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* Patologia Clínica Cirúrgica I- Aula . Choque Prof.esp. Diego Henrique Cortez * Choque Hipoperfusão Hipoxigenação * * Causas do choque Perda de líquidos pelo sist. circulatório; Coração não bombeia sangue suficiente; Vasos sanguíneos dilatam/contraem, o sangue se acumula longe das áreas vitais; Suprimento de oxigênio inadequado * * * Sistema Cardiovascular. Anatomia e fisiologia * Sistema Circulatório Artérias: São vasos eferentes( vasos que saem do coração) e que diminuem o calibre á medida vai se ramificando.(sistema distribuidor sanguíneo) Função: Transporte de O2 para todos os tecidos. Excreção: artéria pulmonar Veias: Possuem uma estrutura menos uniforme do que a da artéria e geralmente carregam sangue rico em CO2 * * Coração Composto pelo lado esquerdo e direito. Cada lado tem 1 átrio e 1 ventrículo ( 4 câmaras) Separando estas câmaras temos as válvulas atrioventriculares: ( mitral e tricúspide), impedindo o refluxo de sangue para os átrios durante a sístole Válvulas semilunares: aorta e pulmonar impedindo o refluxo para os ventrículos durante diástole Lado Direito: recebe o sangue do corpo atraves da veia cava cranial, ejeta para o pulmão para realizar a hematose, trabalhando sobre baixa pressão. Lado Esquerdo: recebe sangue do pulmão e ejeta para todo o corpo, trabalhando sobre alta pressão. * * Estruturas Cardíacas Pericárdio: É um saco seroso fechado que esta tão profundamente invaginando pelo coração Em seu espaço contém, fluido seroso Epicárdio: É o revestimento mais externo do coração e compreende em pericárdio visceral Miocardio: E a extensa camada muscular extriada Endocardio: Camada mais interna * * Sistema Cardíaco * * Choque ( shock) Definição : Diminuição do fluxo sanguíneo, por diminuição da pós carga cardíaca ou má distribuição , levando á má nutrição e remoção de detritos a nível celular Hipoperfusão Hipoxigenação Patologia sistêmica : ocorre liberação de catecolaminas Aumento da frequência cardíaca Aumento da contratilidade cardíaca Aumento do Tônus vascular Aumento da pré carga Aumento do débito cardíaco Patofisiologia sistêmico A nível hipotalâmico sistêmico : Glicocorticoides Aldosterona Hormônio do crescimento * * A nível Renal , há liberação de : Renina, angiotensina e ADH Patofisiologia Celular : Caso ocorra falha na resposta compensatória Edema celular, ruptura das mitocôndrias Estagnação da perfusão sanguínea Eventual morte celular Choque Celular Leva á : acidose lática sistêmicas, diminuição da contratilidade do miocárdio, diminuição da pressão sanguínea da pré-carga e do débito cardíaco , diminuição do tónus vascular Classificação : Cardiogênico , Hipovolêmico, Distrutivos * * Estagio do choque Compensatório; O corpo tenta superar os problemas utilizando seus mecanismos de defesa habitual procurando manter as funções Progressivo; O sangue dos membros (MMSS e MMII) + região abdominal é desviado para órgãos vitais (coração, cérebro, pulmões) Irreversível; Desvio de sangue do fígado e rins para coração, cérebro, gerando falência de órgãos, fazendo com que o sangue se acumule afastado dos órgãos vitais, seguido de óbito. * * Resposta a fisiologia do Choque : Ao diminuir a perfusão Constrição dos vasos sanguíneos Diminuição do volume necessário para encher os vasos Desvio de sangue para órgãos vitais Membros cianóticos e Frios Qualidade do pulso Choque Cardiogênico Fraco e irregular Choque Hipovolêmico Baixo volume e elevada intensidade * * Choque Hipovolêmico Inadequado Volume circulante Causas: Hemorrágicas . Externa ( ferimentos traumáticos e cirurgias prolongadas ) Interna ( ruptura de vísceras compacta, rupturas de grandes vasos e fraturas) Hemoconcentração Queimaduras Desidratação Gastroenterites Peritonites e pleuris Insuficiência adrenocortical Obstrução e torção intestinal * * Diminuição aguda no volume circulante (perdas para fora do espaço vascular) Moderado 30 - 50 ml/ kg; severo = 60 ml/kg Hemorragias (choque hemorrágico) por perda de sangue total Hemoperitônio ruptura de baço ruptura de fígado Hemotórax Hemorragias externas Choque Hipovolêmico * Choque Hipovolêmico * O choque por perda de sangue é estabelecido nas hemorragias equivalente a : 30% da volemia no cão 40% no gato 30% nos equinos Alcançando 100% de mortalidade nas perdas de 50% do volume circulante Hemorragia * Hemorragias * Controle do paciente * Hemorragias * Gastroenterites virais e verminóticas Por perda de água e eletrólitos * Queimaduras extensas Choque por perda de plasma * Choque Distributivo Ocasionado por distúrbios na distribuição do volume sanguíneo Caracteriza-se por inadequado fornecimento e extração de O2 na presença de vasodilatação O DC normal ou aumentado e saturação venosa mista de O2 (SvO2) normal não se traduzem em perfusão tecidual adequada Associado com: a. Choque anafilático b. Choque neurogênico c. Insuficiência suprarrenal (síndrome de Addison) d. Choque séptico * * Choque Anafilático Ocorre quando o indivíduo entra em contato com um antígeno para o qual foi previamente sensibilizado (microorganismos, fármacos, alimentos) Reação de hipersensibilidade tipo I No contato prévio com o antígeno ocorre grande produão de IgE que se liga à membrana dos mastócitos e dos basófilos No próximo contato com o antígeno ocorre degranulação e liberação de histamina e substância de reação lenta da anafilaxia (mistura de leucotrienos tóxicos) * Intensa vasodilatação * Perda da permeabilidade vascular Vasodilatação, diminuição do retorno venoso, do DC e da PA são muito acentuadas pode ocorrer óbito em poucos minutos * * Choque anafilático * * Choque Neurogênico Aumento acentuado da capacitância vascular * O volume circulante não é suficiente para preencher o sistema circulatório Originado por depressão do sistema nervoso central (SNC) * Anestesia geral profunda (depressão do centro vasomotor) * Anestesia espinal (bloqueio das descargas simpáticas) * Lesão dos neurônios vasomotores no tronco cerebral Dilatação arteriolar ↓ da pós-carga Dilatação venular ↓ do retorno venoso (pré-carga) * * Choque séptico É causado pela resposta do organismo a uma infecção sistêmica Infecções gastrintestinais, urinárias e pulmonares são as mais comuns e a resposta global do organismo bem como o quadro sintomático são independentes do tipo de agente envolvido As toxinas dos microrganismos induzem a liberação de citocinas pelos macrófagos teciduais Interleucina 1 (IL-1) Fator de necrose tumoral alfa (FNT- α) Óxido nítríco (NO) Aumento da expressão de fatores teciduais e da deposição de fibrina Podendo sobrevir coagulação intravascular disseminada Também pode haver liberação do fator depressor do miocárdio (FDM) * * Séptico/ endotoxêmico: intussuscepção intestinal, dilatação, torção gástrica, piometras e uroperitônio Choque vasogênico * Piometra * Séptico/endotoxêmico Bacteremia e endotoxemia Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) Choque vasogênico * O fator primordial e a deficiência da bomba cardíaca Ocasionado pelo comprometimento da função cardíaca - Pode acontecer disfunção sistólica, diastólica ou ambas O choque cardiogênico pode estar relacionado com: Falência da bomba cardíaca Infarto agudo do miocárdio Miocardite Insuficiênciacardíaca Arritmias Distúrbios mecânicos Doença valvular aguda Ruptura de cordoalhas tendinosas Defeitos septais Também ocorre tônus simpático aumentado, como no choque hipovolêmico * CUIDADO : o tratamento é diferente Choque cardiogênico * Choque obstrutivo Ocasionado por compressão ou obstrução do coração ou grandes vasos Há diminuição do DC sem o envolvimento de doença cardíaca primária Aumento da pressão intratorácica Pneumotórax de tensão Ventilação com pressão positiva intermitente Tamponamento pericárdico Trauma Infecção Tromboembolismo pulmonar maciço Obstrução da câmara de saída * * Tamponamento cardíaco Pneumotórax, efusões pleurais, hérnia diafragmática * Mucosas pálidas ( c.h. Hemorrágico) Mucosas congestas (ch.séptico-toxêmico./ misto) T°C retal baixo choque hipovolêmico Aumentado fase inicial choque séptico TPC ( > 4’’) FC, FR, pulso Sinais clínicos * Sinais clínicos * Distensão abdominal Hemoperitônio, uroperitônio, peritonites * Desidratação 10 a 12% Extremidades frias Estado de consciência: torporoso Sinais clínicos * Anamnese Sinais clínicos Coloração das mucosas Hemograma: leucocitose por neutrófila (peritonite) Lactato sérico :Marcador de perfusão tecidual Avaliar a probabilidade de risco Normal < 2,5 mmol/dl (média é de 1,4 a-1,8) Diagnóstico * Efusões abdominais Laparocentese, Radiografia * Toracocentese e Radiografia Efusão torácica * Terapia de Fluidos Terapia de fluidos agressiva Cristalóides regra do 1:3 No início podem ser necessários 20 a 90 ml/kg/hora Até atingir concentrações de PT <3,5-4,0 mg/dL Depois Iniciar administração de colóides para manter a pressão oncótica Complicações que devem ser monitoradas Hemodiluição Hipoproteinemia Hipopotassemia Hto ↓ 20% e PT ↓ 3,5 g/dL } Edema intersticial e edema pulmonar Distúrbios da coagulação * * Cristalóides : Termo usado comumente para referir-se a soluções aquosas com íons inorgânicos e pequenas moléculas orgânicas - Podem ser baseados em soluções glicosadas ou em soluções de cloreto de sódio - Podem ser isotônicos, hipotônicos ou hipertônicos - Normalmente são adicionados K+, Ca++ e lactato, para torná-los mais parecidos com o plasma - São necessários grandes volumes para obter expansão plasmática 1:3 - Apesar de poder provocarem edema, não há evidência de que piorem a perfusão tecidual ou a qualidade dos resultados Solução de Ringer com lactato > superior à solução salina 0,9% * Contribui na correção da acidose metabólica (NaHCO3-) Solução salina 0,9% * Excesso de Cl- * Pode levar a acidose hiperclorêmica Soluções glicosadas * São distribuídas mais rapidamente * Não são eficazes na reposição volêmica Reposição da volemia * Solução Salina Hipertônica 7,5% Útil nos estágios iniciais do choque * Permite rápida expansão plasmática por incremento do volume plasmático * Duração da expansão entre 30 minutos e 2 horas * Melhora os parâmetros cardiovasculares PA, DC ( ↑ contratilidade) * Menor efeito de hemodiluição * Minimiza o risco de edema cerebral em pacientes com trauma craniocefálico Aspectos importantes * Não incrementa o volume total de líquidos * É necessária a administração de cristalóides * Pode ocasionar acidose hiperclorêmica e hipopotassemia Contra-indicações * Hipernatremia * Choque cardiogênico * Falência renal * Hiperosmolaridade * Hemorragia ativa não controlada - Cálculo rápido * 4 mL/kg * Peso do animal x 4 ÷ 3 * Do volume total 1/3 de hipertônica a 20% e 2/3 de salina a 0,9% * 30 kg x 4 = 120 ÷ 3 = 40 mL de hipertônica a 20% e 80 ml de salina a 0,9% * * Coloides São soluções homogêneas não cristalinas compostas por moléculas grandes ou ultramicropartículas incluídas em outra substância - Há três tipos principais: gelatinas; dextranas; e hydroxyethyl starches - Na sua apresentação final estão diluídos em soluções de glicose ou de NaCl isotônicas ou hipertônicas Riscos/inconveninentes * Anafilaxia * Coagulopatias * Imunossupressão * Agravamento do deficit intersticial * Maior custo * * Antibióticos de amplo espectro Cefalosporinas ( 30 mg/kg/bid) Amoxicilina + Clavulanato ( 12 – 25 mg/kg/bid) Metronidazol (15 – 40 mg/kg/sid ou bid) Bacteremias * Transfusão sanguínea A escolha dependerá do volume e rapidez da perda sangüínea Contração esplênica > reposição de mais de 20% do Hto Ht e PT podem não ser indicadores confiáveis Quando o Ht <20% após hemorragia aguda Monitoração continuada > se < 12% transfundir Eritrócitos sobrevivem 2-4 dias após. A transfusão causa supressão medular por até 2 semanas Restauração à razão de 0,67% por dia após hemorragia aguda mas pode ser necessária a transfusão para garantir a sobrevivência Níveis mínimos toleráveis de hemoglobina próximos de 8g/dL * * Coleta de sangue * Acesso venoso * Intraósseo * Monitoramento Frequência e ritmo cardíaco Frequência e padrão respiratório Estado mental Tempo de preenchimento capilar Débito urinário Hematócrio e proteínas totais Pressão venosa central Pressão arterial Eletrocardiografia Oximetria de pulso Capnografia Hipoperfusão (lactato) Hemogasometria * * Tempo de preenchimento capilar : 2’’ Temperatura retal: 37,5 – 39,3 º C Mucosas róseas Estado de consciência próximo do normal Melhora do choque * Fim!
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