Estado fresco e endurecido das Argamassas

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PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS 
 
 
As argamassas de assentamento ou revestimento devem apresentar 
características especiais de acordo com as situações específicas de utilização. 
“A influência de fatores como características no estado fresco, condições de 
exposição e interação argamassa-base, revela uma série de outras propriedades que 
abrangem o espectro de variáveis intervenientes sobre o desempenho do revestimento” 
(CINCOTTO et. al., 1995). 
Neste sentido, diversos estudos identificam as propriedades das argamassas de 
assentamento e revestimento, as quais podem ser apresentadas da seguinte forma: 
 
 
1) Propriedades das argamassas no estado fresco. 
 
� Consistência e retenção de consistência; 
� Coesão; 
� Tixotropia; 
� Plasticidade; 
� Retenção de água; 
� Massa específica; 
� Conteúdo de ar incorporado; 
� Adesão inicial; 
� Trabalhabilidade. 
 
2) Propriedades das argamassas no estado endurecido 
 
� Resistência mecânica – compressão, tração, desgaste superficial; 
� Resistência ao fogo; 
� Resistência ao ataque por sulfatos ou outros ataques químicos; 
� Capacidade de deformação; 
� Retração; 
� Aderência; 
� Permeabilidade; 
� Condutividade térmica. 
 
 
3) Propriedades das argamassas no período de uso 
 
� Durabilidade; 
� Resistência ao congelamento. 
 
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PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS NO ESTADO FRESCO 
 
1) Consistência: 
Propriedade da argamassa em tender a resistir à deformação. 
Manutenção da consistência 
 Capacidade da argamassa em manter esta tendência ao longo do tempo de 
aplicação. 
 
 
Classificação das argamassas segundo a consistência: 
 
 Secas, plásticas ou fluidas, com crescente valor da consistência da argamassa 
seca para a fluida. Esta classificação é baseada na película de pasta que envolve os grãos 
de agregado. 
� Seca – A pasta preenche os vazios entre os grãos, porém estes permanecem em 
contato. 
� Plástica – Uma fina camada de pasta atua como lubrificante, mantendo os grãos 
de agregados afastados. 
� Fluida – Grãos de agregados apresentam-se imersos na pasta 
 
 
 
Figura 1 – Consistência de argamassas 
 
Fatores que influenciam na consistência 
 
� Quantidade de água 
� relação água / aglomerante; 
� relação aglomerante / areia; 
� granulometria da areia 
� tipo e qualidade do aglomerante. 
 
 
A figura 2a demonstra a influência das variações nas composições das argamassas. 
Observa-se que quanto maior o teor de cal, maior o fator a/c necessário para a 
argamassa passar da consistência seca para a fluida. e a figura 2b , ilustra a capacidade 
de retenção de água para os mesmos tipos de argamassas. 
 
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Figura 2 – a) Variação na consistência pela influência de variações na composição 
de argamassas); b) Retenção de água para as argamassas 
 
 
 
2) Trabalhabilidade: 
 
Facilidade de manuseio, por parte do operário que prepara e aplica a argamassa. 
Está diretamente relacionada à granulometria da areia, dimensões, distribuição 
granulométrica e à forma dos grãos. 
Vincula-se também à consistência, retenção e exsudação de água, coesão interna, 
tixotropia, adesão e massa específica. 
 
A trabalhabilidade pode ser melhorada, à medida que decresce o módulo de 
finura do agregado, mantém-se uma continuidade da granulometria e decresce o teor de 
grãos angulosos. 
 
A utilização da cal como aglomerante ajuda na trabalhabilidade da argamassa, 
entretanto, deve-se avaliar outras propriedades deste material, quando da utilização do 
mesmo. 
 
 
 
3) Coesão e Tixotropia: 
 
Coesão – forças físicas de atração existente entre as partículas sólidas da argamassa e as 
ligações químicas da pasta aglomerante 
 
Tixotropia – propriedade pela qual um material sofre transformações isotérmicas do 
estado sólido para o estado gel (massa coesiva de aglomerante na pasta), mais densa 
após a hidratação. 
 
 
 
 
 
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4) Plasticidade: 
 
 Propriedade pala qual a argamassa tende a reter a deformação após a redução do 
esforço de deformação. 
É influenciada pelo teor de ar, natureza e teor de aglomerantes e pela intensidade 
de mistura das argamassas. 
 A plasticidade adequada apresenta baixa segregação de água no estado fresco. 
 
 
5) Retenção de água: 
 
 Capacidade da argamassa fresca em manter sua consistência ou trabalhabilidade 
quando sujeita a solicitações que provocam perda de água (evaporação, sucção, 
absorção pelo componente). 
 O tempo de utilização, disponível para o pedreiro aplicar, regularizar e 
desempenar a camada de revestimento também depende da retenção de água. 
 É obtida pela utilização da cal e de alguns aditivos. 
 Tem influência nas propriedades no estado endurecido, na medida que determina 
as condições de hidratação do cimento e a carbonatação da cal. 
 
Fatores que influenciam na retenção de água 
 
� área específica dos materiais constituintes 
� maturação prévia das argamassas de cal 
� natureza da cal 
� relação cal / cimento 
� relação agregado / aglomerante do traço. 
 
A figura 3 demonstra como ocorre a relação entre a perda de água da argamassa e a 
sucção inicial do tijolo para três argamassas com diferentes composições. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 -Perda de água das argamassas em função da sucção dos blocos (tempo de 
contato 4 minutos) (CINCOTTO et. al., 1995). 
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6) Massa específica: 
 
Massa específica absoluta – volume do material sólido, não sendo considerados os 
vazios 
Massa específica aparente – volume ocupado por um material sólido, incluindo os 
vazios entre as diversas partes (agregados – inclui os vazios entre os grãos). 
 
 Nas argamassas, o teor de ar tem influência sobre a resistência de aderência dos 
revestimentos, limitando a utilização de aditivos. 
 
 
 
7) Adesão inicial: 
 
 Aderência da argamassa fresca à base; 
 Tem influência direta no comportamento do conjunto base – revestimento no 
desempenho de aderência no estado endurecido. 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADES DAS ARGAMASSAS NO ESTADO ENDURECIDO 
 
 
 
1) Resistência mecânica 
 
 Capacidade das argamassas resistirem às tensões de tração, compressão ou 
cisalhamento, incidentes no local de utilização do material. 
 Em argamassas de assentamento, estas tensões podem ser visualizadas com 
maior facilidade, em virtude do sentido de carregamento aplicado (peso próprio). As 
argamassas de revestimento sofrem, também, estes carregamentos, os quais são 
explicados de forma diferenciada, podendo surgir das solicitações térmicas ou 
climáticas e em função das características dos materiais utilizados. Surgem tensões 
através de movimentos higroscópicos, pela molhagem e secagem dos materiais e 
movimentos higroscópicos diferenciais entre as camadas do revestimento, gerando 
tensões de cisalhamento. 
 A resistência mecânica varia em função do tipo e teor de aglomerante utilizado, 
quantidade de água e quantidade e forma e granulometria de agregado. 
 
 
2) Elasticidade ou capacidade de deformação 
 
 Capacidade da argamassa deformar-se, sem que ocorra ruptura, retornando à 
dimensão original quando é cessado o carregamento. 
 Esta propriedade está diretamente vinculada ao aparecimento de fissuras nas 
argamassas e, portando, vinculado ao grau de ancoragem e estanqueidade do material. 
 
 
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3) Resistência ao fogo 
 
 Estabilidade e integridade dos elementos constituintes quando sujeitos à 
elevação de temperatura pela ação do fogo. 
 Normalmente, as paredes revestidas apresentam e melhor desempenho que as 
não revestidas, nas mesmas condições. 
 
 
 
4) Resistência ao ataque por sulfatos ou outros agentes químicos 
 
 Propriedade que está diretamente ligada à composição das argamassas, 
resistência ao desgaste superficiale permeabilidade do material. 
 As agressões normalmente se dão por reações químicas de decomposição dos 
elementos constituintes das argamassas. 
 
 
 
5) Retração 
 
 Variação de volume que ocorre devido à remoção da água retida pelas forças 
superficiais do gel da pasta aglomerante e da água retida entre as superfícies dos 
cristais, durante o processo de secagem. 
 É afetada pelo tipo e teor de aglomerantes, quantidade de água e características 
dos agregados. 
 A retração poderá causar danos à resistência de aderência, à medida que surgem 
fissuras nos revestimentos. 
 
 
6) Aderência 
 
 Propriedade de resistir aos esforços impostos aos revestimentos, impedindo o 
descolamento em relação à base que o sustenta. 
 Está diretamente ligada às outras propriedades das argamassas e é bastante 
influenciada pela porosidade da base, textura superficial, capacidade de retenção de 
água das argamassas, condições de execução, entre outros. 
 
 
7) Permeabilidade 
 
 Passagem de água através da argamassa endurecida, seja por meio de 
capilaridade infiltração sob pressão ou vapor de água. Está diretamente relacionada com 
a estanqueidade à água. 
 Normalmente, os revestimentos deverão, sob análise prática, ser estanques à 
água proveniente das chuvas 
 
 
 
 
 
 
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8) Condutividade térmica 
 
Capacidade de transmissão de calor através de um material. 
 As propriedades termofísicas dos revestimentos são, em geral afetadas por 
diversos fatores, como: 
 
� Composição e quantidade de matéria sólida; 
� Distribuição, geometria e dimensão dos poros presentes na argamassa; 
� Teor de umidades; 
� Tipo de gás contido nos poros.