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BIOFILME DENTÁRIO

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BIOFILME DENTÁRIO 
Biofilmes são complexas comunidades tridimensionais de micro- organismos 
embebidos em uma matriz extracelular, presentes geralmente sobre uma superfície sólida. 
Biofilme dentário é o termo utilizado para descrever o acúmulo de micro-organismos na 
superfície dos dentes. As primeiras observações microscópicas do biofilme dentário foram 
feitas por Leewenhoek (1683). 
O termo biofilme define uma comunidade microbiana embebida por uma matriz 
aglutinante e firmemente aderida sobre os dentes ou outras estruturas bucais sólidas, tais 
como próteses, aparelhos ortodônticos, restaurações, su-perfície de implantes ou cálculo 
salivar (tártaro). Na maioria das vezes, essa estrutura desenvolve-se sobre a película 
adquirida. 
 
PELÍCULA ADQUIRIDA 
É uma biopelícula formada pós-eruptivamente pela absorção de proteínas e 
glicoproteínas salivares e do fluido gengival na superfície dentária. Adere ao esmalte e às 
outras superfícies sólidas presentes na boca, sendo normalmente livres de bactérias. 
Quando um dente é totalmente limpo e polido expondo a superfície do esmalte 
contendo hidroxiapatita ao ambientebucal, ele será recoberto dentro de pouco tempo pela pe-
lícula adquirida. reze proteínas específicas foram detectadas e caracterizadas 
imunologicamente na película, incluindo entre elas: glicoproteínas sulfatadas, imunoglobu-
linas (IgA, IgG), albumina, lisozima, amilase, transferrina e lactoferrina. Carboidratos como 
glicose, manose, galactose e galactosamina. 
Têm sido atribuídas à película as seguintes ações: 
 proteção ao esmalte contra ácidos de origem bacteriana, além disso, apresenta 
relativa resistência à ação de abrasivos; 
 influência na aderência de micro-organismos buscais; 
 substrato para micro-organismos adsorvidos; 
 reservatório de íons protetores, incluindo o flúor; 
 
 
COMPOSIÇÃO DO BIOFILME DENTÁRIO 
Estão presentes no biofilme dentário: polissacarídeos, células epiteliais descamadas, 
leucócitos, enzimas, sais minerais, glicoproteínas salivares, proteínas, pigmentos e restos 
alimentares. O biofilme proporciona como vantagens para os micro-organismos proteção 
frente a fatores ambientais como os mecanismos de defesa do hospedeiro e proteção ante 
substâncias potencialmente tóxicas. 
O componente bacteriano do biofilme dentário tem sido considerado como um 
ecossistema de mudanças contínuas, variando em composição nos diferentes locais da boca. 
 
ETAPAS DE FORMAÇÃO DO BIOFILME DENTÁRIO 
COMUNIDADE PIONEIRA 
Numa fase inicial, 15 minutos a 8 horas após limpeza adequada, o dente é colonizado 
por estreptococos. Nessa fase, se houver disponibilidade de sacarose, proveniente da dieta do 
hospedeiro, poderá ocorrer implantação de Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinnus. 
COMUNIDADE INTERMEDIÁRIA 
Após 24 horas de crescimento, a microbiota torna-se significativamente mais 
complexa. Espécies anaeróbias estritas e facultativas de Actinomyces se tornam 
predominantes. 
Micro-organismos ocorrem em sequência aos colonizadores iniciais que criaram 
condições ecológicas para sua implantação, precedendo e criando condições para implantação 
da comunidade clímax. 
COMUNIDADE CLÍMAX 
Com o crescimento do biofilme no sentido apical e com o aumento de sua espessura, 
os micro-organismos anaeróbios são favorecidos. Os bastonetes Gram-negativos e 
espiroquetas aumentam em número, principalmente nas camadas mais próximas ao dente. 
A progressão aceita é que a partir de uma microbiota de cocos Gram-positivos 
aeróbios, ocorre aumento na proporção de bastonetes Gram-positivos e então um aumento na 
proporção de Gram-negativos, especialmente bastonetes anaeróbios e filamentos. 
Eventualmente, depois de estabelecida uma comunidade “clímax”, tornam-se 
evidentes as espiroquetas anaeróbias. 
SINALIZAÇÃO ENTRE BACTÉRIAS DO BIOFILME (QUORUM SENSING) 
As funções do biofilme dependem da habilidade das bactérias e microcolônias 
comunicarem-se entre si. A comunicação é dependente da densidade celular e proporcionam 
características ao biofilme, como expressão de genes de resistência aos antibióticos, facilita-
ção do crescimento de espécies benéficas e impedimento do crescimento de espécies não 
desejadas para os constituintes do biofilme naquele momento. 
 
ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO BIOFILME DENTÁRIO 
BIOFILME DENTÁRIO SUPRAGENGIVAL OU CORONÁRIA 
 Biofilme da superfície dentária: o arranjo mais comum é o assentamento das bactérias 
sobre a película adquirida. A película pode ser consideravelmente espessa e contínua. 
Camada bacteriana condensada: refere-se a uma ca-mada densamente preenchida por 
micro-organismos cocoides, com espessura de 3 a 20 células e arranjos colunares. 
Corpo do biofilme dentário: ocupa a maior porção do biofilme. É composto por 
diferentes espécies de micro-organismos arranjados ocasionalmente, exceto os filamentos que 
tendem a se alinhar em ângulo reto com a superfície do esmalte, formando paliçada. 
Superfície do biofilme dentário: preenchida mais frou-xamente, apresentando amplos 
espaços intercelulares. Grande variedade de micro-organismos pode ser obser-vada na 
superfície do biofilme dentário. 
BIOFILME DENTÁRIO SUBGENGIVAL 
Forma-se abaixo da borda gengival a partir da migração apical do biofilme em 
decorrência do aumento na quantidade e diversidade de espécies bacterianas. 
Biofilme aderido: associado ao dente 
Biofilme não aderido: associado ao sulco gengival 
A matriz do biofilme subgengival é menos densa; cocos, bastonetes e filamentos são 
numerosos. O estado periodontal depende dos tipos morfológicos que colonizam a região 
apical. 
FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO DO BIOFILME DENTÁRIO 
A formação do biofilme dentário é influenciada por fatores físicos como anatomia dos 
dentes e tecidos, estrutura dentária, higiene bucal e atrito com a dieta. 
Os produtos finais do metabolismo das bactérias do biofilme dentário afetam os 
tecidos bucais, tais como esmalte e periodonto, determinando o desenvol-vimento de doença 
ou a manutenção da saúde. As mais importantes reações que acontecem no biofilme dentário 
estão relacionadas com a utilização metabólica de substratos fornecidos pela mistura 
alimento-saliva. 
HIPÓTESE DO BIOFILME DENTÁRIO ESPECÍFICO E EXÓGENO 
Proposta por Loeshe (1976), essa hipótese afirma que micro-organismos específicos 
do biofilme são responsáveis pela patogenicidade do mesmo. Desta forma não bastaria a 
presença do biofilme dentário, mas seriam necessários micro-organismos 
periodontopatogênicos ou cariogênicos no mesmo para ocorrer doença. 
Genco (1987) propôs a hipótese do biofilme dentário exógeno, na qual micro-
organismos patogênicos seriam exógenos à microbiota bucal e apenas se instalariam na 
ocorrência de alterações que predispusessem o crescimento dos mesmos. 
 
FORMAÇÃO DO BIOFILME DENTÁRIO 
FASE INICIAL 
A bactéria possui carga negativa e por energia cinética pode alcançar uma superfície 
natural que também possui carga negativa. Como a superfície da hidroxiapatita e as bactérias 
têm cargas negativas, começa a ocorrer atração das bactérias devido às forças de Van der 
Waals (energia cinética). 
 
 
FASE DE ACUMULAÇÃO 
Os mecanismos apresentados a seguir podem agir de tal forma que as bactérias se 
tornam aderidas à superfície dos tecidos bucais. 
- CAMADA DE HIDRATAÇÃO 
Quando imersa em saliva, a carga negativa da superfície do esmalte é neutralizada por 
uma camada de íons de cargas opostas, os chamados íons de oposição. Esses íons podem 
atuar como mediadores da aderência entre bactérias e superfície dentária. 
- GLICOCÁLIX 
Conjunto de estruturas de natureza polissacarídica que se acham situadas externamente 
à paredecelular. Essa estrutura poderia funcionar neutralizando as cargas negativas da 
superfície bacteriana. 
- PILI 
São organelas filamentosas mais curtas e delicadas que os flagelos. Originam-se de 
corpúsculos basais na membrana citoplasmática e são constituídos por proteína chamada 
pilina. 
Fímbrias sexuais: responsáveis pela ligação entre células doadoras e receptoras 
durante a conjugação bacteriana. 
Fímbrias comuns: são numerosas e participam na aderência (adesinas) de 
determinadas bactérias sobre a superfície de células do hospedeiro. A patogenicidade de 
várias bactérias Gram-negativas depende da presença ou não de fímbrias. 
- ADESINAS 
São moléculas encontradas nas bactérias que reconhecem receptores específicos 
localizados na superfície dentária, nos constituintes da película adquirida ou nas células 
epiteliais das mucosas. 
- POLÍMEROS BACTERIANOS EXTRACELULARES 
Material de reserva, formados por carboidratos durante períodos de excesso de 
substrato; Realizam também função de retenção mecânica. 
Os polissacarídeos extracelulares representam parte da matriz do biofilme dentário 
fortalecendo mecanicamente o mesmo, possibilitando resistência às forças de limpeza e 
facilitando a retenção e agregação bacteriana na superfície do dente. 
A utilização metabólica dos polímeros intra e extracelulares podem contribuir para a 
produção de ácidos no biofilme, durante períodos relativamente longos, na escassez de fontes 
de carboidratos. 
A formação de biofilme dentário por Actinomyces ocorre na ausência de sacarose. 
Esse biofilme resulta em doença periodontal e lesões de cárie na superfície radicular. 
Polissacarídeos extracelulares são importantes nos pro-cessos de adesão entre 
bactérias e destas com outras estruturas do dente. 
- ADERÊNCIA ENTRE MICROORGANISMOS (COAGREGAÇÃO) 
Constituintes de superfície de uma espécie bacteriana li-gam-se aos da mesma espécie 
ou de espécies diferentes. 
- CONSTITUINTES SALIVARES 
Amostras de -ÌÀi«ÌœVœVVÕÃÊ“ ˆ ̈ Ã, 
-ÌÀi«ÌœVœVVÕÃÊ“ ˆ ̈ œÀ, -ÌÀi«ÌœVœVVÕÃÊÃ>˜ }Õˆ Ãe �V̈ ˜ œ“ ÞViÃÊ 
agregam-se quando incubadas com saliva total ou secreção 
POLÍMEROS EXTRACELULARES 
Polímeros extracelulares produzidos por Streptococcus mitis, Streptococcus mitior, 
Streptococcus sanguis e Actinomyces agregam-se quando incubadas com saliva total ou 
secreção da parótida ou submandibular. 
A IgA secretora encontrada na saliva possui também ati-vidade aglutinante, mas 
constituintes salivares de alto peso molecular associados com frações de mucina constituem 
um sistema mais efetivo de agregação bacteriana. 
Quatro fatores sugerem o envolvimento dos constituin-tes salivares na fixação inicial 
da bactéria ao esmalte, bem 
como na acumulação e coesão do biofilme dentário: a) capacidade de agregação do 
material salivar; b) adsorção dos constituintes salivares às superfícies bacterianas; c) presença 
de proteínas da saliva na matriz do biofilme dentário; d) adsorção de constituintes salivares a 
hidroxiapatita. 
CARACTERÍSTICAS DOS POLÍMEROS EXTRACELULARES 
- GLICANOS 
São produzidos pela ação enzimática de certos micro-organismos sobre a sacarose; 
solúvel em água; A formação deste polissacarídeo auxilia na aderência de micro-organismos 
às superfícies lisas dos dentes. 
- LEVANOS 
São definidos como frutanos e caracterizados por cadeias homogêneas de 10 a 12 
unidades de frutose. Embora o glicano e o frutano sejam os principais polissacarídeos 
formados no biofilme dentário a partir da sacarose, não devem ser considerados como os 
únicos polímeros do biofilme. 
 
MÉTODOS DE CONTROLE DO BIOFILME DENTÁRIO 
FÍSICOS 
Escova e fio dental associados representam os recursos mecânicos mais eficientes para 
a remoção do biofilme em todas as superfícies dentárias 
QUÍMICOS 
- ENZIMAS 
Dextranase 
- ANTIBIÓTICOS 
Antibióticos β-lactâmicos, tetraciclinas, macrolídeos e aminoglicosídeos têm sido 
utilizados no controle do biofilme dentário, contudo, seu uso contínuo não é aceito devido a 
possíveis reações alérgicas e seleção de micro-organismos resistentes às drogas. 
- FLUORETOS 
Seu uso tópico tem sido inquestionavelmente eficaz na prevenção da cárie devido a 
sua ação bactericida e interferência nos processos enzimáticos das bactérias. 
- ANTISSÉPTICOS 
Vários agentes antissépticos foram usados com a finalidade de controlar o biofilme 
dentário. Ex: cluorexidina e iodo. 
BIOLÓGICOS 
DIETA 
A dieta pode ser tal que exija uma mastigação vigorosa estimulando assim a ação 
removedora da saliva, lábios, bochechas e língua, ou pode apresentar-se de modo a favorecer 
a formação do biofilme dentário pela sua composição.

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