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Redação e Linguagem Jurídica - Resumo

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Conteúdos distribuídos em tópicos: 
 
1. Língua e Linguagem - A língua como um fenômeno vivo 
 
A língua é considerada um fenômeno porque está em constante movimento e, portanto, evolução.                           
Ela é atrelada à cultura e ao povo em si, dessa forma é modificada tanto em questão de espaço,                                     
quanto em questão de tempo. Espaço porque adquire características do ambiente em que é falado(                             
ex: as gírias nordestinas) e tempo porque recebe modificações de acordo com a época em que é                                 
falada( ex: vossa mercê para você). 
 
A gramática normativa é o que estabelece as regras. Atuando tanto na escrita como na fala das                                 
palavras(ex: entonação). A ortoépia ou ortoepia é responsável por esta definição de sílabas tônicas. 
 
A Linguística é ampla e abrange a gramática normativa. Ela analisa a apropriação, construção e                             
produção de sentidos de comunicação para uma pessoa ou para um grupo.  
 
Tendemos a modificar e adaptar a língua à nossa vivência e isso gera alguns casos. Por exemplo: 
-A resistência lusófona( lusofonia é o grupo que fala português) ao excesso de consoantes causa a                               
anaptixe ou suarabácti que é colocar vogais nas palavras desnecessariamente (ex: adevogado e                         
pineu). 
 
Adquirimos também muitos estrangeirismos que se incorporam e até mesmo são adaptados. Não                         
há como blindar a língua de influências externas pois as modificações partem dos seus próprios                             
falantes. 
 
 
2. Níveis de Linguagem 
 
Alguns conceitos: 
 
Semiótica: estuda toda e qualquer coisa que se organize e tenda a organizar-se sob a forma de                                 
linguagem, verbal ou não. 
Sistema​: É todo conjunto de unidades, concretas ou abstratas, reais ou imaginárias, que se                           
encontram organizadas e que se ordenam para a realização de certa ou de certas finalidades.  
Signo ou Sinal: ​A unidade, concreta ou abstrata, real ou imaginária, que, uma vez conhecida, leva ao                                 
conhecimento de algo diferente dele mesmo. (ex: livro/livro​s​) 
Símbolo: Aquilo que, por convenção, manifesta ou leva ao conhecimento de outra coisa, a qual                             
substitui.   
Significado = conceito ou imagem mental que vem na esteira de um significante. Conceito.                           
(ex:língua) 
Significante ​= forma gráfica + som Significação = efetiva união entre um certo significante e um                               
certo significado (ex:fala) 
Comunicação: a transmissão e a recepção de mensagens entre o transmissor e o receptor, através                             
da linguagem oral, escrita ou gestual, por meio de sistemas convencionados de signos e símbolos.  
Isoglossa​: linha geográfica que se traça em um atlas linguístico para assinalar os pontos onde vigora                               
certo traço linguístico.  
Intercomunicação social: A linguagem é sempre um estar no mundo com os outros, não como um                               
indivíduo particular, mas como parte do todo social, de uma comunidade.  
Linguagem​: qualquer sistema de signos simbólicos empregados na intercomunicação social para                     
expressar e comunicar ideias e sentimentos, isto é, conteúdos da consciência. 
Objetivo da linguística: formulação de um modelo de descrição desse instrumento (= linguagem)                         
através do qual a humanidade enforma seus atos, vontades, sentimentos, emoções e projetos. A                           
realidade concreta da linguagem é o ato linguístico, quer dizer, é cada unidade de comunicação da                               
linguagem humana, seja uma palavra ou uma frase. 
 
Níveis de linguagem:  
 
Os falantes são muitos e se expressam de variadas formas, de acordo com as circunstâncias em 
que se encontram. Costuma-se falar em três níveis de linguagem: nível culto, coloquial e vulgar.  
  
Nível culto: 
- Conhecimento das regras gramaticais; 
- Uso de vocabulário mais extenso;  
- Principalmente na forma escrita; 
 - Normas para regulamentação (restringe o surgimento de várias outras línguas);  
- Sem variantes controladas, com o tempo não entenderíamos textos antigos.  
  
Nível coloquial​:  
- Cotidiano: casa, rádio, televisão, trato corrente ao longo do dia;  
- Linguagem informal;  
- Menos rígido: a gramática não é seguida ao pé da letra;  
- O jurista na hora do café?; 
- O nível de linguagem do advogado: amigos / fórum;  
- Gírias, por exemplo (algo impróprio para texto jurídico)  
  
Nível vulgar:  
- Menos grau de escolaridade ou analfabetos;  
- Vocabulário restrito, desvios gramaticais, muitas gírias;  
- Desconhecimento de regras gramaticais e restrito repertório vocabular;  
- Pouca utilização da língua escrita  
  
Entender o momento = transitar entre os níveis que a situação exige.  
  
 
3. O sentido das palavras 
 
SEMÂNTICA​: Estudo da significação como parte dos sistemas das línguas naturais. Num sistema 
linguístico, o componente dos sentidos das palavras e da interpretação das sentenças e dos 
enunciados. Estudo dos significados.  
 
 DENOTAÇÃO: ​Sentido literal, que consta nos dicionários. Maior precisão no ato comunicativo 
e está presente em bulas de remédio, manual de instruções e nos textos normativos. ​A legislação 
deve vir, sempre, escrita em texto denotativo, sem figuras de linguagem, a fim de que o texto 
legal possa transmitir seu conteúdo semântico com técnica e precisão.  
 
  
EX: Minha casa tem um portão de ferro (metal)  
 
 CONOTAÇÃO:​ Tudo que se refere ao conteúdo emocional, subjetivo, individual da palavra. 
Diz-se sentido figurado, porque consiste no alargamento do sentido literal, propiciado pelo uso de 
figuras de linguagem.  
  
EX: Ele tem um coração de ouro  
 
DENOTAÇÃO   
Elemento estável 
Elemento referencial 
Elemento objetivo  
Elemento próprio  
Elemento restritivo 
 
CONOTAÇÃO  
Elemento variável  
Elemento expressivo  
Elemento subjetivo  
Elemento figurado  
Elemento expansivo 
 
A conotação faz-se presente em todas as formas de linguagem:  
Linguagem jurídica​: barra do tribunal; corpo de delito, ônus da prova  
Linguagem popular:​ cair na real; dar o prego; esticar as canelas; papar o prêmio 
 
Literal​ = sentido denotativo  
Figurado​ = sentido conotativo  
 
 
Hiperonímia: ​quando o vocábulo apresenta sentido genérico em relação a outro de sentido 
específico. À relação inversa dá-se o nome de ​hiponímia.   
  
EX: ​HIPERONÍMIA​ ​HIPONÍMIA 
 AVE CORVO 
 ANIMAL CAVALO 
 PEIXE SALMÃO 
 
 
 
 
 
POLISSEMIA​: Multiplicidade de significados. A base semântica sofre alterações em virtude da ação 
conotativa que a envolve, o que acontece em todas formas de discurso, inclusive no jurídico.  
Ex: a palavra Direito que admite diversos significados. 
 
HOMONÍMIA:​ Identidade fônica (homofonia) ou a identidade gráfica (homografia) dos fonemas que 
não têm o mesmo sentido, de modo geral.  
 
Homônimos homófonos​: Grafias diferentes, mesma pronúncia:  
 
Cessão​ = ato ou efeito de ceder (cessão de direitos) Sessão = reunião, período (sessão de 
julgamento)  
Seção ​= repartição (seção de direito privado)  
  
Tacha​ = mancha, nódoae direitos)  
Taxa​ = imposto  
  
Homônimos homógrafos:​ Grafias iguais, semanticamente distintas:  
  
diligência: ​(i) Ato judicial praticado fora do fórum, por ordem do juiz; (ii) Cuidado, empenho, 
zelo; (iii)Investigação, pesquisa; (iv) Grande carruagem de tração animal  
 
HOMONÍMIA PARCIAL: ​Olho o cachorro com o olho atento. Começo o livro do começo da minha 
vida.A estrela francesa estrela esse filme.  
  
Diferença de homonímia e polissemia:  
  
Polissemia​: alargar as percepções para uma mesma palavra gato, cachorro, mel  
  
Homonímia: ​distingue várias palavras vão (substantivo), vão (adjetivo); vão (verbo)  
  
Paronímia: ​Afinidade de palavras de sentidos diversos. Termos que se parecem.  
  
Tampouco: nem, também não  
Tão pouco: muito pouco  
Destratar: tratar mal  
Distratar: desfazer o trato  
 
Há parentesco entre ​paronímia e a paronomásia​ (jogo de palavras de sons semelhantes e sentidos 
diferentes - trocadilhos):  
 Amor 
 Humor  
  
 ​Sinonímia:  
Morrer / falecer / expirar / extinguir-se   
Casa / residência  
  
 
4. Características da linguagem jurídica 
A linguagem jurídica nada mais é do que a língua portuguesa aplicada a uma área específica da 
ciência e que possui características próprias.  
 
Correção: 
O discurso jurídico procura se alinhar às normas gramaticais e modelos clássicos: 
PASSIVA PRONOMINAL 
- Predomina-se a voz passiva pronominal 
ORDEM DAS PALAVRAS 
- Na língua portuguesa segue-se a ordem direta(sujeito+verbo+predicado), no texto jurídico é 
possível encontrar uma inversão nas palavras 
ORAÇÕES REDUZIDAS 
- São reduzidas as orações que carregam o verbo em uma de suas formas nominais: infinitivo, 
gerúndio e particípio 
COLOCAÇÃO PRONOMINAL 
- Se atém aos clássicos portugueses:  
PONTUAÇÃO 
- Na linguagem jurídica a pontuação é usada amplamente e com objetivo de obter clareza 
textual 
ESTILO 
- Pauta-se pelo formalismo e mantém a classe até mesmo entre os juristas( como nos 
tratamentos formais- Vossa Excelência). Alguns fatores fortalecem o estilo, como: O 
tradicionalismo​ gerou a cristalização de termos como meritíssimo juíz. As ​conjunções 
usadas frequentemente no âmbito, mas raramente vistas no cotidiano como “não 
obstante”. Acima de tudo, os juristas devem conhecer bem e se valer das normas formais da 
língua, mas sem exagerar para que não dificulte a compreensão da mensagem.  
CONSERVADORISMO 
- O que evidencia o conservadorismo são os arcaísmos ainda presente na linguagem jurídica, 
assim como o latinismo. Ex: Exequatur, Laudo, Habeas Corpus, Alibi, Nascituro, Caput, 
Quorum, Defict- Superavit. Talvez por isso a linguagem jurídica não permita tanto espaço 
para neologismos e estrangeirismos.  
AUTORITARISMO 
- Admitido pela sociedade é de importância para que haja o cumprimento do que é previsto.  
PRECISÃO TERMINOLÓGICA 
- O jurista tem obrigação de se ater tanto as terminações, quanto ao significado real das 
palavras.  
CLAREZA 
- Como já foi dito a clareza é essencial. Alguns fatores que podem impedir esse alcance são: 
Obscuridade, omissão, ambiguidade e incoerência.  
RITUALIZAÇÃO 
- Alguns costumes foram cristalizados com o tempo e passaram a ser uma espécie de ritual. 
Como a escrita dos contratos ou até mesmo frases que a população adotou: serão tomadas 
as medidas judiciais cabíveis.

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