Edgard Morin

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EDGAR MORIN
Sobre cultura de massa e os novos olimpianos
Quem é? 
Antropólogo, sociólogo e filósofo. Graduou-se ainda em Direito, Economia Política, História e Geografia. Autor de mais de trinta livros. 
Nasceu em 1921. 
É considerado um dos principais pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos da complexidade.
Principal obra para Comunicação: Cultura de Massa no século XX - O espírito do tempo (1962) 
Cultura de Massas no Século XX, de Edgar Morin, foi lançado em 1962. É difícil alinhá-lo a somente uma linha de pensamentos, pois ele escreveu muitos livros e elaborou vários conceitos. 
Morin consolida os produtos massivos como cultura, criticando os intelectuais por julgarem a existência somente da cultura culta. 
Relação da cultura de massa com as outras culturas (popular, culta, religiosa, nacional, etc).
Cultura de massa surge a partir da década de 30 nos EUA e abarca, em seguida, o mundo ocidental. Massas urbanas tem acesso a novos padrões de vida. Entram no universo do lazer e bem-estar, do consumo, que antes era algo mais exclusivo da burguesia. 
Cultura de massa se constitui em função das necessidades individuais que emergem. Indústria fornece modelos, imagens que dão forma às aspirações. Operam através da exploração da imagem dos novos Olimpianos. 
Prejuízo das outras culturas na relação com a cultura de massas. Cultura de massa seduz, propõe, e não impõe. 
Morin acreditava na homogeneização dos costumes e das visões, partindo de “um conceito implícito da agulha hipodérmica.
Uma série de consequências resulta da característica industrial. A criação é submetida à técnica e à burocracia, “predominando a organização racional do produto sobre a invenção” (MORIN, 1977, p. 25). O filme, por exemplo, começa no roteiro, mas passa pelo trabalho de muitas pessoas e interferências burocráticas relacionadas ao custo de produção e a divulgação, o que acaba por limitar a criatividade do autor. 
Mas essas restrições e interferências de burocráticas e técnicas vão contra o consumo individualizado. 
Solução encontrada?: a indústria cultural responde com fórmulas que permitam algumas mudanças para individualizar o produto, como atrizes e atores famosos, no caso dos filmes, ou finais diferentes. “A contradição invenção-padronização é a contradição da cultura de massa. É seu mecanismo de adaptação ao público e de adaptação do público a ela” 
Essa variedade é, ao mesmo tempo, uma variedade sistematizada, homogeneizada, segundo as normas comuns. O estilo simples e claro visa conferir-lhe uma inteligibilidade imediata 
O público desse conteúdo é o chamado homem médio, resultante de cifras de venda, visão em si mesma homogeneizada. Para Morin, os produtores procuram incutir gostos e desgostos e, assim, “a homogeneização procura tornar assimiláveis ao homem médio os mais diferentes conteúdos” (p. 36). A palavra utilizada pelo autor para a tendência à homogeneização é sincretismo. 
Penso que devemos tentar ver aquilo a que chamamos "cultura de massa" como um conjunto de cultura, civilização e história" (Morin, 1960, 19). 
O objetivo de Morin é elaborar uma sociologia da cultura contemporânea. Não se deter no falso dilema que envolve a cultura de massa: suas qualidades ou as suas carências. 
 Definição
“ cultura de massa é o produto de uma dialética produção-consumo, no centro de uma dialética global que é a da sociedade em sua totalidade” 
As sociedades modernas são policulturais (MORIN, 1977, p. 16). Na conjuntura moderna, culturas de natureza diferentes se relacionam e influenciam umas às outras. 
A cultura de massas, portanto, não é autônoma, apesar de ser superior às outras culturas. 
A cultura de massa integra e se integra ao mesmo tempo numa realidade policultural; faz-se conter controlar, censurar (pelo Estado, pela Igreja) e, simultaneamente, tende a corroer, a desagregar outras culturas. A esse título, ela não é absolutamente autônoma: ela pode embeber-se de cultura nacional, religiosa ou humanista. 
eX: INFLUENCIA DA RELIGIOSA NA DE MASSA
Os Simpsons' são um exemplo da fé católica para a Igreja
"'Os Simpsons' são um dos poucos desenhos de grande difusão nos quais a fé cristã, a religião e questões sobre Deus são temas recorrentes", disse o padre Francesco Occhetta, responsável pela área de direito e sociedade da revista "La Civilta Cattolica".
A partir de um capítulo da sexta temporada intitulado "O Pai, o Filho e o santo convidado especial", no qual Homer e Marge Simpson decidem inscrever seu filho Bart em uma escola católica, o jesuíta analisa em artigo a série de um ponto religioso e antropológico, e afirma que os personagens divulgam uma imagem positiva da Igreja Católica.
"Os Simpsons não atacam a religião, estão muito atentos aos testemunhos da Igreja e respeitam o núcleo do evangelho", assegura Oncchetta.
Há um ponto da cultura de massa em que a distinção com a cultura culta – dos livros, músicas e teatro clássicos – é puramente formal. Os CDs e o rádio multiplicam Bach e Beethoven, os livros de bolso tornam acessíveis obras de Shakespeare, Sartre, Camus. A democratização é uma tendência da cultura de massa. 
“Mas é a cultura industrial que desagrega efetivamente as culturas do "hic‟ et nunc‟. Ela tende ao público indeterminado. Não possui raízes, mas uma implantação técnico-burocrática” (MORIN, 1977, p. 64). 
O novo grande sincretismo criaria uma cultura de lazer, em que a principal preocupação é o consumo e a realização dos desejos pessoais. 
A conclusão de Morin é de que a cultura de massas contribui para enfraquecer todas as instituições intermediárias – desde a família até a classe social – para constituir um aglomerado de indivíduos – a massa ao serviço da supermáquina social. 
A produção produz não só um objeto para o sujeito, mas também um sujeito para o objeto. 
Há um diálogo entre produção e consumo, mas é desigual. Como uma conversa entre um prolixo e um mudo. 
Para Morin o espectador não fala. Só escolhe se desliga ou não, compra ou não o jornal, assite ou não o filme. 
 Se não há como saber o que o público pensa…
A partir do ponto de vista dos mecanismos do consumo, o autor diz que o questionamento mais importante é se o produto cultural feito a partir das normas da indústria satisfaz as necessidades culturais do público?