Bases Procedimentais da Administração Pública notas de aula (1)

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Administração Pública
Bases Procedimentais da Administração Pública
Professor Fabio Bellote Gomes - 2ª feira
1. Serviço público. 
 1.1. Conceito de serviço público. 1.2. Titularidade do serviço e titularidade da prestação. 1.3. Serviços públicos por determinação constitucional. 1.3. Delegação do serviço: concessão, permissão e autorização. 1.4. Contratos de gestão. Convênio e consórcio administrativo. Terceirização na Administração Pública.
 2. Bens públicos. 
 2.1. Conceito de bens públicos. 2.2. Classificação no Direito Brasileiro. 2.3. Afetação e desafetação dos bens públicos. 2.4. Aquisição de bens públicos. 2.5. Formas de alienação de bens públicos. 2.6. Formas de utilização de bens públicos. 2.7. Bens públicos em espécie. 
 2. Restrições do Estado sobre a propriedade privada. 
2.1. Fundamentos 2.2. Modalidades: limitação administrativa, ocupação temporária, requisição administrativa, tombamento, servidão administrativa, edificação ou parcelamento compulsório, desapropriação: espécies (procedimento, indenização; imissão provisória na posse; retrocessão; desvio de finalidade e anulação). 
3. Processo Administrativo. 
3.1. Noções gerais. 3.2. Processo e procedimento. 3.3. Modalidades de processo administrativo. 3.4. Princípios do processo administrativo. 3.5. Fases do processo administrativo. 3.6. Processo administrativo disciplinar. 3.7. Processo sumário. 
4. Responsabilidade civil, penal e administrativa. 
 4.1. Evolução da responsabilidade. 
4.2. Dano indenizável. 4.3. Causas excludentes da responsabilidade. 4.4. Ação regressiva. 4.5. Responsabilidade por atos legislativos e judiciais. 
5. Improbidade administrativa.
 6. Controle da Administração Pública.
 6.1. Controle interno. 6.2. Controle externo. 6.3. Controle legislativo: Comissão Parlamentar de Inquérito, pedido de informações, convocação de autoridades e fiscalização pelo Tribunal de Contas 6.4. Controle jurisdicional. 
19.02.18
Serviço Público 
Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado.
O serviço público vem sempre da Lei
Art. 21 CF
Bem Público é todo o bem/coisa que pertença as pessoas jurídicas de direito público.
No direito civil bem e coisa são equivalentes, no direito empresarial não.
Peculato: apropriação indébita do patrimônio publico
Processo administrativa: ato jurídico destinado a produzir efeitos. Conjunto de atos praticados de acordo com o procedimento pré-determinado.
A responsabilidade civil do estado é a responsabilidade objetiva .
Prazo para estado contestar 2X15 dias
Precatória : artigo 100 CF
Desapropriação: art. 5 CF
Intervenção do Estado na propriedade 
Supremacia do interesse público
Improbidade administrativa – lei 8429/92 
Prevaricação, peculato e corrupção estão no código Penal
Controle da administração pública: Ex. CPI
Direito de Petição (não necessita advogado) para comunicar possível irregularidade.
26.02.18
Princípios que regem a execução da prestação de serviço público
Lei 8987/95
Continuidade
Permanentes : ex. energia elétrica
Não permanentes: ex. escola, fórum
Eficiência
Rapidez: tempo tecnicamente razoável, economia de recursos, rendimento (tem que advir o resultado esperado)
Segurança
Que será prestado com técnicas seguras
Atualidade (tecnologia)
Uniformidade (regras uniformes em um mesmo órgão)
Cortesia ( não significa resolver o problema)
Modicidade (modico/modesto)
Em relação aos valores cobrados pela prestação dos serviços
As custas judiciais não tem fins lucrativos.
No caso de tarifas, como por exemplo, a energia elétrica há margem de lucro.
Serviço público impróprio: tem conteúdo econômico
Serviço público próprio: segurança pública
Generalidade ou universalidade
Deve ser oferecido a quem tem condições de utilizá-los. 
Socialização dos custos ( ex: preços de tarifas do correio)
Titularidade do serviço público
Os serviços públicos podem ser centralizados, que são aqueles que o Poder Público presta por seus próprios órgãos, em seu nome e sob sua exclusiva responsabilidade. É o serviço prestado pela Administração Pública direta.
Podem, ainda, serem descentralizados, que são aqueles que o Poder Público transfere a sua titularidade ou, simplesmente, sua execução, por outorga ou delegação, as autarquias, fundações, empresas estatais, empresas privadas.
Outorga: o Estado na sua entidade, e a ela transfere, por lei, determinado serviço. (definitividade).
Delegação: o Estado transfere por contrato (concessão) ou ato unilateral (permissão ou autorização) a execução do serviço, para que o delegado o preste ao público em seu nome e por sua conta e risco (transitoriedade).
Serão desconcentrados os serviços que a Administração executa centralizadamente, mas os distribui entre vários órgãos da mesma entidade, para facilitar sua realização e obtenção pelos usuários, sendo fruto do poder hierárquico.
Formas de atribuição de execução dos Serviço Público
Concessão
Lei 8997/95
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Concessão : Contrato administrativo para realização de investimentos com prazo de duração longo, que permita amortizar os investimentos
Permissão 
Lei 8997/95
Pode ser pessoa física ou jurídica.
Não tem prazo e não necessita investimento. Pode ser revogada a qualquer momento.
Taxista é permissionário
Administração Indireta
Autorização
 Está prevista na legislação de telecomunicações.
 Ex.: PX – rádio cidadão, a licença é fornecida pela ANATEL
Delegação
Legislatura
 A lei que as criou delegou o serviço com exclusividade
 Ex.: Metro/ SABESP
Tabeliões ( artigo 236 CF)
O judiciário delega a prestação de serviço. A remuneração vem da receita gerada.
Classificação dos Serviços Públicos
Serviços Públicos Gerais ou universais
São prestados para qualquer usuário . “uti universe”, “uti singuli”
Serviços públicos singulares ou individuais
Prestados a quem contrata.
Serviços públicos administrativos: prestados internamente
Serviços públicos Próprios
A atividade e a execução devem permanecer com a Administração Direta
Serviços Públicos Impróprios
A titularidade é da administração direta e a execução pode ser transferida para indireta ou privada
Formas de atribuição:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Concessão : Contrato administrativo para realização de investimentos com prazo de duração longo, que permita amortizar os investimentos
Serviços públicos compulsórios e facultativos
Compulsórios: a adesão é obrigatória
Facultativos: opção de contratar Formas de atribuição:
Formas de atribuição para a execução dos serviços públicos 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviçospúblicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Concessão : Contrato administrativo para realização de investimentos com prazo de duração longo, que permita amortizar os investimentos
05.03.18
Bem público
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Também é bem público aquele bem que ainda que particular, estiver submetido a um regime de direito publico. 
Ex: bens após comprados pela Eletropaulo : postes, caminhão,..., bens vinculados ao trabalho prestado.
Classificação do Bem Público
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Classificação dos Bens Públicos
Uso comum do povo. Não necessariamente é imóvel, (flora, fauna)
Ex.: rua
Uso especial do povo. Bens destinados a prestação de serviço público (vinculação)
A Petrobras tem concessão para o uso de locais para exploração de petróleo.
Obs.: para o Direito Administrativo, não importa se o bem público tem valor ou não.
 Patrimônio é o conjunto de bens e obrigações (conjunto de ativo e passivo)
Bens dominicais. Pertencem a uma pessoa de direito público, porém não tem destinação pública. 
Ex: Terras devolutas são terras públicas sem destinação pelo Poder Público e que em nenhum momento integraram o patrimônio de um particular, ainda que estejam irregularmente sob sua posse. O termo "devoluta" relaciona-se ao conceito de terra devolvida ou a ser devolvida ao Estado.
O bem dominical pode ser vendido por concorrência ou leilão. Antes da licitação para venda se retira a destinação. DESAFETAÇÃO
Características dos Bens Públicos
Limitação a alienabilidade . Para alienar precisa desafetar.
 Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Imunidade tributária
Art. 150 VI CF
Não sujeição a usucapião
Impenhorabilidade (medida judicial de constrição usada nos autos de execução)
Penhora é diferente de penhor
Penhora: medida judicial
Penhor: bem dado como garantia
Obs.: para o CC bem e coisa são iguais
Bens Públicos de Uso comum e uso especial
Uso Comum
Ex.: ruas , praças usadas para manifestação, etc...
Uso Especial
Concessão de Bem Publico ( diferente de serviço público)
É a forma pelo qual o Estado transfere a um particular a autorização para usar um bem público para uso privado. Há prévia licitação.
Ex: restaurante de aeroporto (pago mensalmente)
Concessão de aeroporto: é uma concessão de serviço público. O bem público para prestar serviço publico.
A concessão só existe para pessoa jurídica.. O prazo sempre é longo porque há investimento.
Permissão de bem público 
O permissionário recebe um alvará. A permissão é precária. Não tem prazo. E não é obrigatório realizar investimento.
Ex: banca de jornal, comércio ambulante
A permissão é discricionária. Dá se quiser.
Autorização de uso de bem público
É discricionária, não tem licitação prévia e é de curta duração. Paga taxa.
Quando mesmo sendo bem público comum como rua, montam palco ou tem trio elétrico, por exemplo, precisa de autorização.
Intervenção do Estado na Propriedade
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
A função social é a adequação do bem a sociedade. Qualquer bem tem seu uso condicionado a função social
As limitações do uso do bem público se dão através da lei:
Ex: código de transito, uso de focinheiras em determinados cães...
Desapropriação
Desapropriação é o ato pelo qual o Poder Público, mediante prévio procedimento e indenização justa, em razão de uma necessidade ou utilidade pública, ou ainda diante do interesse social, despoja alguém de sua propriedade e a toma para si.
O pagamento é a vista para bens que cumprem função social. Os que não cumprem, o pagamento é com precatório para 10 anos.
19.03.18
Formas de intervenção do estado na propriedade
Limitação Administrativa
Tem carácter geral, pode atingir vários bens. Em princípio atinge bens imóveis.
Tem carácter geral e é instituída em lei. Não cabe indenização.
Ex.: lei de zoneamento que limita altura para construções novas , ciclo faixa
No caso de bens móveis temos o exemplo do rodizio de veículos, que é instrumentalizada por lei municipal.
Servidão administrativa
Tem caráter singular, especifica o imóvel. É instrumentalizada por decreto. Só para bens imóveis. É indenizável. A indenização oferecida é em dinheiro
Pode haver a indenização por perda de chance, dependendo do caso. Deve ser solicitada e é em precatório.
Ex: metro que passa por baixo de prédios, passagem de tubulação de gás, torres de alta tensão.
Tombamento
Pode ser móvel ou imóvel. O tombamento pode ser aplicado a bens móveis e imóveis de interesse cultural/ambiental em várias escalas interativas como a de um município, de um estado, de uma nação ou de interesse mundial, quais sejam: fotografias, livros, acervos, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios, ruas, praças, bairros, cidades, regiões, florestas, cascatas, entre outros. Somente é aplicado a bens de interesse para a preservação da memória e referenciais coletivos, não sendo possível utilizá-lo como instrumento de preservação de bens que sejam apenas de interesse individual. O ideal num processo de tombamento é que não se tombem objetos isolados, mas conjuntos significantes.
Partindo da ideia de conjunto significativo, atualmente, excetuando-se seres humanos e exemplares animais isolados, tudo pode ser tombado; até mesmo um ecossistema para a preservação de uma ou mais espécies.
Artigo 216 CF
É uma forma de intervenção em propriedades de bens móveis ou imóveis que apresentem valor histórico, artístico ou ambiental.
A palavra chave nesse caso é preservar.
No artigo 23 CF vemos que a competência para preservação através do tombamento é comum a estado, união e município.
O tombamento é através de decreto expedido pelo chefe do executivo. É necessário um estudo prévio do bem. O Órgão Federal especializado nesse caso é o IPHAN (instituto do patrimônio artístico nacional) e o estadual é o CONDEPHAAT (conselho de defesa do patrimônio histórico, arqueológico, artístico e turístico.) . 
O IPHAN e o CONDEPHAAT instruem o tombamento e o fiscalizam posteriormente. Uma via do tombamento é enviada ao cartório. Não cumprindo as regras o proprietário está sujeito a uma ação do estado cobrando indenização. A arrecadação vai para o fundo de direito difuso.
Forma de Preservação da Cultura (CF 216)
O registro é a forma de preservar a cultura. Registrar publicamente a cultura oral.
Registro de lendas
Registro das receitas
Registro das festas populares
Fazem parte do patrimônio cultural imaterial.