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Caso Clínico 04 Obesidade

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Caso clínico 2 – Obesidade 
Profa. Giselle França 
PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E NUTRIÇÃO CLÍNICA i – 2014-2 
Paciente mulher, 62 anos procurou um consultório nutricional, para acompanhamento. Apresenta diagnóstico de 
obesidade há 20 anos, porém relata não seguir corretamente a dieta. Relata sentir-se muito cansada e sem animo para 
as atividades diárias e rotineiras. 
Foi realizada a avaliação antropométrica e verificou-se: 
Peso: 90,8kg --- Altura: 1,58m --- C. abdominal: 92cm --- CB: 34cm 
Edema: +/++++ 
De acordo com o recordatório de 24h e QFC, a paciente faz uma ingestão diária, em média, de 3800 kcal, 
sendo desta 65% de CH (45% simples), 10% de PNT e 25% Lipídios (18% de saturado). Relatou não ter hábito de 
consumir frutas, somente suco (preferencialmente de laranja), não consome hortaliça, somente alface, tomate e 
cenoura. Além disso, possui hábito de ingerir comidas gordurosas tipos: fast food, massas, doces, cerveja, e 
refrigerantes. E não dispensa manteiga e adoçante dietético (ciclamato monossódico e sacarina). Possui ainda 
compulsão alimentar noturna e relata sentir fome mesmo após as refeições. 
Na avaliação bioquímica foi pedido hemograma completo que apresentou diminuição de linfócitos, leucócitos 
e monócitos, além de diminuição de plaquetas. 
Dentre os marcadores hematológicos que se se encontravam alterados observou-se ainda hiperglicemia de 
jejum; hiperhemoglobinemia glicosada; hipertrigliceridemia; LDL- C aumentado; LDL – oxidado aumentado; 
hipoalbuminemia; aumento TSH e estrogênio e diminuição de testosterona e hiperleptinemia leve e PCR aumentado. 
Apresenta ainda sinais e sintomas como: Constipação intestinal com fezes mucosa; Flatulência; Azia; 
Polifagia; Dores epigástricas, dor de cabeça, sudorese excessiva e Dores articulares (joelho). 
 
De acordo com o caso clínico responda: 
 
1- Faça a avaliação Nutricional apontando todas as alterações antropométricas e semiológicas. 
 
A paciente tem edema +/++++, então o Peso seco (PS) = PA – 1kg = 90,8 – 1 = 89,8kg 
 
(A tabela da quantidade de peso que desconta do PA, para cada edema, está no instrumental). 
 
IMC = PS/A2 = 89,8/1,582 = 89,8/2,4964 = 35,97 kg/m2 → Obesidade Grau II 
IMCideal = 24,9 kg/m2 (IMC máximo para entrar na eutrofia) 
PT = IMCideal x A2 = 24,9 x 1,582 = 24,9 x 2,4964 = 62,2 kg 
Adequação: 
PT_______ 100% 62,2______ 100% 
PS_______ x 89,8_______ x 
62,2x = 89,8 x 100 → x = 8980/62,2 → x = 144,4% → > 115% (precisa calcular Peso Ajustado) 
Pajustado = (PT – PS) x 0,25 + PS 
= (62,2 – 89,8) x 0,25 + 89,8 = -27,6 x 0,25 + 89,8 = -6,9 + 89,8 = 82,9 kg 
CB = 34 cm 
Só o valor da circunferência do braço (CB) não quer dizer nada, porque não consigo avaliar a quantidade de gordura e 
a muscular do braço. Precisaria da dobra cutânea tricipital (DCT) para calcular a circunferência muscular do braço 
(CMB). 
CA = 92cm (> 80cm) → risco para DCV (doença cardiovascular) 
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(Nessa questão ela só pediu para apontar as alterações semiológicas, não pediu para relacionar, então é só escrever os 
sinais e sintomas). 
A paciente tem constipação intestinal, flatulência, azia, polifagia, dores epigástricas, dor de cabeça, sudorese excessiva 
e dores articulares no joelho. 
 
2- Qual o Diagnóstico nutricional e Objetivos dietoterápicos? 
 
A diminuição da imunidade, aumento do estado inflamatório com alteração de marcadores bioquímicos, risco para 
DM2, risco para DCV, risco para esteatose hepática representam um risco nutricional grave. Dessa forma, o 
diagnóstico nutricional da paciente é risco nutricional grave / obesidade II. 
 
Os objetivos dietoterápicos são promover reeducação alimentar, melhorar a função intestinal, regular o perfil 
bioquímico e promover perda de peso. 
 
3- Entre os bioquímicos apresentados, quais possuem relação com o estado inflamatório da obesidade? 
Justifique. 
 
Hiperglicemia: com o excesso de glicose no sangue há uma produção aumentada de insulina. Porém, na obesidade há 
uma resistência insulínica, o que dificulta a internalização da glicose pelas células, isso resulta em uma alta de glicose 
na corrente sanguínea. 
 
Aumento de Estrogênio e diminuição de testosterona: o aumento de gordura adiposa resultada na conversão de 
testosterona em estrogênio. 
 
Hipertrigliceridemia: com a não internalização da glicose, as células acabam degradando as suas reservas de gordura, 
isso leva a alta de triglicerídeos na circulação. 
 
Hiperleptinemia: a leptina é um hormônio secretado pelo tecido adiposo quando há uma inflamação crônica 
(obesidade), quanto maior o tecido adiposo maior o nível plasmático de leptina. 
 
PCR aumentada: a PCR é uma proteína de fase aguda da inflamação, seu nível sérico é proporcional ao IMC. 
 
 
4- Calcule as necessidades macronutrientes e energéticas 
 
Para o cálculo do VET não será usado o peso ajustado, pois isso resultaria em uma perda excessiva de peso em pouco 
tempo, o que prejudicaria metabolicamente a paciente. 
Como primeiramente o objetivo é uma reeducação alimentar, para o cálculo do VET será usado o peso atual, pois a 
paciente, pelo recordatório alimentar, ingere aproximadamente 3800 kcal, o que já é superior às necessidades 
energéticas para o peso atual. 
TMB = 10,5 x P + 596 = 10,5 x 89,8 + 596 = 942,9 + 596 = 1538,9 kcal 
VET = TMB x FA = 1538,9 x 1,56 = 2400 kcal 
Com objetivo de manter a massa magra, a dieta vai ser ligeiramente hiperproteíca (1 a 1,3g/kg de PTN) 
PTN = 1,1g/kg x 89,8 kg = 98,8g x 4 = 395,12 kcal 
VET ________ 100% 2400kcal ___________ 100% 
PTN __________ x 395,12kcal ____________ x 
x = 395,12 x 100 / 2400 = 39512 / 2400 = 16,5% 
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Com objetivo de diminuir a taxa de glicemia do paciente, a distribuição de CHO vai ser a menor possível para uma 
dieta normoglicídica (55% a 65%). Então, CHO vai ser 55% do VET. 
VET = CHO + PTN + LIP → LIP = VET – CHO – PTN = 100 – 55 – 16,5 = 28,5% (dieta normolipídica com 
gorduras de melhor qualidade para dar saciedade ao paciente). 
CHO = 55% x VET = 0,55 x 2400 = 1320 kcal / 4 = 330g 
LIP = 28,5% x VET = 0,285 x 2400 = 684 kcal / 9 = 76g 
 
5- Cálculo dos equivalentes calóricos referentes a todos os macronutrientes 
 
1eq PTNAVB = 7g PTN 
1eq PTNBVB = 2g PTN 
1eq CHOcomplexo = 15g CHO 
1eq CHOsimples = 10g PTN 
1eq LIP (poli-insaturado, monoinsaturado, saturado) = 5g LIP 
 
PTN: 
80% AVB = 0,8 x 98,8g = 79,04g / 7g = 11,3 = 11eq (os valores de equivalentes tem que ser número inteiro) 
20% BVB = 0,2 x 98,8g = 19,76g / 2g = 9,88= 10eq 
CHO: 
70% complexo = 0,7 x 330g = 231g / 15g = 15,4 = 15eq 
30% simples = 0,3 x 330g = 99g / 10g = 9,9 = 10eq 
LIP: (atenção a porcentagem de LIP é do VET, não é da grama de LIP) 
Poli-insaturada = 10 a 20% VET 
Monoinsaturada = 5 a 15% VET 
Saturada = 7 a 10% VET 
LIP representa 28,5% do VET na dieta, então tenho que distribuir essa porcentagem, respeitado o limite de cada 
gordura. 
Como se quer reduzir a ingestão de gordura saturada, o valor vai ser o mínimo possível (7%). Restam 21,5% para 
dividir entre poli-insaturada e monoinsaturada, dando preferência para o consumo maior de gordura poli-insaturada. 
Então a divisão sugerida é: poli-insaturada = 12%, monoinsaturada = 9,5% e saturada = 7%. (A distribuição pode ser 
diferente, desde que respeite os limites de cada gordura e a porcentagem de gordura poli-insaturada seja maior do que 
a de monoinsaturada). 
Poli-insaturada = 0,12 x 2400 = 288kcal / 9kcal/g = 32g / 5g = 6,4 = 6eq 
Monoinsaturada = 0,095 x 2400 = 228kcal / 9kcal/g = 25,33g / 5g = 5,07 = 5eq 
Saturada = 0,07 x 2400 = 168kcal / 9kcal/g = 18,67g / 5g = 3,7 = 4eq

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