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LMP lei maria da penha

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LEI 11.340/2006 LEI MARIA DA PENHA
PROFESSORA LIVANILDA MENESES
PENAL V
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Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
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LEI EXTRAPENAL, MULTIDISCIPLINAR, NÃO TEM CONOTAÇÃO CRIMINAL
O ARTIGO 1º TRAZ AS FINALIDADES DA LEI:
1 – COIBIR E PREVENIR A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
2 - CRIAR OS JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
3 – MEDIDAS DE ASSITÊNCIA E MEDIDAS DE PROTEÇÃO
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O HOMEM PODE SER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA? ARTIGO 129, § 9º DO CP
VIOLÊNCIA BASEADA NO GÊNERO – É A VIOLÊNCIA PRECONCEITO, TENDO COMO MOTIVAÇÃO A OPRESSÃO A MULHER SE VALE DA HIPOSSUFICIENCIA E VULNERABILIDADE (PODE SER SITUACIONAL, ESTARÁ PRESENTE EM DETERMINADO MOMENTO DA VIDA DA MULHER) DA VÍTIMA MULHER. DISCRIMINAÇÃO QUANTO AO SEXO FEMININO.
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EX1: EX-MARIDO VAI NA CASA DA MULHER PEGAR O FILHO E ELA NÃO DEIXA, OUTRA VEZ E OUTRA VEZ. AGRIDE A MULHER. NÃO É PRECONCEITO. NÃO É DISCRIMINAÇÃO. A MOTIVAÇÃO FOI PORQUE NÃO PODE EXERCER O SEU DIREITO DE VISITA.
EX2: HOMEM TRANSMITIU DOENÇA SEXUAL PARA A MULHER E NÃO PERMITIU O TRATAMENTO PORQUE SENTE MAIS PRAZER ASSIM. OPRIMINDO COMO SE FOSSE OBJETO. PRECONCEITO. DISCRIMINAÇÃO. MENOSPREZO QUANTO AO SEXO FEMININO.
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SUJEITO ATIVO: HOMEM OU MULHER
EX: MÃE E FILHA – DESDE QUE ESTEJA PRESENTE O ESTADO DE VULNERABILIDADE CARACTERIZADO POR UMA RELAÇÃO DE PODER E SUBMISSÃO. HC 277.561-AL STJ
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O juiz de Direito Paulo Roberto Leite Soares, da vara única de Ilhabela/SP, aplicou medidas com base da lei Maria da Penha para proteger uma idosa de 81 anos das agressões e xingamentos realizados por sua vizinha, por causa da poda de uma árvore.
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A Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, pode ser aplicada por analogia para proteger os homens. O entendimento inovador é do juiz Mário Roberto Kono de Oliveira, do Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabá. Ele acatou os pedidos do autor da ação, que disse estar sofrendo agressões físicas, psicológicas e financeiras por parte da sua ex-mulher.
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Um juiz do Distrito Federal agiu dessa forma, para proibir a aproximação e o contato de uma ex-namorada que, após o término do relacionamento, assumiu comportamento agressivo contra o rapaz.
A vítima alega que sua ex-namorada, inconformada com o fim do namoro, deu início a perseguições e agressões, incluindo o apedrejamento de seu veículo e residência. Ainda tem enviado mensagens eletrônicas e usa as redes sociais para ofendê-lo e ameaçar a ele e seu filho menor.
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A “igualdade de todos perante a lei”, prevista na nossa Constituição não pode ser entendida como uma igualdade paritária, mas sim valorativa, ou seja, os iguais devem receber tratamento igual e os desiguais tratamento desigual. Veja que temos o Estatuto do Idoso que protege os idosos, temos o Estatuto da Criança e do Adolescente que protege essas categorias, e assim por diante. Afirmar que a mulher se encontra em pé de igualdade com o homem em nossa sociedade é uma maneira trágica de desconsidera-la e subtrair seus direitos conquistados a duras lutas.
O Supremo Tribunal Federal já julgou uma Ação Direta de Constitucionalidade e declarou que a Lei Maria da Penha não fere o princípio da igualdade pelo fato dela estar dirigida  apenas à proteção do gênero feminino.
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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul não tem como jurisprudência a aplicação da Lei Maria da Penha em favor de homens. Ocorreu um caso em que um desembargador da área cível, em setembro de 2011, concedeu uma liminar em um recurso de agravo de instrumento, proibindo uma esposa de se aproximar do marido. Tratou-se de uma medida de emergência, na qual o desembargador não desconsiderou o fato de a Lei Maria da Penha “ser destinada à proteção da mulher diante dos altos índices de violência doméstica, quando na grande maioria dos casos é ela a vítima”. Na verdade, o referido julgador utilizou-se de mecanismos jurídicos perfeitamente permitidos encontrados no “poder geral de cautela” conferido a todos os juízes para dar a solução mais adequada a uma situação emergencial, utilizando-se para tanto de qualquer norma do sistema jurídico. Ao se determinar que a esposa não se aproximasse temporariamente do marido em uma situação altamente conflituosa, protegeu-se também, por via inversa, a própria mulher.
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Numa relação entre duas mulheres é perfeitamente aplicável  a Lei Maria da Penha. Inclusive pode se aplicada em casos de agressões entre irmãs, mãe e filha e outras, desde que as violências decorram do gênero. A Justiça já aplicou essa Lei em proteção a transexual  que havia passado por cirurgia de mudança de sexo e se comportava socialmente como mulher.
Muitos juristas defendem a plena aplicação da Lei Maria da Penha aos casos envolvendo transexuais e travestis do gênero feminino baseado no entendimento de que Lei estabelece a proteção da mulher como gênero e não como sexo.
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O STF JULGOU EM CONJUNTO DUAS AÇÕES RELACIONADAS COM A LMP:
A ADC n.° 19, proposta pela Presidência da República, que tinha como objetivo declarar constitucionais os arts. 1º, 33 e 41;
A ADI n.° 4.424, proposta pelo Procurador-Geral da República, para o fim de dar interpretação conforme aos arts. 12, inciso I, 16 e 41, ambos da Lei nº 11.340/2006, e assentar a natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de lesão corporal, pouco importando a extensão desta, praticado contra a mulher no ambiente doméstico.
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Análise do art. 1º da Lei Maria da Penha:
Não há violação do princípio constitucional da igualdade no fato de
a Lei n.° 11.340/06 ser voltada apenas à proteção das mulheres.
A ADC foi necessária porque havia alguns juízes estaduais que declaravam inconstitucional a Lei Maria da Penha porque elas fariam discriminação entre homem e mulher ao protegerem apenas as mulheres em detrimento dos homens.
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A ADC foi julgada procedente por unanimidade, ou seja, o STF declarou constitucional o art. 1º da Lei, afirmando que não há violação ao princípio da igualdade.
Dessa feita, conclui-se que a Lei Maria da Penha somente protege a mulher.
O homem até pode ser vítima de violência doméstica e familiar (ex: homem que apanha de sua esposa). No entanto, somente a mulher recebe uma proteção diferenciada. O homem recebe a proteção comum prevista no Código Penal.
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A mulher, conforme o Relator, Min. Marco Aurélio, é vulnerável quando se trata de constrangimentos físicos, morais e psicológicos sofridos em âmbito privado. “Não há dúvida sobre o histórico de discriminação por ela enfrentado na esfera afetiva. As agressões sofridas são significativamente maiores do que as que acontecem – se é que acontecem – contra homens em situação similar”, avaliou.
O Relator afirmou que a Lei Maria da Penha promove a igualdade em seu sentido material, sem restringir de maneira desarrazoada o direito das pessoas pertencentes ao gênero masculino.
Assim, trata-se de uma ação afirmativa (discriminação positiva) em favor da mulher.
O Min. Ayres Britto disse que a Lei está em consonância plena com o que denominou de “constitucionalismo fraterno”, que seria a filosofia de remoção de preconceitos contida na Constituição Federal de 1988.
O Min. Gilmar Mendes lembrou que não há inconstitucionalidade em legislação que dá proteção ao menor, ao adolescente, ao idoso e à mulher.
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IGUALDADE FORMAL E MATERIAL
A IGUALDADE FORMAL (TAMBÉM CHAMADA DE IGUALDADE PERANTE A LEI, CIVIL OU JURÍDICA) ESTÁ PREVISTA NO ART. 5º, CAPUT DA CF/88 E CONSAGRA QUE TODOS SÃOIGUAIS PERANTE A LEI, SEM DISTINÇÃO DE QUALQUER NATUREZA.
A IGUALDADE MATERIAL (IGUALDADE PERANTE OS BENS DA VIDA, SUBSTANCIAL, REAL OU FÁTICA) PRECONIZA QUE AS DESIGUALDADES FÁTICAS EXISTENTES ENTRE AS PESSOAS DEVEM SER REDUZIDAS POR MEIO DA PROMOÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PRIVADAS. A IGUALDADE MATERIAL TAMBÉM ENCONTRA PREVISÃO NA CF/88 (ART. 3º, III).
A IGUALDADE MATERIAL E A FORMAL ACABAM SENDO CONFLITANTES ENTRE SI.
COM EFEITO, A IGUALDADE FORMAL PRESSUPÕE UM TRATAMENTO IGUAL. QUANDO SE TRATA TODOS DA MESMA FORMA, ESTÁ SE PROMOVENDO A IGUALDADE FORMAL, MAS RELEGANDO A IGUALDADE MATERIAL.
QUANDO SE TRATA DESIGUALMENTE OS DESIGUAIS, PROMOVE-SE A IGUALDADE MATERIAL EM DETRIMENTO DA IGUALDADE FORMAL.
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Análise do art. 33 da Lei Maria da Penha:
Nos locais em que ainda não tiverem sido estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para as causas decorrentes de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Esta determinação, que consta no art. 33 da Lei, não ofende competência dos Estados para disciplinarem a organização judiciária local.
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Havia uma corrente de juízes e Desembargadores que defendia que este art. 33 da Lei violava os arts. 96, I, a e 125, § 1º da CF:
·     Art. 96. I, a: afirma que compete privativamente aos tribunais elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos.
·      Art. 125, § 1º: prevê que a competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
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O mencionado artigo apenas faculta a criação desses juizados e atribui ao juiz da vara criminal a competência cumulativa das ações cíveis e criminais envolvendo violência doméstica contra mulher ante a necessidade de conferir tratamento uniforme especializado e célere em todo o território nacional sobre a matéria.
Não há qualquer problema no fato de a lei federal sugerir aos Tribunais estaduais a criação de órgãos jurisdicionais especializados, tendo isso já ocorrido, por exemplo, com o Estatuto da Criança e do Adolescente e com a Lei de Falência, cujas respectivas leis recomendaram a criação de varas especializadas no julgamento de tais matérias.
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Análise do art. 41 da Lei Maria da Penha:
Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher não se aplica a Lei dos Juizados Especiais (Lei n.° 9.099/95), mesmo que a pena seja menor que 2 anos.
O STF decidiu que este art. 41 é constitucional e que, para a efetiva proteção das mulheres vítimas de violência doméstica, foi legítima a opção do legislador de excluir tais crimes do âmbito de incidência da Lei n.° 9.099/95.
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Obs: o STJ interpretava este art. 41 afirmando que a inaplicabilidade da Lei n.° 9.099/95 significava apenas que os institutos despenalizadores da Lei dos Juizados é que não poderiam ser utilizados na Lei Maria da Penha, ou seja, transação penal e suspensão condicional do processo.
O STF foi além e disse que, além dos institutos despenalizadores, nenhum dispositivo da Lei n.° 9.099/95 pode ser aplicado aos crimes protegidos pela Lei Maria da Penha.
Desse modo, a Lei n.° 11.340/06 exclui de forma absoluta a aplicação da Lei n.° 9.099/95 aos delitos praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas e familiares.
 
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Ponto mais importante e polêmico da decisão:
Toda lesão corporal, ainda que de natureza leve ou culposa, praticada contra a mulher no âmbito das relações domésticas é crime de ação penal INCONDICIONADA.
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O crime de lesões corporais está previsto no art. 129 do CP. O Código Penal não diz que o crime de lesões corporais é de ação pública condicionada. Logo, quando lei não diz que determinado crime é de ação pública condicionada, a regra é de que ele é de ação pública incondicionada (art. 100, § 1º do CP).
Ocorre que a Lei n.° 9.099/95 afirmou, em seu art. 88, que o crime de lesões corporais leves e culposas seria de ação penal pública condicionada:
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
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Antes do julgamento do STF, a dúvida era então a seguinte:
As lesões corporais leves e culposas praticadas contra a mulher no âmbito de violência doméstica eram de ação pública incondicionada ou condicionada?
Em outras palavras, este art. 88 da Lei n.° 9.099/95 também valeria para as lesões corporais leves e culposas praticadas contra a mulher no âmbito de violência doméstica?
 
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O STJ mudou o antigo entendimento e passou a adotar, de maneira pacífica, a 2ª corrente, ou seja, de que se tratava de ação pública CONDICIONADA.
Sustentava-se, dentre outros argumentos que “não há como prosseguir uma ação penal depois de o juiz ter obtido a reconciliação do casal ou ter homologado a separação com a definição de alimentos, partilha de bens, guarda e visitas. Assim, a possibilidade de trancamento de inquérito policial em muito facilitaria a composição dos conflitos envolvendo as questões de Direito de Família, mais relevantes do que a imposição de pena criminal ao agressor” (REsp 1.097.042-DF, Rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi, julgado em 24/2/2010).
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O que decidiu o STF?
Qualquer lesão corporal, mesmo que leve ou culposa, praticada contra mulher no âmbito das relações domésticas é crime de ação penal INCONDICIONADA, ou seja, o Ministério Público pode dar início à ação penal sem necessidade de representação da vítima.
Para a maioria dos ministros do STF, se a ação penal fosse considerada condicionada esta circunstância acabaria por esvaziar a proteção constitucional assegurada às mulheres.
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É errado dizer que, com a decisão do STF, todos os crimes praticados contra a mulher, em sede de violência doméstica, serão de ação penal incondicionada. Continuam existindo crimes praticados contra a mulher (em violência doméstica) que são de ação penal condicionada, desde que a exigência de representação esteja prevista no Código Penal ou em outras leis, que não a Lei n.° 9.099/95. Assim, por exemplo, a ameaça praticada pelo marido contra a mulher continua sendo de ação pública condicionada porque tal exigência consta do parágrafo único do art. 147 do CP. 
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Art. 5o  Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único.  As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
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ÂMBITO DA FAMÍLIA – DISPENSA A COABITAÇÃO E EXIGE O VÍNCULO FAMILIAR, OU SE CONSIDERAM APARENTADOS. EX: PADRASTO
ÂMBITO DOMÉSTICO – EXIGE COABITAÇÃO E DISPENA VÍNCULO FAMILIAR. ESPAÇO CASEIRO
QUALQUER RELAÇÃO ÍNTIMA DE AFETO – EXTRAPOLOU O OBJETO DA PRÓPRIA LEI, PORQUE É VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR, SEGUNDO NUCCI. (MINORIA)
É UM INCISO BEM VINDO PORQUE AMPLIA O ESPECTRO DE PROTEÇÃO.
RELAÇÕES HOMOAFETIVAS SÃO ABRANGIDAS.
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Art. 7o  São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridadeou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
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III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
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VIOLÊNCIA FÍSICA, PSICOLÓGICA, SEXUAL, PATRIMONIAL E MORAL
SOFRIMENTO PSICOLÓGICO – ISOLAMENTO, VIGILÂNCIA CONSTANTE, INSULTO, CONSTRANGIMENTO
VIOLÊNCIA SEXUAL – IMPEDIR MEIOS CONTRACEPTIVOS
VIOLÊNCIA PATRIMONIAL – DESTRUIÇÃO OU SUBTRAÇÃO DOS SEUS BENS, RECURSOS ECONÔMICOS OU DOCUMENTOS PESSOAIS
PODEM OU NÃO CORRESPONDER A CRIMES. TEM DE CONDICIONAR AS HIPÓTESES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR ÀS MEDIDAS DE PROTEÇÃO. O MUNDO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR É BEM MAIS AMPLO.
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DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
Art. 8o  A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais
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MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO – UNIÃO, ESTADO, MUNICIPIOS E DISTRITO FEDERAL E AÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS. TRAZ DIRETRIZES E INSTRUMENTOS.
POR EXEMPLO O INCISO III – COLOCAR A MULHER COMO OBJETO NAS PROPAGANDAS DE CARRO.
EVITAR FOMENTAR A VIOLÊNCIA DE GÊNERO
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DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Art. 9o  A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
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QUANDO A PREVENÇÃO NÃO DÁ CERTO, A MULHER PRECISA DE TRÍPLICE ASSISTÊNCIA:
ASSISTÊNCIA: SOCIAL
SAÚDE (SUS)
SEGURANÇA
§ 1o  O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
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§ 2o  O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta;
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.
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CRITICA: É UMA LEI APLICADA PELA JUSTIÇA ESTADUAL, NÃO TERIA COMPETÊNCIA PARA DETERMINAR A ADMINISTRAÇÃO FEDERAL SUA REMOÇÃO. (PODE PEDIR A JF...)
E ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL? ...
DETERMINA QUE DEVE MANTER O VÍNCULO TRABALHISTA POR ATÉ SEIS MESES. QUANDO NÃO É SERVIDORA PÚBLICA
PREVALECE QUE É UM AFASTAMENTO SEM REMUNERAÇÃO. QUAL JUIZ VAI GARANTIR ESSE VÍNCULO? SÓ PODE SER O JUIZ TRABALHISTA. 
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DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
Art. 10.  Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.
Parágrafo único.  Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.
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Art. 11.  No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.
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Art. 12.  Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais necessários;
V - ouvir o agressor e as testemunhas;
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.
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§ 1o  O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
§ 2o  A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
§ 3o  Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
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DOS PROCEDIMENTOS
 Art. 15.  É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
I - do seu domicílio ou de sua residência;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III - do domicílio do agressor.
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Art. 16.  Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO. NÃO É RENÚNCIA
PERANTE O JUIZ – RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. REVESTIU A RETRATAÇÃO DE TODA UMA FORMALIDADE
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NAS AÇÕES PENAIS PÚBLICAS CONDICIONADAS À REPRESENTAÇÃO O ART 25 DO CPP DIZ QUE É ATÉ O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA.
A LMP FALA APÓS O OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. O LIMITE É A DECISÃO DO JUIZ RECEBENDO A DENÚNCIA. DECISÃO ACERCA DA SUA ADMISSIBILIDADE. ELASTECEU O PRAZO PARA RETRATAÇÃO. (INCOERÊNCIA)
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Art. 17.  É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituiçãode pena que implique o pagamento isolado de multa.
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DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
 Seção I
Disposições Gerais
Art. 18.  Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso;
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
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Art. 19.  As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1o  As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2o  As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3o  Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
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Art. 20.  Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial.
Parágrafo único.  O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21.  A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único.  A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.
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MEDIDAS PROTETIVAS – ARTIGOS 22, 23 e 24
QUE OBRIGAM O AGRESSOR – ART 22
2. DE URGÊNCIA À OFENDIDA – ART 23 DE NATUREZA MAIS PESSOAL e ART 24 DE NATUREZA MAIS PATRIMONIAL
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SÃO ADJETIVADAS PELO LEGISLADOR COMO DE URGÊNCIAS. DEVEM PREENCHER OS PRESSUPOSTOS TRADICIONALMENTE APONTADOS PARA A CONCESSÃO DE CAUTELARES: PERIGO DA DEMORA E FUMAÇA DO BOM DIREITO
SE NÃO HOUVER COMPROVAÇÃO DA URGÊNCIA É LÍCITO AO JUIZ DESIGNAR AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO
SÚMULA 482 STJ: A CAUTELAR CONTINUA PRODUZINDO EFEITOS INDEPENDENTEMENTE DA AÇÃO PRINCIPAL
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NÃO SE PODE CONDICIONAR A MANUTENÇÃO OU SUSPENSÃO DA MEDIDA PROTETIVA À EXISTÊNCIA DE CRIME OU CONTRAVENÇÃO. TEM DE SER CONDICIONADA À EXISTÊNCIA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER. SE FOSSE ASSIM, EXTINTA A PUNIBILIDADE DA INFRAÇÃO PENAL, ESTARIAM SUSPENSAS AS MEDIDAS PROTETIVAS. FOI O QUE DECIDIU O TJ/RS
O AGRESSOR QUE NÃO RESPEITA AS MEDIDAS PROTETIVAS PODE SER PRESO PREVENTIVAMENTE
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MEDIDAS PROTETIVAS PARA O HOMEM VULNERÁVEL. IDOSO, CRIANÇA e DEFICIENTE
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
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AS MEDIDAS PROTETIVAS TÊM NATUREZA EXTRAPENAL. CABE PRISÃO PREVENTIVA? TRÊS CORRENTES
É INCONSTITUCIONAL. A PP É ACESSÓRIA DO PROCESSO PENAL. NA LMP ELA É INSTRUMENTO PARA GARANTIR A EXECUÇÃO DE MEDIDA CÍVEL. TRATA-SE DE PRISÃO CIVIL TRAVESTIDA DE PP, SEM AMPARO CONSTITUCIONAL.
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2. A PP PARA GARANTIR MEDIDA PROTETIVA SÓ É ADMITIDA QUANDO O DESCUMPRIMENTO ESTIVER ATRELADO À PRÁTICA DE NOVA INFRAÇÃO PENAL. EX: DESCUMPRE PARA PEDIR PERDÃO, NAÕ CABERIA PP
3. O STJ RECONHECE A CONSTITUCIONALIDADE DA PP PARA GARANTIR MEDIDA PROTETIVA CONCEDIDA NO IP OU NA INSTRUÇÃO PENAL. 
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Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22.  Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
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§ 1o  As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2o  Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas nocaput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3o  Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4o  Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
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Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
Art. 23.  Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
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Art. 24.  Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único.  Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.
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ALIMENTOS PROVISIONAIS X ALIMENTOS PROVISÓRIOS
ALIMENTOS PROVISÓRIOS SÃO ARBITRADOS LIMINARMENTE PELO JUIZ, SEM OUVIR O RÉU, NO DESPACHO INICIAL DA AÇÃO DE ALIMENTOS. TEM DE TER PROVA PRÉ CONSTITUIDA DO PARENTESCO, CASAMENTO OU UNIÃO ESTÁVEL
ALIMENTOS PROVISIONAIS É MEDIDA CAUTELAR (PREPARATÓRIA OU INCIDENTAL). DEPENDE DA COMPROVAÇÃO DOS REQUISITOS DE URGÊNCIA.DESTINAM-SE A MANTER O SUPLICANTE E A PROLE DURANTE A TRAMITAÇÃO DA LIDE PRINCIPAL.
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NÃO CONFIGURA CRIME DE DESOBEDIÊNCIA PORQUE HÁ SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL, PROCESSUAL CIVIL OU ADMINISTRATIVAS QUE RETIRAM A TIPICIDADE DO DELITO DE DESOBEDIÊNCIA, SALVO SE HOUVER EXPRESSA PREVISÃO DA LEI QUANTO A POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO CUMULATIVA DO 330 DO CP. RESP 1.374.653 MG
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PODERES DO JUIZ
PRISÃO PREVENTIVA PELO JUIZ DE OFÍCIO NA FASE DO INQUÉRITO POLICIAL?
ART 20 – CABE PRISÃO PREVENTIVA DE OFÍCIO NA FASE DO IP OU PROCESSO. SÓ REPETIU O ART 311 DO CPP. ACONTECE QUE EM 2013 A LEI 12.403/11 ALTEROU O CPP PROIBBINDO A PRISÃO PREVENTIVA DE OFÍCIO NA FASE DO IP PARA RESGUARDAR A IMPARCIALIDADE DO JUIZ.
A LMP CONTINUOU ADMITINDO PRISÃO PREVENTIVA DE OFÍCIO NA FASE DO IP. O LEGISLADOR DE 2011 ESQUECEU DE ALTERAR A LMP. 
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PODE DECRETAR PRISÃO PREVENTIVA DE OFÍCIO?
1 – O ART 20 NÃO FOI REVOGADO PELA LEI 12.403/11. PRINCIPIO DA ESPECIALIDADE
(CRÍTICA: NÃO É PRINCIPIO DA ESPECIALIDADE, SIMPLESMENTE REPETIU UMA NORMA GERAL QUE É O 311 – QUE NÃO EXISTE MAIS)
2 – O ART 20 DA LMP É UMA MERA REPETIÇÃO DA ANTIGA REDAÇÃO DO ART 311 DO CPP. ALTERADA A REGRA GERAL, REVOGA-SE TACITAMENTE O ART 20 NA PARTE EM QUE PERMITE A PRISÃO PREVENTIVA NA FASE DO IP DE OFÍCIO. PREVALECE ESTA 
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Art. 33.  Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único.  Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.
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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA:
JUIZADOS COM COMPETÊNCIA CÍVEL E CRIMINAL.ÓRGÃO DA JUSTIÇA COMUM DOS ESTADOS OU DO DF
NO JUIZADO CORRE PROCESSO DE CONHECIMENTO E DE EXECUÇÃO. COMPETÊNCIA CUMULATIVA CÍVEL E CRIMINAL. A COMPETÊNCIA CIVEL SE RESTRINGE ÀS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA. A AÇÃO PRINCIPAL CONTINUA NA VARA DE FAMÍLIA OU CÍVEL COMPETENTE
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NAS COMARCAS ONDE NÃO HÁ ESSES JUIZADOS AS VARAS CRIMINAIS ACUMULARÃO A COMPETÊNCIA. O JUIZ CÍVEL NA AÇÃO PRINCIPAL PODE REFORMAR OU NÃO A DECISÃO QUE CONCEDE OU NÃO A TUTELA PREVENTIVA, OU SEJA, PODE REVOGAR OU ALTERAR OU CONCEDER MEDIDA ANTES NEGADA. SUGERE-SE COMUNICAR O JUIZ DO JUIZADO SE HOUVER PROCESSO PENAL EM CURSO.
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Art. 41.  Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
NÃO EXISTE TERMO CIRCUNSTANCIADO, MAS IP. 
NÃO ADMITE CONCILIAÇÃO EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE
NÃO CABE TRANSAÇÃO PENAL OU SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
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NA LESÃO LEVE É AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. OUTROS CRIMES CONTINUAM DEPENDENDO DE REPRESENTAÇÃO, SE FOR O CASO.
O ART 41 FALA DE CRIME. ABRANGE CONTRAVENÇÃO?
STF e STJ – ABRANGE AS CONTRAVENÇÕES. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA
ROGÉRIO SANCHES DISCORDA POIS ENTENDE QUE É ANALOGIA IN MALAM PARTEM

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