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Direito do Consumidor

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Direito do Consumidor – Profª. Daniela
FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E CONSTITUCIONAIS DAS NORMAS CONSUMEIRISTAS
Revolução Industrial: primeiro marco histórico que mostrou preocupação com o direito do consumidor. Efetivou a consumação em série ou em massa. Com isso, a produção ficou mais rápida e em maior quantidade, logo, o serviço ficou mais barato. “Tempo é dinheiro”. Surgiu a mecanização, as maquinas entraram no mercado, facilitando a produção. Com os produtos mais baratos, os consumidores tinham mais acesso, mas não havia regulamentação de qualidade da produção, não havia fiscalização, não havia lei. Com isso, as pessoas pararam de comprar, com medo dos defeitos e problemas que estavam tendo com produtos. Logo, o estado percebeu que tinha que tomar uma providência. Na segunda revolução que surgiu a legislação especifica para essas situações. 
15/03/1962: o presidente os EUA, John Kennedy, fez uma declaração oficial para o congresso americano solicitando que este legislasse para proteger o consumidor. Foi a primeira vez que o termo “consumidor” foi pra vida prática. E foi a primeira vez que um presidente da república se preocupou com a parte hipossuficiente da relação de consumo. 
CF/88 e CDC 11/09/90, lei 8.078/90: primeira previsão expressa sobre “consumidor” na CF/88. Antes, haviam leis esparsas que não se referiam especificamente à relação de consumo. Ex: leis de segurança para produção de carros. A CF/88 obrigou o Congresso a elaborar um código de defesa do consumidor.
Art. 5º, XXXII, CF: o direito do consumidor é direito fundamental previsto no art. 5º da CF/88. Indiretamente, se aplica o direito do consumidor às previsões do art. 6º, CF, que trata dos direitos sociais. Ex: moradia. 
Art. 24, VII e VII, CF: trata da competência legislativa da U, E, DF e M para legislar em defesa do consumidor. 
Art. 170, V, CF;
Art. 48, ADCT;
Art. 1º, CDC: é uma lei de ordem pública e interesse social, logo, toda regra, cláusula contratual, lei, prática, etc, que contrarie o CDC, é nula. Efeito ex tunc, que retroage. Logo, toda prática do fornecedor que for contrária ao CDC e prejudicar o consumidor, deve-se retroagir e restaurar o status quo. 
RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO
Conceito: é a relação formada por pelo menos um consumidor e pelo menos um fornecedor que tenha por objeto a aquisição de produtos e/ou a utilização de serviços. 
Elementos subjetivos: ligados as pessoas envolvidas na relação.
Consumidor propriamente dito art. 2º, caput, CDC: é toda pessoa física ou pessoa jurídica que adquire um produto ou utiliza um serviço como destinatário final destes. 
Sujeito: num primeiro momento, se aplica tanto à P.F quanto à P.J.
Aquisição de produtos e/ou utilização de serviços: nessa aquisição/utilização deve ter um interesse econômico envolvido, direto ou indireto. *OAB fala que os serviço/produtos tem que ser pagos, deve ter uma prestação e uma prestação há casos em que não há pagamento direito. Ex: fulano compra uma revista de veículos automotores e dentro vem uma amostra grátis de um shampoo que um jogador usa. Fulano usa esse shampoo e perde 50% do seu cabelo. Fulano tem direito de indenização na sua relação de consumo? Sim, pois ele comprou a revista e foi o destinatário final do produto. A fábrica do shampoo colocou a amostra com o intuito de vender o produto, de que os leitores da revista comprassem o shampoo. 
Destinatário final: a P.F ou P.J devem adquirir o produto ou usar o serviço como destinatário final. O que é destinatário final? O conceito importado da economia diz que destinatário final é aquele que, adquirindo o produto ou utilizando o serviço, coloca fim na cadeia econômica desses bens, ou seja, não há mais geração de riqueza direta ou indiretamente em relação as esses produtos/serviços. *Tudo que se compra para usar numa empresa, p.ex, é chamado de investimento. Ex: empresa compra celular para ligar para seus clientes e economizar o telefone fixo, economizando R$1.000,00/mês, logo, gera riqueza para a empresa. Com isso, é difícil encaixar P.J e o profissional liberal no conceito de destinatário final. Assim, foi necessário alterar o conceito e, com isso, criaram-se 2 teorias:
c.1. Teoria finalista ou subjetiva: para essa teoria, somente será consumidor destinatário final o não profissional ou aquele que adquire para uso não profissional e a P.F, ou seja, a aquisição de produtos e a utilização de serviços devem ser para uso e satisfação pessoal. Para essa teoria, o legislador errou ao incluir a P.J no conceito de consumidor.
c.2. Teoria maximalista ou objetiva: para essa teoria, será consumidor aquele que não revender o produto ou não terceirizar o serviço, independentemente de ser P.J ou profissional. Para essa teoria, o consumidor é aquele que não revende o produto ou terceiriza o serviço, logo, não está tendo lucro direito. O que importa é tirar o produto de consumo, não se ele ainda gera riqueza.
Continuação “Teorias Destinatário Final”
 
c.1. Finalista
c.2. Maximalista
c.3. STJ: deve-se aplicar a teoria finalista com certos abrandamentos, quando ficar demonstrada no caso concreto a vulnerabilidade daquele consumidor especifico em relação aquele fornecedor especifico.
*O que é vulnerabilidade? É o reconhecimento do consumidor como a parte mais fraca da relação jurídica de consumo.
*O que é ser a parte mais fraca? A doutrina classifica a vulnerabilidade em 3:
Vulnerabilidade técnica: é a falta ou inexistência de conhecimento técnico sobre os produtos e os serviços disponibilizados pelo fornecedor. 
Vulnerabilidade jurídica: se configura pelo desconhecimento total ou parcial, por parte do consumidor, do seus direitos e deveres ou pela dificuldade de compreensão dos termos legais. 
Vulnerabilidade socioeconômica, de fato ou fática: se configura pela situação do consumidor como individuo pertencente à sociedade de consumo ou pela situação econômica inferior à do fornecedor. 
Vulnerabilidade informacional: se configura pela falta ou inexistência de informações claras sobre os produtos e serviços disponibilizados no mercado de consumo. 
 Consumidor Equiparado (art. 2º, § único): só se usa quando se trata de direito coletivo estrito senso ou direito difuso.
d.1. Coletividade: tem que ser uma coletividade de pessoas. Se for só uma pessoa, volta pro conceito de consumidor.
d.2. Determinados, determináveis ou não: não importa se essa coletividade é determinada, determinável ou não.
d.3. Potencialidade ou efetividades de consumo: essa coletividade de pessoas ou efetivamente compram um produto/ utilizaram um serviço ou tem potencialidade para isso (cliente em potencial).
*Art. 17, CDC: vítimas do evento danoso também são considerados consumidores equiparados.
Fornecedor: art. 3º, CDC. Esse conceito que está no CDC é um gênero, do qual há várias espécies espalhadas pelo CDC em um rol exemplificativo, e não taxativo. Ex: comerciante, industrial, produtor, importador, prestador de serviço e profissional liberal estão elencados no CDC, mas podem haver outros, caso se encaixe no conceito do art. 3º.
e.1. PJ e PF: pode ser qualquer um dos dois. PJ só é fornecedor quando puder constatar no contrato social desta se o objeto desta é colocar produtos no mercado para consumo. Ex: comércio de confecção, financiamento e empréstimos. Já a PF só é fornecedor se ela disponibilizar produtos e serviços no mercado de consumo com habitualidade, profissionalismo e com o intuito de lucro, ou seja, só é fornecedor se praticar atos de comércio. Do contrário, não pode ser fornecedor, ex: serviço intelectual escritor de livro não é fornecedor, mas a editora que publicou o livro é. 
*Vendedor de catálogo: é fornecedor, pois tem habitualidade, profissionalismo e lucro (recebe comissão). 
e.2. Nacional e estrangeira: a jurisprudência decidiu que para pessoa estrangeira se ela tiver representação no Brasil, ponto de atendimento no território brasileiro, SAC brasileiro, site de denominação brasileira, mesmo que o consumidor compre fora, compra na empresa estrangeira, ainda terá que sercumprido um CDC, a empresa será obrigada a seguir o CDC. Decisões importantes nesse sentido aconteceram já contra Apple e Lufthansa (que no caso só tinha posto de atendimento no aeroporto, guichê de entra de bagagem). Se a empresa tiver representatividade no Brasil (SAC, posto de atendimento, etc.), tem que seguir as normas do CDC. 
e.3. Pública ou privada; contribuinte x consumidor: o Estado pode ser fornecedor para aplicação do CDC? A jurisprudência decidiu de forma pacífica que todos os serviços prestados de forma concessionada e permissionada, ou seja, aqueles pagos através de tarifa e preço público devem seguir as regras consumeristas. Isso porque a tarifa e o preço público são tipos de tributos que são vinculados, ou seja, eles ficam vinculados, obrigados, a uma contra prestação específica. Nesse serviço público onde o Estado é o principal fornecedor, se houver a contraprestação específica, aplica-se o CDC. A jurisprudência entende que toda vez que houver serviço público custeado através de impostos, não se aplica o CDC, pois, o imposto tem caráter de contribuição e não de pagamento de consumo específico. A doutrina discorda um pouco das duas jurisprudências, tanto da estrangeira quanto da pública. Ela fala que deve aplicar o CDC para qualquer empresa estrangeira, mesmo aquela que não tem representatividade no Brasil e que se aplica o CDC, também, para todos os serviços públicos porque o código não faz essa exceção (não faz exceção nem na parte da empresa estrangeira e nem nos serviços públicos).
e.4. Regular ou não: regulado ou não, o fornecedor tem que seguir a lei, ou seja, o CDC, como, por exemplo, os camelôs. Além dessa questão da regularidade ou não, temos a questão das massas falidas, ou seja, os entes despersonalizados (ex.: as empresas que entraram em concordata, as massas falidas, etc.) que também continuam sendo fornecedores e respondem pelo CDC.
Elementos objetivos
Produtos – art. 3º, §1º: os produtos são todos os bens materiais e imateriais, móveis ou imóveis que são resultado de uma linha de produção e disponibilizados no mercado de consumo. A jurisprudência não enxerga o insumo (é a matéria prima que pode ser produto, serviço; é a matéria prima necessária para fechar a linha de produção) como produto para relação jurídica de consumo. Ex.: a Marilan compra farinha para fazer suas bolachas. Essa farinha não pode ser objeto de uma relação jurídica de consumo, porque é matéria prima necessária para fechar a linha de produção. Há alguns problemas: a água, a energia elétrica e o dinheiro são insumos? Não há decisão pacifica sobre isso. 
Classificação dos produtos:
- Produtos duráveis: são aqueles que não se extinguem com o próprio ato de consumo, ou seja, eles continuam a existir sofrendo apenas o desgaste de uso. Ex.: celular.
- Produtos não duráveis: é aquele que se extingue, que desaparece com o próprio ato de consumo. Ex.: comida, remédio, cosméticos.
Continuação “Elementos objetivos”
Serviços – art. 3º, §2º: se classificam em duráveis e não duráveis. 
*Duráveis: são aqueles que tem-se como resultado um produto durável ao final de sua prestação ou aqueles prestados de forma contínua. 
*Não duráveis: é aquele que termina exatamente no mesmo momento em que termina a utilização pelo consumidor. Ex: transporte. 
Princípios Consumeristas
Princípio da Vulnerabilidade - art. 4º, I: estabelece que o consumidor deve ser reconhecido como a parte mais fraca da relação jurídica de consumo. *Ler conceitos e classificação de vulnerabilidade das aulas anteriores. No direito do consumido r, a vulnerabilidade do consumidor é presumida e absoluta. 
Princípio da transparência e direito à informação - art. 4º, caput e art. 6º, III: estabelece que todos os fornecedores são obrigados a fornecer informações sobre seus produtos e serviços no mercado de consumo, sendo assim, o consumidor tem direito de obter essas informações de forma clara, precisa e ostensiva. 
Princípio da presença do Estado - art. 4º, II: estabelece que o Estado deve intervir direta e indiretamente nas relações de consumo para buscar o equilíbrio destas. *OAB chama de “Princípio da Intervenção Estatal” ou “Princípio Intervencionista”.
Princípio da boa-fé – art. 4º: estabelece que as partes da relação de consumo devem agir com estrita boa-fé objetiva, ou seja, com lealdade, transparência, veracidade, sem objetivos mal intencionados. Boa-fé objetiva é aquele padrão que se espera normalmente de uma pessoa, é o padrão de conduta média do ser humano. Aquilo que você entende como certo ou errado.
Princípio da equidade – art. 4º III: a relação de consumo deve ser equilibrada, ou seja, deve existir equidade nas prestações e contraprestações.
Continuação “Princípios”
5. Princípio da equidade: deve haver um equilíbrio entre as prestações e contraprestações. A intenção do legislador consumerista era criar um equilíbrio entre a necessidade do consumidor de ter produtos e serviços seguros e com qualidade com o objetivo, a pretensão da livre iniciativa econômica, que é obter lucro. 
6. Princípio da conscientização do consumidor (art. 4º, IV) e direito à educação para o consumo (art. 6º, II, 1ª parte): estabelece que o estado e o fornecedor devem favorecer o consumo consciente para o consumidor, consequentemente, o consumidor tem direito a educação formal e informal para realizar o consumo consciente. O consumo consciente é aquilo que o consumidor realmente precisa (ex.: alimentação, vestuário, luz, energia, etc.) e, apesar de este não precisar, ele pode comprar sem afetar suas necessidades básicas. Consumo consciente sustentável é quando o consumidor respeita as normas ambientais. Tal forma de consumo tem ligação com a proporção de lixo produzida pela população. Porque produzimos tanto lixo? Porque não consumimos pensando de forma consciente. 
*Fenômeno do superendividamento: é como se fosse uma falência civil do consumidor, ou seja, o valor do débito do consumidor é muito maior do que sua renda e do que seu patrimônio total. 
7. Princípio do incentivo ao autocontrole (art. 4º, V): estabelece que o Poder Público deve incentivar o fornecedor a controlar a qualidade e a segurança nos seus produtos e serviços para prevenção de prejuízos e gastos com indenizações. Como o Estado não tem capacidade para fiscalizar tudo que vai ao mercado, o CDC incentivou a empresa para que esta faça a fiscalização através do recall e da contrapropaganda. Recall: quando clientes reclamam de um problema sobre um produto. Os clientes são chamados para ir até a empresa arrumar o problema. Contrapropaganda: sempre que for ao ar uma propagando contendo erro ou falsa, há o direito à contrapropaganda, que deve ser feita nos mesmos moldes da propaganda com erro. Ex: comercial de TV deve ser retificado através de comercial de TV. O recall e a contrapropaganda, se feitos dentro dos moldes necessários, tira do comerciante a responsabilidade.
8. princípio da coibição de abusos (art. 4º, VI): estabelece que o poder público deve atuar visando garantir a repressão das práticas abusivas e ilegais do fornecedor, devendo punir efetivamente seus infratores e ressarcir os prejudicados. Esse princípio é o mais descumprido em razão dos lobbes das grandes empresas 
9. princípio da melhoria do serviço público (art. 4º, VII e art. 6º, X): vem exigir do Estado que preste seus serviços de forma adequada e eficaz por ter natureza essencial à dignidade do ser humano e para dar exemplo à inciativa do setor privado.
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
Art. 6º, CDC.
1) Proteção a vida e a saúde: o consumidor tem direito à produção e à prestação de serviço com segurança e qualidade, em contrapartida, o fornecedor é obrigado a disponibilizar no mercado produtos e serviços seguros. Ex: o fornecedor não pode pôr à venda um carro sem freio; deve conter os ingredientes do rotulo dos alimentos; etc.
*OBS: exceções quando eu posso vender um produto que ofereça riscos? Quando o risco for inerente à natureza do produto (ex: faca de cozinha, afiada, com ponta, considerada comoarma branca pelo direito penal); veneno (SBP, chumbinho, etc. para limpeza de casa, matar insetos, etc); álcool e cigarro; etc. 
Toda vez que for vender um produto que possa causar riscos à saúde do consumidor em razão da própria natureza do produto, tal risco deve estar expresso no rótulo.
2) Escolha e igualdade nas contratações: o consumidor tem direito de contratar quando quer, como quer, onde quer e o que quer, sendo tratado com igualdade e respeito. O consumidor não pode ser obrigado a nada. Pode entrar no estabelecimento que quiser, se quiser, comprar o que quiser, etc. 
Quanto à igualdade, ninguém pode ser discriminado em qualquer contratação, pelas roupas, aparências, sexualidade, etc. O que não pode acontecer aqui é dizer que as lojas não podem ter regras de contratação. Ex: para comprar na loja tem ter cadastro desde que exija de todos os clientes, pode fazer. Quanto à dinheiro vivo, não pode haver regras ou proibições. Ex: pagar algo de R$100,00 com moedas tem que aceitar. Atualmente, é permitida a pratica de diferenciação de preços e negociações quanto a forma e método de pagamento. Ex: pagar no cartão pode ser mais caro, pagar em dinheiro pode ser mais barato, etc. 
*OBS: proibições legais decorrentes desse direito: 
A) a lei proíbe o tabelamento do preço para o consumidor (para os varejistas não se aplica), pois tira do consumidor o direito de escolha, tira destes as opções de compra, porém, há o problema dos carteis de gasolina, onde o preço não é o mesmo, mas é muito próximo (ex: $3,598/$3,597/$3,597) e tal prática não configura tabelamento. Sugestão de preço também é um problema, pois pode virar tabelamento. Ex: coquinha com preço sugerido de R$1,99 supermercados. Tabela de preço de sorvete em freezer de restaurantes vem como preço sugerido. Nenhum desses exemplos configura tabelamento, infelizmente.
B) a lei proíbe venda casada. Venda casada (conceito da doutrina, não está no código, e pacificado na jurisprudência): ocorre quando o comerciante impõe ao consumidor a contratação de dois ou mais produtos (resultado de uma linha de produção) ou serviços, que poderiam ser vendidos separadamente, dentro das normas legais. Ex: pacote de papel higiênico o pacote com 4 ou mais rolos é o produto em si, não rolo por rolo, logo, não é venda casada; Danoninho, caixa de fósforo, etc NÃO SÃO VENDA CASADA, pois é o produto, é o resultado da linha de produção, e não cada um separadamente. *OBS: desconto para comprar em grande quantidade não configura venda casada. No caso de alienação fiduciária, exigir seguro não é venda casada, mas não posso obrigar o consumidor a fazer o seguro comigo, se obrigar, será venda casada.
3) Proteção contra a publicidade enganosa e abusiva: o consumidor tem direito à uma publicidade verdadeira, leal, de acordo com a realidade, do produto e do serviço oferecido, sem ser apelativa ou discriminatória. A propaganda enganosa é aquela que traz informações inverídicas, que realmente enganem o consumidor. Pode ser por omissão também, quando a empresa deixa de dar uma informação na publicidade que seria essencial ao consumidor. A publicidade abusiva é aquela apelativa, que apela ao sexo, a religiosidade, ao misticismo, a violência, ao medo ou que seja discriminatória. Também é considerada abusiva aquela voltada especificamente ao idoso ou criança, devido á ultra vulnerabilidade de ambos. Ex: bolacha “Gulosos” só aparecia os brinquedos do Shrek, com o intuito de a criança encher tanto o saco da mãe até ela comprar a bolacha. 
4) Proteção contratual: o consumidor tem direito a fazer mudanças nos contratos de consumo toda vez que estes estabelecerem prestações desproporcionais ou que sejam excessivamente onerosas para o consumidor. Como direito fundamental do consumidor, este pode pegar um contrato assinado, registrado no cartório com reconhecimento de firma, considerado imutável e terá a chance de mudá-lo. Há uma flexibilização do pacta sunt servanda, sem o excluir, através das ações revisionais. Deve ser feito uma revisão do contrato toda vez que este tiver uma clausula abusiva (que deixa o consumidor com prejuízo abusivo, quando a contraprestação estabelecida é abusiva). A cláusula pode “nascer” abusiva (nula de pleno direito), ou por fato superveniente se tornou excessivamente onerosa (pode ser anulável ou não). 
Continuação “Direitos Básicos do Consumidor”
5) Indenização (art. 6º, VI): o consumidor tem direito a reparação plena dos prejuízos sofridos, ou seja, danos morais, patrimoniais, individuais, coletivos e difusos. 
6) Acesso à justiça (art. 6º, VII): o consumidor deve ter garantida através do órgãos judiciários, administrativos e técnicos a efetivação dos seus direitos para o pleno acesso à justiça.
7) Facilitação da defesa (art. 6º, VIII): o consumidor tem direito a facilitação de sua defesa, inclusive com a inversão do ônus da prova.
a) inversão do ônus da prova: é estática. O juiz invertendo não desinverte mais. Ou é do consumidor ou se o juiz inverter é do fornecedor, e dali pra frente é todo do fornecedor. A inversão não é automática e nem obrigatória. Só vai ser obrigatória se os princípios estiverem presentes.
 Somente no processo civil: só pode inverter o ônus da prova no processo civil. Nos crimes de consumo não pode inverter o ônus da prova, porque prevalece o princípio da presunção da inocência.
 Critério do juiz: a inversão fica a critério do juiz. Ele deve verificar se os requisitos estão presentes, de acordo com a sua experiência, o seu trabalho, a sua vida.
 Hipossuficiência ou verossimilhança: para inversão do ônus da prova é preciso que o consumidor seja hipossuficiente ou que faça uma alegação verossímil.
Alegação verossímil: é aquela que tem lógica jurídica, que tem indícios de veracidade, que tem começo meio e fim lógico, que é quase verdade.
Hipossuficiência: não e o mesmo que vulnerabilidade no direito do consumidor. A vulnerabilidade é princípio, é direito material. Já a hipossuficiência é direito processual, fenômeno jurídico processual e não material, ela só pode ser configurada dentro do caso concreto, dentro do processo concreto, com análise das partes envolvidas naquele caso específico e se revela pela dificuldade processual que o consumidor tem de defender os seus interesses. 
Momento Processual: duas correntes quanto ao momento de decidir quanto ao ônus da prova. Uma acredita que é na sentença que tem que decidir, outra entende que é no despacho saneador.
-Sentença: 
-Despacho saneador:
A jurisprudência do STJ tem decidido que a inversão do ônus da prova deve ser decidida preferencialmente até o despacho saneador. O termo “preferencialmente” dificultou a situação nas ações, pois fica a critério do juiz decidir quando quiser.
Responsabilidade Civil do Fornecedor
1-Objetiva e solidária art. 7º, § único, art. 18, 23, 12, etc: em regra, é objetiva, não é necessário demonstrar culpa do fornecedor quando causou um dano ao consumidor, não precisa provar que agiu com negligencia, imprudência ou imperícia. É culpa em senti lato sensu, sentido amplo. Inclui o dolo? Sim. É difícil de provar o dolo, pois, normalmente, como as empresas precisam ter uma boa reputação para vender, porque causaria dano propositalmente? Mas a legislação abrange o dolo mesmo assim. Em regra, é solidária (art. 7º, § único), diz que todos os fornecedores que participarem direta ou indiretamente na relação de consumo respondem solidariamente. 
*Fundamento: o consumidor é a parte hipossuficiente da relação, logo, foi estabelecido a responsabilidade objetiva e solidaria. Também tem como fundamento o principio do risco do negocio, ou seja, a empresa tem que assumir o risco que eventualmente pode ter ao abrir um negocio e assumir a responsabilidade por este risco.
2-Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço art. 12 à 17: itens que devem existir para que haja responsabilidade do fornecedor.
Defeito: é o vicio de segurança que, presente no produto/serviço, coloca em risco a vida e a saúde do consumidor, devendo ser levada em consideraçãoas circunstancias especificas do fato em si, os riscos que naturalmente existiam naquele produto/serviço, bem como o tempo em que o produto foi disponibilizado no mercado ou o serviço foi prestado. Ex: estou falando no telefone celular, a bateria explode na minha cara; estou dirigindo, a direção do carro trava, eu capoto e bato em outro carro, vou pro hospital, etc. Envolve muito mais do que bem material que teve um problema, envolve danos morais, estéticos, danos patrimoniais que excedem o valor do produto/serviço com defeito, etc.
Evento danoso: não basta o defeito, tem que ter o evento danoso. Quando há um evento, há um fato jurídico, onde há mudanças de direitos e deveres. É chamado também de “acidente de consumo”.
Nexo causal: ligação entre o defeito e o evento danoso. Ex: ligar o machucado no meu rosto com a explosão da bateria. 
Responsabilidade do comerciante: exceção à responsabilidade solidária. Nos casos de fato do produto/serviço, responde primeiramente o produtor, o fabricante, o importador, o construtor e o prestador de serviço. De forma subsidiária, entra a responsabilidade do comerciante. O comerciante só responde, nesse caso, em 3 situações taxativas. Ex: estou dirigindo, explode o pneu posso processar a concessionaria? A principio não, só se encaixar numa das seguintes hipóteses:
*Sem identificação ou impossibilidade de identificação dos demais: se não for possível identificar as outras pessoas (ex: fabricante), nos casos de produtos. Nos casos de serviço, não tem como não saber quem prestou o serviço. Ex: mercearia de bairro que comprar pão pra vender de uma padaria grande se não tem na embalagem do pão quem o produziu, quem responde é a mercearia. *OBS: produtos com fabricantes de outro país, p.ex, “made in china”; só com nome fantasia, sem endereço, sem CNPJ não tem identificação plena, é como se não tivesse identificação, logo, quem responde é o comerciante.
*Conservar inadequadamente: quando a conservação, o estoque, não é adequado. Normalmente acontece com alimentos. Nesses casos, normalmente a culpa é do comerciante mesmo, pois não seguiu as instruções de conservação do produto. Ex: caso Tirolez e Walmart mal armazenamento de queijos que emboloraram por dentro. Nesses casos, como tem identificação do fornecedor, o cliente pode entrar com ação contra o fornecedor e contra o comerciante, logo, tem direito à ação de regresso. O fornecedor tem culpa in eligendo, tem o dever de fiscalizar os lugares em que ficarão estocados seus produtos. 
*Falta de informação = quando na embalagem não tem expressa todas as informações sobre o produto e, por isso, alguém sofre um prejuízo. Ex: embalagem de biscoito não informa que tem açúcar e um diabético come e tem uma crise.
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO – ARTS. 18 À 21
1- Solidária e objetiva: entre todos os fornecedores é solidária
2- Vício de qualidade ou quantidade: quantidade: indiquei que no produto tinha 500g de farinha se tiver menos ou mais é vício de quantidade. Qualidade: ocorre toda vez que o produto/serviço não apresenta as qualidades, as características que o fornecedor lhe prometeu, estando inapto para o uso a que se destina (produto que “não presta”). 
3- Prazo para sanar o vício: Em regra, a empresa tem 30 dias para sanar e reentregar o produto/refazer o serviço e deixar tudo em perfeito estado, deixar tudo na forma que foi “prometida” ao cliente. A empresa é obrigada a consertar o produto/reexecutar o serviço com peças e produtos novos e originais, para tirar a sensação do consumidor de que este está com um produto “remendado”. Porém, se as partes quiserem acordar um prazo diferente, deve respeitar o que o CDC estabiliza (mínimo de 7 dias e 180 no máximo). Para sair dessa regra, não pode ser acordo de boca, tem que ser documento escrito. Ex: caso da professora de pessoa que levou carro para a arrumar na concessionaria e depois de 42 dias não estava pronto ainda na “ordem de serviço” (é o papelzinho que indica que ele deixou o produto para arrumar) estava escrito que prorrogava o prazo pra 180 dias e o cliente assinou documento era válido, ambas as partes assinaram, tinham capacidade, a alteração era legal (permitida por lei), logo, a alteração de prazo é válida.
4- Escolha do consumidor: só depois de decorrido o prazo de 30 dias sem que a empresa tenha resolvido o problema, o consumidor pode escolher as opções dadas pelo CDC. Não são concomitantes.
a) Troca do produto ou reexecução do serviço: na troca do produto, o produto tem que ser trocado por um exatamente igual. Se já tiver saído do mercado, tem que procurar um produto com as mesmas características. A reexecução do serviço envolve outros gastos que o fornecedor é obrigado a fazer. Ex: contratei uma empresa para reformar escritório e deu problema no piso (começou a descascar), vou lá reclamar, passam os 30 dias e ninguém faz nada posso pedir a reexecução do serviço. A empresa vai ter que arcar com o preço para retirar o piso, a argamassa para colocar outro, o rejunte dos pisos novos e os pisos novos.
b) Devolução do valor: o valor tem que ser corrigido da data do pagamento até a data da efetiva restituição. Termo a quo: nem sempre é a data da nota fiscal. Se parcelou em 10x, p.ex, deve ser da data em que foi desembolsado o valor, deve ser feita a correção mês a mês. Os juros não se incluem nessa correção. Se for no Judiciário, deve usar a tabela deste. Se for feito acordo entre as partes, pode usar o índice de correção previsto no contrato, se houver, ou as partes podem optar. *Perdas e danos: normalmente gira em torno do dano material, que é mais fácil de comprovar. Ex: caso do piso que descascou juntas comprovantes, notas, etc. Ex2: mulher gravava todas as ligações que fazia no SAC da Tim para resolver o problema para saber quanto tempo ficava ouvindo a musica de espera. No fim, deram 3 dias de espera foi indenizada por tempo perdido. As perdas e danos são mais abrangentes que os danos morais. 
c) Abatimento do valor ou complementação: *Abatimento: abatimento do valor proporcional. Mais raro em produtos, mais feito nos primeiros 30 dias caso tenha um defeito. Ex: compro um carro financiado e dá um problema em um dos pneus. Vai ao vender e fala que quer trocar o pneu e não o carro. Pede para o vendedor abater o valor do pneu das parcelas que ainda vai ter que pagar. Muito feito em prestação de serviços. Ex: pessoa contratou uma empresa para fazer reforma. Depois de uns meses a tinta começou a fazer bolhas de ar e estourar. Normalmente, isso ocorre por má execução do serviço pelo pedreiro. Pediu para outro pedreiro ir pintar e abateu o valor pago ao segundo pedreiro do valor que ia pagar para a empresa. *Complementação: ex: pessoa comprou maço de cigarros e estava faltando dois cigarros pediu a complementação com 2 cigarros ao invés da troca do produto.
5- Dispensa do prazo: exceções expressas taxativamente no CDC. Nessas duas hipóteses, pode tirar o prazo de 30 dias e escolher qualquer das 3 opções.
- quando o serviço for essencial: são aqueles que são obrigatoriedade do Estado prover para os cidadãos. Ex: saúde, educação, transporte, telecomunicação e segurança.
- quando o produto for essencial: aquele que está diretamente ligado a manutenção da vida digna do consumidor. Deve ser analisado em cada caso concreto. A única coisa que a jurisprudência pacificou é que se, p.ex, eu só tenho um único chuveiro elétrico, um único fogão e uma única geladeira, esses produtos são considerados essenciais. Medicamentos também podem ser considerados produtos essenciais em alguns casos na jurisprudência. 
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE – ARTS. 12, §3º E ART. 14, §2º
1- Não colocou o produto no mercado ou não realizou o serviço: se o fornecedor comprovar que não colocou o produto no mercado ou que não foi ele que executou o serviço. *Produtos: Ex: produtos falsificados, réplicas, produtos de furto no mercado de consumo roubo de mais de 3 milhões de reais no depósito da Samsung muitos foram parar no crime e outros foram receptadospor algumas lojas na rua Santa Efigênia em SP. Uma pessoa comprou um notebook numa dessas lojas, deu defeito e ele entrou com ação contra a Samsung. A Samsung juntou no processo o B.O com o numero do lote que foi roubado, que incluía esse produto dessa pessoa. Logo, não tinha responsabilidade. *Execução de serviço: compra de apartamentos na planta, empresa coloca na planta que o engenheiro fulano assinou o projeto. Pessoa vai entrar com ação e coloca o nome do engenheiro se ele provar que não assinou, não responde.
2- Inexistência do vício ou defeito: se provar que o vicio ou defeito não existiam e não causaram prejuízo. Ex: pessoa está viajando e na viagem o pneu explode e entra com ação contra a empresa do carro, na pericia diz que só explodiu porque passou em um buraco na pista não responde.
Continuação “Exclusão da Responsabilidade” 
3- Culpa exclusiva do consumidor ou 3º: se o consumidor deu causa ao erro, exclusivamente, não há dúvidas quanto à excludente de responsabilidade. P.ex: colocar o computador direto na tomada em dias chuvosos se cair um raio e queimar, não é responsabilidade do comerciante. A culpa de terceiros se aplica quando você precisa de um terceiro para executar o serviço. Ex: pedreiros para colocar pisos.
*Culpa concorrente
*Caso fortuito e força maior: motivo de discussão na jurisprudência. O STF tem entendido que deve manter a responsabilidade do fornecedor em casos de força maior, pois entende que o CDC adotou a teoria do risco da atividade. Ex: empresa aérea voo atrasa em decorrência de tempestade a empresa tem que arcar com alimentação, hospedagem, locomoção, etc. A jurisprudência te entendido que o caso fortuito e a força maior não excluem a responsabilidade do fornecedor.
RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL LIBERAL
1- Subjetiva: a responsabilidade, nos casos de profissionais liberais, é subjetiva.
2- Fundamentos:
A) Intuito personae: a relação intuito personae tem como intuito, como objetivo, como alvo, aquela pessoa especifica, a necessidade especifica daquela pessoa. Quando eu contrato um profissional liberal, ele vai ouvir meu caso, quais são minhas provas, se eu tenho testemunhas, vai estudar a jurisprudência e a doutrina para o meu caso específico. O profissional se adequa ao que eu quero, diferente do comercio em geral, onde eu tenho que escolher o que me é oferecido.
b) atividade meio: por prestar uma atividade de meio, ele tem responsabilidades de meio, obrigações de meio. Tem que se utilizar de todos os meios disponíveis para alcançar o fim pretendido, porém, não é vinculado a alcançar aquele resultado. Ex: advogado tem que utilizar todos os meios possíveis para ter uma sentença positiva, mas não tem como garantir que vai ganhar, logo, não está vinculado a chegar à sentença favorável.
c) falta dos elementos típicos do comércio: em regra, os profissionais liberais não podem ter os mesmos elementos típicos de comércio. Não tem “lucro”, recebe por honorários. Lucro pega a matéria prima + lucro que quer ganhar = valor que vai vender o produto para o consumidor. Como o profissional liberal “vende conhecimento”, “vende tratamentos”, etc., não tem como expressar isso em valores. 
*Exceção: 
1) cirurgia plástica 100% estética volta a buscar a responsabilidade objetiva do médico. A jurisprudência decidiu dessa maneira porque os cirurgiões plásticos vendem suas cirurgias com o intuito de um resultado esperado, logo, deve realizar de forma a alcançar tal objetivo. 
2) profissional liberal que é contratado para trabalhar dentro de PJ: nesse caso a responsabilidade é objetiva da PJ. Ex1: contrato empresa de engenharia para construir minha casa, minha casa desaba porque o engenheiro calculou errado entra com ação contra a PJ e depois ela se vira com o engenheiro. Ex2: veterinário que trabalha para pet shop.
DAS GARANTIAS DO CDC
O fornecedor tem que garantir o serviço/produto oferecido ao consumidor. O CDC chama de prazo de reclamação.
1- Prazo de reclamação: são chamados de garantias legais, estabelecidas pela lei. Não depende de termo escrito, de documentos, não cabe clausula excludente ou de diminuição dessa garantia. Se tiver, a cláusula será ABUSIVA e nula de pleno direito. 
a) 30 dias: para produtos e serviços não duráveis. *Ver o conceito dos elementos subjetivos da relação de consumo. Extinguem-se com o próprio ato de consumo. Produtos: cosméticos, alimentos, etc. Serviços: transporte. Nesse caso, só tem 30 dias de garantia, o que não significa um mês.
b) 90 dias: para produtos e serviços duráveis, aqueles que, apesar de sofrer algum desgaste com uso, continuam a existir. Ex. produtos: roupas, carros, celular, etc. Ex. serviços: construção civil, alfaiataria, ou serviços de prestação continua (água, energia, plano de saúde).
*OBS: os dias são corridos. Excluem o primeiro e conta o último. É prazo decadencial, ou seja, há perda do direito material. Não é prazo processual, é prazo material. É o decurso entre o termo inicial (a quo) e o termo final (ad quem). Se o termo inicial cair em feriado ou domingo, a contagem começa no primeiro dia útil subsequente. **Internet: se a compra foi realizada pela internet, a internet não fecha de domingo, logo, pode reclamar a qualquer momento, não tendo “prorrogação” do prazo para o próximo dia útil. 
2- Vícios aparentes X ocultos: se o vício for aparente, perceptíveis ao olho do consumidor, o termo inicial é o dia em que o produto foi recebido; se bater com a data da nota fiscal, ok, usa da nota fiscal. Se não bate, tem que usar a data de recebimento. Ex: compras pela internet a nota é emitida no dia em que é confirmado o pagamento, porém, pode ser que o produto demore para chegar, logo, nesse caso, não usa a data da nota, mas sim do recebimento. Nos casos de serviços, o termo inicial é quando a prestação de serviço termina.
Se o vício for oculto (aquele que é escondido, oculto, mesmo sendo um problema que já veio desde a fábrica, mas demora a aparecer), só começa a contar o prazo de quando o vício aparece, se exterioriza, quando se torna aparente. Quando o consumidor conseguir ver o vício, sem nenhum conhecimento técnico, ai sim começa a contar o termo inicial do prazo de reclamação. Na prática começou uma discussão muito complicada, pois parece que a garantia é “eterna”, pois, p.ex., e se só dá defeito depois de 20 anos??? A jurisprudência determina que os fornecedores devem manter em estoque peças de reposição de seus produtos por até 5 anos. Depois disso, não cabe mais reclamação. *Produtos que vem com prazo de validade: pode reclamar até dentro da data de validade, a partir do momento em que o vício apareceu. Ex: maquiagem tem 3 anos de validade, se dentro de 3 anos der alergia (p.ex.), pode reclamar. Depois disso, não. 
*produtos de longa duração, como máquina de lavar, geladeira, carros, etc.: pode reclamar de vício oculto? Nesses casos específicos, a jurisprudência diz que deve analisar o caso concreto e levar em conta: 1- o tempo normal de uso do homem médio (quanto tempo o homem médio usa o produto); 2- forma e condição que esse produto se apresenta (ex: geladeira amassada, enferrujada, corroída, etc.). 
3- Garantia contratual: não pode excluir a legal, apenas complementar. Precisa ter termo escrito, ou seja, termo de garantia, porque é necessário saber o que aquela garantia oferece. É facultativa. Ex: posso flexibilizar a garantia, fazer exigências (ex: só fazer revisão na concessionária), estabelecer o que se encaixa na garantia contratual e o que só se aplica a garantia legal, etc. Desde que seja uma cláusula equilibrada e não abusiva, pode estabelecer o que quiser. Se o contrato não estabelece nada, tem que ser interpretado em favor do cliente.
*Garantia estendida: na prática, no Brasil não se faz garantia estendida em contrato de garantia, mas em contrato de seguro. Está errado. Contrato de garantia visa prestar um serviço, de garantir conserto do seu produto sem custos, etc. No caso dos contratos feitos no Brasil, tudo depende das cláusulas da apólice de seguro, que normalmente sóage quando o produto “dá PT”. 
4- Ajuizamento da ação: art. 27 tem 5 anos prescricionais para ajuizar ação. Se p ultimo dia do meu quinquênio cair num domingo, passa para próxima segunda-feira. A jurisprudência entende que a o prazo prescricional par qualquer relação de consumo é de 5 anos. Porém, se tiver vicio de qualidade ou quantidade, eu preciso ter reclamado para o fornecedor no prazo decadencial (30 ou 90 dias). Se não registrou a reclamação no prazo determinado, não tem direito de entrar com a ação. Se for acidente de consumo (defeito), começa a contar da data do evento danoso ou da data do conhecimento da autoria, ex: da data do capotamento do carro, ou da data da chegada da pericia indicando se foi erro da concessionaria ou do motorista. Se for caso de vício, da data que recebeu o produto, da data da nota ou da data em que o vício se tornou aparente.
5- Obstam a decadência: em alguns casos, o prazo de 30 e 90 dias dá uma “paradinha”. Em regra, os prazos decadenciais não se suspendem, só se interrompem (começam a contar de novo quando cessa a causa de interrupção). No caso do CDC, “suspende”, mas tem que usar o termo “causas que obstam a decadência”, e não “causa de que suspendem a decadência”. Há apenas um “obstáculo”. Continua de onde parou. Causas;
Reclamação do consumidor: meu celular deu defeito, passam 5 dias, eu entro em contato com a Motorola – OBSTA O PRAZO – só volta a contar quando a Motorola der uma resposta (positiva ou negativa)
2- Quando tem instauração de inquérito civil: obsta até o término, a conclusão do inquérito civil.

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