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TGDPri Casos 9 e 10 Primeira rodada

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TGDPri – Casos 9 e 10 – Primeira rodada
Caso 9 – Ministério Público X Cerveja Gostosona
Autor: Ministério Público – Marina
Ré: Cerveja Gostosona - 
Pedido do autor: ação a fim de exigir a suspensão do comercial de cerveja da ré.
Argumento do autor:
O comercial se utiliza de mulheres seminuas em situações absolutamente indignas e constrangedoras, o que violaria os direitos de personalidade das mulheres que participaram da propaganda.
O comercial viola a honra coletiva das mulheres em geral, reforçando preconceitos, estereótipos e discriminações, bem como estimulando a cultura do desrespeito e objetificação das mulheres.
O comercial, ao afirmar que “o homem sabe quando o ‘não’ da mulher quer dizer ‘sim’”, coloca as mulheres em posição indigna e ultrajante, estimulando explicitamente a cultura do estupro.
Valores retrógrados e patrimonialistas
Mídia criando um estereótipo da mulher
Ofensa ao direito de personalidade de quem interpreta esse papel na mídia
Ofensa a honra coletiva das mulheres pela projeção do estereótipo à sociedade
Gera comportamentos violentos nos homens que não aceitam atitudes contrárias a esses estereótipos
Negligência da vontade da mulher acerca do seu próprio corpo
Incitação ao crime de estupro
Direito à liberdade de expressão usado como forma de violência
Argumento da ré: afirmou estar no exercício de sua liberdade de expressão artística e que a utilização de mulheres seminuas tem a finalidade apenas de exaltar a beleza feminina e associar o seu produto ao que é belo e ao que agrada os homens em geral. Alegou que as modelos fizeram o trabalho porque queriam, ficaram muito satisfeitas com o resultado e foram muito bem pagas. Pediu que as modelos fossem arroladas como testemunhas para comprovar que elas mesmas não se consideraram, em nenhum momento, ofendidas, mas, pelo contrário, sentiram-se privilegiadas por terem sido escolhidas para protagonizar o comercial. Argumentou que a pretensão do autor seria despropositada em um país como o Brasil, em que o nu feminino faz parte do nosso cotidiano e também de várias de nossas manifestações culturais, como é o caso do carnaval. Reiterou que a afirmação contida no comercial precisa ser vista no devido contexto, que foi o de retratar um jogo de sedução sempre com o consentimento da mulher, sem ter qualquer conotação de estimular a violência.
Art. 5º, IX.
A propaganda não está degradando a imagem feminina, mas exaltando-a
Meninas fazendo o comercial – censurar esta propaganda fere a autonomia da vontade
Contrato bilateral de prestação de serviços
Não feriu nenhum princípio
Mulheres se sentiram privilegiadas ao fazer o comercial
Caso 10 – Ministério Público X Clube Vip
Autor: Ministério Público - Depieri
Réu: Clube Vip - Arthur
Pedido do autor: requereu que o Clube modifique seus estatutos, de forma que o ingresso de associados esteja sujeito a requisitos objetivos.
Argumento do autor: alegava haver diversas normas discriminatórias em seus estatutos, especialmente em razão de que o ingresso de novos associados pode ser barrado, de forma desmotivada, por determinado número de associados – a chamada “bola preta” –, prática que legitimaria, de forma velada, diversas agressões à Constituição, impossibilitando a entrada de negros e homossexuais, por exemplo.
Forma arbitrária
Forma de perpetuar de forma velada diversas discriminações
Série de casos concretos que comprovam – Caso do Médico Ricardo Tapajós
Não se deve esperar um caso mais grave, que leve a uma ação penal
Argumento do réu: afirmou que, como associação de direito privado que é, tem autonomia para definir os seus associados e que seria absurda a intervenção em seus estatutos. Sustentou ainda que faz parte da ideia de associação privada a vontade de querer estar associado com determinadas pessoas, motivo pelo qual a prática questionada pelo MP é absolutamente legítima. Esclareceu igualmente que o Código Civil não contém nenhuma regra obrigando as associações a terem regras objetivas para o ingresso de novos associados ou proibindo que os atuais associados manifestem sua contrariedade a determinadas “candidaturas”. Por fim, afirmou que o autor não comprovou que as normas estatuárias estariam sendo utilizadas para barrar o acesso ao clube de negros e homossexuais.
O ministério público não provou nada em seu inquérito
A prática da bola preta é comum em clubes por todo o Brasil
Art. 5º, XVII – direito de não estar associado, escolher com quem se associa
Dentro do estatuto do clube – descrição da associação (não precisa ser objetiva)
Art. 5º, XVIII
O postulado se assemelha à interferência do poder estatal na vida privada (como ocorrido na ditadura militar)
Alegações do MP trazem prejuízos morais ao clube

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