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Livro Texto Unidade III

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Unidade III
5 FUNÇÕES DA LINGUAGEM APLICADAS À COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Comunicar‑se bem tem sido a busca do homem ao longo da história, e, se sob alguns aspectos a 
inovação tecnológica ajuda bastante, por exemplo, o aparecimento e a disseminação dos meios digitais, que 
popularizou e colocou a informação ao alcance da maioria das pessoas, por outros, afastou ainda mais as 
pessoas umas das outras, e a proximidade é um dos elementos importantes que facilitam a comunicação.
Deixando o saudosismo de lado, a comunicação precisa ser adequada ao público, ao ambiente, e 
todos os elementos dela precisam estar ligados e concatenados.
Como foi visto no processo de comunicação, o receptor precisa entender o que o emissor quer dizer, para dar 
a resposta esperada, o feedback. Conforme o objetivo que se tem com a comunicação, a linguagem desempenha 
uma função, seja informar, seja persuadir, e sempre para fazer‑se compreender melhor pelo receptor. Assim 
como ao falarmos temos que nos adequar ao ambiente, quando escrevemos, isso também deve prevalecer.
Vejamos quais são essas funções:
• referencial;
• emotiva;
• conativa;
• fática;
• poética;
• metalinguística.
Os elementos do processo de comunicação ligam‑se diretamente às funções da linguagem, conforme 
vai sendo colocada em destaque. Veja a relação entre os elementos do processo de comunicação e as 
funções da linguagem:
• expressiva – emissor;
• referencial – contexto;
• fática – meio;
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• apelativa – receptor;
• poética – mensagem;
• metalinguística – código.
Vamos falar agora sobre cada uma delas.
5.1 Função emotiva ou expressiva
Na função emotiva, o emissor fica em destaque, e seu objetivo é transmitir suas emoções e seus 
anseios. A linguagem e a mensagem são subjetivas, por isso prevalece a primeira pessoa do singular, as 
interjeições, as exclamações, interrogações e reticências, que marcam a subjetividade da mensagem e 
reforçam a entonação emotiva. A preocupação é com o emitente da mensagem. Essa função aparece 
nas narrativas de teor dramático ou romântico, memórias, biografias, poesias líricas, bilhetes e cartas 
de amor. Atualmente, é a linguagem dos blogs e de tantas ferramentas das redes sociais na internet, 
como o Twitter, Orkut, Facebook etc. Geralmente, a personagem principal narra sua história em primeira 
pessoa, e, no texto, sentimentos e pensamentos se misturam (NADÓLSKIS, 2009).
Exemplos:
Poema de sete faces
Porém meus olhos não perguntam nada.
O homem atrás do bigode é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
(ANDRADE, 1930.)
Natal na barca
Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. 
Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela 
solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. 
Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher 
com uma criança e eu.
(TELLES, 2009.)
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Nós o amamos muito, Romário!
Cidades mortas
Ah! Perdi a tramontana! Agarrei a garrafa que estava na minha frente e abri 
a cabeça da santa criatura com uma pancada horrível! De nada mais me 
lembro. Ouvi um berro, um clamor. Senti o pânico em redor de mim e corri 
para a rua como um ébrio. Foi quando...
(LOBATO, 1948.)
5.2 Função metalinguística
Essa função refere‑se à metalinguagem, ou seja, quando um emissor explica um código usando o 
próprio código. Entre os elementos de comunicação, fica em destaque o código. É o uso da linguagem 
para explicar ela própria. Por exemplo, filmes que falam de cinema, livros que tratam de livros, poemas 
que se referem à poética. A peça teatral de Luigi Pirandello Seis personagens à procura de autor fala o 
tempo todo sobre uma peça de teatro.
Ela aparece nos dicionários, livros de grámatica, textos explicativos e didáticos, linguagem científica, 
comentários ou descritivos de fotografia (imagem) e análises em geral.
Veja este exemplo, em que um poema fala da própria ação de se fazer um poema.
Para fazer um poema dadaísta
Pegue um jornal.
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo 
e meta‑as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei‑lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, 
ainda que incompreendido do público.
(TZARA, 1976.)
Outros exemplos:
• Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as ideias para o papel, sinto‑me realizada…
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• Na propaganda: “Você sabe o que é injeção eletrônica? É um processo de...” (o texto explica o 
que é e mostra as vantagens do carro “y”, que é equipado com esse dispositivo).
5.3 Função fática
O objetivo da função fática é estabelecer contato com o emissor, para averiguar se a mensagem está 
sendo transmitida. O canal fica em evidência, e a ideia é prolongar ou não o contato, além de testar se 
houve compreensão.
Em um diálogo, essa função é expressa quando o outro diz: “está entendendo”. Linguagem das falas 
telefônicas e vinhetas de rádio e seus programas.
Exemplos:
• Alô? Está me ouvindo?
• Rádio TudoX, a sua melhor companhia!
• Alô! Você está me ouvindo? Um momento, por favor.
• “Olá, como vai? Eu vou indo, e você, tudo bem? Tudo bem, eu vou indo, correndo, pegar meu 
lugar no futuro. E você? Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo, quem sabe? 
Quanto tempo...” (VIOLA, 1974).
• Psiu! É com você que eu estou falando.
• Hei! Hei! Vocês se lembram da minha voz?
• “Alô, Houston! A missão foi cumprida, ok? Devo voltar à nave? Alguém me ouve? Alô!” (filme 
Apolo 13).
5.4 Função conativa ou apelativa
Na função conativa, a linguagem da propaganda por excelência, o emissor se dirige diretamente ao 
receptor, por isso nela há muitos pronomes, você e tu, nome das pessoas, vocativos e imperativos. A ideia 
é convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem, por isso os verbos costumam estar no 
imperativo – Compre! Faça! Ligue agora! –, ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa – Você não pode perder!, 
Ele vai melhorar o desempenho do seu carro.
Esse tipo de texto é muito comum nos discursos políticos e em sermões.
Veja alguns exemplos:
• Antes de escolher seu carro novo, vá a uma concessionária Ford.
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• Beba Coca‑Cola.
• Vote em “X”, a escolha do eleitor inteligente.
• Ah! Finalmente um novo banco.
• Sente‑se.
• Saia.
• Aguarde na fila.
• Não fume.
5.5 Função poética
Na função poética, o destaque fica para a mensagem, que é valorizada pelos recursos estilísticos, 
jogos de sons, grafismos, trocadilhos, disposição das palavras no papel, figuras de linguagem etc. O 
objetivo do emissor é expressar seus sentimentos por meio das palavras, da sonoridade e do ritmo, além 
da combinação diferenciada dos signos linguísticos. Aparece na linguagem figurada de obras literárias 
(prosa e verso), letras de música, algumas propagandas, fala das crianças.
Exemplos:
Poesia
negócio/ego/ócio/cio/O
Na poesia citada, Epitáfio para um banqueiro, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras 
que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.
Anúncio publicitário
Chegou o milagre azul para lavar!
Lave na espuma de Omo e tenha a roupa mais limpa do mundo!
Onde Omo cai, a sujeira sai!
(Propaganda Omo, 1957.)
Poema
Poema em linha reta
[...] Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
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Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda [...]
(PESSOA, 1972.)
5.6 Função referencial ou denotativa
Na função referencial, não há a intenção de persuadir o leitor, apenas se transmite a informação. 
O referente ou contexto é que fica em evidência. Os textos geralmente comunicam de modo bem 
objetivo, sem adjetivações e sempre prevalece a terceira pessoa do singular ou do plural, pois transmite 
impessoalidade. Não há possibilidade de outra interpretação além da que está exposta, por isso é 
chamada denotativa.
Exemplos:
Bancos terão novas regras para acesso de deficientes (O Popular, 16 out. 
2008).
Cia. Teatrodança Ivaldo Bertazzo
Em 2002, o coreógrafo paulistano de 61 anos iniciou um trabalho com 
jovens carentes. Os meninos cresceram e compõem o elenco da companhia 
de Bertazzo, que estreou o espetáculo Corpo Vivo – Carrossel das Espécies. 
Dezessete bailarinos, além do ator Rubens Caribé e da cantora lírica Regina 
Elena Mesquita, participam da peça sobre a evolução do movimento do ser 
humano. São passos de estilos indiano, grego e street. (90 minutos). Livre. 
Sesc Pinheiros – Teatro Paulo Autran (1010 lugares). Rua Paes Leme, 195, 
Pinheiros. Quinta a sábado, 21h. Domingo, 18h. R$ 30,00 (adaptado de Veja 
São Paulo, 6 out. 2010).
A maioria dos textos da comunicação empresarial é escrita nesta função, pois eles precisam 
apresentar a maior clareza possível, como nas cartas comerciais, editais, ofícios, relatórios etc., exceto 
os que tratam de propaganda ou ferramentas de comunicação com a nítida finalidade de persuasão. A 
função referencial ou denotativa é aplicada também em textos jornalísticos, redações técnicas, manuais 
de instruções, bulas de remédios, resenhas, resumos, informes e descrições.
Exemplos:
Prezado senhor,
Informamos que seu pedido nº 327 já foi encaminhado para a transportadora 
e deve chegar no prazo combinado, em dois dias úteis, a partir desta data.
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Caros funcionários,
As férias coletivas deste ano se iniciarão em 23 de dezembro e prosseguirão 
até 2 de janeiro do próximo ano. No dia 3, impreterivelmente, todos 
regressam ao trabalho.
Depto. Pessoal
Na propaganda, essa função aparece também quando o objetivo é informar o consumidor sobre 
produtos e serviços, locais onde os encontrar etc.
Exemplos:
• Numa cesta de vime, temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma 
maçã vermelha e uma pera.
• Museu de Arte Contemporânea – aberto das 9h às 18h. Rua do Ouvidor, nº 507, Rio de Janeiro.
• Soft – a espuma de banho com hidratante, umectante e vitamina E.
 Saiba mais
Na literatura, a função referencial também aparece, como no livro Os 
sertões, de Euclides da Cunha, cujo objetivo era narrar a campanha militar 
contra Antonio Conselheiro, em Canudos.
Referencial Objetiva, clara, sem comentários, só procura informar. Exemplos: textos científicos, sínteses, comunicados, avisos. 
Emotiva Subjetiva, com comentários. Encontra‑se em poesias, crônicas, cartas, resenhas críticas, discursos. 
Conativa Persuasiva, quer influenciar, seduzir o receptor. Propaganda e publicidade utilizam muito essa função. 
Fática Preocupa‑se com o canal de comunicação, procura estabelecer e facilitar a transmissão linguística. Preocupa‑se em observar se o canal está funcionando. 
Poética Valoriza a própria mensagem e vale‑se do ritmo, dos sons, das figuras de linguagem. Aparece nos poemas, na oratória. 
Metalinguística Preocupa‑se com o código da linguagem. A explicação de um texto, de uma obra de arte, a gramática são exemplos de metalinguagem. 
Quadro 4 – Funções da linguagem
Fonte: baseado em Nadólskis (2009).
Para finalizar, devemos lembrar que em um mesmo texto podem aparecer várias funções da 
linguagem. O importante é saber a função predominante no texto, para então defini‑lo. Também é 
importante conhecê‑las bem para usar adequadamente cada uma delas para seu objetivo. Certamente 
isso facilitará o processo de comunicação.
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6 COMUNICAÇÃO ESCRITA
Escrever bem hoje é como falar bem em público. Há a necessidade de desenvolver essa habilidade, pois é uma 
exigência do mercado de trabalho. Não serve só para isso, mas também para sua vida pessoal. A comunicação 
escrita se desenvolve em vários níveis dentro de uma empresa, e seus principais objetivos giram em torno de:
• obter e fornecer informação;
• promover uma ação específica;
• promover, manter ou encerrar relacionamentos comerciais.
E tantas outras possibilidades. O que é importante saber para escrever um bom texto empresarial? 
Primeiro, é preciso conhecer e dominar fatores que atrapalham a compreensão do texto, como as regras 
gramaticais, evitando erros de pontuação, de ortografia etc. Deve‑se também escrever com a maior 
clareza possível evitando palavras rebuscadas, frases obscuras ou que tenham duplo sentido.
Segundo Blikstein (1997), é preciso também agradar o leitor, “empregando expressões elegantes e fugindo 
de um estilo muito seco”. Para o autor, para que a comunicação escrita seja eficaz, é necessário haver:
• clareza e objetividade para que a mensagem tenha uma resposta;
• precisão para que o outro compreenda o que se está pensando;
• persuasão para obter a colaboração e a resposta esperada.
Blikstein ainda aponta fatores que dificultam a comunicação escrita, por exemplo:
• interferência física: dificuldade visual, má grafia das palavras, cansaço, falta de iluminação etc.;
• interferência cultural: palavras ou frases complicadasou ambíguas, diferenças de nível social;
• interferência psicológica: mensagens que contenham agressividade, aspereza, antipatia etc.
O autor diz que na comunicação escrita o emissor, do processo de comunicação, passa a chamar‑se 
remetente e o receptor, destinatário. A mensagem será compreendida quando:
• o remetente transformar suas ideias em mensagem, associando‑as a estímulos físicos (letras) ou 
significantes, formando signos;
• o remetente enviar a mensagem, constituída de signos ao destinatário;
• o destinatário receber os signos, captando os significantes e entendendo os significados ou ideias 
a eles associados.
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Quando o destinatário entender o significado, estará apto a produzir uma resposta.
Antes de escrever, é importante parar um pouco para pensar a respeito do assunto. Deve‑se pensar em 
qual será seu objetivo, o que você objetiva com seu texto. Pretende fazer alguém comprar seu produto, 
persuadi‑lo? Quer fazer uma cotação de preços? Desculpar‑se de algum acontecimento que causou prejuízo 
a alguém? Simplesmente responder a um questionamento de cliente? Ou apenas agradecer pela parceria?
Outro fator em que precisa pensar antes de escrever é sobre seu destinatário, para quem está 
mandando a mensagem, quais são as características dele. O destinatário também define a escolha do 
veículo que deverá ser utilizado.
Para agilizar o processo, é importante munir‑se de informações sobre o assunto, relatórios, e‑mails 
trocados, documentos pertinentes, tudo que possa ajudar e facilitar o processo, além de evitar repetições 
desnecessárias sobre o mesmo tema.
Segundo Machado (2003, p. 6), “a comunicação organizacional escrita ainda é praticada com 
inúmeras deficiências, tanto operacionais quanto de qualidade”. O autor lista as principais delas:
• excesso de detalhes;
• períodos longos demais;
• uso de jargões que não pertencem ao ambiente profissional – mas que se acredita serem símbolos 
de intelectualidade e de conhecimento superior;
• falta de lógica;
• combinação do que é importante com o que não tem importância;
• falta de cuidado na revisão;
• gentilezas desnecessárias;
• tratamento inadequado;
• palavras impróprias para significar o que o comunicador deseja;
• afirmações sem suporte de informação pertinente;
• informações imprecisas, malformuladas ou não expressas em medidas que permitam avaliar seu 
significado real;
• redundâncias em excesso;
• uso excessivo de modismos.
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Para uma comunicação escrita eficaz, existem oito princípios propostos pelo autor (idem):
1. Neutralidade – não se deve tomar partido, é cuidadosa com opiniões e não tolera preconceitos 
nem preferências de quem se comunica.
2. Impessoalidade – não é feita de pessoa para pessoa, e sim de função para função, e a responsabilidade 
é da função, e não do ocupante.
3. Ação e resultado – motiva a ação do leitor e busca sempre um resultado.
4. Utilidade e benefício – usa apenas informações úteis e precisas, com indicação do benefício ao 
leitor.
5. Eficácia – a clareza é mais importante para o resultado desejado.
6. Precisão – palavras precisas, exatas, para representar o que deseja comunicar.
7. Foco – simplifica os temas complexos e jamais complica os temas simples e óbvios.
8. Sensatez e pertinência – ideias e informações pertinentes e relevantes, além de sensatas.
6.1 Veículos de redação administrativa
Para cada necessidade, objetivo ou situação, há um veículo de comunicação adequado. As redações 
administrativas mais comuns, segundo Pimenta (2006, p. 152‑154), são:
6.1.1 Carta comercial e de apresentação
Correspondência utilizada para: informar aprovação em concurso; tratar de assuntos gerais com 
variadas instituições; solicitar ou agradecer colaboração; justificar atos ou atitudes; homenagear, 
censurar, advertir, entre outros.
As cartas de apresentações podem ter vários motivos também, como apresentar produtos, pessoas, 
empresas etc.
Componentes: cabeçalho, data, destinatário, assunto, vocativo, contexto, fecho, nome, cargo e 
assinatura (do emitente) e anexo (opcional).
 Saiba mais
Acesse modelos de redação comercial em <http://www.youblisher.com/
p/66078‑teste>.
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Modelo de carta comercial
Papel timbrado
Para (destinatário / empresa)
Atenção a (pessoa ou departamento)
Assunto (do que se trata esta comunicação)
Prezados senhores,
Somos uma empresa de representações e temos em nosso quadro apenas profissionais altamente 
capacitados na área de informática e desenvolvimento de softwares, motivo pelo qual manifestamos 
nosso interesse em representá‑los, com exclusividade, na cidade de (informar).
Caso haja interesse por parte de sua empresa, colocamo‑nos à disposição para novos contatos, em 
que possamos detalhar nossa proposta.
Agradecemos antecipadamente a atenção.
Atenciosamente,
(assinatura)
Sua empresa
Seu nome–seu cargo
Fonte: Disponível em <http://www.tudobox.com/247/modelo_de_carta_comercial.html>.
6.1.2 Circular
Correspondência produzida em várias vias, tratando de interesse amplo e dirigida a multidestinatários. 
Cada via deve ser assinada ou autenticada, para ter um caráter original. Seu conteúdo, em geral, é 
composto por orientações e recomendações.
Componentes: cabeçalho, data, vocativo, contexto, fecho, nome, cargo e assinatura (do emitente).
6.1.3 Memorando
Correspondência interna para comunicações breves e menos solenes: avisos, consultas, entre 
outros.
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Componentes: cabeçalho, número de ordem, data, vocativo, assunto, contexto, fecho, nome, cargo 
e assinatura (do emitente).
6.1.4 Procuração
Documento pelo qual uma pessoa confere poderes legais a outra, para tratar de negócios ou agir 
em seu nome.
6.1.5 Notificação
Documento por meio do qual se informa o destinatário, pessoa física ou jurídica, sobre procedimentos 
a serem tomados pelo interessado, ou medidas que serão tomadas pelo remetente.
Componentes: cabeçalho, a expressão “Notificação”, contexto, data, assinatura, nome e cargo do emitente.
6.1.6 Ata
Documento de registro do desenvolvimento de uma reunião, assembleia ou sessão. Deve ser escrita 
com clareza, resumidamente. Os numerais (datas, entre outros) devem ser grafados por extenso.
Modelo de ata
Ata de reunião da diretoria
(Razão social)
CNPJ nº (informar)
Em (dia) de (mês) de (ano), na sede da empresa (razão social), inscrita no CNPJ sob o nº (informar) 
e com IE nº (informar), localizada à (informar endereço), foi realizada a Reunião da Diretoria, presidida 
pelo presidente (nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº (informar) e 
no RG sob o nº (informar), residente e domiciliado à (informar endereço), que indicou como secretárioo sr. (nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº (informar) e no RG sob o 
nº (informar), residente e domiciliado à (informar endereço).
Da exposição inicial
A reunião teve início com a apresentação dos balanços financeiros da empresa e apresentação de metas para 
o próximo semestre, que importam necessariamente na ampliação das atividades produtivas e clientela.
Da proposta de atuação
Após a exposição do presidente foram postas considerações acerca da proposta de abertura de uma 
nova filial no município de (xxx), cujo foco de vendas será voltado para (xxx), cujos estudos preliminares 
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mostram uma projeção de faturamento na ordem de (xxx) a um custo operacional de (xxx), conforme 
documento previamente apresentado a todos os diretores.
Na sequência, a referida proposta entrou em discussão, tendo o diretor (nome) tomado a palavra e 
discorrido acerca da necessidade de aquisição de novos equipamentos para a linha de produção, a fim 
de que a nova demanda possa ser suprida.
Deliberou‑se sobre o assunto e, após votação, foi aprovada a proposta de ampliação original, sendo 
que a aquisição de novos equipamentos de produção será viabilizada apenas após a abertura da filial 
conforme as necessidades que forem apontadas pelos relatórios mensais.
Por fim, a palavra foi concedida àqueles que dela quisessem fazer uso e, não existindo manifestações, 
o presidente encerrou esta reunião, que foi lavrada na presente ata, lido este instrumento, assinam.
(Local), (dia) de (mês) de (ano)
(Nome e assinatura do Presidente)
(Nome e assinatura do Secretário)
(Nome e assinatura de todos os diretores presentes)
Fonte: <Disponível em http://www.tudobox.com/220/modelo_de_ata_de_reuniao_da_diretoria.html>.
6.1.7 E‑mail ou correio eletrônico
É um recurso que possibilita a troca de mensagens e arquivos digitais de forma rápida e versátil 
por meio da internet. Um dos meios que têm substituído algumas formas tradicionais de comunicação, 
intensamente usado nas empresas. Neste item, o assunto do e‑mail é o que tem mais importância, pois 
determinará a abertura ou não do documento para leitura. Dada a facilidade de exclusão, é preciso 
pensar direito num bom título para os e‑mails profissionais.
Boas práticas no uso da internet na empresa
As boas práticas no uso da internet, bem como do e‑mail, tem sido assunto recorrente quando 
se pretende analisar o que é correto ou não no uso do endereço eletrônico profissional. Segundo os 
estudiosos da área, apesar dos benefícios obtidos por meio da internet, as empresas podem sofrer 
problemas judiciais que podem ser trazidos pelos funcionários, tais como: “spam enviados utilizando 
o e‑mail da empresa (e‑mail corporativo), deixando assim a empresa responsável pelo envio do e‑mail, 
instalação de software pirata e até a falta de ética do funcionário em transferir informações da empresa 
a terceiros” (FURLAN; SOUZA, 2007).
Segundo os autores, outro problema é a queda da produtividade dos funcionários com as funções 
que exercem. Por exemplo, eles citam: “contatos nos programas de mensagens instantâneas de amigos 
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e parentes, acesso a sites que não fazem parte do ramo de atividade da empresa ou com o setor que o 
funcionário trabalha”.
A conclusão dos autores leva em consideração a importância de as empresas terem políticas 
claras de acesso à internet e a necessidade de que as “restrições englobem tanto sites de 
provedores de e‑mails gratuitos e particulares quanto o acesso a sites que fujam do âmbito do 
trabalho, pois, embora ainda não haja leis específicas, a justiça já reconhece como legal este tipo 
de conduta” (ibidem).
6.1.8 Boletim
Texto produzido para informação interna ou externa. Em geral, é composto por resultados de pesquisa 
ou resumo de algum evento importante.
6.1.9 Manual
Texto didático, para ser utilizado por várias pessoas, que apresenta informações e orientações em 
linguagem técnica.
6.1.10 Jornais e revistas
Devem seguir o mesmo formato, linguagem e qualidade técnica dos jornais e revistas em circulação, 
tratando de assuntos de interesse interno e externo à empresa.
6.2 Correspondência com órgãos oficiais
6.2.1 Ofício
Comunicação oficial expedida por autoridades da administração pública e dirigida a particulares.
Componentes: número do expediente e sigla do órgão ou departamento que o expede, local e data, 
vocativo, contexto, fecho, assinatura, nome e cargo do emitente.
6.2.2 Edital
Segundo a ABNT (apud NADÓLSKIS, 2009, p. 176), “edital é aviso, postura, citação etc., oficial, afixado 
em lugares públicos ou anunciado por meio da imprensa para o conhecimento dos interessados ou de 
determinada pessoa de paradeiro ignorado”.
Os editais empresariais mais frequentes são os de tomada de preços, escolha de empresas para 
realização de obras por órgãos do governo, assembleia geral, inscrição, pessoa não localizada. 
Nadólskis (ibidem) indica que “abaixo do nome da empresa ou órgão público, o edital tem, no 
início, número de ordem/ano. Finaliza‑se o edital com indicação de local, data, nome, qualificação 
funcional”.
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6.2.3 Requerimento
Documento que serve para fazer solicitações a uma autoridade; e é também chamado de petição.
Componentes: vocativo, contexto, fecho, data e assinatura.
 Saiba mais
O livro Como escrever melhor, da Publifolha, apresenta inúmeras dicas 
para fazer textos empresariais benfeitos.
6.3 Relatório
Documento que contém informações, fatos, estatísticas ou recomendações coletadas por uma 
pessoa ou grupo, com o objetivo de melhorar processos ou serviços. Descreve fatos, registra observações, 
pesquisas, investigações, fatos ou relata a execução de serviços ou experiências. Os relatórios podem 
ser de vários tipos: individual ou coletivo; simples ou complexo; parcial ou completo; periódico ou 
eventual.
Conforme a necessidade da empresa, é possível que tenham muitos tipos de relatórios. Por exemplo, 
as áreas de vendas e de atendimento ao cliente possuem diversas formas de relatórios, com vários tipos 
de informações diferentes. Geralmente, elas adaptam essas informações nos formatos de que precisam 
para a tomada de decisões. Outras variantes dos empresariais são ainda os relatórios de reunião e os 
relatórios de ocorrência, relatórios técnicos, administrativos, de estágio, de visita e outros que forem 
preciso para resolver problemas específicos.
 Observação
No mundo acadêmico, existem ainda os relatórios científicos, apreciação 
sobre um tema, cursos realizados etc.
Componentes: título, relator(es), introdução, referências, quem requisitou, objetivos, entre outros, 
período, procedimento para coleta de dados, corpo do relatório, informações propriamente ditas, 
conclusões, deliberações (quando for um relatório de reunião) e recomendações (se cabíveis).
 Lembrete
Nos relatórios, é necessário sempre cuidar da organização, precisão, 
clareza, veracidade e boa apresentação das informações. Em geral, 
utilizam‑se gráficos, tabelas, diagramas eestatísticas.
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Sugestão de esquema para um relatório (idem, p. 207):
Na capa:
• título do relatório;
• nome do relator;
• cidade;
• ano.
Na folha de rosto:
• título do relatório (ref.:);
• para;
• elaborado por;
• assunto;
• local;
• data de elaboração;
• tipo de relatório (parcial, total, inicial, final);
• natureza (normal, confidencial, reservado, secreto).
Nas folhas seguintes:
• resumo (O quê? Por quê? O que se fez? Recomendações);
• introdução;
• objetivos (o que se pretende);
• métodos (entrevista, questionários, observações, testes etc.);
• meios (instrumentos);
• duração (quanto tempo?);
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• pessoal envolvido (quem?);
• desenvolvimento;
• fatos, constatações (exatos, objetivos, em sequência);
• avaliação crítica (motivos e consequências ou causas e efeitos);
• recomendações (medidas a serem tomadas);
• conclusões (resultados esperados);
• anexos;
• referências;
• local e data;
• assinatura, nome legível, identificação funcional.
6.4 Currículo
Qualifica uma pessoa, por meio de sucintas informações a respeito de sua formação acadêmica 
e experiência profissional. A linguagem deve ser concisa, apresentando os dados de forma objetiva. 
Não deve haver valorização dos dados com o uso de adjetivos. Deixe essa valorização para quem lê o 
currículo.
Evite abreviar nomes de entidades, escolas, empresas ou órgãos públicos. A apresentação já indica o 
cuidado e a organização da pessoa que o apresenta, portanto capriche no visual:
• redija em terceira pessoa;
• não há necessidade de juntar comprovantes;
• elimine os itens nos quais não tenha nada a declarar.
As partes essenciais, segundo Nadólskis (idem), são:
• objetivo – indique o cargo ou a função que pretende;
• dados pessoais de identificação;
• formação e experiência profissional (indicar sempre data de início e de término).
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 Saiba mais
Procure na internet e assista aos vídeos do especialista em recursos 
humanos e negociação Max Gehringer. Comece por este: Emprego de A a Z: 
a temível entrevista de seleção.
As informações devem ser verdadeiras, mas a seleção deve contemplar o que é mais importante para 
valorizar o interessado de acordo com as necessidades dos destinatário.
Roteiro para elaborar o currículo:
• identificação (nome, data de nascimento, estado civil, residência, telefone, e‑mail);
• objetivo;
• formação (graduação, pós‑graduação, outros cursos, conhecimento de idiomas e informática);
• experiência profissional (empresas em que trabalhou, períodos, o que fazia, resultados 
alcançados);
• outras informações (trabalhos voluntários, outras formações não pertinentes ao cargo, assuntos 
interessantes sobre você).
 Observação
O currículo pode ser enviado com uma carta de apresentação, que deve 
conter, além do objetivo, suas pretensões em relação à empresa.
6.5 Resumo
Fazer resumos é tarefa corrente na vida estudantil, e também na profissional. A capacidade de 
síntese é importante para bons textos.
A língua possibilita substituirmos afirmações, locuções, formas compostas, como “tinha sido” por 
“fora”, por exemplo, “na nossa língua vernácula” por “em português” etc., pois essas coisas tornam o 
texto mais longo. Isso tudo porque a busca é por maior clareza, expressividade e melhor compreensão 
do leitor. Esses pormenores, geralmente, nada acrescentam à essência do conteúdo, mas aumentam o 
texto.
Segundo Nadólskis (2009, p. 138),
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frequentemente, necessitamos de um texto mais breve, seja para uma 
comunicação mais rápida dos pontos principais de um assunto, para uma 
visão globalizada dos elementos capitais de um texto ou para memorizarmos 
com mais facilidade alguns dados. Fazemos, então, um resumo de textos, 
como livros, artigos, atas, monografias, teses, capítulos, pontos, relatórios.
Segundo o autor, a normatização do assunto é feita pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), 
por meio da norma (NB‑88) para redação e apresentação de resumos de qualquer tipo de texto. Para ela, 
“resumo é apresentação concisa dos pontos relevantes de um texto em sequência de frases articuladas”.
Os resumos podem ser de quatro tipos:
• indicativo: resume apenas os pontos principais. geralmente utilizados em prospectos e 
catálogos;
• informativo: ressalta, de modo conciso, finalidades, metodologia, resultados e conclusões. 
evidencia ao leitor se ele deve ler o texto todo ou não;
• informativo/indicativo: combinação de ambos;
• crítico: faz análise interpretativa de um texto; é também denominado recensão ou resenha.
 Lembrete
A ABNT recomenda os seguintes tamanhos para os resumos oficiais, em 
trabalhos acadêmicos:
para notas e comunicações breves, até 100 palavras;
para monografias e artigos, até 250 palavras;
para relatórios e teses, até 500 palavras.
Comece pesquisando as palavras desconhecidas, veja se são necessários conhecimentos anteriores 
que você não tem e pesquise, até compreendê‑lo convenientemente. Para fazer um bom resumo, deve‑se 
compreender adequadamente o texto. Não há como fazê‑lo sem atender essa condição.
Nadólskis (2009) recomenda que não se tente resumir antes de entender o texto todo.
Comece, então, buscando a ideia principal. O mote central que move o texto, que o levou ao resultado. 
A ideia principal do autor deve aparecer logo no início do texto, e é imprescindível usar a terceira pessoa 
do singular, de preferência em frases afirmativas.
Encontrada a ideia principal, deve‑se eliminar tudo o que não é essencial para a compreensão dela, como 
excesso de exemplos, afirmações repetidas do autor, dados que se desviem do tema central do texto.
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Quando conseguir determinar o que realmente é importante, escreva o resumo com palavras que 
está mais acostumado a usar; faça o resumo após a leitura, para não ficar influenciado pelas palavras do 
autor. Use as suas palavras, com sua forma de escrever. Utilize frases curtas e linguagem clara e breve, 
na ordem direta. Revise seu texto, comparando‑o com o texto original.
Se o trabalho referir‑se apenas a um trecho, faça o resumo parágrafo por parágrafo. Tire as ideias 
centrais de cada um deles, que devem estar no início ou no fim, mas também podem estar diluídas no 
texto.
Para resumir textos maiores, capítulos ou livro inteiro, procure observar o plano do autor para 
escrever.
Dicas para fazer um bom resumo
Resumo é a condensação do texto, sintetizado nasideias centrais.
Levantar o esquema e preparar as anotações de leitura.
Use frases breves, objetivas, sempre acrescentando as referências bibliográficas e observações de 
caráter pessoal, se necessário.
Ler e reler o texto.
Procurar a ideia‑chave de cada parágrafo.
Colocar em ordem e relacionar as ideias dos parágrafos.
Escrever a síntese, formando frases com todas as ideias principais.
Confrontar a síntese com o original para que nada de importante falte no resumo.
Redigir com as próprias palavras.
6.5.1 Técnica de sublinhar
A técnica de sublinhar ajuda bastante quem não tem prática em fazer resumos. Basicamente, 
trata‑se de marcar as frases mais importantes, a ideia central. Pode‑se até escrever uma palavra ao 
lado que determine o significado daquele parágrafo. Pode‑se usar canetas coloridas, uma cor para 
marcar a ideia central, outra para ideias secundárias e outra, ainda, para exemplos significativos, e 
assim por diante.
Após sublinhar, parte‑se então para reescrever o texto, a partir das anotações. As recomendações 
anteriores também servem para a técnica de sublinhar. Deve‑se ler o texto e verificar se está em 
conformidade com o original. Escreva com suas palavras.
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6.5.2 Esquema ou quadro sinóptico
Para fazer um esquema, as dicas anteriores devem ser seguidas e a compreensão total do texto é 
imprescindível. Siga os seguintes passos:
• enumerar os elementos importantes;
• elencar as ideias centrais do texto;
• fazer representação gráfica do que se leu.
• usar chaves e números, se preciso;
• ter uma compreensão das partes do texto, pois sem isso não é possível esquematizar;
• observar a fidelidade ao original;
• cuidar da estrutura lógica do trabalho;
• criar flexibilidade e funcionalidade (para que rapidamente se tenha uma ideia do conteúdo).
Vamos acompanhar o seguinte exemplo:
Inflação e otimismo
A inflação deve ficar em 5,6% este ano e aproximar‑se do centro da meta, 4,5%, só no fim de 2012, 
segundo o novo cenário básico do Banco Central (BC). Apesar disso, há um certo otimismo na edição 
de março do Relatório de Inflação, um amplo panorama econômico divulgado a cada três meses pela 
autoridade monetária. De acordo com as projeções do relatório, a política fiscal será executada com 
rigor e produzirá o superávit primário estipulado para o ano, de R$ 117,9 bilhões, cerca de 2,9% do 
Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o crescimento econômico será suavemente reduzido para 4%, a 
demanda interna será acomodada e a economia global continuará em recuperação. O buraco nas contas 
externas aumentará mais lentamente que em 2010 e será facilmente financiado graças, principalmente, 
ao ingresso de investimentos diretos [...] (O ESTADO DE S.PAULO, 2011).
Sublinhado
A inflação deve ficar em 5,6% este ano e aproximar‑se do centro da meta, 4,5%, só no fim de 2012, 
segundo o novo cenário básico do Banco Central (BC). Apesar disso, há um certo otimismo na edição 
de março do Relatório de Inflação, um amplo panorama econômico divulgado a cada três meses pela 
autoridade monetária. De acordo com as projeções do relatório, a política fiscal será executada com 
rigor e produzirá o superávit primário estipulado para o ano, de R$ 117,9 bilhões, cerca de 2,9% do 
Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, o crescimento econômico será suavemente reduzido para 4%, a 
demanda interna será acomodada e a economia global continuará em recuperação. O buraco nas contas 
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externas aumentará mais lentamente que em 2010 e será facilmente financiado graças, principalmente, 
ao ingresso de investimentos diretos [...].
Esquema

Inflação – 5,6% em 2011.
Relatório apresenta otimismo.
Projeções de rigor na política fiscal.
Produzirá superávit de R$ 117,9 bilhões, cerca de 2,9% do Produto Interno Bruto 
(PIB).
Crescimento econômico deverá ser reduzido para 4%.
Déficit das contas externas financiadas por investimentos diretos.
 Resumo
A inflação em 2011 deve ficar em 5,6%, longe do centro da meta, que é de 4%. E, apesar disso, 
o Relatório do Banco Central mostra otimismo. A contar com o rigor na política fiscal, que prevê 
também cortes nos gastos do governo, será produzido um superávit de R$ 117,9 bilhões, cerca de 
2,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Mesmo assim, o crescimento econômico deverá ser reduzido, 
em relação ao ano passado, e crescerá 4%. O déficit das contas externas será financiado pelos 
investimentos diretos.
6.5.3 Resenha crítica
Aqui entramos na parte geralmente mais difícil, do ponto de vista dos estudantes. Uma resenha não 
é um resumo. As resenhas partem de um material anterior, um texto, um filme, um livro, e o autor faz 
uma crítica pessoal a respeito, mas não escreve isso em primeira pessoa, o texto é sempre em terceira 
pessoa. Uma resenha, também chamada de resenha crítica, é uma síntese geral informativa e avaliativa 
que pressupõe crítica, opinião.
Nos textos acadêmicos, resenhas são
artigos de divulgação científica em que se verifica uma ideia sobre 
o conteúdo de uma obra por meio de um resumo de seu conteúdo e, 
também, se exerce análise crítica, observando a expressão linguística, os 
métodos, os conceitos, os seus valores de acordo com os objetivos do texto 
resenhado. Para maior validade da análise crítica, apoia‑se, com citações 
bibliográficas, nas opiniões de outros estudiosos de reconhecida autoridade 
no assunto (NADÓLSKIS, 2009, p. 223).
A resenha tem a seguinte estrutura, segundo o autor, e pode ou não ser acompanhada de títulos em 
cada uma de suas partes:
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• introdução com as referências bibliográficas e dados sobre o autor;
• resumo do conteúdo;
• análise com julgamentos de valores dos pontos mais importantes; em obras literárias, estuda‑se 
a construção das personagens, psicológica e socialmente.
• apreciação da obra quanto ao seu valor científico ou estético em visão crítica objetiva, imparcial, 
sem digressões, que mais ressaltam as ideias do resenhista do que do resenhado; avalia‑se a 
importância da obra dentro da área de atuação;
• conclusão que abranja o valor do conjunto da obra.
 Lembrete
Uma resenha crítica não é apenas um resumo benfeito da obra. Ela 
precisa ter um conteúdo crítico, que exponha a opinião do autor da resenha, 
sempre redigido em terceira pessoa.
Figura 16 – As resenhas críticas aparecem nos jornais, geralmente, falando sobre obras de arte e sobre política. No mundo acadêmico, 
somos solicitados a fazer resenhas críticas sobre livros, capítulos de livros, filmes etc.
Leia a seguir um exemplo de resenha crítica:
Entenda Macunaíma, seus mitos e lendas
Lançada em 1928, Macunaíma, a obra‑prima de Mário de Andrade, conta a 
vida do herói sem nenhum caráter, personagem síntese do homem brasileiro 
e ainda se mantém como um dos livros mais atuais da literatura brasileira. 
Uma viagem pelo universo do personagem e do próprio livro está na obra 
Macunaíma, da professora de língua e literatura Noemi Jaffe.
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A obra comenta em detalhes cada capítulo do livro, analisando todos os 
mitos e lendas que Mário de Andrade adaptou do folclore indígena, africano 
e europeu, além de discutir os desdobramentos da produção literária na 
cultura brasileira.
O esforço de Jaffe está em estimular a leitura de Macunaíma – ao contrário 
de muitos trabalhos de introdução às grandes obras, em especial aqueles 
voltados para vestibulandos, que não escondem a proposta de dispensar a 
leitura dos textos que apresentam.
Como o nome indica, a série Folha Explica ambiciona explicar os assuntos 
tratados e fazê‑lo em um contexto brasileiro: cada livro oferece ao leitor 
condições não só para que fique bem‑informado, mas para que possa refletir 
sobre o tema, de uma perspectiva atual e consciente das circunstâncias do 
país.
Macunaíma é um dos livros mais importantes da literatura brasileira, por 
várias razões: as rupturas narrativas de tempo, espaço e composição de 
personagem; a ruptura linguística, que mistura o culto e o popular, o urbano 
e o regional, o escrito e o oral, contribuindo para o estabelecimento de uma 
“fala brasileira”; a importância da narrativa como personagem propriamente, 
já que o texto se assume como um relato e o narrador como seu relator; a 
personagem, herói sem nenhum caráter, que se situa além do bem e do 
mal; o significado geral da obra, que sintetiza uma reflexão crítica sobre 
a personalidade do homem brasileiro. E poderíamos citar muitos outros 
motivos. O fato é que Macunaíma se inscreveu como parte de nossa cultura, 
incitando polêmicas e desdobramentos em todas as gerações subsequentes, 
mas sobretudo muita surpresa e prazer.
Assim como Macunaíma, seu autor, Mário de Andrade (1893‑1945), também é 
fundamental para a compreensão da singularidade do modernismo brasileiro 
e das manifestações que viriam sucedê‑lo. Mário foi um dos idealizadores 
da Semana de Arte Moderna, criador de várias obras importantes, como 
Amar, verbo intransitivo, Lira paulistana, Contos novos e Clã do jabuti; um 
garimpeiro da cultura popular e do folclore; músico e professor; autor de 
uma correspondência criativa e crítica sobre a literatura, a música e a cultura 
brasileiras; crítico da própria obra e do modernismo em geral.
Com tantas grandezas envolvidas, tanto da obra como do autor, seria mesmo 
difícil compreendê‑los inteiramente num espaço pequeno como o deste 
livro, que deve ser visto como uma iniciação à leitura de Macunaíma, ou 
um auxílio para sua compreensão e interpretação. Por tratar‑se de uma obra 
com muitas referências externas, é importante contar com um suporte para 
a jornada de nosso herói sem caráter. Mas não é o caso, de forma alguma, 
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de substituir a fantástica viagem macunaímica por algum outro texto. O 
dinamismo, o humor, as contradições, o aprendizado só podem acontecer a 
partir da rapsódia – tudo mais é paralelo. Aliás, é assim com qualquer obra 
ou autor. Por mais que se faça uma paráfrase detalhada, com análises e 
interpretações, como acontece neste livro, a intenção é estimular a leitura 
e a discussão da obra, especialmente de uma obra tão polêmica quanto 
Macunaíma.
As obras literárias não servem a nada nem a ninguém. A melhor maneira de 
lê‑las, fruí‑las e entendê‑las é com um sentido íntimo de liberdade, mesmo 
que tenham sido recomendadas por professores, que sejam necessárias 
para o trabalho de pesquisa ou para outros fins. Uma obra da dimensão 
de Macunaíma, mesmo quando sua leitura é obrigatória, só poderá ser 
conhecida se, durante a leitura, o leitor desobrigar‑se de algum objetivo 
final. Cuidemos disso posteriormente, depois da leitura concluída (FOLHA 
ONLINE, 2009).
6.5.4 Fichamento
Os fichamentos são necessários quando se está fazendo uma pesquisa mais ampla para não correr 
o risco de perder informações. Um fichamento deve ter minimamente as informações sobre o que trata 
o texto, sua ligação com sua pesquisa e as referências corretas para não se perder. Pode‑se também 
já encontrar citações importantes para deixar no fichamento, o que evita ter de voltar ao livro para 
buscá‑las.
Para Huhne (2000, p. 64 e 65) “fichamento é uma forma de investigação que se caracteriza pelo 
ato de fichar (registrar) todo o material necessário à compreensão de um texto ou tema. Para isso, 
é preciso usar fichas que facilitam a documentação e preparam a execução do trabalho. Não só isso, 
é também uma forma de estudar/assimilar criticamente os melhores textos/temas de sua formação 
acadêmico‑profissional.
Segundo Huhne, um fichamento completo deve apresentar os seguintes dados:
1. Indicação bibliográfica – mostrar a fonte da leitura (conforme normas da ABNT).
2. Resumo – sintetizar o conteúdo da obra. Trabalho que se baseia no esquema (na introdução 
pode‑se fazer uma pequena apresentação histórica ou ilustrativa).
3. Citações – apresentar as transcrições significativas da obra.
4. Comentários – expressar a compreensão crítica do texto, baseando‑se ou não em outros autores 
e outras obras.
5. Ideação – colocar em destaque as novas ideias que surgiram durante a leitura reflexiva.
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6.5.5 Referências
Qualquer uma das possibilidades que se use para fazer fichamentos, em trabalhos que se esteja 
desenvolvendo, é sempre muito importante e imprescindível colocar as referências completas para 
facilitar a localização da informação. Trabalhos sem referências indicam que não foram feitos com o 
devido cuidado e que as informações não são passíveis de serem checadas.
 Saiba mais
Acesse o manual de normalização para trabalhos acadêmicos da Unip 
em <www.unip.br>, nas abas serviços e biblioteca.
Figura 17 – As referências são importantes para saber de onde foram tiradas as informações presentes no trabalho.
Observe algumas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para referências, 
encontradas no manual de normalização:
Monografia no todo (livro, manual enciclopédia, dicionário, tese, dissertação, trabalho 
acadêmico etc.)
Exemplos:
Um autor
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Dois autores
DAMIÃO, R. T.; HENRIQUES, A. Curso de direito jurídico. São Paulo: Atlas, 1995.
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Três autores
PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A.; CHAVES, M. Alegria de saber: matemática, segunda série, 2, primeiro 
grau: livro do professor. São Paulo: Scipione, 1995.
Mais de três autores
Indica‑se apenas o primeiro, acrescentando‑se a expressão et. al.
URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil. Brasília: IPEA, 
1994.
6.6 Parágrafo
Para quem não está habituado a escrever, seja por prazer ou por exigência profissional, pode achar 
que isso seja uma dificuldade intransponível. Há uma possibilidade, no entanto, que pode facilitar a 
vida de quem tem essa dificuldade:treinar, treinar e treinar. Apenas com a prática é possível aprender a 
escrever corretamente e com fluência.
Vamos estudar neste tópico a estrutura interna de um texto, ou seja, aprenderemos a escrever bons 
parágrafos.
Comecemos por entender o que é um parágrafo. Segundo Nadólskis (2009, p. 158), o parágrafo é um 
segmento que constitui uma unidade da redação. Nele se desenvolve, por meio de um ou mais períodos, 
uma ideia principal que pode ser ampliada por ideias secundárias.
Sempre deve‑se guardar uma distância da margem, marcada por um espaço em branco, chamado 
de branco paragráfico, um espaço de até dez toques. Algumas publicações não usam esse espaço em 
branco, usam o que é chamado de escrita em bloco. Também não existe um número determinado de 
linhas para caracterizar um parágrafo. Ele pode ir de algumas linhas a várias páginas, dependendo da 
particularidade de cada autor.
O certo é que, se você não é um talento raro para a escrita, não se arrisque a escrever parágrafos 
muito longos. Em textos escritos, o menos vale mais. Isso porque você pode se perder em suas ideias e 
não escrever um parágrafo compreensível. Quanto menos divisões das ideias, maior é a facilidade em 
errar ao escrever. Frases mais curtas facilitarão sua vida, certamente.
E quando é que mudamos de parágrafo? Isso vai depender do que você planejou escrever. 
Planejar o texto é fundamental para escrever com qualidade. Em geral, novas ideias, novos 
parágrafos. Quando se pretende escrever sobre determinado assunto, é importante conhecê‑lo, 
pesquisá‑lo, estudar sobre ele. Assim, garantem‑se parágrafos interessantes, bem‑construídos 
e compreensíveis. Podemos dizer que cada nova ideia‑chave deve ser posta em um novo 
parágrafo.
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6.6.1 Tópico frasal
Agora vamos falar sobre o tópico frasal. Ele é a ideia central, a ideia‑chave de seu parágrafo. A partir 
dele, girará todo o seu parágrafo. Como vimos anteriormente, um parágrafo é uma ideia acompanhada 
de ideias secundárias ao assunto. O tópico frasal praticamente resume a ideia de seu parágrafo. 
Suponhamos que você faça um resumo do seu texto após escrevê‑lo. É bem possível que nesse resumo 
figurem apenas as ideias centrais dos parágrafos, os tópicos frasais.
Segundo a maioria dos autores, o tópico frasal é a introdução do parágrafo, e ele deve ser seguido de 
desenvolvimento e conclusão. Veja, então, que um parágrafo precisa ser um minitexto completo. Deve 
ter início, meio e fim. Introdução, desenvolvimento e conclusão.
Vamos a um exemplo de um parágrafo e de tópico frasal:
Figurando frequentemente na mídia, o tema da sustentabilidade passou 
a fazer parte da vida das pessoas nos últimos anos. As propagandas dessa 
e de outras empresas têm disseminado os temas da sustentabilidade e 
a responsabilidade social, alterando o entendimento e a relação que 
as pessoas estabelecem com estas temáticas (GARCIA apud HELLER; 
LONGHI, 2009).
Veja que o tópico frasal está na primeira e na segunda linha do texto. É nesse trecho que se entende 
do que o texto vai tratar, apresenta‑se a ideia central do parágrafo, o tópico frasal. A partir dele, é que 
o parágrafo vai se desenvolver. Quando se opta por fazer esse tipo de parágrafo, é mais fácil escrever e 
também compreender o texto.
Há várias formas para se dar início a um parágrafo; isso pode ser feito, por exemplo, por meio de 
uma definição.
A matemática financeira é uma ferramenta útil na análise de algumas 
alternativas de investimentos ou financiamentos de bens de consumo. 
A ideia básica é simplificar a operação financeira a um fluxo de caixa e 
empregar alguns procedimentos matemáticos (SERCOMTEL, 2010).
Observe que iniciar um parágrafo por meio de uma definição faz com que o autor tenha que depois 
provar, mostrar porque trata‑se de uma ferramenta útil para analisar investimentos e financiamentos. A 
partir daí, ele precisa exemplificar, analisar para completar sua ideia ou, ainda, apontar opiniões pessoais 
ou de outras pessoas para escrever um bom parágrafo.
Pode‑se começar um parágrafo também por uma declaração: “Pesquisas atuais indicam que mais 
de 80% das decisões de compra das famílias brasileiras são feitas por mulheres”. Depois disso, deve‑se 
tentar explicar os contrastes existentes nessa declaração, ou colocar ideias secundárias como exemplos, 
e concluir com argumentos.
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Pesquisas atuais indicam que mais de 80% das decisões de compra das 
famílias brasileiras são feitas por mulheres. A sociedade atual é caracterizada 
por um alto consumo de todo tipo de produto por parte das pessoas. Prova 
disso é que as vendas de automóveis batem recordes todos os meses, as 
vendas nos supermercados crescem à ordem de 7% todos os meses. Dessa 
forma, consumir parece ser a tônica da população atual.
Tópicos frasais criados a partir da divisão de conteúdo devem ser desenvolvidos seguindo a ordem 
dos componentes.
No setor bancário, os projetos primordiais se referem ao atendimento ao 
cliente, à eliminação das filas e à redução de perdas causadas por golpes. 
Atendimento ao cliente já é um assunto recorrente no setor desde o início 
do Código de Defesa do Consumidor, há mais de 20 anos. Eliminar filas 
também faz parte desse tópico, mas é tratado de forma diferenciada, 
pois há legislações que punem os bancos quando as filas se perpetuam. A 
prevenção de perdas causadas por golpes é estudada por grupos especiais 
em todos os bancos, pois sempre há uma especialização maior dos 
bandidos, e as soluções apresentadas pelo setor geralmente ficam aquém. 
Parece um problema sem fim.
Eficientes Ineficientes
• Têm unidade, desenvolvem‑se em torno de uma 
ideia central e evoluem a partir dela. • Agregam várias ideias novas à ideia central.
• Apresentam harmonia entre as ideias. • Permanecem sempre repetindo a mesma informação, tautologicamente.
• Ideias secundárias decorrem logicamente da ideia 
central.
• São acrescidas ideias que não conservam nexo 
lógico entre si.
• Ideias secundárias não têm imediata relação com a 
central.
Quadro 5
 Lembrete
As formas mais comuns para se iniciar um parágrafo, construir um 
tópico frasal, são por:
• declaração;
• definição;
• divisão.
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Parágrafos
Além dessas formas, podem‑se ainda construir tópicos frasais por alusão a uma opinião alheia, um 
autor, uma referência a um fato histórico ou a uma obra de arte, e geralmente apela para a capacidade 
de associação de ideias do leitor:
“Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas”, escreveu Machado 
de Assis, em Quincas Borba. Seria essa a postura esperada de um vencedor 
em um cargo eletivo qualquer. Vencida a etapa de luta e disputa eleitoral, 
urnas apuradas, a raiva pela derrota aos vencidos e, ao vencedor, o melhor 
dos tempos possíveis, doravante.
Também se pode iniciar um parágrafo por meio de uma interrogação, que geralmente é respondida 
pelo próprio autor no decorrer do texto.
O que esperar dessa geração de meninos e meninas que vivem nas ruas? Que 
tenham algum tipo de assistência do governoou da sociedade para que não 
debandem para a violência, nem para as drogas, nem para a bandidagem. 
Espera‑se que tenham direito a um futuro digno.
Uma exclamação pode ser o início de um parágrafo também.
Ora essa! O que se discute aqui é o que vai ter de sobremesa ou a independência 
do Brasil? Claro que é uma discussão ampla e que não deve deixar de fora 
nenhum dos sabores apropriados para a data. Discute‑se a independência 
moral de um povo que sofre.
Figura 18 – Os grandes autores são capazes de escrever parágrafos únicos de várias páginas.
6.6.2 Desenvolvimento de parágrafos
Os parágrafos podem se desenvolver por exemplificação, quando o autor opta por apontar exemplos 
sobre o tema estudado. Também pode‑se optar por partir de “uma premissa maior, geral, seguida de uma 
premissa menor, particular, para finalizar com a conclusão” (NADÓLSKIS, 2009, p. 162). Outra forma é a 
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pormenorização descritiva, que enumera componentes do assunto, por semelhanças e por contrastes e 
que mostra as relações de causalidade.
Colocar exemplos, ir do maior para o menor, explicar em detalhes, falar de semelhanças ou de 
diferenças, além de falar sobre causa e efeito são possibilidades para construção de parágrafos. Como 
fazer isso? Tentando, treinando e escrevendo. Não há outra forma.
Veja o exemplo de desenvolvimento por exemplificação mostrado por Nadólskis (ibidem) em Linhas 
tortas, de Graciliano Ramos:
E não tendo visto o operário no serviço, dificilmente acreditamos que ele 
manifeste ódio a um patrão invisível e queira vingar‑se. Em Suor, de Jorge 
Amado, as personagens descansam e se exercitam nos movimentos de greve, 
e em Jubiabá mexe‑se uma gente vagabunda, que vive de pequenos furtos 
e contrabandos. O trabalho aparece aí quase como um prazer e torna meio 
inconsequente esse livro notável, que tem passagens como a sentinela de 
defuntos, uma das melhores páginas escritas no Brasil.
Neste caso, a exemplificação fica por conta dos romances de Jorge Amado. No trecho seguinte, há 
uma criação de parágrafo em que há silogismo, ou seja, uma premissa maior, geral, seguida por uma 
premissa menor, particular, para finalizar com a conclusão:
O Brasil é um país fundamentalmente carnavalesco. Palmeira é uma cidade 
essencialmente brasileira. Grande parte dos defeitos e das virtudes que 
no brasileiro se encontram, em geral, o palmeirense possui, em particular. 
Reproduz‑se entre nós, em ponto pequeno, o que o país em ponto grande 
produz.
Na pormenorização descritiva, desenvolve‑se o parágrafo enumerando os componentes necessários 
para mostrar as características importantes, como em A cidade e as serras, de Eça de Queiroz.
Sob a janela vicejava fartamente uma horta, com repolho, feijoal, talhões de 
alface, gordas folhas de abóbora rastejando. Uma eira, velha e mal alisada, 
dominava o vale, de onde já subia tenuamente a névoa de algum fundo 
ribeiro. Toda a esquina do casarão desse lado se encravava em laranjal. E 
duma fontinha rústica, meio afogada em rosas tremedeiras, corria um longo 
e rutilante fio de água (1958, p. 439).
Podem‑se ainda desenvolver parágrafos por semelhanças ou por contrastes. Nos contrastes de 
ideias, exploram‑se exposições que estabelecem contrastes entre si, apresentando‑se, por exemplo, 
comparações, ideias paralelas etc. No desenvolvimento por semelhanças, ideias análogas ou comparação, 
o redator vale‑se de expressões que indicam semelhança, como, por exemplo: à semelhança; da mesma 
forma; do mesmo modo; de igual modo etc.
O melhor seria não generalizar, porque cada qual tem o seu jeito próprio de 
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viver e de trabalhar. Mas, tomando por base a vida daqueles de quem me 
tornei amigo e confidente, eu diria que ser correspondente no estrangeiro 
é cometer adultérios múltiplos. É trair a mulher ou o homem amando […] 
(autor desconhecido).
Podem‑se ainda desenvolver os parágrafos por razões, causas, consequências e efeitos. Nesse tipo 
de construção, notam‑se as causas e os efeitos, os motivos e as suas consequências. Sempre cabe uma 
explicação para as razões. Veja o texto de Aristóteles, citado por Nadólskis (2009, p. 164):
Entre as formas comuns a todos os discursos, a amplificação é, em geral, a 
que melhor se presta aos discursos demonstrativos, porque nela o orador 
toma os fatos por aceites e só lhe resta revesti‑los de grandeza e de beleza. 
Em compensação, os exemplos acomodam‑se mais ao gênero deliberativo, 
pois que nos servimos das conjeturas tomadas no passado para nos 
pronunciarmos sobre o porvir.
6.6.3 Conclusão do parágrafo
O parágrafo tem um início, marcado pelo tópico frasal, um desenvolvimento e deverá ter um final. 
Aqui a dificuldade é em encerrar o parágrafo, tendo o cuidado de não encerrar o texto, se ainda não 
for este o momento mais adequado. Parágrafos devem ter sua conclusão, encerrando o assunto dele e 
dando a ideia de que um novo assunto virá na próxima linha.
Há várias maneiras de encerrar um parágrafo. Alguns parágrafos também podem aparecer sem uma 
conclusão. O autor pode deixar para o leitor a tarefa de concluir, de fechar a ideia, como em casos em 
que existem longas enumerações, descrições etc.:
Na casa da minha avó tinha sempre um monte de primas a brincar nos 
domingos. Elas chegavam com seus pais, de manhã bem cedinho, e era logo 
aquela algazarra, que só findava no final da tarde, quando ela, minha avó, 
servia o chá, o café, o bolo, o pão com manteiga, o presunto e o queijo.
Observe a finalização de um parágrafo pelo registro de impressão deixada pelos seus elementos 
colocados no desenvolvimento e anunciada no tópico frasal:
Era uma tarde fria e garoenta. Na cidade, os carros quase não andavam, 
atravancados pela dificuldade causada pelo excesso de veículos, o trânsito 
caótico e os semáforos desligados. Na janela da casa, a chuva fininha batia 
anunciando que viria muito frio por aquelas bandas. A garoa parecia trazer 
maus agouros aos transeuntes e aos moradores da casa amarela.
Outra forma de finalizar o parágrafo é com a transcrição de falas:
E por todas essas razões, já tão conhecidas pela família, logo que chegaram 
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à casa, as três crianças assustadas, com medo de serem castigadas, foram 
logo dizendo: “Não fui eu! Não fui eu! Não fui eu!”.
Há também a possibilidade de se terminar um parágrafo por exclamação:
Já não podendo conter as lágrimas, os moradores da ruazinha, que viram 
o acidente, começaram a rezar em voz baixa, deram‑se as mãos, e, quando 
acabaram a reza, alguém disse: “Aleluia!”.
Finalizar com uma interrogação também é uma possibilidade:
Aqueles homens todos que iam chegando no bar nem pensaram em como 
iriam para casa depois da queda da barreira. Eles se dirigiam para o dono 
do bar e pediam uma nova rodada. O homem, entre assustado e alegre, 
por causa do alto consumo daquela noite, gritou do balcão: E por que não 
poderia ser assim mais vezes?
A finalização com reticências indica que o término das ideias ficou em suspenso. Veja:
Acima do bem e do mal, seguiam os advogadosque acabaram de ganhar a 
causa, perante o corpo do júri, perante o juiz, foram logo avisando que não 
falariam com a imprensa. Ou melhor, falariam dessa vez, e nenhuma mais...
Uma declaração sintetizadora, quase como um pequeno resumo do parágrafo, encerra de forma 
argumentativa o assunto.
Candidatos palhaços, slogans de fácil assimilação e um pouquinho de tempo 
na televisão bastam para construir um campeão de votos nas eleições para 
deputados. Essa realidade, infelizmente, deixa clara a falta de atenção dos 
brasileiros para com a eleição de seus representantes no poder público. São 
as falcatruas e propinas distribuídas descaradamente que levam candidatos 
inaptos ao poder.
6.6.4 Planejar o parágrafo
Para fazer o planejamento a fim de escrever seu parágrafo, você deve:
• ler e entender o enunciado;
• pesquisar sobre o tema proposto;
• fazer o planejamento;
• produzir uma frase‑núcleo, um tópico frasal;
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• desenvolver a ideia central sem se afastar dela;
• conectar logicamente a ideia central às secundárias;
• ler o que foi escrito e eliminar as incorreções gramaticais.
6.6.5 Tipos de parágrafo
Parágrafo descritivo
Já que a matéria‑prima da descrição é a caracterização de um objeto, ou pessoa ou animal, esse 
parágrafo é atemporal, e o autor deverá transmitir a imagem mais próxima da realidade daquilo 
que foi descrito; deve caracterizar com riqueza de detalhes pessoas, objetos, animais, paisagens 
etc.
Exemplos de parágrafo descritivo:
Vidas secas
Estavam no pátio de uma fazenda sem vida. O curral deserto, o chiqueiro 
das cabras arruinado e também deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo 
anunciava abandono. Certamente o gado se finara e os moradores tinham 
fugido (RAMOS, 1991).
Sagarana
Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo do Passa‑Tempo, 
Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava‑se 
Sete‑de‑Ouros, e já fora tão bom, como outro não existia e nem pode 
haver igual. 
Agora, porém, estava idoso, muito idoso. Tanto que nem seria preciso 
abaixar‑lhe a maxila teimosa, para espiar os caldeirões dos dentes. Era 
decrépito mesmo à distância: no algodão bruto do pêlo – sementinhas 
escuras em rama rala e encardida; nos olhos remelentos, cor de bismuto, 
com pálpebras rosadas, quase sempre oclusas, em constante semi‑sono; 
e na linha fatigada e respeitável – uma horizontal perfeita, do começo 
da testa à raiz da cauda em pêndulo amplo, para cá, tangendo as moscas 
(ROSA, 1982).
Parágrafo narrativo
Quando identificamos no parágrafo, em princípio, os participantes (personagens) que criam 
uma tensão e um clímax, já que a matéria‑prima da narração é um fato. É utilizado para narrar 
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fatos.
Exemplos de parágrafo narrativo:
100 Crônicas
Ao lado do meu prédio construíram um enorme edifício de apartamentos. 
Onde antes eram cinco românticas casinhas geminadas, hoje se instalaram 
mais de 20 andares. Da minha sala vejo as varandas (estilo mediterrâneo) 
do novo monstro. Devem distar uns 30 metros, não mais. E foi numa dessas 
varandas que o fato se deu (PRATA, 1997).
Tragédia brasileira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira 
na Lapa – prostituída, com sífilis. Demite nos dedos, uma aliança empenhada e 
os dentes em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou‑a 
num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura…
Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. 
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não 
fez nada disso: mudou de casa. Viveram três anos assim (BANDEIRA, 1990).
Parágrafo dissertativo
Como a argumentação é matéria‑prima da dissertação, esse parágrafo deverá apresentar o assunto 
a ser discutido, seu desenvolvimento com as ideias secundárias e a conclusão. Parágrafo é a unidade de 
composição do texto que apresenta uma ideia básica, à qual se agregam ideias secundárias relacionadas 
pelo sentido.
Exemplos de parágrafo dissertativo:
Inflação e otimismo
A rápida expansão da demanda interna tem‑se refletido, no entanto, não só na evolução dos preços, 
mas no aumento da importação. Bens importados têm contribuído para limitar a alta do custo de vida. 
Mas a pressão sobre as contas externas abriu um buraco na conta corrente do balanço de pagamentos. 
O BC projeta para este ano um déficit de US$ 60 bilhões. A maior parte, US$ 50 bilhões, será financiada 
com investimentos diretos. O resto será coberto com capitais especulativos e empréstimos. Não é um 
quadro grave, mas também não é confortável. O enfraquecimento das contas externas é explicável em 
parte pela valorização do real. A nova cobrança de 6% de imposto sobre os empréstimos tomados no 
exterior poderá limitar um pouco o ingresso de dólares e reduzir a pressão sobre o câmbio. Essa, pelo 
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menos, é a aposta do governo. Mas também esse resultado é algo para ser conferido (O ESTADO DE 
S.PAULO, 2011).
 Resumo
Na Unidade III, foram apresentados elementos que ajudarão você a 
melhorar sua comunicação escrita. Foi instruído sobre como reconhecer as 
funções da linguagem e sua ligação com os textos empresariais. Também 
teve contato com redação administrativa ou comercial, estando apto 
a escrever cartas, memorandos, entre outros. Também viu como fazer 
correspondências para órgãos oficiais e relatórios.
Foi instruído sobre como resumir o que aprendeu, e desenvolveu seu 
senso crítico ao aprender a fazer resenhas.
Nosso último ponto tratou sobre parágrafos e as formas de texto 
(descrição, narração e dissertação).
 Exercícios
QUESTÃO 1. (Adaptada – Cespe/UnB, 2010). Considere o requisito a seguir.
“A redação oficial deve caracterizar‑se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, 
clareza, concisão, formalidade e uniformidade” (BRASIL, 2002).
Assinale a opção em que o fragmento apresentado atende esse requisito.
A) Ficamos felizes com o resultado da análise porque foi melhor do que imaginávamos.
B) Talvez seja bom rever o assunto do pedido de análise. Consideramos um tanto quanto questionável 
a sua realização, que para nos daria muito trabalho.
C) A produção não atendeu à legislação, à qual deverá ser revista.
D) O presidente falou claramente de que a decisão é inteligente e mais simples do que a lei vigente.
E) A adequação dos produtos às normas legais implica risco diminuído de acidentes aos 
consumidores.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
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Justificativa: o manual recomenda a impessoalidade e, nesta alternativa, há o uso da primeira 
pessoa.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: além do uso da primeira pessoa, que

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