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Capítulo 5 Paulo Lobo

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Capítulo V
Prestação
- Paulo Lôbo
A prestação como objeto da obrigação
A prestação é o único objeto da obrigação, consistindo sempre em uma ação humana tanto do credor quanto do devedor, no sentido de dar, fazer ou não fazer.
	A prestação deve ser determinada ou determinável, para que possa ser exigida.
Essencial: atividade, esforço corporal ou mental do devedor.
Sentido imediato: a obrigação tem como objeto uma prestação, um comportamento.
Sentido mediato: um objeto corpóreo.
Direito brasileiro: não há regra jurídica que exija às prestações prometidas o serem avaliáveis em dinheiro. A prestação há de ser em algum aspecto vantajosa para o credor, mas “não se exige que se trate de uma vantagem patrimonial”.
Art. 398 do Código Civil português: a prestação não necessita ter valor pecuniário, mas deve corresponder a um interesse do credor, digno de proteção legal, por:
Afastar as prestações que correspondam a um mero capricho ou a uma simples mania do credor.
Excluir as prestações que, podendo ser dignas embora da consideração de outros sistemas normativos, não merecem tutela específica do direito.
	Danos materiais
	Danos morais
	Constituem valor a menos no patrimônio do lesado.
	Compensam pecuniariamente a lesão de direitos eminentemente não patrimoniais. Sem valor econômico. Correspondem a um interesse do credor, digno de proteção legal. Amparados na CF e legislação, com oponibilidade a todas as pessoas, cada uma sujeitando-se a prestação de abstenção a violá-los.
Direito à prestação ou direito de crédito
O dever de prestar ou de fazer a prestação que incumbe ao devedor é correlativo do direito de receber a prestação, cujo titular é o credor. Um não existe sem o outro. Não há débito sem crédito.
	O credor tem direito à prestação (a recebe-la), mas não tem direito sobre a prestação, muito menos sobre a pessoa do devedor.
Direito de crédito também é oponível a terceiros sem haver senhorio do titular sobre a prestação;
O direito de crédito nem sempre é contra pessoa determinada.
A relação intersubjetiva antagônica é incompatível com o princípio constitucional da solidariedade e com o princípio da função social que regem as obrigações.
Licitude da prestação
Regra geral de validade das obrigações negociais: a licitude, a possibilidade e a determinabilidade do objeto.
	O objeto da obrigação há de ser lícito, isto é, permitido em direito e conforme a moral. Se o objeto não for lícito ou implicar imoralidade, nulo será o ato ou negócio jurídico.
	A ilicitude decorre de normas jurídicas cogentes proibitivas. A ilicitude existe desde o momento mesmo da manifestação de vontade, antes de irradiar direitos, deveres, pretensões, obrigações.
Não há obrigação nula.
	A obrigação é efeito do fato jurídico, e, em princípio, o nulo não produz efeitos.
Determinação da prestação
A prestação há de ser determinada no momento da conclusão do negócio jurídico, ou ao menos determinável por algum meio posteriormente, máxime quando seja exigível.
O Código Civil estabelece que a coisa incerta seja indicada ao menos pelo gênero e quantidade.
	Não se admite que a determinação seja entregue ao arbítrio exclusivo de uma das partes do negócio jurídico. É lícita a condição potestativa, isto é, a que se sujeitar o negócio jurídico ao “puro arbítrio de uma das partes”. É ilícita a condição que atribui a uma das partes a escolha ou determinação da prestação, entre duas ou mais previamente definidas.
Não há obrigação se não é determinável por qualquer meio a prestação ou o objeto desta. Não há débito não há obrigação.
	A indeterminação relativa da prestação é possível quando houver obrigação genérica.
	A extensão da prestação é determinada pelo negócio jurídico ou pela lei. A lei limita a extensão da prestação quando o interesse social passa à frente, ou quando se impõe a tutela da parte vulnerável.
Possibilidade e impossibilidade da prestação. Superendividamento.
A prestação deve ser possível. Quando for considerada impossível, o devedor exime-se da responsabilidade.
A impossibilidade da prestação deverá ser objetiva, a saber, impossível para todos, não importando se o devedor determinado na obrigação específica não possa cumpri-la.
Não há obrigação se a prestação for impossível no momento em que o ato jurídico for constituído.
	Obrigação
	Artigos
	Consequências
	De dar coisa certa
	234 e 236
	Fica resolvida a obrigação se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, mas se este for culpado poderá o credor exigir o equivalente da prestação mais indenização por perdas e danos.
	Dar coisa incerta
	246
	Antes da escolha não poderá o devedor alegar perda da coisa, ainda que por caso fortuito ou força maior.
	Não fazer
	250
	Considera-se extinta se o devedor, sem culpa, esteja impossibilitado de abster-se de ato que se obrigou a não praticar.
	Alternativas
	253 a 256
	Se uma das prestações se tornar impossível, subsistirá o débito da outra, mas, se todas se impossibilitarem por culpa do devedor, ficará obrigado a pagar o valor da última que se impossibilitou; se não tiver culpa, extinguir-se-á a obrigação.
	Solidárias
	279
	Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste o encargo para todos de pagar o equivalente.
	Superveniente por fato ou omissão
	396
	Não imputável ao devedor: impede que este ocorra em mora.
Se o devedor estava em mora: assume a responsabilidade pela impossibilidade advinda depois dela.
A impossibilidade da prestação conduz à nulidade da obrigação.
	Nas relações de consumo, admite-se a impossibilidade subjetiva, na hipótese de superendividamento, cuja solução de quase insolvência torna impossível o adimplemento da obrigação por parte do devedor consumidor, ante sua vulnerabilidade à publicidade dos fornecedores.
Superendividamento = impossibilidade global do devedor-pessoa física, consumidor, leigo e de boa-fé, de pagar todas as suas dívidas atuais e futuras de consumo.
Prestações instantâneas e duradoras
As prestações são instantâneas ou duradouras. No cotidiano, as pessoas vinculam-se a obrigações de prestações instantâneas, para o atendimento às necessidades vitais. Nas obrigações bilaterais e sinalagmáticas, à prestação de uma sucede imediatamente a prestação da outra. As prestações duradouras dependem do tempo, durante o qual devem ser feitas periodicamente.
Dois tipos:
Diferida – quando a prestação do devedor, que poderia ser instantânea, divide-se em parcelas periódicas;
Continuada – quando for de sua natureza a permanência no tempo, e seu cumprimento em períodos contínuos. 
Em ambos os tipos, a relação jurídica obrigacional é unitária e as prestações pluralizadas.
	As obrigações de execução duradoura exigem conduta dos figurantes fundada na confiança e na cooperação. São muito mais fortes as demandas de comportamento segundo os deveres gerais de conduta.
Imputação de responsabilidade
Dever de prestar – atribuído a quem o direito qualifica como devedor.
	O correspondente direito de crédito poderá ser violado, não se realizando a prestação em três situações:
Deixando-se de adimplir, ou adimplindo-se de modo insatisfatório;
Em virtude de impossibilidade anterior ou posterior da prestação, por culpa do devedor ou do credor;
Por violação da obrigação, quando o devedor pratica atos ou omissões que contrariam ou não correspondem aos deveres assumidos.
A violação do direito de crédito ou do dever de prestar leva à necessidade de se atribuir ou determinar a responsabilidade pelas consequências legais de tal fato imputação de responsabilidade.

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