese não é mais aceita, pois, tratava-
se de um acobertamento de vingança. 
A legítima defesa da honra na verdade era usada como uma maneira de 
perdoar a conduta do acusado. Por se tratar de uma sociedade machista, as 
pessoas precisavam de uma “desculpa” para aceitar a conduta do homicida 
passional. 
 
Evandro Lins e Silva diz que 
 
Nos casos passionais, a legítima defesa da honra foi uma criação dos 
próprios advogados para chegar a um resultado favorável que fosse além 
do privilégio. Com isso, tornou-se muito frequente, aconteceu em inúmeros 
casos – eu próprio defendi diversos – o júri aplicar uma pena que equivalia 
à pena do homicídio culposo. Isso era possível porque, no exercício da 
legítima defesa, a própria lei prevê um excesso culposo, (...) “Como o réu 
 
 
 
31 
era primário, o juiz normalmente aplicava uma pena de dois anos, que 
permitia a concessão do sursis”. Nesse caso, o acusado não ia para a 
cadeia e em dois anos, estava livre de qualquer dívida para com a justiça. 
(O salão dos passos perdidos, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1997). 
 
O criminoso passional sempre valorizou a sua honra, por isso o indivíduo é 
capaz de cometer o delito para lavar sua honra com sangue, julgando que desta 
forma, mostrará à sociedade que tinha domínio sobre o outro e que não poderia ter 
sido desprezado. Essa honra que os passionais tanto mencionam tem sentido 
deturpado, nada mais é do que uma conotação machista, arcaica e inadequada ao 
emprego correto do termo. A honra é na verdade um bem pessoal e intransferível. A 
mulher não porta a honra do marido ou vice-versa. 
 
Destarte Luiza Nagib Eluf. 
 
O homem que mata a companheira ou ex-companheira, alegando questões 
de “honra”, quer exercer, por meio da eliminação física, o ilimitado direito de 
posse que julga ter sobre a mostrar isso aos outros. Não é por acaso que a 
maioria dos homicidas passionais confessa o crime. Para eles, não faz 
sentido matar a esposa supostamente adúltera e a sociedade não ficar 
sabendo.. .( Eluf , 2009, p.197): 
 
A constituição federal em seu artigo 5º inciso I equipara homens e mulheres, 
em direitos e obrigações, proibindo qualquer tipo de discriminação, o que torna a 
tese da legitima defesa da honra inconstitucional. 
 
Exemplos de jurisprudências: 
 
Candente, como é de seu vezo, o ilustre e saudoso penalista Nélson 
Hungria, dizia: „o amor que mata, amor-Nemésis, o amor açougueiro, é uma 
contrafação monstruosa do amor. O passionalismo que vai até o assassínio, 
muito pouco tem a ver com o amor. Efetivamente, não é amor, não é honra 
ferido, esse complexo de concupiscência e ódio, de torvo ciúme e estúpida 
prepotência que os Otelos chamam sentimento de honra, mas que, na 
realidade, é o mesmo apetite que açula a unciatigris para a caça e a 
carnagem (TJSP, Rec., Rel. Camargo Sampaio, RJTJSP 53/312). 
 
 
 
32 
José Frederico Marques, depois de salientar que não há desonra para o 
marido na conduta da esposa, acrescenta judiciosamente que „tais atos 
traduzem, antes, desforço e vingança, por isso que a ofensa já estava 
consumada‟ (Curso de Direito Penal, vol. II/122). Na verdade, o sangue não 
lava, mancha. A honra, ensina Basileu Garcia, no sentido de pudicícia ou 
pudor – esta sim – pode ser objeto de legítima defesa. Suponha-se uma 
mulher assaltada por alguém que lhe quer macular a honra, atentando 
contra seu pudor. Ela tem o direito de matar, se necessário, o ofensor, em 
legítima defesa (Instituições de Direito Penal, vol. I, t. I/312)(TJSP, AC, Rel., 
Rocha Lima, RJTJSO 36/292). 
 
A tese da legítima defesa da honra deixou de ser aceita no Brasil quando 
causou a indignação em organizações internacionais de defesa dos direitos 
humanos como a Americas Watch, que publicou um relatório denominado Injustiça 
Criminal, falando não só da legítima defesa da honra como também de outras 
modalidades de violência praticadas contra as mulheres brasileiras. E foi a partir 
desse momento, que os tribunais brasileiros começaram a rever alguns conceitos e 
não mais aceitar essa tese. 
 
3.1.9 Homicídio privilegiado. 
 
O homicídio privilegiado foi adotado pela legislação com uma tentativa de 
diminuição da pena. O assassino passional não fica impune, porém, tem a chance 
de redução da pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), o que refere ao homicídio 
simples. 
Está previsto no art. 121, § 1° do Código Penal, que diz “Se o agente comete 
o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir 
a pena de um sexto a um terço”. 
Para Nélson Hungria a emoção é um estado de ânimo ou consciência 
caracterizada por uma viva excitação do sentimento. Mirabete (2006, p. 218) afirma 
que a “emoção é um estado afetivo que, sob uma impressão atual, produz repentina 
e violenta perturbação do equilíbrio psíquico”. 
 
 
 
33 
Existe uma grande diferença entre emoção e paixão. A primeira resume-se a 
uma reação de perturbação afetiva, rápida, porém passageira, já a segunda é um 
estado crônico, e continuo de perturbação afetiva. A emoção e a paixão não 
excluem a imputabilidade do homicida passional e muito menos anulam sua 
consciência. Ou seja, mesmo que uma pessoa seja tomada por fortes sentimentos, 
ela ainda sim possui discernimento e compreensão das coisas e é responsável pelos 
atos que pratica. A lei só beneficia o agente que comete um crime sob violenta 
emoção quando parte de injusta provocação da vítima e a reação do agente ocorre 
logo em seguida. 
 
Luiza Nagib Eluf afirma que: 
 
A violenta emoção, somente poderá atenuar a pena imposta se a reação do 
agente ocorrer logo em seguida a injusta provocação da vítima. Tal situação 
é difícil de configurar nos casos de crime passional, pois a paixão não 
provoca reação imediata, momentânea, passageira, abrupta. A paixão que 
mata é crônica e obsessiva; no momento do crime, a ação é fria e se revela 
premeditada. O agente teve tempo para pensar e, mesmo assim, decidiu 
matar. Na grande maioria das vezes, não há nenhuma „provocação‟da 
vítima, mas apenas a vontade de romper o relacionamento, o que não pode 
ser considerado provocação. O desejo de separação ou eventuais críticas 
ao comportamento do companheiro ou namorado não podem ser 
considerados suficientes para causar a violenta emoção que ameniza a 
punição de condutas homicidas.( ELUF, 2009,p.191). 
 
No caso do crime passional é extremamente difícil que o criminoso cometa o 
crime logo após a provocação de sua vítima, na maioria dos casos esse tipo de 
crime é premeditado pelo assassino. 
 
Alguns exemplos de jurisprudência: 
 
“O impulso emocional e o ato que dele resulta devem seguir-se 
imediatamente à provocação da vítima para configurar o homicídio 
privilegiado (art. 121, § 1°, CP). O fato criminoso objeto da minorante não 
poderá ser produto de cólera que se recalca, transformada em ódio, para 
uma vingança intempestiva” (TJSP, AC, Rel. Marino Falcão, RT 622/268). 
 
 
 
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“Não se compadece com a legítima defesa, nem com a hipótese de violenta 
emoção, que autoriza a conclusão do homicídio privilegiado, a conduta de 
quem vai armar-se para dar continuidade a atrito inicial, pois ambas exigem 
que a reação seja incontinenti, sineintervallo. As agressões findas ou 
pretéritas não a podem configurar” (TJSP, AC, Rel. Dirceu de Mello, RT 
585/296). 
 
Atualmente os advogados utilizam a tese de violenta emoção parar tentar 
provar que seu cliente encontrava-se fora de si e sem condições de controlar seus 
sentimentos no momento do crime. Porém, a legislação deixa bem claro que a única 
forma da violenta emoção atenuar a pena é se a reação do agente ocorrer logo em 
seguida á injusta provocação da vítima, o que não acontece na maioria dos casos, 
pois se tratando de crime passional, a paixão não provoca reação imediata, do 
agente pois o criminoso passional geralmente premedita todos os seus atos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. OS HOMICIDAS PASSIONAIS 
4.1. PERFIL DOS HOMICIDAS PASSIONAIS. 
 
Os homicidas passionais possuem diversas características, são pessoas 
dependentes, possessivas, egocêntricas e bastantes cruéis quando se sentem 
rejeitadas. Porém as duas primeiras são as que mais se destacam. Na primeira, há 
traços que indicam um domínio sobre a vida do agente perante a vítima. Enquanto 
na segunda, há um exercício de domínio e autoridade do agente sobre a vítima, 
sendo esta um objeto de posse. 
O homicida passional raramente se arrepende do delito cometido, pelo 
contrário, glorificam sua conduta por julgarem ser correta aos olhos da sociedade. 
 
Para Luiza Nagib Eluf. 
 
O autor de crime passional possui uma ilimitada necessidade de dominar e 
uma preocupação exagerada com sua reputação. “O horror ao adultério se 
manifesta claramente, mas não pelo que este último significa para o 
relacionamento a dois e sim em face da repercussão social que fulmina o 
homem traído”.( ELUF, 2010,p.138). 
 
 
Geralmente os homicidas passionais valorizam muito que os outros pensam. 
E quando ocorre o fim do relacionamento esses sentem vergonha em assumi-lo para 
sociedade, porque temem o julgamento moral que vão receber. 
O crime passional, na maioria das vezes é cometido por homens. Isso porque 
sempre fizemos parte de uma sociedade machista, onde a mulher sempre foi vista 
como um objeto do homem. Mas a mulher vem ganhando destaque na mídia pelo 
fato de que quando cometem crimes passionais, costumam ser mais violentas e 
calculistas. 
 
 
 
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Os homicidas passionais possuem uma grande necessidade de 
autoafirmação. Não existe amor eles na verdade cruéis frios e bastante calculistas 
são capazes de fazer as maiores atrocidades para mostrar quem manda. Eles 
acham que só vão recuperar o prestígio social que possuíam antes da traição, com a 
violência, com a morte. 
O estudo realizado permitiu entender que um homicídio passional é a morte 
de uma pessoa causada por outra, onde havia uma relação afetiva sexual ou não e 
um vínculo muito forte, arrebatador, possessivo, denominado „paixão‟. Amor e ódio, 
nesse contexto, fazem parte da mesma moeda, mas o amor não causa malefícios, 
então seria contrário à paixão, que pode impulsionar a humanidade ou destruí-la, 
conforme a ceara de sentimentos que predominar (do estado platônico à ira). 
 
4.1.2 Casos reais 
4.1.3 Crime da fera da Penha 
 
Neide Maria Lopes ficou conhecida como a “fera da Penha” por ter sido autora 
de um dos crimes que chocou a população do Rio de janeiro na década de 60 por 
ter sido cometido com requintes de crueldade. 
Neide Maria Lopes teria conhecido Antônio Couto Araújo na estação Pedro II 
(atual Central do Brasil) em fins de 1959, tendo começado relacionamento amoroso 
por algum tempo. Após alguns meses de relacionamento Neide, descobre que 
Antônio é casado e pai de duas crianças, a mesma pede para Antônio abandonar 
sua família para ficar somente com ela e quando percebe que seu pedido não será 
atendido Neide vê seus sonhos ir por agua abaixo e decide se vingar da afronta de 
Antônio de uma forma que ele jamais esqueceria. 
Para se vingar de Antônio, Neide se aproximou de sua esposa Nilza e da filha 
do casal, Tânia, de 4 anos. Após ganhar a confiança de Nilza, Neide resolveu por 
em prática seu plano de sequestrar Tania. 
 
 
 
37 
Na tarde de 30 de junho de 1960, Neide liga para o Instituto Joemar, escola 
onde Tânia estudava e se passando pela mãe Nilza fala que Tânia terá que sair 
mais cedo e uma vizinha irá busca-la chegando no local se passou por Odete, 
conseguindo ludibriar funcionários retirou Tânia do local, tendo perambulado com a 
criança durante o final da tarde e início da noite pelo bairro da Penha. Ao chegar ao 
Instituto, por volta das 14h, para levar a merenda de Tânia, Nilza descobre que sua 
filha havia sido retirada por outra mulher, e desesperada liga para o marido e 
comunica o sequestro à polícia. 
 Ao cair da noite, por volta das 20h, Neide leva Tânia a um galpão do 
Matadouro da Penha. Munida de um revólver calibre 32, Neide atira na cabeça da 
criança à queima roupa. Tentando ocultar o cadáver, Neide ateia fogo no corpo de 
Tânia, evadindo-se do local pouco tempo depois. Porém, foi vista por funcionários do 
matadouro que comunicaram o ocorrido à polícia. O corpo de Tânia estampou os 
jornais do dia seguinte, comovendo toda a população. 
A assassina comete um homicídio triplamente qualificado em concurso 
material com crime de sequestro. Neide Maria Lopes, tinha 22 anos de idade na 
época do crime seu estado civil, solteira, sua profissão, comerciária, e a motivação 
do crime: ciúme e vingança pois Neide teria um relacionamento amoroso com o pai 
da vítima. 
 
4.1.4 O crime de Lindomar Castilho 
 
O cantor Lindomar Castilho,cujo nome verdadeiro é Lindomar Cabral, 
(nascido em 21 de janeiro de 1940, Rio Verde, GO)deixa as paradas de sucesso 
para se tornar protagonista de um dos crimes de maior repercussão do Brasil, teve 
sua vida mudada após matar sua ex-mulher Eliana Grammont, na data do dia 30 de 
março de 1981. 
O crime aconteceu em 1981 no bar Belle Époque, em São Paulo. Lindomar 
desferiu 5 tiros da plateia em direção ao palco, sendo que um deles matou Eliane. 
 
 
 
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Carlos Randall primo de Lindomar ficou ferido. Eliana e Lindomar se casaram dois 
anos antes do crime. O cantor, como é dito no livro, era agressivo, ciumento, bebia 
sem moderação. Quando Eliana foi morta, fazia 20 dias que o desquite havia sido 
formalizado. Lindomar descobriu que a ex-mulher tinha um caso com seu primo 
Carlos Randall e ainda o culpa. Lindomar foi condenado á 12 anos pelo assassinato 
de Eliane e permaneceu 7anos na prisão. 
 
4.1.5 O crime Margot Proença Gallo. 
 
O crime ocorreu no dia 7 de Novembro de 1970 e chocou a população de 
Campinas. Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo era procurador de 
justiça, casado com Margot Proença Gallo, e pai de três filhos, sendo um deles de 
criação. 
Segundo o depoimento de Gallo, ele já desconfiava que sua mulher o 
estivesse traindo. Dias antes do crime ele, seguiu a esposa até o correio, e no 
momento em que ela ia postar uma carta ele conseguiu tomar a carta de sua mão e 
chegar em casa verificou que era uma declaração de amor para um professor 
francês que havia dado um curso em Campinas em que Margot fora sua aluna. 
Nesse dia os dois discutiram e Gallo apontou uma arma para Margot e a 
obrigou entrar no carro. Ele a agrediu e fez várias ameaças, tentando inclusive jogar 
o veículo contra alguma coisa para que ambos morressem. Margot conseguiu fugir, 
quando voltou para casa foi acompanhada por um Delegado Luiz Hernandes que 
tentou acalmar os ânimos. 
Não satisfeito com o que tinha descoberto Gallo, então, iniciou uma 
investigação particular para encontrar as provas de infidelidade de Margot, inquirindo 
várias pessoas que tinham de alguma forma, convivido com a família. Depois, levou 
as suas testemunhas para contar o que sabiam ao juiz de família da Comarca, já 
preparando um desquite por culpa da mulher. Com todas essas evidências, Gallo 
marcou um encontro decisivo com Margot para discutirmos desquite, que, dizia ele, 
 
 
 
39 
seria amigável. Exigiu que a sogra não estivesse presente no encontro, já que ela 
vinha acompanhando as discussões do casal e poderia querer ajudar a filha. 
Na data do encontro, que terminou em tragédia, ele chegou a casa e 
encontrou a mulher na porta. Entraram juntos. Gallo narra que, naquele momento, 
falava com dificuldade por estar deprimido, moralmente arrasado e sob o efeito de 
medicamentos. 
Começou dizendo que, no desquite, ele ficaria com os filhos, pois Margot não 
teria condições morais para guardá-los. Além disso, após a separação, ela de veria 
sair da cidade porque emporcalhara o se u bom nome, coisa que ele muito 
prezava, transformando-o em “corno”, maculando a casa dos filhos ao dormir 
nela com outro homem . 
 Ao ouvir as imposições do marido, Margot ficou enraivecida e disse não 
concordar com nada do que ele queria. Afirmou que ele era um “burguesinho”, preso 
a nojentas convenções sociais, e admitiu que ela, Margot, havia realmente tido 
outros homens. Nesse momento, segundo a versão de Gallo, ele viu que havia uma 
faca sobre o armário e pegou-a, desferindo o primeiro golpe na mulher. Entraram em 
luta corporal e ele desferiu outras dez facadas na esposa, causando sua morte. 
Os casos reais apresentado acima, mostra que a violência do crime passional 
pode ser praticado por homens e mulheres os sentimentos de ciúmes, vingança e ira 
não escolhem suas vitimas, todos estamos sujeitos a senti-los, porém, a maneira de 
expressar é o que faz diferença. 
 
 
 
 
 
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O crime sempre existiu na sociedade, até mesmo nos tempos mais remotos, 
porém, o homicídio passional vem aumentando de forma alarmante, visto que não 
há uma condenação considerável com relação a esse delito, a pena é sempre leve 
considerada a outra espécie de crime. Ninguém mata por amor, o criminoso 
passional prefere destruir totalmente a „coisa‟ amada, pois, (a pessoa deveria ter 
valor), a coisa não, na visão do homicida passional ele tem total poder sobre 
a vida e a morte da pessoa, sendo assim: diz matei por amor, o réu tem o 
falso conceito de que ele tem total controle sobre toda e qualquer situação e 
sobre a „coisa‟ de posse. 
Partindo desse pressuposto, é possível ter noção do perfil de um criminoso 
passional, podendo este ser enquadrado nas características de um narcisista, possui 
descontrole sobre seu estado emocional, adora ser bajulado, e não corresponde ao 
amor oferecido pelo cônjuge. O criminoso passional antes de executar o crime, sabe 
que a pena será considerável pequena e que a vítima não terá mais como causar 
ciúmes e intrigas. 
A literatura que foi pesquisada aponta que não existe como traçar o real perfil 
do criminoso passional, apenas assemelhar suas características ao narcisista, visto 
que nem mesmo o criminoso acredita na sua capacidade de realizar tal feitio. Os 
sentimentos que estão por trás dessa conduta (ciúme) geralmente desencadeiam 
outros sentimentos como ódio, raiva e paixão doentia. Não há nada que justifica um 
homicídio, mesmo que algumas teses garantam que o réu passional tenha a pena 
coerente, pois, as teses servem apenas para rezar o cometimento daquele crime, 
porém, não pode justificá-lo. 
A tese de defesa de honra é a mais conhecida na defesa de réus passionais, 
porém, não é uma tese prevista legalmente, ou seja, é apenas uma ficção 
doutrinária. A honra é única da pessoa e não há como transferi-la para terceiros, ou 
seja, não tem com o a mulher portar a honra do marido ou o marido portar a honra 
da esposa. 
 Outra tese de grande conhecimento que é levantada ao Tribunal do Júri, é a 
tese de homicídio privilegiado, onde o criminoso passional sofre variação devido a 
emoção descontrolada seguida de provocações da vítima e executa o crime. Essa 
 
 
 
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tese é válida, porém, é difícil defender um criminoso passional, pois, o crime 
em sua maioria é premeditado. 
Quando o homicida passional é questionado sobre seu crime, este procura se 
promover, tentando afirmar ser um indivíduo de bom caráter, que não desejou ceifar 
a vida da vítima, e que nem mesmo ele acredita que teve capacidade de executar o 
crime. Como se há de verificar, foi a partir da década de 90 que o homicídio 
passional passou a ser considerado como crime hediondo, onde a pen a pode 
oscilar em doze a trinta anos de reclusão. A causa do crime é vista pelos 
doutrinadores como sendo de motivo torpe e é qualificado quando o agente mata por 
vingança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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