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Sustentação oral - direito privado

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Universidade de Brasília
Teoria Geral do Direito Privado
Professora: Ana Frazão
Aluna: Bianca Bianchi do Nascimento
Matrícula: 16/0151171
Memorial referente ao Júri-Simulado nº 29:
Associação de Defesa do Cidadão contra a Corrupção X Ministro Lúcio Rubens
EXCELENTISSÍMA SENHORA JUÍZA DE DIREITO TITULAR DA 1º VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA, DISTRITO FEDERAL:
Processo nº XXXXX
Autor: Associação de Defesa do Cidadão contra a Corrupção
Réu: Ministro Lúcio Rubens
A Associação de Defesa do Cidadão contra a Corrupção, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, por sua advogada, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar:
ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS
pelos motivos de fato e de direito aduzidos
I – DOS FATOS
O Ministro Lúcio Rubens, aposentado do Tribunal Superior, fora contratado pela Associação de Defesa do Cidadão contra a Corrupção para que elaborasse um parecer jurídico sobre a inelegibilidade de políticos em determinadas situações concretas além da impossibilidade de disputa destes nas próximas eleições, em decorrência da Lei da Ficha Limpa.
A escolha do Ministro para tal função se deu por dois motivos: seu valoroso currículo - o que explica porque fora escolhido Lúcio Rubens dentre os demais Ministros do Tribunal Superior - e sua conduta exemplar, visto que essa característica o compatibilizaria com os fins da Associação bem como do perecer que havia sido solicitado.
Além disso, fora paga ao réu uma vultosa quantia, a qual só é justificável se levados em consideração o valor profissional mensurado com base no currículo profissional e acadêmico e a idoneidade do Ministro.
No entanto, logo após o recebimento do parecer, chegou a conhecimento da mídia e desta Associação que, na realidade, o Ministro não dispunha do título de doutor, o qual era alegado em seu currículo – “doutorado na UXPI, com sanduíche em HANARD”.
Uma vez que o réu teve sua reputação abalada, seu perecer igualmente perdeu reconhecimento, se tornando, ainda, motivo de chacota, por ter sido utilizado por uma Associação voltada ao combate da corrupção. Por conseguinte, excluem-se o fim intencionado com a contratação do Ministro: o valor do perecer.
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A contratação do mencionado Ministro consiste em um negócio jurídico defeituoso, visto que se pauta sobre um vício de vontade, ou seja, não foi possível ao autor expressar genuinamente sua vontade, o que decorreu fora, mais especificamente, um erro essencial, ou seja, falsa representação da realidade, quanto à qualidade do contratado.
De acordo com o artigo 138 do Código Civil, “São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.”.
Ainda que somente o erro essencial seja anulável, segundo o disposto no artigo 139 do Código Civil, o fato de a escolha do parecerista ter sido guiada por razões de seu currículo e conduta, conforme explicado anteriormente, enquadra o caso em tal dispositivo.
Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais;
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico.
Consta também no artigo 171 do Código Civil, que
Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
No que tange ao requisito da escusabilidade do erro, que não encontra disposição legal, mas é exigida pela doutrina, cabe afirmar que o erro do autor ao contratar não teria como ser evitado, uma vez que a Associação presumiu a veracidade dos fatos alegados no currículo do réu.
III – DOS PEDIDOS 
Face ao exposto, tendo a AUTORA comparecido nas audiências, apresentado argumentos e produzido provas, requer-se o DEFERIMENTO dos pedidos da AUTORA – anulação do contrato e devolução do valor pago – por ser de DIREITO e de JUSTIÇA.
Brasília-DF, 21 de novembro de 2017
______________________________________
BIANCA BIANCHI DO NASCIMENTO
OAB-DF Nº 00.000

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