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Civil Reais Estudo dirigido

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UCSAL – Universidade Católica do Salvador
Curso de Graduação em Direito Civil V - Reais
Turno: Noturno - Terça-feira - 19:00 as 21:40 horas - Pituaçu
Professora: Teila Rocha
Discente: Cláudia Aguiar Giacomo
Estudo dirigido
Posse
Conceito: 
É o domínio fático estabelecido pela pessoa sobre a coisa, ressalvados os casos de detenção. A posse é uma relação de fato transitória, enquanto a propriedade é uma relação de direito permanente. A sua natureza jurídica é direito especial.
Teorias: 
Teoria Subjetiva - idealizada por Friedrich Carl Von Savigny. Esta teoria defende a ideia que para ser considerada posse é necessário ter a junção de dois elementos: do poder sobre a coisa (corpus) e a intenção de ser dono (animus), ou seja, o elemento objetivo e o elemento subjetivo respectivamente aliados. 
De acordo com esta teoria, na falta de algum desses elementos, não seria posse e sim detenção. Assim, o locatário, o usufrutuário, o comodatário não teriam posse, pois sabem que não são donos e podem não ter a intenção de querer ser proprietário. 
Esta teoria foi sendo enfraquecida pela super valorização do corpus e pela subjetividade do termo “intenção”. Entretanto, até hoje é usada para determinar o usucapião, onde um dos requisitos é a intenção. 
Teoria Objetiva – sob a ótica de Rudolf Von Ihering, esta teoria denominada por ele mesmo de objetiva porque não empresta à ideia de intenção como acontece na subjetiva. A posse é um mero exercício da propriedade. Porém, o proprietário pode transferir sua posse a terceiros para um melhor uso econômico. Exemplo: Se um médico herda uma fazenda, mas não sabe administrá-la, é mais conveniente alugar ou arrendar a alguém que entenda do ramo. 
Classificação:
Posse direta e indireta: Decorre de uma relação necessária. Uma depende da outra para existir. A posse direta é exercida por quem recebe a autorização do possuidor indireto. Este mesmo exemplo dado acima, o médico tem a posse indireta da fazenda e o arrendatário ou inquilino tem a posse direta.
Posse justa e injusta:
É justa quando a posse não tiver violência, clandestinidade ou precariedade, ou seja, houver qualquer tipo de vício. 
É injusta quando existir vícios: violência, clandestinidade ou precariedade. Entretanto, muitos doutrinadores entendem que a partir do momento que houver qualquer tipo de vício é considerado detenção e não posse. 
Posse Ad interdicta:
É a posse apta para o ingresso de ações possessórias. É dado esta nomenclatura, pois, as ações possessórias também são chamadas de Interdicta Possessória. Esta posse quando afetada, não conduz a usucapião. Para que o possuidor seja protegido pelos interditos basta que a posse seja justa, sem vícios da violência, da clandestinidade ou da precariedade. 
OBS: Entende-se por posse violenta: aquela obtida por meio de esbulho, por força física ou violência, moral (vis compulsiva) contra a pessoa do possuidor anterior. Exemplo: movimento popular invade violentamente, expulsando a tapas o caseiro.
A posse obtida com tranquilidade é chamada de mansa e pacífica.
A violência é dirigida contra pessoas, e não contra a própria coisa. Ex: invasor que arromba porta de imóvel vazio. Neste caso não há posse violenta. Havendo posse violenta, ela o será desde sua aquisição.
Já a Posse clandestina é aquela obtida as escondidas, de forma oculta, na surdina, na calada da noite. Exemplo: o invasor que se apossa do terreno na calada da noite, escondido do dono. 
E a Posse precária é a posse injusta mais odiosa, porque nasce do abuso de confiança. Exemplo: o comodatário que findou o empréstimo não devolve o bem. Assemelha ao estelionato ou apropriação indébita.
Portanto, é a posse daquele que recebeu a coisa do proprietário com a obrigação de devolvê-la, mas não o faz.
Posse Adusucapionem:
Esta posse está apta a aquisição da propriedade por usucapião, pois, não é qualquer posse que gera usucapião. È necessário ser uma posse com as seguintes qualificações:
Ao fim de um período de dez anos, aliado a outros requisitos como o ânimo de dono, o exercício contínuo e de forma mansa e pacífica, além do justo título e boa-fé, dá origem à usucapir ordinária. CC, art 1242). 
Posse de Boa fé e Posse de Má Fé: 
A posse de boa fé é aquela que a parte desconhece o vício ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Decorre da consciência de ter adquirido a posse por meios legítimos.
 Posse de má fé é a situação em que alguém sabe do vício que acomete a coisa, mas mesmo assim pretende exercer o domínio fático sobre esta, isto é, possuidor que possui na consciência da ilegitimidade de seu direito. A posse de má-fé goza de defesa, se não for nem violenta, nem clandestina, nem precária. Para a defesa da posse não é essencial à boa-fé.
OBS: A posse de má-fé gera consequências em relação aos frutos e as benfeitorias. Não altera as proteções possessórias (nessa seara, o que interessa é a posse justa e injusta).
Posse Nova e Posse Velha:
Posse nova é aquela que conta com menos de um ano e um dia.
Posse velha é aquela que conta com pelo menos um ano e um dia.
Composse:
É a posse conjunta, com mais de um possuidor. É a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa (condomínio de posses), o que pode ter origem inter vivos ou mortis causa. Por exemplo, a hipótese de doação conjuntiva, para dois donatários, que terão a posse de um imóvel.
Na composse pode ser Pro Diviso – quando as partes optam estabelecer critérios de divisão ou distribuição da posse. E Pro Indiviso não há essa divisão, todos utilizam a coisa em conjunto. De acordo com Carlos Roberto Gonçalves, pro indiviso é quando os compossuidores têm posse somente de partes ideais da coisa. E no Pro diviso é quando cada compossuidor se localiza em partes determinadas do imóvel, estabelecendo uma divisão de fato, é a posse localizada dentro da composse. 
Jus Possidendi e Jus Possessioni
 Jus Possidendi é a posse com propriedade, por exemplo, o dono do imóvel. E o Jus Possessioni é a posse sem propriedade. Exemplo: o inquilino. 
Efeitos da Posse
a) o direito ao uso de interditos possessórios (ou defesa da posse em geral, em que se inclui a autodefesa );
c) a percepção dos frutos (são os bens acessórios que derivam do bem principal sem diminuir o valor. Exemplos: frutos das árvores, rendimento de aluguel ou de poupança etc.);
d)o direito de retenção por benfeitorias;
e)a responsabilidade do possuidor por perdas ou deteriorações;
f)a usucapião.
OBS: O possuidor de boa fé, até cessar a boa fé, percebe os frutos. E o possuidor de má-fé, deve ressarcir os frutos. Entretanto, as despesas de produção e custeio, são ressarcidos em ambos os casos. 
Posse e Benfeitorias
Como foi dito na observação acima, tanto o possuidor de boa fé como o possuidor de má-fé são ressarcidos, entretanto:
- O possuidor de boa fé é indenizado por benfeitorias úteis (aquelas que valorizam a coisa, mas não é necessário) e as necessárias (aquelas que são essências para a conservação e evita a deterioração do bem), mas é facultativo ressarcir as benfeitorias voluptuárias (aquelas desnecessárias, que são mero deleite). Neste caso, pode até reter o bem até a indenização acontecer. Retenção é a modalidade de garantia no cumprimento de obrigação. Art.744 do CPC.
- Já o possuidor de má fé só é indenizado pelas benfeitorias necessárias e não há retenção do bem e nem levanta benfeitorias voluptuárias. 
Posse e o dever de reparar
Para o possuidor de boa fé ter o dever de reparar é necessário que o autor da ação prove a sua culpa subjetiva, ou seja, terá que provar que o possuidor agiu com negligencia, imprudência ou imperícia. Exemplo: O locador ao receber de volta a sua casa, percebe que tem um muro caído e o locatário não consertou. Para o locatário reparar é necessário que o locador prove a negligencia, imprudência ou a imperícia. 
No caso do possuidor de má-fé a culpa é presumida. A única forma que o possuidor poderia deixar de reparar seria a possibilidade de ele provarque foi algo natural e que aconteceria com qualquer pessoa, inclusive com o uso do proprietário. 
Proteção Possessória 
Existem ações que protegem a posse ou restabelecem a posse do possuidor. Podendo ser de dois modos: ou através da autotutela ou através de ações possessórias. 
São três situações que dá ensejo as ações possessórias:
- No caso de ameaça a posse (risco de atentado a posse) = caberá ação de interdito possessório – proteção face a perigo iminente. O requerente precisa provar na justiça o que está ameaçando a sua posse. Esta ação evita um futuro esbulho. Exemplo: quando o homem em processo de separação da esposa resolve trocar a fechadura da porta da casa, deixando a esposa do lado de fora com todos os seus pertences dentro de casa. Se ainda é uma ameaça a ação é um interdito. 
- No caso de turbação - caberá ação de manutenção de posse – visa a preservação da posse. Neste momento o possuidor ainda está na posse, porém, está passando por interferências que não consegue usufruir normalmente do bem. Exemplo: Um locatário que tem problemas de saúde e chega no seu imóvel e se depara com entulhos no meio da sua sala. Ele ainda está no imóvel, porém, passava com conturbação. 
- No caso de esbulho (atentado consolidado a posse) = caberá ação de reintegração de posse – visa à devolução da posse.
OBS: Não podemos olvidar do tempo da posse, pois isso influencia diretamente nas ações possessórias. 
A ação pode ser força nova e força velha, sendo a posse nova caracterizada por um lapso temporal menor de um ano e um dia e a posse velha por um lapso temporal maior que um ano e um dia.
Nos casos de posse velha, não há possibilidade que seja concedida a Tutela Antecipada de Reintegração de Posse. Segue o rito ordinário (o juiz não vai tirar o possuidor arbitrariamente, sem ouvir, sem esperar audiência) e não cabe liminar, mas pode, se for o caso, caber tutela antecipada.
Princípio da Fungibilidade das ações possessórias, Art. 920, CC. 
Se a ação cabível for a de manutenção de posse e o autor ingressar com a ação de reintegração, ou vice-versa, o juiz conhecerá do pedido da mesma forma e determinará a expedição do mandado adequado aos requisitos provados. Então, caso o pedido da ação for equivocada, por erro ou por mutação de ações o juiz poderá substituir a nomenclatura e determinar a ação correta. 
Posse e Usucapião 
Um dos principais efeitos de ser possuidor é existir a possibilidade de usucapir. Até o possuidor de má fé pode usucapir, basta ele preencher os requisitos previstos em lei. Iremos aprofundar os estudos de usucapião no principal instituto de direitos reais – propriedade. Mas é importante entender que tudo começa na posse. 
Hipóteses de aquisição e perda da posse
A principal análise será: Como a pessoa se tornou possuidora e como ela deixou ser possuidora. 
Aquisição
1º Critério a ser analisado:
- Quanto à manifestação da vontade: 
Ad unilateral refere-se a aquela pessoa obtem a posse por vontade dela mesma. É o indivíduo que ocupa um bem sem a autorização. Tecnicamente o termo “ocupação” pressupõe que foi um ato unilateral.
 Já o ato bilateral são duas pessoas manifestando a vontade: uma de ceder o bem e a outra de possuir. Neste ato pressupõe que existe a tradição (o ato de entrega). 
2º Critério a ser analisado:
- Quanto a origem da posse:
Neste momento se estuda quem foi o antecessor e quem é o sucessor. E a pergunta que se faz é: existe uma relação necessária entre antecessor e sucessor?
Posse originária – Não existe uma relação essencial, necessária entre o antecessor e o sucessor do bem, ou seja, o sucessor começa uma posse originária, sem vínculos, sem relação com o antecessor. Não há uma relação de causalidade entre a posse atual e a anterior e caso tenha vícios, eles são livrados. O usucapião é uma posse originária por determinação de lei. Mas tem casos em que o novo dono pode escolher se a posse é originária ou derivada. 
Posse derivada - Existe uma relação essencial, necessária entre o antecessor e o sucessor do bem, ou seja derivou de condição anterior, inclusive os vícios- caso tenha. A derivada existe a anuência, o consentimento do anterior possuidor. Ex: posse por herança. 
Obs: Título singular e vício universal. Uma pessoa que recebe um bem como herança sem testamento é considerado sucessor a título universal porque ele tem só uma cota de patrimônio que só no final o juiz vai dizer qual o patrimônio. A sucessão a título singular é quando o sucessor terá direito a um bem específico que foi determinado em testamento e não uma cota. Segundo o art. 1.207 o sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse a do antecessor, para os efeitos legais. (essa sucessão pode ser por ato inter vivos ou causa mortis)
Perda da Posse 
Quais são as causas da perda da posse:
- Pelo abandono da coisa ou derrelicção – É quando perde a posse por vontade própria, de maneira espontânea. 
- Pela perda em sentido estrito – Deixei em algum lugar e não lembra. Neste caso, não é voluntariamente. Se alguém achar pode usucapir, pois também existe usucapião de bens móveis. 
- Pela destruição da coisa – uma vez perecendo o objeto, extingue-se o direito. Isto pode se dar por três situações: 
a) Ato do possuidor - que pode acontecer pelo próprio possuidor que não deu a manutenção devida, que não cuidou da coisa. 
b) Ato de terceiro – Uma terceira pessoa que destruiu o bem.
c) Ato natural- Por força maior.
- Pela colocação da coisa fora do comércio – Se tornou inaproveitável ou inalienável. Ex: Um fiscalização onde retira-se remédios vencidos. O titular deixar de exercer posse sobre aqueles medicamentos. O Poder Público pode intervir porque o imóvel não está em condições de moradia e então o titular perde a sua posse. 
-Pelo esbulho – Quando alguém invade o seu imóvel.
- Pela tradição Real – Quando envolve a intenção definitiva de transferi-la a outrem. É a entrega propriamente dita do bem para outro possuidor. Não há perda da posse na entrega da coisa a um representante, para que administre. 
- Pela tradição simbólica – a entrega decorre de um ato representativo que celebra a tradição. Ex. entrega das chaves.
- Tradição ficta - TRADITIO BREVI MANU - é aquela que se dá por presunção. O possuidor possuía em nome alheio e passa a possuir em nome próprio. Ex. taxista que compra o taxi em que trabalhava para outro. Pode ocorrer também esse tipo de tradição através da CLAUSULA CONSTITUTI (constituo possessório) - em que o possuidor possuía em nome próprio e passa ' a possuir em nome alheio (o caso do proprietário que vende o imóvel e nele permanece como locatário).
 
BIBLIOGRAFIA: 
CHAVES, Cristiano de Farias e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil- Reais. 13º Edição. Ano 2017. Editora JusPodium. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 9ª Edição. Ano 2014. Editora Saraiva. 
Site: file:///C:/Users/claudia/Downloads/wfd_145860300356f083fbdf312--apostila_de_direitos_reais_-_posse.pdf
Informações retiradas das aulas presenciais com a professora Teila Rocha.

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