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direito e legislacao social

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www.unitins.br www.eadcon.com.br
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iversidade do Tocanti ns
Anotações
ServiçoSocialServiçoSocial
Direito eLegislaçãoSocial
1ª versão
2ª versão
Ângela Issa Haonat
Rosa Maria da Silva Leite
Rosa Maria da Silva Leite
Cr
éd
it
os
EQUIPE UNITINS
Organização de Conteúdos Acadêmicos
1ª versão: Ângela Issa Haonat
 Rosa Maria da Silva Leite
2ª versão: Rosa Maria da Silva Leite
Coordenação Editorial
Maria Lourdes F. G. Aires
Assessoria Editorial
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Assessoria Produção Gráfica
Katia Gomes da Silva
Revisão Didático-Pedagógica
Francisco Gilson Rebouças Porto Júnior
Revisão Lingüístico-Textual
Marinalva do Rêgo Barros Silva
Revisão Digital
Helena Carolina Costa e Lima Prestes
Projeto Gráfico
Douglas Donizeti Soares
Irenides Teixeira
Katia Gomes da Silva
Ilustração
Geuvar S. de Oliveira
Capa
Igor Flávio Souza
EQUIPE FAEL
Coordenação Editorial
Leociléa Aparecida Vieira
Assessoria Editorial
William Marlos da Costa
Revisão
Juliana Camargo Horning
Lisiane Marcele dos Santos
Programação Visual e Diagramação
Denise Pires Pierin
Kátia Cristina Oliveira dos Santos
Rodrigo Santos
Sandro Niemicz
William Marlos da Costa
A
pr
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A experiência de trabalhar a disciplina Direito e Legislação Social, no 
segundo período do Curso de Serviço Social, é realmente instigante. O Direito 
é uma área que desperta várias inquietações, seja nos estudiosos da matéria 
e, especialmente, em quem ele se destina, que somos todos nós.
Nesse nosso conteúdo que poderemos chamar de conteúdo inicial do 
Direito, vamos apresentar alguns conceitos básicos, ou seja, em linhas gerais, 
a compreensão global da disciplina e, após trabalhar esses conceitos, vamos 
começar o nosso estudo aplicado propriamente dito.
Num primeiro momento, vamos compreender a própria formação do 
Direito, aprofundando-nos especialmente no estudo do Direito Constitucional 
que se encontra umbilicalmente ligado à conquista dos direitos sociais.
Após essa reflexão dos direitos sociais na Constituição Federal, apresen-
taremos uma noção dos interesses difusos, coletivos e individuais homogê-
neos: a proteção desses interesses alcançou caráter constitucional, a partir 
da nossa Carta de 1988, ressaltando-se, inclusive, que a defesa dos direitos 
sociais ganha cada vez mais contornos de direitos coletivos, o que, a nosso 
ver, representa uma grande conquista em termos de acesso à justiça.
Apresentaremos os conteúdos de Direito do Trabalho; uma pequena noção do 
Direito Previdenciário; do Direito de Família, especialmente as mudanças sofridas, 
a partir da Constituição Federal de 1988; o Direito da Criança e do Adolescente, 
que também sofreu uma significativa transformação, a partir do Estatuto da 
Criança e do Adolescente. Mas não é só: vamos entender como se processa a 
defesa dos interesses do idoso e dos portadores de deficiência física, entre outros. 
E, finalmente, veremos uma pequena noção do Direito Penitenciário.
Esperamos que você possa ampliar seus conhecimentos com a disciplina 
em estudo, pois essa será uma base segura para você atuar futuramente 
na carreira eleita.
Prof.ª Rosa Maria da Silva Leite
Pl
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de
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ns
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EMENTA
A construção das instituições de Direito no Brasil, bem como das formas 
de estruturação dos direitos e garantias fundamentais da cidadania. A orga-
nização do Estado, dos poderes e da ordem social. A Constituição Federal e 
suas interfaces com o Serviço Social. O Direito Internacional e suas implica-
ções nas relações políticas de trabalho e de seguridade social. O Direito do 
Trabalho e a legislação trabalhista e previdenciária. O Direito de Família, a 
adoção, o Direito da Criança e do Adolescente. O Direito Penitenciário.
OBJETIVOS
Apresentar uma visão panorâmica do conceito e da classificação •	
dos ramos do Direito.
Conhecer as interfaces da CF/1988 com o Serviço Social.•	
Apresentar os direitos difusos e coletivos, especialmente à defesa dos •	
idosos, da criança e do adolescente e dos portadores de deficiência.
Conhecer a origem do Direito do Trabalho e apresentar uma visão •	
panorâmica desse ramo do Direito.
Apresentar o Direito Previdenciário.•	
Apresentar as noções básicas do Direito de Família.•	
Apresentar as noções do Direito Penitenciário e suas interfaces com •	
o Serviço Social.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Conceitos de Direito•	
Conhecer os elementos constitutivos do Estado•	
Conceitos de Direito Constitucional e de Constituição•	
Classificação dos Direitos Fundamentais e Sociais•	
Conceito de Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos•	
Noções de Direito do Trabalho•	
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 257
Noções de Direito Previdenciário•	
Noções de Direito de Família•	
Noções de Direito Penitenciário•	
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BRASIL. Constituição Federal de 1988. 8. ed. São Paulo: EDIPRO, 1999.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional. 21. ed. atual. São Paulo: 
Saraiva, 2000.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 32. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2006.
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito da seguridade social. São Paulo: Atlas, 2005.
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2004.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALVES, Roberto Barbosa. Direito da Infância e da Juventude. São Paulo: Saraiva, 
2005.
ASSIS, Olney Queiroz; POZZOLI, Lafayette. Pessoa portadora de deficiências: 
direitos e garantias. 2. ed. São Paulo: Damásio de Jesus, 2005.
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Tutela de interesses difusos e coletivos. São 
Paulo: Saraiva, 2006. v. 26.
NIESS, Luciana Toledo Távora; NIESS, Pedro Henrique Távora. Pessoas porta-
doras de deficiência no Direito brasileiro. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2003.
ROCHA, Daniel Machado da; BALTAZAR JÚNIOR, José Paulo. Comentários à Lei de 
Benefícios da Previdência Social. 5. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005.
VIANNA, Guaraci. Direito infanto-juvenil: teoria, prática e aspectos multidiscipli-
nares. São Paulo: Freitas Bastos, 2004.
ZAINAGHI, Domingos Sávio. Curso de Legislação Social: Direito do Trabalho. 
11. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
definir o que é Direito;•	
conhecer os ramos de Direito.•	
Você perceberá, ao longo do semestre, que o Direito é uma disciplina que 
pode ser considerada como fato social ou produto cultural. Assim, para que os 
objetivos propostos sejam atingidos, é necessário que você leia previamente 
o conteúdo da presente aula e tente fazer uma pesquisa na sociedade sobre 
o conceito da palavra Direito. Após, tente construir uma definição do que é 
Direito, a partir da sua própria leitura e de leituras complementares citadas no 
final desta aula, que poderão auxiliá-lo tanto na compreensão do assunto, bem 
como a responder as atividades sugeridas, e você perceberá que o Direito não 
é complicado como se pensa inicialmente.
Não poderíamos iniciar nossa disciplina sem trabalhar alguns conceitos que 
nos apoiarão ao longo do semestre, quando estivermos tratando de assuntos mais 
específicos. Assim, nossa opção foi por dedicar o primeiro tema ao estudo inicial 
do direito, conceituando-o, classificando-o, sem, contudo, esgotar o tema.
Para esse fim, nesse primeiro tema vamos tratar da dificuldade de se conceituar 
direito, apresentando as várias acepções da palavra e indicando alguns conceitos 
construídos por estudiosos do direito, também chamados doutrinadores.
Vamos classificar o Direito, para conhecer quais são os seus ramos.
aUla 1 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 259
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
definir o que é Direito;•	
conheceros ramos de Direito.•	
Você perceberá, ao longo do semestre, que o Direito é uma disciplina que 
pode ser considerada como fato social ou produto cultural. Assim, para que os 
objetivos propostos sejam atingidos, é necessário que você leia previamente 
o conteúdo da presente aula e tente fazer uma pesquisa na sociedade sobre 
o conceito da palavra Direito. Após, tente construir uma definição do que é 
Direito, a partir da sua própria leitura e de leituras complementares citadas no 
final desta aula, que poderão auxiliá-lo tanto na compreensão do assunto, bem 
como a responder as atividades sugeridas, e você perceberá que o Direito não 
é complicado como se pensa inicialmente.
Não poderíamos iniciar nossa disciplina sem trabalhar alguns conceitos que 
nos apoiarão ao longo do semestre, quando estivermos tratando de assuntos mais 
específicos. Assim, nossa opção foi por dedicar o primeiro tema ao estudo inicial 
do direito, conceituando-o, classificando-o, sem, contudo, esgotar o tema.
Para esse fim, nesse primeiro tema vamos tratar da dificuldade de se conceituar 
direito, apresentando as várias acepções da palavra e indicando alguns conceitos 
construídos por estudiosos do direito, também chamados doutrinadores.
Vamos classificar o Direito, para conhecer quais são os seus ramos.
O que é Direito
Aula 1
aUla 1 • Direito e legislação social
260 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
1.1 Um Breve Relato da Evolução do Direito
O Direito nem sempre existiu da forma como o conhecemos hoje. Houve 
épocas em que o Estado não chamava para si, por meio do Poder Judiciário, 
o dever de dizer o Direito. Ou ainda, nem tínhamos essa distinção clara de 
poderes, em que cabe ao Poder Legislativo, como regra, elaborar nossas leis, e 
ao Poder Judiciário aplicá-las ao caso concreto.
Nos períodos mais longínquos, imperava o poder da força do clã ou da 
tribo, que não seguiam propriamente uma Lei. Assim, ocorrido algum fato que 
pudesse afetar a esfera de direito de alguém, a retribuição a essa ofensa era 
concretizada pela vingança privada, ou seja, sem a manifestação estatal para 
dosar a pena daquele que tinha cometido o delito.
Aos poucos, o Estado foi chamando para si essa tarefa e, mesmo assim, em 
alguns períodos, tivemos a aplicação do direito pelo Estado, sem observar, um 
mínimo que seja, o direito à defesa, pois, às vezes, tínhamos uma mesma pessoa 
para acusar e condenar; fato que, somado à rudeza das provas existentes à 
época, significava sempre a condenação máxima, como a inquisição.
Contudo, o Estado já nos moldes que conhecemos hoje, com a repartição 
de poderes e o reconhecimento do direito de defesa, a partir das revoluções 
francesa e dos EUA, acaba chamando para si o dever de dizer o direito na 
forma como o conhecemos hoje, observando-se principalmente os ditames legais 
e sobretudo o princípio do devido processo legal.
1.2 A Definição da palavra Direito
Conforme Luiz Antonio Rizzatto Nunes (2003, p. 36), etimologicamente, o termo 
direito provém de reto (do vocábulo em latim rectum), a mandar, ordenar (do latin 
jus, ligado na origem a jussum), ou ao termo indicar (do vocábulo grego diké).
A multiplicidade de significados da palavra direito nos acompanha até os dias 
atuais, em que se pode somar pelo menos cinco acepções diferentes a esse termo. 
Nunes (2003, p. 36) aponta algumas concepções do termo direito. Vamos a eles:
[...] pode-se vislumbrar que o termo “direito” comporta pelo 
menos as seguintes concepções: a de ciência, correspondente ao 
conjunto de regras utilizadas pela Ciência do Direito; a de norma 
jurídica, como a Constituição e demais leis e decretos, portarias 
etc; a de poder e prerrogativa, quando se diz que alguém tem 
a faculdade, o poder de exercer um direito; a de fato social, 
quando se verifica a existência de regras vivas existentes no meio 
social; e a de Justiça, que surge quando se percebe que certa 
situação é de direito porque é justa.
Desse modo, podemos perceber que o vocábulo direito insere-se em pelo 
menos cinco acepções distintas: como ciência, como norma, como poder ou 
prerrogativa, como fato social e ainda como justiça.
aUla 1 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 261
1.2.1 A Dificuldade de Conceituar Direito
Miguel Reale (1999, p. 64-65) foi o pai da teoria tridimensional do Direito, 
que pode ser resumida como o direito compreendendo, simultaneamente, fato, 
valor e norma. O autor assevera que
uma análise em profundidade dos diversos sentidos da palavra 
Direito veio demonstrar que eles correspondem a três aspectos 
básicos, discerníveis em todo e qualquer momento da vida jurí-
dica: um aspecto normativo (o Direito como ordenamento e sua 
respectiva ciência); um aspecto fático (o Direito como fato, ou 
em sua efetividade social e histórica) e um aspecto axiológico (o 
Direito como valor de justiça).
Em nosso trabalho, a despeito dos diversos conceitos atribuídos ao Direito, 
vamos usar o conceito de Reale (1999, p. 67) para quem o Direito é “a concre-
tização da idéia de justiça na pluridiversidade de seu dever ser histórico, 
tendo a pessoa como fonte de todos os valores”. O próprio autor se refere ao 
conceito construído, considerando que “se analisarmos essas três noções do 
Direito veremos que cada uma delas obedece, respectivamente, a uma pers-
pectiva do fato (realização ordenada do bem comum), da norma (ordenação 
bilateral-atributiva de fatos segundo valores) ou do valor (concretização da 
idéia de justiça)”.
O Prof. Chorão citado por J. M. Leoni Lopes de Oliveira (2004, p. 14-15) 
ensina que a pesquisa sobre o que é Direito deve partir dos símbolos tradicionais 
do próprio Direito.
Saiba mais
Tércio Sampaio Ferraz Júnior (2003, p. 32-33) explica que
o Direito sempre teve um grande símbolo, bastante simples, que se 
materializava, desde há muito, em uma balança com dois pratos 
colocados no mesmo níel, com o fiel no meio - quando este existia 
- em posição perfeitamente vertical. Havia ainda outra materiali-
zação simbólica, que varia de povo para povo e de época para 
época. Assim, os gregos colocavam essa balança, com os dois 
pratos, mas sem o fiel no meio, na mão esquerda da deusa Diké, 
filha de Zeus e Themis, em cuja mão direita havia uma espada e 
que, estando em pé e tendo os olhos bem abertos, dizia (decla-
rava solenemente) existir o justo quando os pratos estavam em 
equilíbrio (íson, donde a palavra isonomia). [...] Já o símbolo 
aUla 1 • Direito e legislação social
262 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
romano, entre as várias representações, correspondia em geral, 
à deusa Iustitia, a qual distribuia a justiça por meio da balança 
(com os dois pratos e um fiel no meio) que ela segurava com as 
duas mãos. Ela ficava em pé e tinha os olhos vendados e dizia 
(declarava) o direito (jus) quando o fiel estava completamente 
vertical: direito (rectum) = perfeitamente reto, reto de cima para 
baixo (de + rectum).
Assim, esperamos que o conceito fornecido pelo 
nobre Professor Miguel Reale, somado às considerações 
do Professor Tércio, ilustrando os signos que retratam o 
Direito, nos auxilie na compreensão do seu conceito, 
compreendendo-o como um produto cultural.
Em nosso texto, trouxemos o conceito de Direito 
fornecido por Miguel Reale. Contudo, como mencionamos 
que existem inúmeros conceitos, entre esses destacamos alguns 
conceitos históricos extraídos da obra do professor Paulo Nader 
(1999, p. 92) para a sua própria reflexão. Vejamos:
Celso, jurisconsulto romano do século I: Jus est ars boni et 
aequi (Direito é a arte do bom e do justo). [...] Dante Alighieri, 
escritor italiano do século XIII definiu Direito como: “Jus est 
realis ac personalis hominis ad hominem proportio, quae 
servata societatem servate, corrupta corrompti. (Direito é a 
proporção real e pessoal de homem para homem que, conser-vada, conserva a sociedade e que destruída, a destrói). [...] 
Emmanuel Kant, filósofo alemão do século XVIII: Direito é o 
conjunto das condições segundo as quais o arbítrio de cada 
um pode coexistir com o arbítrio dos outros, de acordo com 
uma lei geral de liberdade.
Reflita sobre os conceitos históricos mencionados, anteriormente, pois você 
irá utilizar essa reflexão nas atividades que faremos no final desta aula.
1.3 Ramos do Direito
Evidente que não tratamos, em nosso tema, de todas as classificações do 
direito, mas especialmente essas não poderiam deixar de mencionar, pois é 
a nossa porta de entrada para a disciplina em estudo. A tradição do Direito 
Romano, sistema do qual nós somos descendentes, tinha sua divisão clássica em: 
Direito Público e Direito Privado.
A classificação do Direito apenas em público e privado, apesar de adequada 
durante muito tempo, deixou de nos atender frente à evolução do homem e ao 
surgimento dos novos ramos do direito como os direitos difusos e coletivos que 
abrangem o Direito da Infância e da Juventude, o Direito do Idoso, o Direito do 
Consumidor, o Direito Ambiental entre outros. Assim, vamos estudar a classifi-
cação do direito, a partir dessa nova concepção (tripartida). 
DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO DIREITOS DIFUSOS
Direito Internacional
Direito Constitucional
Direito Penal
Direito Administrativo
Direito Tributário
Direito Finaceiro
Direito Previdenciário
Direito do Trabalho (?)
Direito Eleitoral
Direito Processual
Direito Civil
Direito Comercial
Direito Ambiental
Direito do Consumidor
Direito da Infância e 
Juventude
Direito do Idoso
Direito dos Portadores de 
Deficiência 
Visto quais são os ramos do Direito e lembrando que também nesse aspecto 
não há unanimidade na doutrina (critério de classificação), passamos à distinção 
entre direito público e privado, uma vez que os direitos difusos serão estudados 
na aula três. 
DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO
Reúne as normas jurídicas que têm por matéria o 
Estado, suas funções e organização, a ordem e segu-
rança internas, com a tutela do interesse público, tendo 
em vista a paz social, o que faz com a elaboração 
e a distribuição dos serviços públicos, por meio dos 
recursos indispensáveis à sua execução. Cuida também, 
na ótica internacional, das relações entre os Estados.
Reúne normas jurídicas que 
têm por matéria os particulares 
e as relações entre eles esta-
belecidas, cujos interesses são 
privados, tendo por fim a pers-
pectiva individual. 
Fonte: Nunes (2003, p. 121).
Chegamos ao fim desta primeira aula, que teve a finalidade de apresentar, 
mesmo que de maneira sucinta, alguns conceitos que são básicos para a compre-
ensão do Direito e dos conteúdos em que passaremos a trabalhar.
Nesta primeira aula, você aprendeu alguns conceitos básicos do Direito. A 
dificuldade de conceituá-lo perdura ao longo dos tempos. Não só pela dificul-
dade que às vezes se tem de distinguir a Ciência do seu objeto, mas pelas várias 
acepções da palavra Direito. E, por fim, apresentamos a classificação do Direito 
em Direito Público, Direito Privado e Direito Difuso.
1. Em relação à definição da palavra direito, marque a assertiva incorreta.
a) O significado da palavra direito possui cinco acepções: ciência, norma 
jurídica, poder ou prerrogativa (faculdade), fato social e justiça.
aUla 1 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 263
DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO DIREITOS DIFUSOS
Direito Internacional
Direito Constitucional
Direito Penal
Direito Administrativo
Direito Tributário
Direito Finaceiro
Direito Previdenciário
Direito do Trabalho (?)
Direito Eleitoral
Direito Processual
Direito Civil
Direito Comercial
Direito Ambiental
Direito do Consumidor
Direito da Infância e 
Juventude
Direito do Idoso
Direito dos Portadores de 
Deficiência 
Visto quais são os ramos do Direito e lembrando que também nesse aspecto 
não há unanimidade na doutrina (critério de classificação), passamos à distinção 
entre direito público e privado, uma vez que os direitos difusos serão estudados 
na aula três. 
DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO
Reúne as normas jurídicas que têm por matéria o 
Estado, suas funções e organização, a ordem e segu-
rança internas, com a tutela do interesse público, tendo 
em vista a paz social, o que faz com a elaboração 
e a distribuição dos serviços públicos, por meio dos 
recursos indispensáveis à sua execução. Cuida também, 
na ótica internacional, das relações entre os Estados.
Reúne normas jurídicas que 
têm por matéria os particulares 
e as relações entre eles esta-
belecidas, cujos interesses são 
privados, tendo por fim a pers-
pectiva individual. 
Fonte: Nunes (2003, p. 121).
Chegamos ao fim desta primeira aula, que teve a finalidade de apresentar, 
mesmo que de maneira sucinta, alguns conceitos que são básicos para a compre-
ensão do Direito e dos conteúdos em que passaremos a trabalhar.
Nesta primeira aula, você aprendeu alguns conceitos básicos do Direito. A 
dificuldade de conceituá-lo perdura ao longo dos tempos. Não só pela dificul-
dade que às vezes se tem de distinguir a Ciência do seu objeto, mas pelas várias 
acepções da palavra Direito. E, por fim, apresentamos a classificação do Direito 
em Direito Público, Direito Privado e Direito Difuso.
1. Em relação à definição da palavra direito, marque a assertiva incorreta.
a) O significado da palavra direito possui cinco acepções: ciência, norma 
jurídica, poder ou prerrogativa (faculdade), fato social e justiça.
aUla 1 • Direito e legislação social
264 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
b) A teoria tridimensional do direito entende que o direito compreende, 
simultaneamente fato, valor e norma.
c) Sob o aspecto axiológico, entende o Direito como valor de justiça.
d) O direito não pode ser compreendido como um produto cultural.
2. Embasado no que você estudou nesta aula sobre o conceito de Direito, 
pesquise em outros autores e na Internet, por meio dos sítios de busca como 
o www.google.com.br ou o www.yahoo.com.br, e elabore o seu próprio 
conceito do que é Direito.
3. Leia o enunciado a seguir e marque a assertiva correta a que ele se refere: 
“Reúne normas jurídicas que têm por matéria os particulares e as relações 
entre eles estabelecidas, cujos interesses são privados, tendo por fim a pers-
pectiva individual”.
a) Direito Difuso
b) Direito Privado
c) Direito Público
d) Direitos Coletivos
4. Quanto aos ramos do Direito, podemos classificá-lo somente em: Direito 
Público e Direito Privado? Justifique.
Na atividade um, a opção correta é a (d), uma vez que o direito pode ser 
compreendido como um produto cultural. As assertivas (a), (b) e (c) são verda-
deiras. Assim você alcançou os objetivos desta atividade, uma vez que conheceu 
os institutos básicos do Direito e percebeu que o Direito possui as acepções: 
ciência, norma, faculdade, justiça e fato social.
Na atividade dois, você percebeu que existem muitos conceitos de Direito 
elaborados por diversos autores. Para que possa construir o seu conceito, leia 
a doutrina de outros autores e os sítios da Internet. Você compreendeu que as 
respostas no Direito não são acabadas. Você fundamentou em outros autores e 
pôde apresentar o seu próprio conceito.
Na atividade três, a opção correta é a letra (b), uma vez que o enunciado 
da questão refere-se ao Direito Privado. Assim as opções (a), (c) e (d) estão equi-
vocadas, uma vez que o Direito Público reúne as normas jurídicas que têm por 
matéria o Estado, suas funções e organização, a ordem e segurança internas, 
com a tutela do interesse público, tendo em vista a paz social; já os direitos 
difusos e coletivos abrangem o Direito da Infância e da Juventude, o Direito do 
Idoso, o Direito do Consumidor, o Direito Ambiental entre outros.
Na atividade quatro, embasado noque você estudou nesta aula, verificou 
que a divisão do Direito somente em Público e Privado deixou de nos atender, 
frente à evolução do homem e ao surgimento dos novos ramos do direito como 
os direitos difusos e coletivos que abrangem.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do Direito: técnica, 
decisão e dominação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do Direito. 25. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
1999.
NUNES, Luiz Antônio Rizzatto. Manual de introdução ao estudo do Direito. 
5. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Introdução ao Direito. Rio de Janeiro: Lúmen 
Juris, 2004.
REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 1999.
Como se formou o Estado? Quais são os elementos constitutivos do Estado? 
Como o nosso Estado passou a ser um Estado democrático de direito, garantidor 
de direito fundamentais, em parceria com a sociedade? Nossa próxima aula 
enfocará essas questões, ao ressaltar como é a organização do Estado, dos 
Poderes e da Ordem Social.
aUla 1 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 265
Na atividade quatro, embasado no que você estudou nesta aula, verificou 
que a divisão do Direito somente em Público e Privado deixou de nos atender, 
frente à evolução do homem e ao surgimento dos novos ramos do direito como 
os direitos difusos e coletivos que abrangem.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do Direito: técnica, 
decisão e dominação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do Direito. 25. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
1999.
NUNES, Luiz Antônio Rizzatto. Manual de introdução ao estudo do Direito. 
5. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Introdução ao Direito. Rio de Janeiro: Lúmen 
Juris, 2004.
REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 1999.
Como se formou o Estado? Quais são os elementos constitutivos do Estado? 
Como o nosso Estado passou a ser um Estado democrático de direito, garantidor 
de direito fundamentais, em parceria com a sociedade? Nossa próxima aula 
enfocará essas questões, ao ressaltar como é a organização do Estado, dos 
Poderes e da Ordem Social.
Anotações
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
aUla 1 • Direito e legislação social
266 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
conhecer a história da formação do Estado;•	
identificar os elementos constitutivos do Estado.•	
Para melhor compreensão desta aula, é necessário que você entenda o 
significado do direito para a sociedade, estudado na aula anterior, assim 
como é fundamental que você leia o preâmbulo, o art. 1º, caput, o art. 
2º, caput e o artigo 18, caput, todos da CF/1988. A leitura prévia da 
norma constitucional o auxiliará na compreensão normativa da aula que 
nos propomos a estudar.
Entender a formação e organização do Estado requer, neces-
sariamente, o conhecimento da nossa sociedade, como nasceu e como 
chegamos ao ponto de desenvolvimento em que nos encontramos hoje. 
Assim, a presente aula tem como proposta uma análise histórica do nasci-
mento do Estado, sua evolução, como ele se organiza, como são formadas 
e distribuídas as competências de poder e, por fim, na ordem social, qual 
é o papel do Estado.
É necessário que, primeiramente, você entenda que quando falamos 
em Estado, tão-somente estamos falando do Estado (país) que se subdi-
vide em outros entes federativos como, por exemplo, do Brasil, na União, 
nos Estados-membros, no Distrito Federal e nos Municípios, nos quais em 
conjunto, formam a República Federativa do Brasil, cuja formação estu-
daremos nesta aula.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Organização do Estado, 
dos Poderes e da Ordem Social
Aula 2
aUla 2 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 267
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
conhecer a história da formação do Estado;•	
identificar os elementos constitutivos do Estado.•	
Para melhor compreensão desta aula, é necessário que você entenda o 
significado do direito para a sociedade, estudado na aula anterior, assim 
como é fundamental que você leia o preâmbulo, o art. 1º, caput, o art. 
2º, caput e o artigo 18, caput, todos da CF/1988. A leitura prévia da 
norma constitucional o auxiliará na compreensão normativa da aula que 
nos propomos a estudar.
Entender a formação e organização do Estado requer, neces-
sariamente, o conhecimento da nossa sociedade, como nasceu e como 
chegamos ao ponto de desenvolvimento em que nos encontramos hoje. 
Assim, a presente aula tem como proposta uma análise histórica do nasci-
mento do Estado, sua evolução, como ele se organiza, como são formadas 
e distribuídas as competências de poder e, por fim, na ordem social, qual 
é o papel do Estado.
É necessário que, primeiramente, você entenda que quando falamos 
em Estado, tão-somente estamos falando do Estado (país) que se subdi-
vide em outros entes federativos como, por exemplo, do Brasil, na União, 
nos Estados-membros, no Distrito Federal e nos Municípios, nos quais em 
conjunto, formam a República Federativa do Brasil, cuja formação estu-
daremos nesta aula.
A Organização do Estado, 
dos Poderes e da Ordem Social
Aula 2
aUla 2 • Direito e legislação social
268 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
2.1 O Estado
2.1.1 Formação do Estado Democrático de Direito
No decorrer da história, podemos identificar que todos os povos, ainda que 
rusticamente, tiveram as suas constituições reais, agregadas aos seus valores 
culturais e morais. Assim, os valores da cada povo, que caracterizam a socie-
dade, têm a norma fundamental moldada pela identidade coletiva dessa socie-
dade. Portanto, em torno dos valores sociais e da identidade coletiva, a ordem 
jurídica vai sendo construída, a partir da realidade da coletividade, que tem por 
objetivo conservar os valores que a sociedade possui como padrão de conduta. 
Todo esse processo histórico de formação da identidade coletiva e hierarqui-
zação de uma sociedade é que representa a Constituição Real.
Nessa época, do constitucionalismo antigo, o Estado era definido como 
Estado da Política, sendo formado pelo poder e tendo o direito e a organização 
política como instrumento desse poder. Assim, a camada dominante, como a 
nobreza, a realeza e o clero, mantinham o controle sobre as camadas domi-
nadas. O Direito se baseava em decretos reais e acordos do Rei com a socie-
dade. Assim, as pessoas gozavam ou não de direito, de acordo com a classe 
social a que pertencia.
No entanto, com as Revoluções Inglesas, Francesas e Norte Americano, e 
seus ideais, deu-se a transição do Estado da Política para o Estado de Direito, 
sendo que, por meio dessa, surgem o constitucionalismo moderno.
Com derrogada do Estado da Política e a formação do Estado de direito, surge 
a noção da pessoa como sujeito de direito, e por conseqüência acontece a limi-
tação do poder político e a conquista de direitos e garantias fundamentais indivi-
duais e coletivos. Assim, após o Estado de Direito, a Constituição Material passou 
a ter os seguintes elementos: estruturação dos Órgãos e Instituições do Estado; 
limitação do Poder Político e Direitos e Garantias Individuais e Coletivos.
Saiba mais
E a partir da existência dessa constituição material de direito, criou-se o que 
chamamos de Constituição do Estado, ou Constituição formal, que passou a 
organizar aquela constituição material em uma constituição sistematizada.
Assim, a Constituição foi formada e sistematizada em uma constituição 
escrita e metódica, em um documento único.
aUla 2 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo269
Essa fase, para o Estado caracteriza-se em constitucionalismo liberal que 
foi aquele que rompeu com o Estado da Política e criou o Estado de Direito. 
E do Estado de Direito surgiu a noção de Constituição em sentido material e 
de Constituição em sentido formal. Nessa época, o Estado não era chamado 
a intervir na sociedade, por isso o nome de liberal. Ao Estado, era limitado o 
exercício de certas matérias.
Em razão do acentuado desvirtuamento do liberalismo (os particulares agiam 
livremente de forma desumana) e por força da revolução industrial, houve uma 
profunda desigualdade social, que deu ensejo ao surgimento do Estado Social.
Assim, o Constitucionalismo Social surgiu como conseqüência dos movi-
mentos marxistas, do próprio movimento liberal desvirtuado e da revolução 
industrial. Esse constitucionalismo social surgiu no início do século XX, com prer-
rogativas que envolveram a atuação direta do Estado, uma vez que este passou 
a assegurar educação, saúde, proteção aos trabalhadores, etc.
Contudo, ocorreram excessos no Constitucionalismo Social e desse desvir-
tuamento surgiu à idéia de Estado Totalitário, que desembocou no nazismo. 
Sendo que depois da Segunda Guerra Mundial, o próprio Constitucionalismo 
Social foi colocado em xeque e passamos a caminhar para o Constitucionalismo 
Contemporâneo ou Neo-Constitucionalismo. Atualmente, estamos em pleno 
neo-constitucionalismo.
Esse neo-constitucionalismo aprimora, converte e serve como base da trans-
formação do Estado para o Estado Democrático de direito.
Esse Estado democrático de direito tem por característica ser um Estado pluri-
cêntrico, ou seja, o poder e o direito não estão somente na mão do Estado, mas 
também da sociedade, que forma centros de funções e decisões. E uma socie-
dade pluricêntrica demanda um direito plurifôrmico, ou seja, a sociedade possui 
múltiplos centros de poder e essa sociedade também exerce poder público junto 
com o Estado. E por fim, tem ainda por característica a co-responsabilidade 
do Estado e da sociedade de implementar os direitos e garantias fundamentais 
previstos na norma maior - Constituição.
2.1.2 O Estado e seus tipos
O Estado, como um todo, é dotado de elementos, classificações e forma, 
que devemos estudar, a fim de que possamos compreender a forma complexa 
de organização do Estado brasileiro.
a) Elementos do Estado
Ensina-nos o doutrinador Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2006, p. 47) 
que “o Estado é uma associação humana (povo), radicada em base especial 
(território), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) não sujeita 
a qualquer outra (soberania)”.
aUla 2 • Direito e legislação social
270 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
Do discurso da doutrina podemos identificar os quatro elementos do Estado: 
povo, território, poder e soberania. Daí pode-se destacar, quanto aos 
elementos do Estado, que o povo são as pessoas a quem o direito declara 
como integrante do Estado, no qual, para melhor exemplificar, menciona as 
pessoas quanto à sua nacionalidade pura ou naturalizada como daquele 
Estado (país).
Ao passo que o segundo elemento, o território, caracteriza-se pela definição 
jurídica de domínio de terras (incluindo o subterrâneo), águas e espaço.
O terceiro elemento do Estado, o Poder, é traduzido pela norma regula-
dora das condutas, que garante e limita a sociedade quanto ao exercício 
pleno do direito.
E, por fim, o último elemento, a soberania, dispõe que o Estado não está 
submetido a nenhuma outra ordem de outro país, ou seja, não está subordi-
nado a outra ordem estatal. Lembrando que aqui estamos falando de Estado 
(como país), pois somente esse tem soberania.
b) Forma de organização do Estado
Inicialmente, para entendermos os tipos de Estado é necessário identifi-
carmos as funções de Estado, quanto à sua centralização ou descentra-
lização do poder, que também é um dos institutos definidores dos tipos 
existentes de Estado.
Contudo, é importante ressaltarmos que não existe Estado totalmente descen-
tralizado, ou seja, todo Estado é, ainda que relativamente, centralizado. Do 
exposto, Ferreira Filho (2006, p. 50) assevera que
em todo e qualquer Estado, o poder é relativamente centralizado. Com 
isso se quer dizer que, numa medida maior ou menor, a criação do 
Direito, seja o estabelecimento das normas gerais, seja o de normas 
individuais, é reservada ao órgão estatal central, ao governo.
Assim, o fenômeno da centralização ocorre quando somente a um ente 
compete todo o direito relativo ao Estado, centralizando o poder de todas 
as decisões políticas (executivas), legislativas, judiciária, etc.
Ao passo que a descentralização pode ser medida em grau maior ou menor, 
transferindo-se a outros órgãos periféricos um domínio normativo, determinado 
geral ou individual, ou ambos em prol dos interesses locais ou particulares.
Defende Ferreira Filho (2006, p. 51) que
a descentralização – note-se – é instrumento de eficiência gover-
namental. Em geral, a centralização retarda as decisões que 
sobrevém a destempo, atrasada. E não raro leva a decisões 
inadequadas. De fato, a centralização tende a distanciar a 
vivencia do problema da competência para decidir, ou do poder 
para enfrentá-lo.
aUla 2 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 271
Assim, esse dois fenômenos estão presentes na complexa classificação da 
função e formas de estado, a fim de identificar quanto aos seus tipos, à presença 
em grau maior da centralização ou descentralização quanto à organização 
funcional estatal.
Quanto às funções do Estado e a sua porção de centralização ou descentra-
lização podemos classificá-los em: Estado Unitário e Estado Federal.
O Estado é um acervo de instituições jurídico – políticas, mantenedoras da 
ordem pública e que se subdividem em funções: funções legislativa, executiva 
(administrativa) e judiciária.
No Estado Unitário, todas essas funções estão centralizadas em um único 
poder, como, por exemplo, na época antiga da monarquia.
Expondo sobre o Estado Unitário, Paulo Lopo Saraiva afirma que “o Estado 
Unitário é, por conseguinte, rigorosamente centralizado, no seu limiar, e identi-
fica um mesmo poder, para um mesmo povo, num mesmo território” (citado por 
MORAES, 2004, p. 268).
E, por fim, o Estado Federativo, criação Norte-Americana, é aquele que 
descentralizou as esferas de funções, assim como desconcentrou essas em nacio-
nais e regionais.
Alexandre de Moraes assevera que
a Constituição de 1988 adotou como forma de Estado o fede-
ralismo, que na conceituação de Dalmo Abreu Dallari, é uma 
aliança ou união de Estados, baseada em uma Constituição e 
onde os Estados que ingressam na federação perdem sua sobe-
rania no momento mesmo do ingresso, preservando, contudo, 
uma autonomia política limitada (MORAES, 2004, p. 268).
Saiba mais
É importante que você perceba que o modelo federativo, criado pelos 
Estados Unidos, desconcentrou as funções de Estado, em legislativa, executiva 
e judiciária: descentralizou essas funções em nacionais e regionais (estados). 
Já a República Federativa do Brasil, o nosso país, além de seguir o modelo 
da desconcentração das funções de Estado, descentralizou-as em nacionais, 
regionais e municipais. O que nos leva a concluir, por exemplo, que a função 
legislativa nacional deve coexistir com a função legislativa regional (estados-
membro) e com as funções legislativas municipais (cidades). Sendo assim, a 
norma consagra não tão somente as funções, mas competências dessas funções 
de Estado dentro de cada ente federativo.
aUla 2 • Direito e legislação social
272 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
2.1.3 Poderes do Estado
A Constituição Federal, no seu artigo 12, caput, estabelece que “são poderes 
do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário”.
Para melhorentendermos como funciona e se organizam esses poderes 
de Estados, é necessário retornarmos a organização do Estado Federado, no 
qual estamos incluídos. Assim, a República Federativa do Brasil é formada por 
uma pluralidade de entes estatais, quais sejam: a União, os estados–membro, o 
Distrito Federal e os Municípios.
Saiba mais
Assim, cada ente da federação tem sua porção de poderes estatais, uma vez que 
o Estado Federado desconcentrou os poderes, elegendo funções diferentes a órgãos 
diferentes, assim como descentralizou os poderes, distribuindo-os entre os entes da 
federação, uma vez que são eles autônomos entre si, nos termos da norma maior.
Do exposto Ferreira Filho (2006, p. 132-133) afirma que
A divisão do poder consiste em repartir o exercício do poder político por 
vários órgãos diferentes e independentes, segundo um critério variável, em geral 
funcional ou geográfico, de tal sorte que nenhum órgão isolado possa agir sem 
ser freado pelos demais. A divisão impede o arbítrio, ou ao menos o dificulta 
sobremodo, porque só pode ocorrer se der o improvável conluio de autoridades 
independentes. Ela estabelece, pois, um sistema de freios e contra pesos, sob o 
qual pode vicejar a liberdade individual.
Quando o doutrinador fala em divisão, ele expõe a divisão funcional dos 
órgãos e a divisão geográfica. Esses dois fenômenos são as chamadas descon-
centração e descentralização, em que o poder político não deve ser exercido na 
sua totalidade por um só órgão, mas para o equilíbrio social dos chamados freios 
e contra pesos entre os poderes do Estado que deve ser dividido em órgãos com 
competências determinadas. E no que diz respeito à divisão geográfica, são as 
distribuições desses poderes entre os entes da federação.
Saiba mais
aUla 2 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 273
Portanto, cada ente da federação(União, estados–membro, Distrito Federal e 
Municípios), tem poderes legislativos, executivos e judiciários, salvo os Municípios, 
que somente tem funções executivas, exercidas pelo Prefeito Municipal, e funções 
legislativas, exercida pelos vereadores.
Assim, a separação dos poderes supõe a tripartição das funções de Estado 
distribuído da seguinte forma: a) Função Legislativa: tem como competência 
legislar, ou seja, elaboração das normas jurídicas; b) Função executiva: tem 
como competência a administração pública do estado; c) Função Judiciária: tem 
como competência o julgamento de acordo com a lei.
Todos esses órgãos de governos exercem funções típicas, criadas pela 
norma, ao passo que também tem como função o equilíbrio social, zelando 
pelas garantias e direito fundamentais dispostos na norma maior. Assim, apesar 
da sua independência, os poderes são limitados pelo próprio poder, no sistema 
dos freios e contra-pesos.
2.1.4 A Ordem Social
Quando tratamos anteriormente da formação do Estado democrático de 
direito, que garante direitos e garantias fundamentais à sociedade, eleva a 
Constituição Federal à Ordem Social como “primado do trabalho, e o objetivo o 
bem estar e a justiça social” (MORAES, 2004, p. 686).
Assim, o Estado, como garantidor de direitos fundamentais da sociedade, 
e em parceria com a mesma, tem o dever, no plano da ordem social, da segu-
ridade social, da educação, cultura e desporto, ciência e tecnologia, comuni-
cação social, meio ambiente, família, criança, adolescente, idoso e índio.
O Estado, no plano da ordem social, tem como objetivo primário a digni-
dade da pessoa humana, e a formação e organização estatal no desenvolvi-
mento e no bem-estar da sociedade que o compõe.
Portanto, o Estado, como ente formado no decorrer da história, que se 
veste de acordo com os ideais de conduta da sociedade que o cria, passou 
por diversas transformações, até chegarmos, como exemplo, o nosso país, em 
Estado federado, que descentraliza e desconcentra os poderes (equilíbrio social) 
com a finalidade de assegurar à sociedade as garantias e direito fundamentais 
dispostos na sua norma maior, que é a Constituição Federal. Seus poderes que 
se tri-repartem em funções específicas de Estado, são órgãos políticos indepen-
dentes, porém harmônicos entre si, uma vez que compete aos mesmos a fiscali-
zação uns dos outros, de acordo com a previsão legal.
E, por fim, como Estado Democrático de direito, que garante à sociedade o 
mínimo de dignidade às pessoas, o Estado pluricêntrico e plurifôrmico, ou seja, 
em parceria com a sociedade, constrói, transforma e desenvolve a mesma, no 
plano da ordem social.
aUla 2 • Direito e legislação social
274 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
Estudamos, nesta aula, a formação do Estado, de acordo com a evolução 
da sociedade, e por conseqüência dessa, a transformação das espécies de 
Constituição no decorrer da História. Assim, o Estado passou de um Estado da 
política, com constituição real, para um Estado do direito, com constituição mate-
rial e formal, para um Estado social e, no caso do Brasil, para um Estado demo-
crático de direito, garantidores de direito fundamentais às pessoas. E a partir 
da formação do Estado, estudamos os seus tipos, quanto aos seus elementos e 
forma de organização. Quanto à organização estatal, foi possível identificar o 
fenômeno da descentralização do Estado federado e a descontração do poderes 
estatais, que são separados em funções políticas diferentes, distribuídas em 
órgãos presentes nos entes da federação.
E, por fim, o Estado democrático de direito, como garantidor de direito 
fundamentais, em parceria com a sociedade, no plano social, a norma maior 
expõe os deveres estatais, que juntamente com a sociedade, são assegurados a 
todas as pessoas.
1. A Constituição Real representa:
a) o processo histórico de formação da identidade coletiva e hierarqui-
zação de uma sociedade.
b) o processo pluricêntrico que demanda por um direito plurifôrmico social, 
uma vez que a sociedade é o centro de poder do Estado.
c) o processo de sistematização da norma material escrita em um único 
documento.
d) o processo de garantias e direito asseguradas em normas que garantem 
à sociedade direitos fundamentais à dignidade da pessoa humana.
2. Analise as Constituições existentes no Estado de direito, diferenciando-as.
3. Todos são Poderes do Estado, exceto:
a) Legislativo
b) Executivo
c) Judiciário
d) Soberania
4. O que significa quando se afirma que a República Federativa do Brasil é um 
estado descentralizado e desconcentrado.
A reposta correta da atividade um, é a opção (a), uma vez que a Constituição 
real é aquela existente de acordo com os ideais sociais e conduta moral de 
sociedade, sendo essa a forma mais precária de constituição já existente. Ao 
passo que a Constituição material é aquela que garante direito à sociedade, por 
meio de normas, que foram sistematizadas em uma Constituição, chamada de 
formal. E por fim, o centro pluricêntrico e plurifôrmico significa as decisões do 
Estado, que são tomadas com a participação da sociedade, tanto na formação 
da norma como na aplicação das mesmas.
Para responder a atividade dois, você deve fazer uma comparação entre 
a Constituição Material que tem como elementos assegurar pela norma a estru-
turação dos Órgãos e Instituições do Estado, a limitação do Poder Político e os 
direitos e Garantias Individuais e Coletivos e a Constituição Formal, que é a 
organização da constituição material em uma constituição sistematizada.
A resposta da atividade três é a opção (d), pois, de acordo com a norma constitu-
cional, são poderes do Estado, o legislativo, o executivo e o judiciário. Ao passo que 
soberania não é poder de Estado, e sim caracterizada como elemento do Estado.
Para responder a atividade quatro, você deve analisar o fenômeno da 
descentralização que significa a pluralidade de entes da federação, cada um 
deles com funções de Estado,chamadas de desconcentração.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. 8. ed. São Paulo: EDIPRO, 1999.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 32. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2006.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2004.
Após você ter conhecido a formação e os elementos constitutivos do Estado, 
conheceremos a visão panorâmica da CF/1988 e os seus direitos fundamentais 
e sociais. O que são direitos individuais, difusos e coletivos? Tudo isso você 
verá a seguir.
aUla 2 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 275
A reposta correta da atividade um, é a opção (a), uma vez que a Constituição 
real é aquela existente de acordo com os ideais sociais e conduta moral de 
sociedade, sendo essa a forma mais precária de constituição já existente. Ao 
passo que a Constituição material é aquela que garante direito à sociedade, por 
meio de normas, que foram sistematizadas em uma Constituição, chamada de 
formal. E por fim, o centro pluricêntrico e plurifôrmico significa as decisões do 
Estado, que são tomadas com a participação da sociedade, tanto na formação 
da norma como na aplicação das mesmas.
Para responder a atividade dois, você deve fazer uma comparação entre 
a Constituição Material que tem como elementos assegurar pela norma a estru-
turação dos Órgãos e Instituições do Estado, a limitação do Poder Político e os 
direitos e Garantias Individuais e Coletivos e a Constituição Formal, que é a 
organização da constituição material em uma constituição sistematizada.
A resposta da atividade três é a opção (d), pois, de acordo com a norma constitu-
cional, são poderes do Estado, o legislativo, o executivo e o judiciário. Ao passo que 
soberania não é poder de Estado, e sim caracterizada como elemento do Estado.
Para responder a atividade quatro, você deve analisar o fenômeno da 
descentralização que significa a pluralidade de entes da federação, cada um 
deles com funções de Estado, chamadas de desconcentração.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. 8. ed. São Paulo: EDIPRO, 1999.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 32. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2006.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2004.
Após você ter conhecido a formação e os elementos constitutivos do Estado, 
conheceremos a visão panorâmica da CF/1988 e os seus direitos fundamentais 
e sociais. O que são direitos individuais, difusos e coletivos? Tudo isso você 
verá a seguir.
Anotações
 
 
 
aUla 2 • Direito e legislação social
276 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
conhecer a CF/1988, identificando os Direitos Fundamentais e Sociais;•	
classificar os Direitos Fundamentais e Sociais em individuais, difusos e •	
coletivos.
Os conteúdos trabalhados nesta aula representam uma continuidade em 
relação à aula dois. Para entender melhor esta aula, você deve ter conhecimentos 
básicos dos dispositivos da CF/1988, que o levará a identificar os direitos funda-
mentais e sociais ali contidos. Então, é importante que você leia previamente o 
Título II, Capítulo I e II, e o Título VIII da CF/1988, que tratam dos Direitos e 
Garantias Fundamentais e da Ordem Social, respectivamente. Com base nessas 
proposições, você poderá compreender os objetivos aqui indicados.
É célebre a interpretação de alguns autores em relação aos direitos, classi-
ficando-os como direitos de primeira, segunda, terceira e até quarta geração. 
Vamos conhecer um pouco mais dessa classificação e perceber onde se inserem 
os direitos sociais na Constituição Federal, tratando assim, ao mesmo tempo, de 
estabelecer a interface entre o Serviço Social e a Constituição.
Quando abordamos, na aula um, a clássica divisão do Direito em público 
e privado, falamos da insuficiência dessa classificação para tratar de alguns 
ramos do Direito que não se acomodavam bem nem no ramo de direito público 
e nem no ramo de direito privado. Você observará que a própria evolução do 
homem e a produção em massa exigiram a criação de uma nova categoria de 
interesses, capazes de atender aos novos fenômenos, que contribuíram para o 
surgimento dos chamados interesses metaindividuais ou transindividuais, que 
pertencem, ao mesmo tempo, a toda a coletividade.
A Constituição e os Direitos 
Fundamentais e Sociais
Aula 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
aUla 3 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 277
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
conhecer a CF/1988, identificando os Direitos Fundamentais e Sociais;•	
classificar os Direitos Fundamentais e Sociais em individuais, difusos e •	
coletivos.
Os conteúdos trabalhados nesta aula representam uma continuidade em 
relação à aula dois. Para entender melhor esta aula, você deve ter conhecimentos 
básicos dos dispositivos da CF/1988, que o levará a identificar os direitos funda-
mentais e sociais ali contidos. Então, é importante que você leia previamente o 
Título II, Capítulo I e II, e o Título VIII da CF/1988, que tratam dos Direitos e 
Garantias Fundamentais e da Ordem Social, respectivamente. Com base nessas 
proposições, você poderá compreender os objetivos aqui indicados.
É célebre a interpretação de alguns autores em relação aos direitos, classi-
ficando-os como direitos de primeira, segunda, terceira e até quarta geração. 
Vamos conhecer um pouco mais dessa classificação e perceber onde se inserem 
os direitos sociais na Constituição Federal, tratando assim, ao mesmo tempo, de 
estabelecer a interface entre o Serviço Social e a Constituição.
Quando abordamos, na aula um, a clássica divisão do Direito em público 
e privado, falamos da insuficiência dessa classificação para tratar de alguns 
ramos do Direito que não se acomodavam bem nem no ramo de direito público 
e nem no ramo de direito privado. Você observará que a própria evolução do 
homem e a produção em massa exigiram a criação de uma nova categoria de 
interesses, capazes de atender aos novos fenômenos, que contribuíram para o 
surgimento dos chamados interesses metaindividuais ou transindividuais, que 
pertencem, ao mesmo tempo, a toda a coletividade.
A Constituição e os Direitos 
Fundamentais e Sociais
Aula 3
aUla 3 • Direito e legislação social
278 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
3.1 Direito Constitucional e Constituição
Estudamos, na aula um, que a classificação considerada ideal para o 
direito é a que o classifica, levando em conta a tripartição: 
direito público, privado e difuso. A partir desta 
aula, você verá que muito do que apren-
demos naquela aula será aplicado na 
prática em seus estudos. Começamos 
esta aula falando um pouco de Direito 
Constitucional que é um dos ramos do 
Direito Público e da Constituição que é a 
Lei Maior do país, para que você possa 
adquirir bases suficientes para estudar as 
interfaces da Constituição Federal com o 
Serviço Social.
A doutrina conceitua o Direito Constitucional 
“como o conhecimento sistematizado da organi-
zação jurídica fundamental do Estado” (OLIVEIRA, 
2005, p. 19).
De outro lado, Oliveira (2005, p. 21) conceitua Constituição como
a Lei Fundamental de um Estado e, desse modo, seria então a 
organização dos seus elementos essenciais: um sistema de normas 
jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula as formas de Estado 
e de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, 
o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os 
direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em 
síntese, a Constituição é o conjunto de normas que organiza os 
elementos constitutivos do Estado.
A nossa Constituição Federal (também chamada de Carta Magna) foi 
promulgada em 5 de outubro de1988. A despeito de ser uma Constituição 
rígida, já conta hoje com 56 emendas, o que, de certo modo, é muito criticado 
por alguns autores.
3.2 Classificação da Constituição Federal de 1988
A Constituição Federal de 1988 pode ser classificada como formal, escrita, 
dogmática, promulgada, rígida, analítica e dirigente. E, a partir dessa classifi-
cação, visualizaremos as demais. Veja o quadro apresentado a seguir:
1. QUANTO À FORMA
Escrita: codificada e sistematizada por um 
órgão constituinte.
Não escrita: costumeira. Suas normas 
não constam de um documento 
solene. Baseia-se nos costumes e na 
jurisprudência.
aUla 3 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 279
2. QUANTO À ELABORAçãO
Dogmática: escrita e elaborada por um órgão 
constituinte, sistematizando os dogmas e 
idéias fundamentais da teoria política e do 
direito predominante.
Histórica: costumeira, não escrita e 
resultante da lenta evolução das tradi-
ções que se cristalizam como normas 
fundamentais.
3. QUANTO À ORIGEM
Promulgada: originária de um órgão consti-
tuinte composto por representantes do povo, 
eleitos para tal fim.
Outorgada: elaborada e estabelecida 
sem a participação do povo; imposta 
pelo governante.
4. QUANTO À ESTABILIDADE
Rígida: só podem ser alteradas 
mediante exigências formais 
especiais. 
Semi-rígida: contém 
uma parte rígida e uma 
parte flexível. 
Flexível: pode ser modi-
ficada pelo legislador, 
seguindo o mesmo 
processo da elaboração 
das leis ordinárias.
5. QUANTO À ExTENSãO
Sintética: reduzido número de artigos. Analítica: número elevado de artigos. 
Possui normas formais e materiais.
6. QUANTO À FUNçãO OU OBJETO
Dirigente: contém um projeto 
político de Estado a ser desen-
volvido, com o cumprimento de 
metas estabelecidas
Garantia: visa à garantia e à 
proteção dos componentes do 
Estado, assegurando liberdades 
e limitando o poder existente.
Balanço: descreve 
e registra o poder 
estabelecido.
3.3 Constituição e Direitos Fundamentais
Para tratarmos dos direitos e garantias fundamentais, previstos na 
Constituição, é necessário contextualizá-los na história. Os direitos e garantias 
fundamentais não surgiram com a Constituição Federal de 1988, mas em um 
outro contexto histórico muito importante e bem anterior à nossa Carta. Remontam 
mesmo à Magna Carta de João sem Terra na Inglaterra, em 1215, e à Revolução 
Francesa de 1789.
Os direitos de primeira, segunda e terceira gerações são também lembrados 
por Oliveira (2005, p. 99-100) conforme mencionamos a seguir:
Direitos de 1ª Geração
Direitos e garantias individuais e políticos clássicos (liber-
dades públicas: direito à vida, à liberdade, à expressão 
e à locomoção)
Direitos de 2ª Geração
Direitos sociais, econômicos e culturais surgidos no início 
do século XX (direito ao trabalho, ao seguro social, à 
subsistência, amparo à doença, à velhice, dentre outros)
Direitos de 3ª Geração
Também chamados de direitos de solidariedade ou 
fraternidade, englobam um meio ambiente ecologi-
camente equilibrado, a paz, uma qualidade de vida 
saudável, a autodeterminação dos povos e outros 
direitos difusos.
aUla 3 • Direito e legislação social
280 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
Existem autores que mencionam ainda direitos fundamentais de 4ª geração, 
conforme menciona Oliveira (2005, 100) “Os direitos fundamentais de 4ª 
geração, também chamados de direito dos povos, são provenientes da última 
fase da estruturação do Estado Social (Globalização do Estado Neoliberal)” 
assim, dentre os direitos de 4ª geração, destacam-se: o direito à democracia, à 
informação, ao pluralismo, o patrimônio genético, dentre outros.
Os direitos e garantias individuais estão contidos especialmente no art. 5º 
da Constituição Federal, e vale traçar a diferença entre direitos e garantias. A 
rigor, poderíamos pensar não haver distinção entre eles. Contudo, a diferença 
entre os vocábulos é trabalhada por Oliveira (2005, p. 100), para quem os
Direitos são disposições declaratórias de poder sobre determi-
nados bens e pessoas. Representam por si só certos bens. [...] 
Garantias, em sentido estrito, são os mecanismos de proteção 
e de defesa dos direitos. Traduzem-se na garantia dos cidadãos 
exigirem dos Poderes Públicos a proteção de seus direitos, bem 
como o reconhecimento dos meios processuais adequados a essa 
finalidade. Por exemplo: habeas corpus, mandado de segurança, 
entre outros. São acessórios, estando vinculado aos direitos.
O Capítulo II da CF/88 trata, por sua vez, dos direitos sociais, em especial 
os arts. 6° e 7°, incisos II (seguro-desemprego), VIII (décimo-terceiro salário), XII 
(salário-família), XVIII, XIX (licença à gestante), salário-maternidade e licença-pa-
ternidade, XXII (redução dos riscos inerentes ao trabalho), XXIII (adicionais pelo 
exercício de atividades penosas, insalubres e perigosas), XXIV (aposentadoria), 
XXV (assistência aos filhos até seis anos de idade em creches e pré-escolas), 
XXXIII (proteção ao trabalho do menor), XXXIV (igualdade de direitos dos traba-
lhadores avulsos), parágrafo único (direitos dos trabalhadores domésticos).
3.4 Direitos Individuais
Os direitos individuais, que sempre foram considerados como prerrogativas, 
uma vez que impõem limites tanto ao Estado como aos indivíduos em geral, 
podem ainda ser considerados como instrumentos de imposição ao Estado no 
cumprimento de certos deveres, listados na Constituição Federal, a exemplo do 
art. 5º, inciso LXII, que dispõe que “A prisão de qualquer pessoa e o local onde 
se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do 
preso ou à pessoa por ele indicada”.
3.5 Destinatários da Proteção Constitucional
De acordo com o art. 5º, caput são destinatários da proteção albergada 
na Constituição Federal todos os brasileiros e estrangeiros, todas as pessoas 
físicas e jurídicas. Vamos conferir: “Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, 
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”.
aUla 3 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 281
O art. 5º da CF/88 possui 78 incisos; o rol de direitos ali contidos é apenas 
exemplificativo e não exaustivo. Um estudo mais profundo desses direitos será 
visto na disciplina de Direitos Humanos e Políticas Sociais no 3º. Período.
3.5.1 Princípios extraídos dos incisos do art. 5º da CF
1. Princípio da legalidade: A legalidade tem previsão no inciso II do art. 5º: 
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de lei”.
2. Princípio da irretroatividade da lei: art. 5º, XXXVI “a lei não prejudicará 
o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
3. Princípio do acesso à justiça: art. 5º, XXXV “a lei não excluirá da apre-
ciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
4. Princípio da vedação a tribunais e juizes de exceção; princípio do juiz 
natural: artigo 5.º, inciso XXXVII “não haverá juízo ou tribunal de 
exceção”. E inciso LIII “ninguém será processado nem sentenciado senão 
pela autoridade competente”.
5. Princípio do Tribunal do Júri: art. 5º, inciso XXXVIII “é reconhecida a 
instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania 
dos veredictos; a competência para o julgamento dos crimes dolosos 
contra a vida”.
6. Princípio do devido processo legal: art. 5º, inciso LIV “ninguém será 
privado da liberdade ou de seus bens, sem o devido processo legal”.
7. Princípio do contraditório e da ampla defesa: art. 5º, LV “aos litigantes, 
em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
asseguradoso contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos 
a ela inerentes”.
3.6 Seguridade Social na CF/1988
Com a Constituição Federal de 1988, houve uma notável valorização do 
Direito Previdenciário, ao se trazer para o texto da Carta Magna uma completa 
estruturação, estabelecendo um capítulo sobre a Seguridade Social (artigos 
194 a 204). A partir deste momento, a Previdência Social, a Assistência 
Social e a Saúde passaram a fazer parte do gênero Seguridade Social, forta-
lecendo-se com princípios próprios, aplicáveis aos benefícios previdenciários 
e assistenciais.
A divisão da seguridade social será estudada ainda em nosso período, 
porém, especificamente, na aula cinco. Portanto, nesta aula, deter-nos-emos na 
assistência social.
aUla 3 • Direito e legislação social
282 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
3.7 Assistência Social
O histórico da legislação da assistência social no Brasil teve o seguinte 
traçado: primeiramente, o art. 9º da Lei 6.439/77, instituiu a Legião Brasileira de 
Assistência (LBA), competindo-lhe prestar assistência social à população carente, 
mediante programas de desenvolvimento social e de atendimento às pessoas.
Posteriormente, a Constituição de 1988, nos artigos 203 e 204, passou 
a tratar do tema. O artigo 203 do texto constitucional foi regulamentado pela 
Lei n. 8.742, de 7/12/1993, que dispõe sobre a Lei Orgânica da Assistência 
Social – LOAS, sendo regulamentada pelo Decreto n. 1.744, de 8/12/1995, 
que dispõe sobre o benefício da prestação continuada devido à pessoa defi-
ciente e ao idoso.
A Lei n. 8.742/93, no artigo 1º definiu a assistência social como: “Política 
de seguridade social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada 
através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, 
para garantir o atendimento às necessidades básicas”.
Martinez (citado por MARTINS, 2005, p. 495) afirma que a assistência 
social “Não só complementa os serviços da Previdência Social, como amplia, 
em razão da natureza da clientela e das necessidades providas conforme a 
capacidade do gestor”.
Saiba mais
A Assistência Social é prestada a quem dela necessitar e independe de 
prévia contribuição do assistido, ao contrário do que sucede com o beneficiado 
na previdência social.
A Lei n. 8.742/93, no artigo 2º, também estabelece os objetivos que devem 
ser alcançados pela Assistência Social.
Sette (2004, p. 74), estabelece que “a assistência social é destinada a 
pessoas que não possuem condições de manutenção própria, como forma de 
realização do princípio da dignidade da pessoa humana” (grifo nosso).
O artigo 23 da Lei n. 8.742/93 dá o conceito legal de serviços assistenciais, 
ao estabelecer que “entendem-se por serviços assistenciais as atividades continu-
adas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para 
as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes estabele-
cidas nesta Lei”.
aUla 3 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 283
Martins (2005, p. 503) define que os serviços assistenciais
são as atividades continuadas que visem à melhoria de vida 
da população e cujas ações, voltadas para as necessidades 
básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes da 
Assistência Social. Na organização dos serviços será dada 
prioridade à infância e à adolescência em situação de risco 
pessoal e social, objetivando cumprir o disposto no art. 227 da 
Constituição e na Lei n. 8.069, de 13-7-1990, do Estatuto da 
Criança e do Adolescente.
3.8 Noções Básicas da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS)
A Lei Orgânica de Assistência Social prevê os seguintes benefícios: Benefício 
de prestação continuada e benefícios eventuais, que independem de contribuição 
do necessitado.
A Lei n. 8.742, de 7/12/93 – LOAS regulamentou os artigos 203 e 204 da 
Constituição Federal, e disciplina toda a política de Assistência Social no Brasil. 
A LOAS foi regulamentada pelo Decreto n. 1.744/95.
3.8.1 Benefício de Prestação Continuada (BPC)
Este benefício foi inicialmente denominado benefício de amparo previ-
denciário, pela Lei n. 6.179/74. Depois, passou a ser utilizada a denomi-
nação dada pelo art. 139 da Lei n. 8.213/91 de renda mensal vitalícia. 
Atualmente o art. 20 da Lei n. 8.742, de 7/12/93, passou a usar a deno-
minação benefício de prestação continuada. Essa Lei foi regulamentada pelo 
Decreto n. 1.744/95.
O Benefício de Prestação Continuada é previsto no inciso V do art. 203 da 
Constituição Federal, regulamentado pelo artigo 20 da Lei n. 8.742/93. Este 
artigo dispõe que
o benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um) 
salário mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso 
com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir 
meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida 
por sua família”.
§ 1º - Para os efeitos do disposto no caput, entende-se como 
família o conjunto de pessoas elencadas no artigo 16 da Lei 
n. 8.213, de 24 de julho de 1991, desde que vivam sob o 
mesmo teto.
§ 2º - Para efeito de concessão deste benefício, a pessoa porta-
dora de deficiência é aquela incapacitada para a vida indepen-
dente e para o trabalho.
§ 3º - Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa 
portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal 
per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.
aUla 3 • Direito e legislação social
284 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
Saiba mais
a) Do amparo social ao idoso
Os requisitos para os beneficiários deste benefício assistencial são: 65 anos, 
no mínimo, e não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de 
tê-la provida por sua família.
Entende-se por família a unidade mononuclear, que vive sob o mesmo teto, 
cuja economia é mantida pela contribuição de seus integrantes, previstas no 
art.16 da Lei n. 8.213/91.
A lei considera incapaz de prover a manutenção da pessoa idosa, a família 
cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.
A Lei n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso) estabelece no § único, do art. 34, 
que o benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do 
caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per 
capita a que se refere a LOAS. Com esta inovação trazida pela Lei, dois 
membros da mesma família poderão receber o BPC.
b) Do Amparo Social ao Portador de Deficiência
Os beneficiários deste benefício assistencial devem preencher os seguintes 
requisitos para a sua concessão: ser portador de deficiência, que torne 
a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho; não 
possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida 
por sua família. A comprovação da deficiência somente é feita pela 
perícia médica.
Passaremos agora a estudar os Interesses Transindividuais, que dizem 
respeito especificamente à tutela do meio ambiente, do consumidor, do idoso, 
da criança e do adolescente, dos portadores de deficiência, mostrando a 
importância desses novos ramos do Direito que não eram contemplados na 
clássica divisão de Direito Público e Privado vistos na aula um.
3.9 Dos interesses Transindividuais ou Metaindividuais
Os interesses transindividuais, também denominados metaindividuais, são 
aqueles que ultrapassam a esfera individual do homem. São interesses que dizem 
respeito não à individualidade da pessoa, mas a toda coletividade, ligada por 
uma circunstância de fato ou conforme a hipótese (interesse coletivo), por uma 
situação jurídica.
aUla 3 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 285
Essa espécie de interesses, até pouco tempo atrás, era desconhecida do 
mundo jurídico. Contudo, a celeridade da produção e a própria evolução do 
homem, cumulados com a dificuldade de acesso à justiça, foram determinantes 
para o nascimento dessesinteresses, uma vez que o processo civil tradicional 
não atendia as situações que envolviam a conflituosidade de massa.
3.9.1 Dos interesses transindividuais em espécie
Interesses Difusos•	 : a própria lei, ao definir os direitos difusos, já tocou em 
todos os pontos importantes para se estabelecer em que consistem esses 
direitos. Assim, nosso ponto de vista decorre da própria lei. Ou seja, o 
objeto desses direitos será sempre indivisível, bem como são indeterminá-
veis os seus titulares, que estarão sempre ligados por uma circunstância 
de fato. Essa circunstância fática posteriormente pode até dar causa a 
uma relação jurídica, mas no momento em que uniu aquelas pessoas foi 
apenas uma circunstância de fato, como por exemplo, pessoas expostas 
a um acidente ambiental e ou a uma publicidade enganosa, veiculada 
pela Televisão.
Interesses Coletivos•	 : os interesses coletivos, como os difusos, são também 
indivisíveis, porém, diferentemente dos direitos difusos, esses se referem 
a um grupo, categoria ou classe de pessoas que estejam ligadas entre si 
ou mesmo com a parte contrária num eventual litígio, por uma relação 
jurídica de base. Como exemplo pode-se citar um contrato de consórcio 
que contenha cláusulas abusivas e ou um aumento abusivo da semes-
tralidade de uma determinada escola em que a associação de pais 
ingresse em juízo para reclamar o aumento.
Interesses Individuais Homogêneos•	 : têm em comum com os interesses 
difusos o fato de ambos decorrerem de uma situação fática. A seme-
lhança, porém, termina aí. Pois quando se fala em interesses individuais 
homogêneos, estaremos nos referindo sempre a interesses divisíveis e de 
pessoas determináveis ou determinadas. Um exemplo que ilustra bem 
essa espécie de interesse é um grupo de pessoas que adquiram por 
hipótese um determinado modelo e marca de telefone que tenha saído 
com defeito. Assim, o problema não está na compra e venda do produto, 
mas sim no defeito e no efeito que esse defeito causou à pessoa.
3.10 Da Proteção dos Portadores de Deficiência da CF
A Constituição Federal cuida da proteção das pessoas portadoras de deficiência 
em várias passagens, seja como proteção indireta, mas também como proteção 
direta como veremos a seguir. Faremos essa incursão pela Constituição Federal, 
guiados por Niess e Niess (2003, p. 20-22). Começamos assim pela proteção de 
forma indireta no art. 3º, incisos III e IV e no art. 5º caput, que ilustramos a seguir:
aUla 3 • Direito e legislação social
286 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
Proteção indireta ou geral
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil:
Art. 5º Todos são iguais perante a 
lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País 
a inviolabilidade do direito à vida, 
à liberdade, à igualdade, à segu-
rança e à propriedade, nos termos 
seguintes: [...]
III. erradicar a pobreza 
e a marginalização 
e reduzir as desi-
gualdades sociais e 
regionais;
IV. promover o bem 
de todos, sem precon-
ceitos de origem, 
raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer 
outras formas de 
discriminação.
A proteção direta ocorre em várias passagens na Constituição Federal: art. 
7º, XXXI; Art. 23, II; Art. 24, XIV; Art. 37, VIII; Art. 201, I; Art. 203, IV; Art. 203, 
V; Art.208, III; Art. 227, § 1º, II e § 2º; Art. 244.
A preocupação do legislador constituinte ocorreu de forma ampla, abran-
gendo, de forma específica, assuntos como o trabalho, seja na iniciativa privada 
ou pública, a competência para legislar, a previdência e a assistência social, a 
educação, bem como a acessibilidade em logradouros públicos.
Da proteção infraconstitucional
A Constituição Federal, ao disciplinar um assunto, costuma fazê-lo de modo 
mais geral, deixando os detalhes a serem disciplinados por lei específica. Desse 
modo, no que se refere à proteção dos portadores de deficiência, existem 
algumas leis específicas em nosso ordenamento jurídico, entre as quais, desta-
camos a Lei n. 7.853/89, que estabelece as regras de proteção e integração 
social das pessoas portadoras de deficiências físicas “visa a assegurar-lhes o 
pleno exercício dos direitos individuais e sociais e sua efetiva integração social” 
(GONÇALVES, 2006, p. 152-153).
3.11 Proteção da criança e do adolescente
A proteção dos direitos da criança e do adolescente no Brasil está prevista 
em dois planos, tanto na Constituição Federal como no Estatuto da Criança e do 
Adolescente, Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990.
A proteção da criança e do adolescente em sede constitucional se faz 
presente especialmente no art. 227 da Constituição Federal, que determina:
Art. 227 da 
Constituição 
Federal
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à 
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissio-
nalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão.
aUla 3 • Direito e legislação social
Unitins • serviço social • 2º PerÍoDo 287
A proteção da criança e do 
adolescente deverá observar duas 
óticas, tanto a que diz respeito ao 
Direito Civil, como a que diz respeito 
ao Direito Penal. E isto pode ser 
considerado como uma conquista, 
pois o Código de Menores, que 
antecedeu o Estatuto da Criança 
e do Adolescente, que doravante 
passaremos a chamar de ECA, 
apenas enxergava no menor a 
órbita do direito penal. Explica-se: 
para o Código de Menores somente importava a pessoa do delinqüente, ou 
trombadinha como eram chamados os menores, de forma depreciativa. Assim, 
no Diploma anterior, no que se refere à órbita civil, esses menores eram equipa-
rados a coisas e não considerados como sujeitos de direitos.
Por isso, em nosso estudo, procuraremos apresentar uma visão geral do 
ECA, e sua concepção de proteção integral de pessoa em desenvolvimento. 
Começando, assim, pelo art. 1º, que dispõe: “Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a 
proteção integral à criança e ao adolescente”.
De acordo com Paulo Afonso Guarrido de Paula et al. (2000, p. 19), a 
proteção integral
tem como fundamento a concepção de que crianças e adoles-
centes são sujeitos de direitos, frente à família, à sociedade e 
ao Estado. Rompe com a idéia de que sejam simples objetos de 
intervenção no mundo adulto, colocando-os como titu-
lares de direitos comuns a toda e qualquer pessoa, 
bem como de direitos especiais decorrentes da 
condição peculiar de pessoas em processo 
de desenvolvimento.
De forma que é a própria Lei que determina a faixa 
etária identificadora da criança e do adolescente no 
ECA. Vejamos o que diz o artigo 2º: “Considera-se 
criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze 
anos de idade incompletos, e adolescente aquela 
entre doze e dezoito anos de idade”.
Algumas discussões se colocam em torno da fixação 
da idade entre doze e dezoito anos para se designar o 
adolescente. Assim, uma observação importante que se faz é que não podemos 
confundir a capacidade civil, que é a capacidade para os atos da vida civil, que 
o novo Código Civil fixou em 18 anos (antes era 21 anos), com a imputabilidade 
penal (capacidade de compreender o caráter criminoso do fato) do Código Penal, 
que sempre foi fixada em 18 anos.
aUla 3 • Direito e legislação social
288 2º PerÍoDo • serviço social • Unitins
3.11.1 Do direito a convivência familiar
No caso da criança e do adolescente, depois do direito a vida, o direito à 
convivência familiar é um dos mais importantes. 
Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família 
e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e

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