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Caso Clínico 05 Obesidade

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Paciente, sexo feminino, 37 anos, procurou consultório para a perda de peso e melhora da sensibilidade a insulina. 
Apresenta função intestinal irregular, distensão abdominal e flatulência. 
Há 15 anos tenta perder peso sem sucesso e há 7 anos realizou colocação de balão intragástrico, perdendo inicialmente 
11kg em um ano, porém o peso foi recuperado no ano seguinte. 
Tem dificuldade de seguir as dietas, principalmente por gostar de doces e salgadinhos. Come fora todos os dias e bebe 
mais de 3 vezes ao dia refrigerantes e sucos industrializados. 
Peso atual: 92kg 
Altura: 1,65m 
CC: 109 cm CQ: 112 cm 
Glicemia jejum: 110 mg/dL 
Hemoglobina glicada: 7,5% 
Curva de cortisol crescente ao longo do dia 
HDL-colesterol: 36 mg/dL LDL-colesterol: 208 mg/Dl Restante dentro da normalidade. 
 
1) Faça a avaliação antropométrica, semiológica e bioquímica, traçando o risco e diagnóstico nutricional. 
 
Avaliação Antropométrica: 
IMC = PA/A2 = 92/1,652 = 92/2,7225 = 33,8 kg/m2 → Obesidade Grau I 
IMCideal = 24,9 kg/m2 
PT = IMCideal x A2 = 24,9 x 1,652 = 24,9 x 2,7225 = 67,8 kg 
PT_______ 100% 67,8______ 100% 
PA_______ x 92_______ x 
67,8x = 92 x 100 → x = 9200/67,8 → x = 135,7% → > 115% (precisa calcular Peso Ajustado) 
Pajustado = (PT – PA) x 0,25 + PA 
= (67,8 – 92) x 0,25 + 92 = (-24,2 x 0,25) + 92 = -6,05 + 92 = 85,9 kg 
CC = 109cm (> 80cm) → risco para DCV 
RCQ = CC/CQ = 109/112 = 0,97 (>0,8) → risco 
Segundo a avaliação antropométrica, a paciente apresenta risco nutricional moderado (obesidade grau I e risco para 
DCV). 
 
Avaliação Semiológica: 
A paciente consume com frequência carboidratos simples, gorduras saturadas, alimentos industrializados e aditivos 
químicos. Os maus hábitos alimentares são causadores de disbiose, o que leva a uma má absorção intestinal e como 
consequência, uma função intestinal irregular, flatos e distensão abdominal. 
Todos os sinais e sintomas da paciente podem ser revertidos através nutrição, sendo assim são classificados como 
leves. 
 
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Avaliação Bioquímica: 
A paciente apresenta hiperglicemia devido à obesidade e alimentação rica em carboidratos simples. O excesso de 
glicose no sangue aumenta o estado inflamatório e há um aumento na produção de colesterol. O LDL retira o 
colesterol do fígado e leva para o corrente sanguínea, o que explica o alto valor de LDL. 
Por sua vez, o valor de HDL está baixo, e é ele que faz o “transporte reverso”, retira o colesterol do sangue e leva para 
o fígado para ser excretado. 
A bioquímica da paciente está alterada e quando os exames estão alterados significa que o tecido não está conseguindo 
equilibrar todo o processo, e já estão ocorrendo alterações funcionais, consequentemente o impacto é grave. 
 
Risco e diagnóstico nutricional: obesidade grau 1 com risco grave. 
 
2) Determine os objetivos e conduta nutricionais. 
 
Promover reeducação alimentar através da redução de consumo de gordura saturada, carboidratos simples, alimentos 
ultraprocessados. Organizar a frequência e fracionamento das refeições. 
Melhorar a função intestinal através do aumento da ingestão de fibras e ingestão hídrica. Avaliar a necessidade de 
prescrição de probiótico. 
Regular o perfil bioquímico e diminuir a inflamação através da melhora da qualidade de carboidratos e lipídeos 
consumidos. 
Promover perda de peso. 
 
3) Quais exames laboratoriais podem ser pedidos para complementar a avaliação nutricional? 
 
Repetir o perfil lipídico e glicídico, solicitar LDL-oxidado. 
O LDL sofre oxidação por meio de ataque de radicais livres e o sistema imunológico não o reconhece, induzindo a 
formação de agregados moleculares. 
 
4) Calcule as necessidades nutricionais (VET e macronutrientes). 
 
Para o cálculo do VET será usado o peso ajustado. 
TMB = 8,7 x P + 829 = 8,7 x 85,9 + 829 = 747,33 + 829 = 1576,33 kcal 
VET = TMB x FA = 1576,33 x 1,56 = 2459 kcal 
Com objetivo de manter a massa magra, a dieta vai ser ligeiramente hiperproteíca (1 a 1,3g/kg de PTN) 
PTN = 1,1g/kg x 85,9 kg = 94,5g x 4 = 378 kcal 
VET ________ 100% 
PTN __________ x 
2459 kcal_________ 100% 
378 kcal__________ x 
2459x = 378 x 100 = 37800/2459 = 15,4% 
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Com objetivo de diminuir a taxa de glicemia do paciente, a distribuição de CHO vai ser a menor possível para uma 
dieta normoglicídica (55% a 65%). Então, CHO vai ser 55% do VET. 
VET = CHO + PTN + LIP → LIP = VET – CHO – PTN = 100 – 55 – 15,4 = 29,6% (dieta normolipídica com 
gorduras de melhor qualidade para dar saciedade ao paciente). 
CHO = 55% x VET = 0,55 x 2459 = 1352,4 kcal / 4 = 338g 
LIP = 29,6% x VET = 0,296 x 2459 = 727,9 kcal / 9 = 80,9g 
 
5) Calcule os equivalentes. 
 
1eq PTNAVB = 7g PTN 
1eq PTNBVB = 2g PTN 
1eq CHOcomplexo = 15g CHO 
1eq CHOsimples = 10g PTN 
1eq LIP (poli-insaturado, monoinsaturado, saturado) = 5g LIP 
PTN: 
80% AVB = 0,8 x 94,5g = 75,6g / 7g = 10,8 = 11eq (os valores de equivalentes tem que ser número inteiro) 
20% BVB = 0,2 x 94,5g = 18,9g / 2g = 9,45 = 9eq 
CHO: 
70% complexo = 0,7 x 338g = 236,6g / 15g = 15,77 = 16eq 
30% simples = 0,3 x 338g = 101,4g / 10g = 10,14 = 10eq 
LIP: (atenção a porcentagem de LIP é do VET, não é da grama de LIP) 
Poli-insaturada = 10 a 20% VET 
Monoinsaturada = 5 a 15% VET 
Saturada = 7 a 10% VET 
LIP representa 29,6% do VET na dieta, então tenho que distribuir essa porcentagem, respeitado o limite de cada 
gordura. 
Como se quer reduzir a ingestão de gordura saturada, o valor vai ser o mínimo possível (7%). Restam 22,6% para 
dividir entre poli-insaturada e monoinsaturada, dando preferência para o consumo maior de gordura poli-insaturada. 
Então a divisão sugerida é: poli-insaturada = 12,6%, monoinsaturada = 10% e saturada = 7%. (A distribuição pode ser 
diferente, desde que respeite os limites de cada gordura e que a porcentagem de gordura poli-insaturada seja maior do 
que a de monoinsaturada). 
Poli-insaturada = 0,126 x 2459 = 309,8kcal / 9kcal/g = 34,4g / 5g = 6,9 = 7eq 
Monoinsaturada = 0,10 x 2459 = 245,9kcal / 9kcal/g = 27,3g / 5g = 5,5 = 5eq 
Saturada = 0,07 x 2459 = 172,1kcal / 9kcal/g = 19,1g / 5g = 3,8 = 4eq

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