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P53 E O CÂNCER REVISÃO DA LITERATURA 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIA ANIMAL 
 
 
Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P53 E O CÂNCER: REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vanessa de Sousa Cruz Pimenta 
Orientador: Eugênio Gonçalves de Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2012 
ii 
 
VANESSA DE SOUSA CRUZ PIMENTA 
 
 
 
 
P53 E O CÂNCER: REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
Seminário apresentado junto à Disciplina 
Seminários Aplicados do Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal da Escola 
de Veterinária e Zootecnia da Universidade 
Federal de Goiás. Nível: Doutorado 
 
 
 
 
 
 
 
Área de concentração: 
Patologia, Clínica e Cirurgia Animal 
Linha de Pesquisa: 
Patobiologia animal, experimental e comparada 
 
 
 
 
 
Orientador: 
Prof. Dr. Eugênio Gonçalves de Araújo - EV/UFG 
Comitê de Orientação: 
Profª. Dra. Maria Clorinda Soares Fioravanti - EV/UFG 
Profª.Dra. Yandra Cassia Lobato do Prado - EV/UFG 
 
 
 
GOIÂNIA 
2012 
iii 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 
2 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 3 
2.1 A proteína p53 .................................................................................................. 3 
2.2 Vias de sinalização dependentes da proteína p53 ........................................... 7 
2.3 Mutação da p53 ................................................................................................ 8 
2.4 A influência de outros genes sobre p53 ........................................................... 9 
2.4.1 O gene Mdm2 .............................................................................................. 10 
2.4.2 Oncogene MCT-1 ........................................................................................ 11 
2.4.3 Gene Fox03 ................................................................................................. 12 
2.5 A proteína p53 em diversos tipos de câncer .................................................. 13 
2.5.1 Osteossarcoma ........................................................................................... 13 
2.5.2 Câncer de mama ......................................................................................... 14 
2.5.3 Linfoma canino ............................................................................................ 15 
2.5.4 Carcinoma espinocelular oral ...................................................................... 15 
2.5.6 Papilomavírus Humano ............................................................................... 19 
2.5.7 Tumores do trato gastrointestinal ................................................................ 19 
2.5.8 Câncer de pele ............................................................................................ 22 
2.6 Tratamentos anticâncer e a proteína p53 ....................................................... 24 
2.6.1 As pequenas moléculas .............................................................................. 25 
2.6.2 A proteína M ................................................................................................ 26 
2.6.3 A quinase Cdc7 ........................................................................................... 27 
2.6.4 A p53 adenoviral ......................................................................................... 28 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 - A) Imunofluorescência de alfa e beta-tubulina, mostando células 
epitelias mamárias humanas mononucleadas e binucleadas 
(asteriscos). DAPI. B) Imuno FISH combinando alfa e beta tubulina 
em conjunto com sondas específicas de DNA para os 
cromossomos quatro e 18 revelando duas células tetraplóides 
monucleadas (acima), e uma célula tetraplóide binucleada 
(abaixo). .............................................................................................. 4 
FIGURA 2 - Esquema do ciclo celular mostrando a intérfase (G1, S e G2) e fase 
mitótica. O ponto de checagem G1/S é o local onde a p53 efetua o 
bloqueio do ciclo, em caso de dano ao DNA. ...................................... 5 
FIGURA 3 - Fotomicrografias de fragmentos de neoplasias, marcadas com 
anticorpo anti p53. DAB, contracoloração com hematoxilina. A) 
Mastocioma canino, mostrando marcação nuclear. B) Linfoma 
canino, mostrando marcação no citoplasma. C) Carcinoma tubular 
mamário em leoa, mostrando marcação na membrana. ..................... 9 
FIGURA 4 - Fotografias de nódulos de adenocarcinoma pulmonar em ratos, 
promovidos por xenoenxertos, mostrando que MCT-1 promoveu 
um maior desenvolvimento dos tumores, em comparação com o 
grupo controle sem MCT-1. ............................................................... 11 
FIGURA 5 - Fotomicrografia de fragmento de osteossarcoma canino, marcado 
com anticorpo anti p53, mostrando marcação nuclear nas células 
tumorais. DAB, contracoloração com hematoxilina de Mayer, 60µm 13 
FIGURA 6 - Fotografias mostrando aspecto macroscópico da superfície dorsal 
da língua de ratos Wistar. A) Mucosa normal. B) Aspecto irregular 
com alterações leves. C) Aspecto irregular com alterações 
moderadas. Placas brancas leucoplásicas. D) Aspecto irregular 
com alterações graves e superfície papilomatosa erosiva. E) Lesão 
exofítica. F) Placa leucoplásica. G) Lesão erosiva na borda lateral 
da língua. H) Lesão erosiva com mancha eritroplásica vermelha. .... 16 
v 
 
FIGURA 7 - Fotomicrografia de fragmento de carcinoma espinocelular oral em 
gato, marcado com anticorpo anti p53. As setas indicam a 
marcação nuclear. DAB, contracoloração com hematoxilina. ........... 17 
FIGURA 8 - Fotomicrografias de fragmentos de carcinoma basocelular 
humano. A) CBC morfeiforme. HE, 100X. B) CBC morfeiforme 
marcado com anticorpo anti p53. DAB, contracoloração com 
hematoxilina de Harris, 200X. C) CBC nodular. HE, 100X. D) CBC 
nodular marcado com anticorpo anti p53. DAB, contracoloração 
com hematoxilina de Harris, 200X. .................................................... 23 
FIGURA 9 - Fotomicrografias de fragmentos neoplasia cutânea humana, 
marcados com anticorpo anti p53. A) Ceratose Actínica. B) 
Carcinoma Espinocelular. DAB, contracoloração com hematoxilina 
de Harris, 100X. ................................................................................ 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
Adp53 p53 adenoviral 
BAX Bcl-2 Associated X Protein 
CBC Carcinoma basocelular 
CdK Cyclin dependent Kinase 
CEC Carcinoma espinocelular cutâneo 
CECO Carcinoma espinocelular oral 
C. elegans Caenorhabditis elegans 
CEP-1 Caenorhabditis elegans protein-1 
CRC Câncer colorretal 
ELISA Enzyme-linked immunosorbent assay 
FASR Fas Receptor 
Fox0 Forkhead box 
G Gap: intervalo 
HPV Papilomavírus Humano 
IGF-BP3 Insulin like growth factor binding protein 3 
JEG Adenocarcinoma da junção esofagogástrica 
MCT-1 múltiplas cópias em doença maligna de células T 
Mdm2 Murine doble minute 2 
NSCLC Non-small-cell lung carcinoma: carcinoma pulmonar de células 
não pequenas 
NOXA Gene pró-apoptótico 
PCNA Proliferating Cell Nuclear Antigen 
PCR-RFLP Polymerase Chain Reaction - Restrictios Fragment LenghtPolymorphism: Polimorfismo dos comprimentos dos fragmentos 
de restrição 
PUMA P53 Upregulated Modular of Apoptosis 
RITA Reativação de p53 e Indução da Apoptose de células Tumorais 
S Synthesis: síntese 
TP53 tumor protein 53 
UC Colite ulcerosa 
XPC Xeroderma pigmentosum-complementation group C 
1 INTRODUÇÃO 
 
 O câncer é uma doença genética cuja evolução conduz a inúmeras 
alterações no DNA. Os proto-oncogenes são genes responsáveis pela regulação 
positiva da proliferação celular, enquanto os genes supressores de tumor se 
encarregam de inibir a multiplicação das células. Durante o desenvolvimento das 
neoplasias ocorre a ativação de proto-oncogenes simultânea a inativação de 
genes supressores de tumor. A mutação de um oncogene promove divisões 
celulares sem restrição e a mutação de um gene supressor de tumor leva a 
produção de proteínas defeituosas. 
 Há cerca de duas décadas, p53, uma proteína relacionada ao bloqueio 
do ciclo celular em caso de dano ao DNA, tornou-se um foco de pesquisas e a 
sua bioquímica, suas funções biológicas e sua relevância para o câncer, têm 
proporcionado uma série de conhecimentos para a oncologia. 
Em 1982 foi feita a primeira descrição dos anticorpos contra a proteína 
p53 humana. Inicialmente o método de detecção utilizado era imunoprecipitação, 
mais tarde passou a ser realizado por ELISA (Enzyme-linked immunosorbent 
assay) (CRAWFORD et al., 1982). 
 A análise sorológica é um ensaio global que não depende da 
amostragem e o mecanismo que leva à formação destes anticorpos é pouco 
conhecido. Além disso, o acúmulo de p53 mutante também é um componente 
importante da resposta humoral e os anticorpos podem reconhecer tanto o tipo 
selvagem, quanto a p53 mutante (SOUSSI, 2000). 
 A imunoistoquímica tem sido utilizada na detecção da proteína p53 
mutante em diversas neoplasias. O anticorpo anti p53 reconhece antígenos que 
são expressos pelas células neoplásicas, permitindo conhecer melhor a biologia 
do câncer e obter informações como imunorreatividade de receptores de 
membrana e características proliferativas do tumor (DE NARDI, 2007). 
 As tecnologias em genética molecular têm favorecido o conhecimento 
do gene TP53, mostrando a influência das suas alterações no desenvolvimento 
das neoplasias. A procura por terapias seletivas contra o câncer, proporcionando 
um direcionamento específico para as células neoplásicas, vem estimulando a 
ideia de desenvolver meios para reconstituir a função da p53 selvagem. 
2 
 
 Com esta revisão de literatura pretendeu-se reunir, de forma global, 
informações importantes sobre a p53, especialmente sobre sua ação supressora 
de tumor, relação com outros genes, expressão nos diferentes tipos de neoplasias 
e papel no tratamento anticâncer. 
3 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
 
2.1 A proteína p53 
 
 O gene supressor de tumor TP53 (tumor protein 53) está localizado, na 
espécie canina, no cromossomo cinco e codifica a proteína p53 (phosphoprotein 
53) (MAXIMOV & MAXIMOV, 2008; FERREIRA & ROCHA, 2010). 
 O TP53 é um gene regulador de uma extensa rede que controla a 
integridade do genoma frente a danos celulares, como alterações cromossômicas, 
depleção de metabólitos, choque térmico, hipóxia, oncoproteínas virais e ativação 
de oncogenes celulares (MENENDEZ et al., 2007; MAXIMOV & MAXIMOV, 2008; 
FERREIRA & ROCHA, 2010). A variedade de fatores, como o estresse e 
cofatores de transcrição pode influenciar a interação direta entre p53 e o reparo 
ao DNA (VOGELSTEIN et al., 2000). 
 Tais atividades ocorrem durante o desenvolvilmento do câncer e 
resultam em mudanças biológicas, como o equilíbrio entre a apoptose e a 
sobrevivência celular (MENENDEZ et al., 2007; PETITJEAN et al., 2007). As 
células tumorais são geneticamente instáveis e acumulam rearranjos 
cromossômicos desequilibrados (PAMPALONA et al., 2012). 
 Os telômeros, estruturas que formam as extremidades dos 
cromossomos, quando excessivamente curtos, promovem instabilidade 
cromossômica, observada no início da formação do câncer humano. O 
encurtamento dos telômeros ocorre devido à excessiva proliferação celular, com 
deficiência no ponto de checagem, por disfunção da p53, promovendo o 
aparecimento de extremidades não niveladas, levando a tipos complexos de 
anormalidades genômicas que são características das células tumorais humanas 
(ARTANDI et al., 2000). 
 Além dessa disfunção, a tetraploidia, três réplicas para cada 
cromossomo, também é observada nos primeiros estágios da carcinogênese 
(PAMPALONA et al., 2012). 
 Para determinar o mecanismo pelo qual a tetraploidia acontece em um 
ambiente onde a disfunção telomérica progressiva ocorre, células epiteliais 
mamárias humanas foram cultivadas e tratadas para obtenção de preparações 
4 
 
cromossômicas em metáfase. A presença de células mononucleadas e 
binucleadas (Figura 1) foi analisada por imunofluorescência (PAMPALONA et al., 
2012). 
 
 
FIGURA 1 - A) Imunofluorescência de alfa e beta-tubulina, 
mostando células epitelias mamárias humanas 
mononucleadas e binucleadas (asteriscos). 
DAPI. B) Imuno FISH combinando alfa e beta 
tubulina em conjunto com sondas específicas de 
DNA para os cromossomos quatro e 18 
revelando duas células tetraplóides 
monucleadas (acima), e uma célula tetraplóide 
binucleada (abaixo). 
Fonte: PAMPALONA et al. (2012) 
 
 A maioria das células tetraplóides continham dois núcleos em um único 
citoplasma, no entanto, uma fração de células mononucleadas poliplóides 
também foi observada. As análises mostraram uma diminuição gradual na 
frequência de células binucleadas após a restauração da telomerase e uma 
redução significativa após a transdução (PAMPALONA et al., 2012). 
 Em conjunto, estes resultados demonstram que a restauração da 
telomerase reduz a formação espontânea de células binucleadas. Sugerem, 
ainda, que os telômeros curtos disfuncionais, associados à deficiência no ponto 
de checagem do ciclo celular, por disfunção da p53, podem promover a formação 
de células tetraplóides. A inativação, das vias moduladas pela p53, ocorre em 
muitos tipos de tumores em ambiente permissivo para a proliferação de células 
anormais (PAMPALONA et al., 2012). 
5 
 
 A proteína p53 está diretamente relacionada ao bloqueio do ciclo 
celular (Figura 2), no caso de dano ao DNA. Esta proteína sinaliza o bloqueio do 
ciclo celular no ponto de checagem na fase G1/S (Gap – intervalo / Synthesis - 
síntese). O ponto de checagem corresponde a um mecanismo para impedir a 
formação de células anômalas. A p53 possui vários mecanismos para efetuar o 
reparo ou induzir a apoptose, e diferentes fatores induzem a p53 a gerar a 
resposta celular mais adequada (ZÖRNIG et al., 2001; BROOKS & GU, 2003; WU 
et al., 2006; MAXIMOV & MAXIMOV, 2008). 
 
 
FIGURA 2 - Esquema do ciclo celular mostrando a intérfase (G1, S e G2) e 
fase mitótica. O ponto de checagem G1/S é o local onde a p53 
efetua o bloqueio do ciclo, em caso de dano ao DNA. 
Fonte: Adaptado de www.sobiologia.com.br 
 
 P53 foi a primeira proteína não histona, ou seja, que permanece após 
as histonas serem removidas, regulada por acetilação e desacetilação. Os níveis 
de acetilação da p53 aumentam, significativamente, em resposta ao estresse. Na 
ausência de estresse celular, a proteína p53 é mantida em baixos níveis, sem 
exercer efeito sobre o destino da célula. (LUO et al., 2000; OREN, 2003). 
6 
 
 Os tipos de estresse que promovem a ativação da p53 incluem as 
condições associadas com a iniciação e progressão do câncer. Desta forma, p53 
é um ativador de transcrição de sequência específica, pois se liga a elementos 
dentro do genoma e ativaa transcrição de genes que residem nas imediações 
dos locais de ligação. Existe um contexto celular, dentre eles a disponibilidade de 
sinais de sobrevivência, definido por eventos de sinalização intra e extracelulares, 
que promove alterações genéticas e afeta o estado funcional da p53 (OREN, 
2003). 
 As alterações genéticas que tenham impacto sobre a competência de 
outras proteínas associadas à apoptose, o controle do ciclo celular e o reparo de 
danos ao DNA, são capazes de modular a probabilidade da ação da p53, bem 
como o resultado da ativação biológica e suas múltiplas interações para controlar 
o crescimento das células neoplásicas (OREN, 2003). 
 A escolha de subconjuntos específicos do gene-alvo e as interações de 
p53 com outras proteínas podem fazer a diferença entre a vida e a morte, por 
apoptose, da célula em questão. O contexto celular, realizado pelo equilíbrio intra 
e extracelular nos eventos de sinalização, define se a ativação de p53 poupará a 
célula ou levará à sua morte por apoptose. Quando os sinais de sobrevivência 
celular estão disponíveis, a ativação de p53 levará, provavelmente, à interrupção 
da progressão do ciclo celular. Na ausência de fatores de sobrevivência 
adequada, será mais provável que p53 conduza à apoptose (OREN, 2003). 
 Quando as células sofrem agressão, a p53 se acumula no núcleo, onde 
pode regular os seus alvos de transcrição para induzir os eventos como apoptose 
e parada do ciclo celular (ZHANG & XIONG, 2001). Logo, na célula, a principal 
localização da p53, é o núcleo, onde promove a transativação dos genes-alvo. No 
entanto, a p53 também pode ter alguma função de transcrição no citoplasma. E 
raramente, por indução da apoptose, será encontrada na membrana (ERSTER et 
al., 2004). 
 Outros papéis para p53 têm sido estabelecidos, incluindo a 
senescência, angiogênese, autofagia e metabolismo de carbono e lipídeos 
(VOUSDEN & PRIVES, 2009). O Caenorhabditis elegans é um nematódeo 
utilizado como modelo para estudar o envelhecimento (MCGEE et al., 2012). 
 
7 
 
 CEP-1 (Caenorhabditis elegans protein) é uma proteína, no C. elegans, 
evolutivamente relacionada com a p53 do mamífero, cuja expressão é precoce 
nos tumores uterinos e diminui com a idade. A partir de oócitos não fertilizados, 
C. elegans apresenta crescimentos uterinos exacerbados com a idade, 
despertando o interesse pelo estudo dos mecanismos dos fenótipos do 
envelhecimento relacionados com a idade germinativa (MCGEE et al., 2012). 
 CEP-1 controla a transcrição de muitos genes-alvo e promove 
apoptose induzida por dano ao DNA. No entanto há uma diminuição significativa 
na transcrição de cep-1, com a idade, no C. elegans (DERRY et al., 2001; 
SCHUMACHER et al., 2001; MCGEE et al., 2012). 
 O aumento de danos ao DNA por apoptose induzida, em conjunto com 
níveis diminuídos de CEP-1, juntamente com tecidos com prováveis 
consequências funcionais, poderia dar mais detalhes sobre a idade de tumores 
uterinos em outras espécies. Nos mamíferos, a atividade de p53 também diminui 
com a idade, e esta diminuição pode ser um fator contribuinte para o aumento da 
incidência das neoplasias na população de idosos (MCGEE et al., 2012). 
 A p53 humana e canina apresentam estrutura e funções semelhantes 
(VELDHOEN & MILNER, 1998). 
 
 
2.2 Vias de sinalização dependentes da proteína p53 
 
 Existem vias de sinalização, no ciclo celular, que são dependentes da 
ação da p53. A sequência específica do fator de transcrição da p53 coordena a 
expressão de um grande número de genes alvo que participam em diferentes 
respostas celulares a condições de estresse (MENENDEZ et al., 2009). 
 Por meio da ativação da p21, proteína reguladora da transmissão da 
fase G1 para S no ciclo celular, p53 controla a fosforilação do complexo molecular 
ativo ciclina-CdK (cyclin dependent kinase), interrompendo o ciclo celular 
(PECORINO, 2008). 
 Pela conjugação da p21 à proteína PCNA (proliferating cell nuclear 
antigen), p53 promove o reparo ao DNA. Este também ocorre pelo estímulo direto 
à proteína codificada pelo gene XPC (Xeroderma pigmentosum-complementation 
8 
 
group C), que está envolvido com o reparo por excisão de nucleotídeos 
(PECORINO, 2008). 
 P53, também, induz a apoptose ao regular a expressão de mediadores 
anti ou pró-apoptóticos, envolvidos em atividades celulares, como os membros da 
família de proteínas Bcl-2: NOXA (gene pro-apoptótico), PUMA (P53 upregulated 
modulator of apoptosis), BAX (Bcl-2 associated X protein), proteína FASR (Fas 
Receptor) e a proteína IGF-BP3 (Insulin-like growth factor binding protein 3) 
(PECORINO, 2008). 
 A apoptose regulada por p53, quando ativada pela via intrínseca, é 
dependente da ativação de Bcl-2, que controla a liberação da proteína citocromo 
C, a partir da membrana interna da mitocôndria, promovendo a morte celular 
(HAUPT et al., 1995; KELEKAR & THOMPSON, 1998). 
 
 
2.3 Mutação da p53 
 
 A inativação da via p53 no câncer frequentemente ocorre por meio da 
expressão da proteína p53 mutante (ANDREOTTI et al., 2011). A proteção celular 
é alterada por mutações do gene TP53, combinadas com diferentes 
polimorfismos, originando uma proteína não funcional (PIETSCH et al., 2006; WU 
et al., 2006). As mutações são herdadas ou ocorrem por exposição à 
carcinógenos ambientais ou agentes infecciosos. Acontecem sobre o domínio 
central da região codificadora, entre os exons três e nove, alterando a ligação 
com as sequências no DNA e promovendo alterações no potencial invasivo e 
migratório das células tumorais (CADWELL & ZAMBETTI, 2001; HAGA et al., 
2001; FERREIRA & ROCHA, 2010). 
 Em resposta ao estresse, a acetilação de p53 pode induzir a acetilação 
da lisina 120 (K120), dentro do domínio de ligação ao DNA. Esta lisina é um sítio 
de repetição para a mutação da p53 no câncer, retendo a sua capacidade de 
interromper o crescimento celular (TANG et al., 2006). 
 Como um guardião completo da integridade do genoma, p53 mutante 
confere as vantagens de promoção da sobrevivência das células cancerosas, 
9 
 
exercendo efeitos anti-apoptóticos, essenciais para o desenvolvimento de um 
organismo (KIM et al., 2009). 
 A p53 mutante ocorre em 50% a 70% das neoplasias, está associada à 
pior sobrevida global livre de doença e tem sido implicada na resistência às 
terapias anticâncer. Sua expressão indica um prognóstico preditivo (NGUYEN et 
al., 1996; ZÖRNIG et al., 2001; MILLER et al., 2005; SOUSSI & LOZANO, 2005). 
 O aumento da frequência de p53 mutante em um nódulo inflamatório 
não tumoral, como uma lesão pré neoplásica, pode ser considerado como um 
marcador de aumento da susceptibilidade ao câncer (HUSSAIN et al., 2000). 
 Em células normais a concentração de p53 está abaixo dos valores 
detectáveis pela imunoistoquímica, já a p53 mutante se acumula nas células, 
sendo eliminada lentamente e expressa pela imunoistoquímica, como evidenciado 
na Figura 3 (DE NARDI, 2007). 
 
 
FIGURA 3 - Fotomicrografias de fragmentos de neoplasias, marcadas com 
anticorpo anti p53. DAB, contracoloração com hematoxilina. A) 
Mastocioma canino, mostrando marcação nuclear. B) Linfoma 
canino, mostrando marcação no citoplasma. C) Carcinoma tubular 
mamário em leoa, mostrando marcação na membrana. 
 
 
 
2.4 A influência de outros genes sobre p53 
 
 Vários genes podem ser recrutados simultaneamente dentro da mesma 
célula. A escolha dos genes específicos parece ter envolvimento com a interação 
de uma variedade de outras proteínas, favorecendo a transativação de genes pró-
apoptóticos. Qualquer alteração genética que tenha impacto sobre a competência 
de outras proteínas envolvidas com aapoptose, controle do ciclo celular ou 
reparo aos danos do DNA, também são capazes de modular a resposta da p53 ao 
estresse (OREN, 2003). 
10 
 
2.4.1 O gene Mdm2 
 
 A proteína p53 tem sua função supressora de tumor regulada de forma 
negativa, ou seja, inativada pelo gene Mdm2 (Murine doble minute 2). As 
alterações genéticas das células tumorais, como a superexpressão de Mdm2, 
afetam o estado funcional da p53. A maior parte da regulação negativa de p53 é 
executada pela proteína Mdm2, que é um produto de um proto-oncogene 
expresso na maioria dos tumores humanos (DEB, 2002; BROOKS & GU, 2006; 
TANG et al., 2008). 
 Mdm2 leva à repressão da expressão de p53 por três mecanismos. 
No primeiro, Mdm2 se liga a p53 na seu domínio de transativação e bloqueia sua 
capacidade de ativar a transcrição. No segundo, promove a exportação nuclear 
de p53 para o citoplasma. E no terceiro, Mdm2 serve como uma ligase de 
ubiquitina que promove a degradação de p53 (MICHAEL & OREN, 2003). 
 Dos três mecanismos, destaca-se a ubiquitinação na extremidade 
carboxi-terminal da cadeia polipeptídica, exportando a p53 do núcleo para o 
citoplasma, onde a p53 será degradada pelo proteossoma, justificando a 
esporádica expressão citoplasmática de p53 pela imunoistoquímica e 
caracterizando uma forma mais agressiva de tumor (ZHANG & XIONG, 2001; 
TEIXEIRA et al., 2011). Em situações normais, quando há mutação envolvendo o 
gene p53, a estrutura quaternária da proteína p53 é modificada, alterando as 
posições dos epítopos de MDM2, evitando o processo de degradação, mantendo 
um acúmulo da proteína p53 no núcleo da célula (LEHRBACH et al., 2009). 
 Mdm2 pode interferir na atividade transcricional de p53, em virtude da 
sua ligação aos domínios de transativação N-terminal de p53, desempenhando 
um papel central na degradação contínua da p53, mesmo sob condições não 
estressantes. Mdm2 contém dois sítios no seu primeiro intron e p53 pode se 
vincular a estes sítios, acionando a expressão de Mdm2 e estabelecendo uma 
retroalimentação negativa de p53, estimulando a síntese de Mdm2 que, por sua 
vez, desliga a atividade de p53. (OREN, 2003). 
 A acetilação da p53 é suficiente para revogar a repressão de Mdm2 
durante a resposta ao estresse. Além disso, a acetilação e interação de p53 com 
Mdm2, no DNA, resultam na ativação de p53, independentemente do seu estado 
11 
 
de fosforilação. Desta forma, as funções de transcrição da p53 podem ser 
restauradas pela inativação de Mdm2 (TANG et al., 2008). 
 
 
2.4.2 Oncogene MCT-1 
 
 O oncogene MCT-1 (múltiplas cópias em doença maligna de células T) 
é altamente expresso nos linfomas humanos, promovendo a sobrevivência 
celular, proliferação e desvio no ponto de checagem (SHI et al., 2003). 
 Além disso, MCT-1 promove a depressão do gene p53, alterando a 
estabilidade da função da p53 selvagem. Em contrapartida, a p53 não pode 
conter os impactos tumorais de MCT-1, prosseguindo a malignidade celular 
(KASIAPPAN et al., 2010). 
 Seis sítios de ligação de p53 foram identificados na região MCT-1, 
sendo que, em células epiteliais de mama, a redução de p53 pode alterar 
inversamente a expressão de MCT-1. O potencial oncogênico de MCT-1 também 
foi além da função protetora de p53 em xenoenxertos de células de 
adenocarcinoma pulmonar em ratos (Figura 4). O grupo expressando MCT-1 
apresentou desenvolvimento do tumor 12,8 vezes maior, comparado ao grupo 
controle (KASIAPPAN et al., 2010). 
 
 
FIGURA 4 - Fotografias de nódulos de adenocarcinoma pulmonar em ratos, 
promovidos por xenoenxertos, mostrando que MCT-1 promoveu um 
maior desenvolvimento dos tumores, em comparação com o grupo 
controle sem MCT-1. 
Fonte: KASIAPPAN et al. (2010) 
 
 Nem mesmo a reativação da p53 pôde comprometer o crescimento dos 
tumores induzidas pelo MCT-1, ou seja, o potencial oncogênico de MCT-1 
12 
 
ultrapassa a capacidade de supressão tumoral de p53. Conseguir um equilíbrio 
entre eles poderia determinar a prevenção do desenvolvimento tumoral e a 
disfunção de MCT-1 seria uma estratégia para a inibição da tumorigenicidade 
(KASIAPPAN et al., 2010). 
 
 
2.4.3 Gene Fox03 
 
 Existe uma ligação entre o envelhecimento e o câncer e as 
intervenções que prolongam a vida podem diminuir a incidência de tumores 
(MASORO, 2005). Da mesma forma, os genes que estendem a vida fazem parte 
de uma rede molecular que suprime a tumorigênese (RENAULT et al., 2011). 
 O grupo FoxO (Forkhead Box - FoxO1, FoxO3, FoxO4 e FoxO6) 
pertence a uma família de genes de fatores de transcrição e desempenha um 
papel fundamental na ligação entre a longevidade e a supressão do tumor. Atua, 
também, como um supressor de tumor de linhagem específica em mamíferos 
(PAIK et al., 2007). 
 FoxO3 está envolvida com o controle, tanto do envelhecimento quanto 
do câncer. Tendo relação, também, com a parada do ciclo celular, o reparo ao 
DNA, hipóxia e apoptose (RENAULT et al., 2009). 
 Além da ligação entre o envelhecimento e o câncer, existe interação, 
direta e indireta, entre FoxO3 e p53 na supressão tumoral (WANG et al., 2008). 
 FoxO3 e p53 compartilham funções em comum, mas estas duas 
moléculas podem ter papéis antagonista sobre o tempo de vida no organismo. A 
regulação da expressão gênica por FoxO3 e p53 pode ser específica para um 
determinado tipo de tecido, podendo funcionar melhor em algumas células em 
relação a outras (RENAULT et al., 2011). 
 A ação de p53 promove o envelhecimento em ratos, vermes e moscas, 
diminuindo o tempo de vida em moscas macho, porém aumentando a 
longevidade em moscas fêmeas (MAIER et al., 2004; ARUM & JOHNSON, 2007; 
SHEN & TOWER, 2010). 
 As bases moleculares para as diferenças entre FoxO3 e p53 no 
envelhecimento não são conhecidas, mas entender a relação entre estas duas 
13 
 
proteínas pode fornecer informações essenciais para os mecanismos que 
regulam a longevidade (RENAULT et al., 2011). 
 
 
2.5 A proteína p53 em diversos tipos de câncer 
 
2.5.1 Osteossarcoma 
 
 LOUKOPOULOS et al. (2003) avaliaram 167 tumores ósseos caninos 
e classificaram os osteossarcomas em subtipos histológicos, de acordo com a 
matriz extracelular, em osteoblástico, condroblástico, fibroblástico, pouco 
diferenciado, de células gigantes e telangiectásico. A análise foi feita de acordo 
com a frequência e intensidade de marcação para p53 (Figura 5). A intensidade 
da marcação nuclear foi estimada e expressa como fraca, moderada ou forte. A 
marcação citoplasmática foi observada, porém só foi registrada como positiva 
quando a marcação nuclear também estava presente. 
 
 
FIGURA 5 - Fotomicrografia de fragmento de 
osteossarcoma canino, marcado 
com anticorpo anti p53, mostrando 
marcação nuclear nas células 
tumorais. DAB, contracoloração 
com hematoxilina de Mayer, 60µm 
Fonte: LOUKOPOULOS et al. (2003) 
 
14 
 
 Uma correlação direta foi percebida entre a marcação de p53 e os 
parâmetros clínico patológicos, incluindo a avaliação histológica como o número 
de figuras mitóticas, grau de necrose tumoral e grau de pleomorfismo nuclear. O 
índice de p53 foi maior em osteossarcomas condroblásticos, que apresentam 
comportamento biológico mais agressivo e taxa de proliferação celular 
descontrolada (LOUKOPOULOS et al., 2003). 
 
 
 
2.5.2 Câncer de mama 
 
 O câncer de mama é a neoplasia mais comum em cadelas e 50% 
destes tumores são malignos, sendo que o seu comportamento biológico é 
semelhante ao do mesmo tumor na espécie humana (ZUCCARI et al., 2005). 
 A expressão de p53 em carcinomas mamários está associada com a 
agressividade tumoral, resistência à quimioterapiae recidiva 
(KUMARAGURUPARAN et al., 2006). 
 DE NARDI (2007) analisou 60 amostras de tumores mamários em 
cadelas por meio da imunoistoquímica e estabeleceu um escore pontuando a 
intensidade da coloração. Houve baixa expressão de p53 nos adenomas e 
marcação acentuada nos carcinomas com pior prognóstico, nas metástases e nos 
carcinomas inflamatórios, associando a mutação de p53 com a malignidade das 
neoplasias mamárias. 
 TEIXEIRA et al. (2011) avaliaram a expressão da proteína p53, por 
imunoistoquímica, em tecido mamário com carcinoma e glândulas normais do 
mesmo animal, totalizando 18 cadelas. Analisaram, também, as mutações no 
éxon oito do gene Tp53, pela técnica de PCR-RFLP (Polymerase Chain Reaction 
- Restrictions Fragment Lenght Polymorphism: Polimorfismo dos comprimentos 
dos fragmentos de restrição). Como marcação imunoistoquímica consideraram a 
localização nuclear e citoplasmática. Não foi observada nenhuma expressão da 
p53 no grupo das glândulas normais. Também, não houve associação 
estatisticamente significativa entre o grau histológico e a intensidade da 
imunomarcação no grupo dos carcinomas. 
15 
 
 O estudo pela técnica de PCR-RFLP apresentou resultados 
dependentes de mutações em locais específicos, pois as mutações observadas 
no éxon oito foram frequentes, inclusive nas mamas que ainda não apresentavam 
alterações histopatológicas. Este exame pode vir a ser uma importante ferramenta 
para o estudo da carcinogênese mamária em cadela, permitindo gerar 
diagnósticos precoces (TEIXEIRA et al., 2011). 
 
 
2.5.3 Linfoma canino 
 
 As características histológicas, imunológicas e a resposta à terapia do 
linfoma são semelhantes no cão e no homem, sendo que nos cães, o linfoma B 
ocorre com maior frequência e o linfoma T tem pior prognóstico (KIUPEL et al., 
1999; CALAZANS, 2009). A intensidade da expressão de p53 está relacionada ao 
grau histológico do linfoma canino, sendo maior nos linfomas de célula T 
(SUEIRO et al., 2004). 
 A sequência do gene TP53 e a expressão da p53 foram analisadas em 
amostras de neoplasia, linfonodo e bulbo piloso de tecido normal de 12 cães com 
linfoma canino. A imunomarcação de p53 foi obtida pela imunoistoquímica e a 
sequência do gene por extração do DNA genômico e PCR. A maioria (90%) dos 
linfomas apresentou expressão de p53. O único linfoma que não apresentou 
marcação foi classificado como centrocítico-centroblástico, com baixo grau de 
malignidade. As maiores expressões ocorreram nos pacientes com menor tempo 
de sobrevida, associando a imunomarcação de p53 com o prognóstico 
desfavorável. Não houve relação entre a reatividade pela imunoistoquímica e as 
mutações na região entre os éxons quatro e nove do gene TP53 (CALAZANS, 
2009). 
 
 
2.5.4 Carcinoma espinocelular oral 
 
 Em todo o mundo, mais de 300.000 novos casos de carcinoma 
espinocelular oral (CECO), são diagnosticados por ano, em seres humanos. Os 
16 
 
principais fatores associados ao desenvolvimento desta neoplasia são o 
tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas (GREENLEE et al., 2000; 
MINICUCCI, 2008). 
 A leucoplasia, placa queratótica branca, é a lesão pré-neoplásica mais 
comum que precede o CECO (BRENNAN et al., 2007). 
 MINICUCCI (2008) investigou o papel da proteína p53 e do gene TP53, 
induzindo a carcinogênese bucal por agente químico, em língua de rato Wistar. As 
lesões iniciaram após a 12ª semana de tratamento (Figura 6), sendo observado 
CECO a partir da 20ª semana. A expressão de p53 nuclear foi observada nas 
displasias e no carcinoma. Porém, as amostras estudadas apresentaram 
sequenciamento idêntico ao controle utilizado, sem nenhuma mutação na região 
entre os éxons cinco e oito do gene TP53. Concluiu-se que a expressão de p53 
não foi relacionada à presença de mutações entre os éxons cinco e oito do gene 
TP53. 
 
 
FIGURA 6 - Fotografias mostrando aspecto macroscópico da superfície dorsal da 
língua de ratos Wistar. A) Mucosa normal. B) Aspecto irregular com 
alterações leves. C) Aspecto irregular com alterações moderadas. 
Placas brancas leucoplásicas. D) Aspecto irregular com alterações 
graves e superfície papilomatosa erosiva. E) Lesão exofítica. F) 
Placa leucoplásica. G) Lesão erosiva na borda lateral da língua. H) 
Lesão erosiva com mancha eritroplásica vermelha. 
Fonte: MINICUCCI (2008) 
 
 A fumaça, de produtos do tabaco, contem substâncias cancerígenas 
que podem afetar o não fumante. A exposição crônica a esta fumaça pode colocar 
17 
 
indivíduos não fumantes em risco maior de desenvolver neoplasias. Os gatos que 
convivem com indivíduos fumantes podem ser expostos às mesmas situações 
ambientais contaminantes, tanto por meio de inalação, quanto por ingestão oral 
de partículas do fumo (BUKOWSKI & WARTENBERG, 1997; SNYDER et al., 
2004). 
 Em felinos, o carcinoma espinocelular oral é uma agressiva neoplasia, 
localmente invasiva e frequentemente ulcerativa, podendo causar mudança lítica 
em estruturas ósseas subjacentes. Mesmo com tratamento agressivo, as taxas de 
sobrevivência por mais de um ano são menores do que 10% (SNYDER et al., 
2004). 
 SNYDER et al. (2004) realizaram um estudo em 23 amostras de 
CECO, associando a expressão da p53 aos fatores como estilo de vida e 
exposição ambiental ao fumo do tabaco. Somente a marcação nuclear foi 
considerada positiva (Figura 7). Como grupo controle, foi utilizado epitélio normal 
da região lingual e sublingual de gato doméstico de pelo curto. 
 
 
FIGURA 7 - Fotomicrografia de fragmento de 
carcinoma espinocelular oral em 
gato, marcado com anticorpo anti 
p53. As setas indicam a marcação 
nuclear. DAB, contracoloração com 
hematoxilina. 
Fonte: SNYDER et al. (2004) 
 
18 
 
 As amostras dos gatos expostos ao fumo ambiental apresentaram 
expressão 4,5 vezes maior que os tumores de gatos não expostos. Todos os 
aspectos investigados, sobre a rotina do animal, correlacionados com a 
expressão, positiva ou negativa, de p53 estão listadas na Tabela 1. Os dados 
indicam que a expressão de p53 frequentemente ocorre em CECO de gatos 
domésticos e sugerem o envolvimento desta proteína na carcinogênese do tumor 
(SNYDER et al., 2004). 
 
TABELA 1- Associação entre diversos fatores de risco, no ambiente do gato 
doméstico, com a expressão de p53 no carcinoma espinocelular oral. 
CARACTERÍSTICA AVALIADA VARIÁVEL p53 + p53 - TOTAL 
Gênero masculino 
feminino 
9 
6 
7 
1 
16 
7 
Componente principal da dieta alimento seco 
enlatado 
5 
10 
2 
6 
7 
16 
Qualquer atum na dieta não 
sim 
7 
8 
4 
4 
11 
12 
Uso de produto de antipulgas nunca 
sempre 
6 
9 
2 
6 
8 
15 
Uso de coleira antipulgas nunca 
sempre 
9 
6 
4 
4 
13 
10 
Uso de xampu antipulgas nunca 
sempre 
15 
0 
8 
0 
23 
0 
Comprimento da pelagem longo 
curto 
4 
11 
5 
3 
9 
14 
Exposição domiciliar ao tabaco nunca 
sempre 
6 
9 
6 
2 
12 
11 
Duração da exposição em 
anos* 
< 5 anos 
≥ 5 anos 
7 
7 
7 
1 
14 
8 
Número de cigarros por dia* < 20 
≥ 20 
11 
3 
7 
1 
18 
4 
*Análise limitada aos gatos expostos a qualquer agregado fumante 
Fonte: Adaptado de SNYDER et al. (2004) 
 
19 
 
 SNYDER et al. (2004) encontraram uma forte associação entre a 
marcação de p53 e a exposição ao fumo ambiental nas amostras de CECO. Além 
disso, gatas e felinos de pelo curto têm uma probabilidade de maior expressão 
desta proteína. Alimentos enlatados, ingestão de atum e utilização de produtos 
antipulgas aumentam o risco do CECO em gatos,no entanto, não estão 
associados ao aumento da expressão de p53. 
 
 
2.5.5 Papilomavírus humano 
 
 O papilomavírus humano (HPV) desempenha um importante papel na 
indução de carcinomas do colo uterino. A maioria dos carcinomas cervicais 
expressa uma oncoproteína viral, que promove a degradação da p53 e a 
transferência horizontal de oncogenes de HPV, podendo ser um mecanismo 
alternativo de carcinogênese (GAIFFE et al., 2012). 
 Os oncogenes do HPV são capazes de transformar células e bloquear 
a via de supressão da p53. O DNA viral, transferido por células apoptóticas, pode 
ser reutilizado pelas células receptoras, que expressam diminuição dos níveis de 
p53 selvagem, podendo explicar as alterações no circuito de controle do 
crescimento e a transformação cancerosa (BERGSMEDH et al., 2002; 
BERGSMEDH et al., 2006). 
 
 
2.5.6 Tumores do trato gastrointestinal 
 
 O câncer de esôfago representa a terceira causa mais comum de 
câncer do trato gastrointestinal em seres humanos. Fatores ambientais, estilo de 
vida, doença celíaca e raça negra são fatores predisponentes a este tipo de 
câncer. O TP53 é o principal gene alterado nos tumores de esôfago, sendo que o 
carcinoma esofágico apresenta a segunda maior incidência de mutação deste 
gene (COTRAN et al., 2000). 
 FELIN et al. (2008) escolheram 31 amostras de carcinoma de células 
escamosas de esôfago humano. Amostras de áreas não-tumorais da mucosa 
20 
 
adjacente, referentes a cada caso, foram incluídas no estudo para fins de 
comparação. A expressão de p53 foi considerada positiva quando a marcação 
nuclear ocorreu em quantidade igual ou superior a 10%. A análise 
imunoistoquímica foi estatisticamente diferente do tecido normal em 15 amostras 
tumorais, ou seja, 48,38% das amostras tumorais apresentaram p53 mutante. 
Com base nos achados deste estudo, a proteína p53 não pode ser associada ao 
estadiamento destes tumores, devendo ser mais amplamente estudada em 
relação a outros parâmetros histopatológicos. 
 O adenocarcinoma da junção esofagogástrica (JEG) é um tumor que 
acontece 5 cm acima ou abaixo da cárdia anatômica. Nas últimas décadas houve 
uma aumento considerável do número de casos de (JEG) nos países ocidentais. 
No Brasil, esta é uma neoplasia comum, com taxa de mortalidade elevada 
(SIEWERT & STEIN, 1998). 
 Cortes histológicos de 75 JEG foram analisados por imunoistoquímica 
para a p53, tendo marcação positiva em todos os tumores, mas não houve 
associação entre a expressão e a invasão vascular ou perineural, características 
que determinam a sobrevida geral nos pacientes com JEG (LEHRBACH et al., 
2009). 
 O câncer colorretal (CRC) é o terceiro câncer mais comum em homens 
e o segundo em mulheres. Há 943.000 novos casos por ano. Condições 
associadas à polipose podem ter início na segunda década de vida, sendo que o 
carcinoma se desenvolve, em média, dez anos após o aparecimento dos pólipos 
(BISHNUPURI et al., 2006; ARMAGHANY et al., 2012). 
 Uma sequência de eventos leva ao desenvolvimento do câncer 
colorretal, onde o epitélio passa por transformações invasivas, correlacionadas 
com a progressão da neoplasia. As vias específicas para o seu desenvolvimento 
resultam em mutação e diferenciação de genes que regulam o crescimento 
celular. Estas alterações genéticas levam à inativação de genes supressores de 
tumor, como o TP53. A p53 mutante transforma a divisão celular em um processo 
descontrolado e induz a formação do CRC (FEARON & VOGELSTEIN, 1990; 
LIMA et al., 2006). 
 O acúmulo de células indiferenciadas nas criptas do cólon leva à 
formação de um pólipo e as mutações subsequentes, envolvendo o geneTP53, 
21 
 
podem levar ao carcinoma. A mutação da p53 ocorre, geralmente, durante a 
instabilidade cromossômica, no momento da transição adenoma-carcinoma 
(LANE & BENCHIMOL, 1990; ARMAGHANY et al., 2012). 
 Durante um estudo sobre o significado prognóstico da mutação da p53, 
os pacientes com CRC e expressão positiva da proteína, tiveram cinco anos de 
tempo de sobrevida, enquanto que os pacientes com expressão negativa 
sobreviveram por dez anos (ZENG et al., 1994). Entretanto, em outro estudo, a 
expressão de p53 nos pacientes em tratamento com quimioterapia, não teve valor 
prognóstico significativo (POPAT et al., 2006). 
 MENEZES et al. (2010) avaliaram a expressão imunoistoquímica da 
proteína p53 em 82 casos de CRC, correlacionando-a com fatores prognósticos. 
O intervalo livre da doença foi considerado a partir da remoção cirúrgica até a 
recorrência local ou distante do tumor, variando entre seis e 64 meses. A 
expressão de p53 foi positiva em 70 tumores (85,4%) e negativa em 12 (14,6%), 
sendo positiva em 84,6% dos tumores de baixo grau e 100% positiva entre os 
tumores de alto grau. 
 Houve recorrência do tumor em 18 pacientes. Não houve correlação, 
estatisticamente significativa, entre a expressão imunoistoquímica e a recorrência. 
Nos 16 pacientes que morreram durante o período do pós-operatório, a p53 foi 
positiva em 14 (87,5%) e negativa em dois (12,5%) (MENEZES et al., 2010). 
 A colite ulcerosa (UC) é uma doença inflamatória crônica que produz 
espécies reativas de oxigênio e nitrogênio e aumenta o risco do CRC. A 
instabilidade tem sido relatada em UC, podendo gerar um fenótipo mutante, 
levando ao desenvolvimento do câncer (RABINOVITCH et al., 1999). 
 HUSSAIN et al. (2000) submeteram lesões ativas e amostras normais 
de cólon à análise de códons do gene TP53. As lesões mostraram quantidade 
variável de inflamação, incluindo infiltração de neutrófilos com formação de 
microabscessos. Foi encontrada alta frequência de alelos de p53 mutante nas 
lesões com inflamação, sendo que o mesmo não ocorreu nas lesões normais do 
grupo controle, tornando consistente a hipótese de que espécies reativas, 
produzidas durante a inflamação, podem induzir estas mutações (HUSSAIN et al., 
2000). 
22 
 
 HUSSAIN et al. (2000) observaram que um número significativo de 
pacientes com UC possuem uma carga elevada de p53 mutante, sugerindo 
estudos prospectivos para determinar se UC, com expressão de p53 mutante, têm 
maior probabilidade de desenvolver CRC. 
 
 
2.5.8 Câncer de pele 
 
 O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo de câncer de pele mais comum 
em humanos. Ocorre, principalmente, em pessoas com mais de 50 anos de idade 
e gênero masculino. Apresenta-se como nódulo infiltrativo, da cor da pele, 
eritematoso ou de coloração acastanhada, com telangiectasias e aspecto 
perolado. O crescimento é lento, de baixa agressividade e raramente apresenta 
metástase (LAGE et al., 2001; CORREA et al., 2009). 
 Para identificação dos fatores de risco para o desenvolvimento de 
lesões mais agressivas, com maior potencial de recidiva e metástases, CORREA 
et al. (2009) avaliaram a expressão de p53 em 15 casos de CBC com diagnóstico 
histopatológico confirmado, comparando com amostras de indivíduos normais do 
grupo controle. Nos testes imunoistoquímicos, foram consideradas positivas as 
reações estritamente nucleares (Figura 8). Nenhum dos pacientes do grupo 
controle apresentou expressão desse marcador e, de acordo com os resultados 
encontrados neste estudo, a expressão da p53 pode indicar uma tendência à 
gravidade do carcinoma basocelular. 
 
23 
 
 
FIGURA 8 - Fotomicrografias de fragmentos de carcinoma basocelular humano. 
A) CBC morfeiforme. HE, 100X. B) CBC morfeiforme marcado com 
anticorpo anti p53. DAB, contracoloração com hematoxilina de 
Harris, 200X. C) CBC nodular. HE, 100X. D) CBC nodular marcado 
com anticorpo anti p53. DAB, contracoloração com hematoxilina de 
Harris, 200X. 
Fonte: CORREA et al. (2009) 
 
 O carcinomaespinocelular cutâneo (CEC) representa 20% das 
neoplasias malignas cutâneas em humanos e origina-se a partir da proliferação 
de células escamosas atípicas e lesões não invasivas como a ceratose actínica 
(DORNELAS et al., 2009). 
 DORNELAS et al. (2009) estudaram amostras de 30 pacientes, sendo 
dez com diagnóstico histopatológico de ceratose actínica, dez com carcinoma 
espinocelular e dez amostras de pele de pálpebra, do grupo controle negativo. O 
perfil imunoistoquímico das lesões foi considerado positivo quando as células 
apresentavam coloração acastanhada, estritamente nuclear para p53. Houve 
expressão de p53 (Figura 9), em todos os casos avaliados, sendo graduada em 
escala de um a quatro pontos. Os resultados, quando associados a outros 
24 
 
indicadores como a análise histopatológica e a apresentação clínica, sugerem que 
a expressão de p53 reflete o grau de malignidade destas lesões cutâneas, 
permitindo um diagnóstico mais seguro (DORNELAS et al., 2009). 
 
 
FIGURA 9 - Fotomicrografias de fragmentos neoplasia cutânea humana, 
marcados com anticorpo anti p53. A) Ceratose Actínica. B) 
Carcinoma Espinocelular. DAB, contracoloração com hematoxilina 
de Harris, 100X. 
Fonte: DORNELAS et al. (2009) 
 
 
2.6 Tratamentos anticâncer e a proteína p53 
 
 Tanto a senescência, quanto a apoptose contribuem para a ação do 
quimioterápico e a perda de qualquer processo promove a falha do tratamento. 
Diversos agentes anticancerígenos podem induzir a apoptose através de vias 
comuns e, as mutações que desativam estas vias, podem promover resistência a 
estes quimioterápicos. Os agentes anticâncer podem ativar a p53 selvagem a 
promover a apoptose, no entanto, os defeitos apoptóticos contribuem para a má 
evolução de pacientes portadores de tumores com p53 mutante. Além disso, a 
perda da função de p53 também pode determinar resistência ao tratamento 
(JOHNSTONE et al., 2002; SCHMITT et al., 2002). 
 A quimioterapia continua sendo o principal tratamento para doenças 
malignas sistêmicas. No entanto, alguns tumores são insensíveis a agentes 
quimioterápicos e outros adquirem resistência sobre a recidiva (JOHNSTONE et 
al., 2002). 
 Em linhagens celulares e em modelos experimentais utilizando animais 
é possível estabelecer que a reconstituição da atividade de p53 pode levar à 
25 
 
morte de células tumorais e a regressão de tumores já estabelecidos. Estes 
resultados têm estimulado a ideia de desenvolver meios para restaurar a função 
da p53 selvagem nas células neoplásicas (FOSTER et al., 1999; ANDREOTTI et 
al., 2011). 
 A ativação excessiva de p53 é considerada como uma oportunidade de 
opção para terapias seletivas contra o câncer, proporcionando um direcionamento 
para as células neoplásicas e poupando o tecido normal não afetado pelo câncer 
(OREN, 2003). 
 
 
2.6.1 As pequenas moléculas 
 
 Uma proposta de tratamento, visando a inibição do crescimento 
tumoral, é a ativação da via de p53 através da supressão da proteína Mdm2. Com 
o objetivo de identificar compostos que pudessem inibir a interação p53-Mdm2, 
VASSILEV et al. (2004) selecionaram, em uma biblioteca química, os compostos 
nutlins. Nutlins são imidazolínicos análogos que inibem a interação entre Mdm2 e 
p53. Procedeu-se o tratamento de células de cultivo do câncer de cólon, com a 
finalidade de promover a estabilização e o acúmulo da proteína p53, bloqueando 
sua saída e promovendo a ativação de outros genes regulados pela proteína p53. 
Os resultados confirmaram que a p53 do tipo selvagem pode se acumular nas 
células tratadas com nutlin-1, elevando os níveis de Mdm2, consistente com a 
ativação da via de p53. 
 Para confirmar se o acúmulo de p53 era devido à degradação da 
proteína ao invés da expressão elevada do gene TP53, foram tratadas três linhas 
celulares com nutlin-1 durante 8 horas A transcrição de p21 aumentou, de forma 
dependente da dose, nas 3 linhas de células, consistente com o acúmulo da p53. 
Em contraste, o gene TP53 não foi alterado por nutlin-1, mesmo na mais alta 
concentração (VASSILEV et al., 2004). 
 Foi feita análise do ciclo, para detecção de células em proliferação 
confirmando que nutlin-1 ativa a função celular da via p53. Além do nutlin-1, duas 
drogas genotóxicos, doxorrubicina (antibiótico da família das antraciclinas) e 
fosfato de etoposido (inibidor da enzima topoisomerase II) foram analisadas por 
26 
 
western blot, revelando que todos os três compostos induziram o acúmulo de p53. 
No entanto, somente a doxorrubicina e o etoposido causaram fosforilação, 
sugerindo que nutlin-1, provavelmente, não contribua com mecanismos 
genotóxicos, para a ativação de p53 (VASSILEV et al., 2004). 
 VASSILEV et al. (2005) também avaliaram se nutlin-3 poderia suprimir 
o crescimento de xenoenxertos de tumores de osteossarcoma humano em 
camundongos. A utilização de nutlin-3, por via oral inibiu o crescimento do tumor, 
sem perda significativa de peso e sem anormalidades durante a necropsia. 
 Da mesma forma, ANDREOTTI et al. (2011) analisaram a interação 
funcional p53-Mdm2, bem como o impacto das pequenas moléculas nessa 
interação. Nutlin se ligou a Mdm2 e RITA (reativação de p53 e indução da 
apoptose de células tumorais) a p53, levando a mudanças conformacionais nas 
proteínas. O tratamento com nutlin afetou diretamente a ligação de Mdm2 com a 
região amino-terminal de p53, conduzindo ao acúmulo de p53 em várias células 
tumorais, interrompendo o ciclo celular, sem muita evidência de toxicidade. 
 RITA é uma pequena molécula que se liga à p53, induzindo o seu 
acúmulo nas células tumorais. Além disso, RITA inibe a interação p53-Mdm-2, 
minimizando os efeitos reguladores negativos da Mdm-2 sobre a p53. Ao induzir 
esta molécula, foi possível promover a apoptose em linhagens de células 
tumorais, expressando a p53 selvagem. RITA pode ser uma esperança no 
desenvolvimento de novas drogas antineoplásicas a partir da atividade da p53 
selvagem (ISSAEVA et al., 2004). 
 
 
2.6.2 A proteína M 
 
 Com a intenção de aumentar a resistência ao câncer, a proteína M foi 
examinada em vários contextos celulares. Esta proteína interage com o tipo 
selvagem da p53, aumentando a sua estabilidade e mantendo a sua localização 
nuclear intacta e funcional, mesmo na ausência de estresse. Ao impedir a saída 
da p53 para o citoplasma, consegue evitar a sua degradação, promovendo um 
estado de hiperatividade crônica (MOORE et al., 2007). 
27 
 
 Para avaliar as funções antiproliferativas da proteína M, na presença e 
ausência de p53, ensaios de supressão de colônias foram realizados em três 
linhas de células de osteossarcoma humano. Quando a proteína M foi introduzida 
nestas células, houve supressão da formação de colônias, sugerindo que esta 
proteína tem funções supressivas de crescimento, independente de p53. Com a 
adição de p53 selvagem houve um aumento significativo na supressão do 
crescimento e redução na formação das colônias. Estes resultados sugerem que 
a proteína M pode melhorar a função supressora de colônias de p53 (MOORE et 
al., 2007). 
 Em outro estudo, ao gerar ratos com alterações no tipo selvagem da 
p53, promovendo um alelo truncado, sob o efeito da proteína M, foi possível 
perceber alta resistência ao desenvolvimento de tumores. No entanto, estes ratos 
exibiram início precoce de sintomas associados ao envelhecimento, tais como 
redução do peso, atrofia muscular, osteoporose e uma diminuição da tolerância 
ao estresse (TYNER et al., 2002). 
 
 
2.6.3 A quinase Cdc7 
 
 Cdc7 é uma quinase que desempenha um papel crítico na origem da 
replicação do DNA, sendo essencial para a proliferação de célulasnos 
mamíferos. No entanto, sua depleção provoca a morte celular, mesmo em células 
p53 positivas (MASAI & ARAI, 2002; YAMASHITA et al., 2005). 
 Neste contexto, a morte celular foi induzida em células tumorais p53 
positivas e negativas. Utilizou-se uma linhagem de células de câncer colorretal, 
analisando os efeitos da depleção da Cdc7. Em muitas células cancerosas, a 
depleção de Cdc7 provocou a morte celular. Em seguida, examinou-se o efeito de 
agentes genotóxicos, utilizados em tratamentos convencionais para o câncer, em 
combinação com inibidores de Cdc7, concluindo que o tratamento simultâneo 
estimula a apoptose. Os melhores resultados foram obtidos em células 
cancerígenas p53 positivas. No entanto, o mesmo resultado não foi observado em 
células p53 negativas (ITO et al., 2012). 
 
28 
 
2.6.4 A p53 adenoviral 
 
 As abordagens envolvendo terapia gênica de segmentação do gene 
p53 têm sido exploradas para reforçar tratamentos quimioterápicos em pacientes 
oncológicos. A p53 adenoviral (Adp53) é um adenovírus mediado (Ad) contendo 
transferência de p53 humana (NEMUNAITIS et al., 2000). 
 Vinte e quatro pacientes humanos com avançado estágio de carcinoma 
pulmonar de células não pequenas (NSCLC: Non-small-cell lung carcinoma) 
receberam um total de 83 injeções intratumoral com Adp53 associadas ao 
tratamento quimioterápico com cisplatina. A administração foi feita por 
broncoscopia ou por via percutânea (KLASTERSKY et al., 1989; NGUYEN et al., 
1996; NEMUNAITIS et al., 2000). 
 O grau de apoptose foi avaliado em amostras de biópsias coletadas 
antes do tratamento e no sétimo dia de cada curso de administração. O índice de 
apoptose foi registrado como o número de células positivas observadas por 
número de células avaliadas. Se uma única célula foi positiva, esta foi 
interpretada como evidência de apoptose. Dezessete pacientes obtiveram uma 
melhora na resposta clínica da doença e dois pacientes uma resposta parcial. A 
cisplatina isolada induz um baixo grau de apoptose nas células tumorais, 
enquanto a maioria dos pacientes mostrou um aumento no índice de apoptose 
com a suplementação de Adp53. A injeção intratumoral com Adp53, em 
combinação com a cisplatina, foi bem tolerada, sendo a febre a única toxicidade 
relacionada ao tratamento (NEMUNAITIS et al., 2000). 
 
 
29 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 As mutações no gene TP53 podem não ter correlação com a 
expressão de p53, no entanto cada tipo de câncer parece ter envolvimento com 
mutações em éxons diferentes. 
 É preciso conhecer a p53 e manter-se informado sobre suas 
atualizações e descobertas para interpretar os resultados da sua expressão nos 
diferentes tipos de câncer. As divergências podem ocorrer por muitos fatores, 
incluindo a diferença nos anticorpos utilizados, os métodos de fixação, a 
intensidade e localização da marcação, a subjetividade da interpretação e a 
técnica empregada. 
 A maioria dos estudos, que utiliza a imunoistoquímica, não considera a 
localização citoplasmática como marcação, sendo que ela é frequente e tem 
ligação com o mecanismo de exportação nuclear de p53 para o citoplasma, 
promovido pela ação inibidora de Mdm2. Este fato pode representar uma forma 
de transformação tumoral, como característica de maior agressividade. 
 A avaliação de p53 pode ser útil na identificação precoce do câncer, 
em indivíduos com exposição a agentes cancerígenos, em situações clínicas 
onde as lesões não malignas podem ser detectadas antes da progressão para o 
câncer e para determinar o prognóstico de neoplasias já existentes. 
 Restaurar a função da p53 selvagem parece ser uma esperança na 
busca de terapias seletivas contra o câncer, haja visto os resultados que têm sido 
obtidos por meio de estudos que envolvem cultivo celular e técnicas de 
diagnóstico molecular. 
 
30 
 
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