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Casos 11 e 12 - Direito privado

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TGDPri
Julgamentos Simulados – 2ª rodada
Os direitos de personalidade
Caso 11: Paulo Costa Neves X Ministério Público do Estado do Espírito Santo
Autor: Paulo Costa Neves
Réu: Ministério Público do Estado do Espírito Santo
Pedido do autor: alteração de seu nome para Pedro Costa. Alega ser homônimo de deputado federal Paulo Costa, conterrâneo envolvido em diversas polêmicas, acusado de corrupção e ainda bastante parecido fisicamente. Isso faz com que o autor seja constantemente confundido com o político em locais públicos, já tendo sofrido prejuízos no campo profissional e até agressões físicas.
Argumento do autor: O autor afirma que a situação tornou-se insustentável, inviabilizou sua vida social e o fez deixar de sair às ruas e abandonar seu trabalho. De acordo com o autor, para o reestabelecimento de sua dignidade e imagem, mostra-se necessária a alteração não apenas de seu nome, mas também a supressão do seu sobrenome Neves. Afirma que seu pedido encontra amparo na Constituição Federal, no Código Civil e na Lei de Registros Públicos.
Argumento do réu: O pleito não tem amparo legal, sendo juridicamente impossível, uma vez que o autor não é exposto ao ridículo em razão da coincidência. Ademais, a alteração pretendida atentaria contra a segurança nos registros públicos, pois se cada homônimo de políticos envolvidos em acusações de corrupção fosse requerer a alteração de seu nome, haveria inúmeras demandas nesse sentido e a banalização de situação que era para ser excepcionalíssima. Alega, ainda, que o real motivo pelo qual o autor pretende a alteração de seu nome é que foi recentemente envolvido em denúncias de pacientes noticiadas pela mídia, desejando desvincular-se dessas ocorrências. Por fim, defende que, ainda que se reconheça a legitimidade do pedido para a alteração de seu nome, o sobrenome não poderia ser alterado, ainda que por supressão parcial, e a alteração apenas do nome já seria suficiente para proteger o autor dos constrangimentos sofridos.
Caso 12: Cláudio Santana, Emanuele Santana e Julia Santana X Gazetinha
Autor: Cláudio Santana, Emanuele Santana e Julia Santana
Réu: Gazetinha
Pedido do autor: Pleiteiam que o réu seja impedido de fazer novas referências tanto ao fato passado como aos fatos da sua vida privada atual, bem como a condenação por danos morais em razão dos fatos já ocorridos.
Argumento do autor: No que diz respeito ao passado, alegam que se trata de um prolongamento indevido e eterno da pena de Cláudio, o que violaria o seu “direito ao esquecimento” em relação a um crime pelo qual já respondera nos termos da lei. Argumentam que ao longo desses anos tem levado uma vida honesta e sem novas ocorrências desabonadoras, motivo pelo qual a insistência em resolver o fato acarreta a impossibilidade de sua definitiva ressocialização e do exercício pleno de sua cidadania, inviabiliza sua vida política, viola sua honra e respeitabilidade, causando-lhe danos de ordem moral e à imagem. Tais danos seriam ainda mais desproporcionais diante de pequena gravidade do fato cometido. Também alegam que imagens da sua vida privada – como fotos de momentos com a família em restaurantes – não podem ser divulgadas sem a sua autorização, ainda mais quando existe a intenção oculta de sugerir que seus atuais hábitos de consumo apenas poderiam ser mantidos por meio de práticas ilícitas. No mesmo sentido, sua esposa Emanuele Santana e Julia Santana pleiteiam igualmente danos morais, sob o fundamento de que a violação aos direitos de personalidade do seu marido e pai acarreta-lhes violação aos seus direitos de personalidade, com desdobramentos concretos, já que têm sido hostilizadas pelas pessoas da cidade e conhecidas como tendo um marido e um pai ladrão.
Argumento do réu: Alega que Cláudio é uma pessoa pública e há interesse da coletividade de que fatos que o envolvam sejam de conhecimento da população, ainda mais considerando a sua candidatura a cargo público. Além disso, Gazetinha defende que a pretensão dos autores viola a liberdade de expressão e o direito à informação e que, passado um primeiro momento em que a doutrina e a jurisprudência se mostraram receptivas ao direito ao esquecimento, hoje o meio jurídico já percebe os riscos e distorções que o reconhecimento de tal direito pode trazer para uma sociedade democrática. Alega igualmente que, como pessoa pública que é, todos os fatos relacionados à vida social de Cláudio são de interesse público, inclusive os restaurantes que frequenta e seus hábitos. Argumenta que restaurantes são espaços públicos e, exatamente por isso, não há que se cogitar de qualquer violação à privacidade. Por fim, alega que eventual discussão sobre direitos de personalidade se restringe a Cláudio, não tendo repercussões jurídicas na esfera da esposa e da filha.

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